SOJA PODE OCUPAR ATÉ 5% DA ÁREA COM MILHO NA SAFRA 2009/10

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, estima que haverá uma transferência de 2% a 5% na área plantada de milho para soja, na safra de grãos 2009/10. Diante dessa mudança, a entidade projeta crescimento de cerca de 7% da safra de soja, para 61 milhões de toneladas, ante 57 milhões de toneladas em 2008/09. Lovatelli destaca algum viés de baixa no mercado de soja, citando a boa safra de grãos nos Estados Unidos e o aumento da oferta de grãos na Argentina. Ele cita, ainda, a antecipação de compra de oleaginosas pela China no primeiro semestre. De acordo com ele, isso significa que o país formou estoque e deve atuar de maneira menos agressiva nas compras neste segundo semestre. Apesar desse viés de baixa, Lovatelli mantém projeção otimista para a safra 2009/10, porque considera que "o preço da soja, em real, remunera o produtor. O cenário é diferente para o exportador por causa do câmbio", informa. O presidente da Abiove diz que os produtores de soja do Paraná, região próxima do porto, serão os maiores beneficiados pelos atuais preços futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, que estão em cerca de 10 dólares o bushel. Ele reconhece, no entanto, que em Mato Grosso, a vantagem em relação ao preço é menor, em virtude dos gargalos logísticos no Estado.

SOJA -CHICAGO DESABA RUMO U$ 9,45 BU.

O mercado de soja na bolsa de Chicago viu seus preços derreterem diante das noticias altistas presentes na semana passada invertidas nesta segunda feira. A combinação de clima sem riscos de geadas na 1ª quinzena de setembro nos campos do meio oeste americano, dólar valorizado, queda das ações nas bolsa de valores europeias e asiáticas, em especial índice de ações da China com forte perda de 7%, e queda nos preços do petróleo 4%, estimularam vendedores aumentarem posições e compradores vender contratos realizando lucros. O efeito da queda nos preços rapidamente, remeteu especuladores as consultas gráficas, indicando tendência de baixa no curto prazo diante do rompimento do suporte de preço u$ 9,90 base novembro, nova onda de vendas criou ambiente propicio rumo ao objetivo de u$ 9,45 após quebra das médias moveis de 14, 9 e 100 dias(u$ 9,88 a 9,82), desta forma um fechamento abaixo de u$ 9,69 (média móvel de 50 dias), a meta técnica é testar preço de u$ 9,4550, menor valor das últimas 9 sessões.

Após fechamento do pregão, o departamento de agricultura americano avaliou no seu relatório semanal de desenvolvimento das lavouras que 69% permanecem de bom a excelente condições, 3% de quedas de folhas, 93% em formação de vagens. Em relação ano anterior dentro da normalidade, significando a produtividade recorde esperada ao redor de 42bushels/acre.

CHINA :COMMODITIES ESPALHA CAUTELA NO EXTERIOR.

Os contratos futuros de soja fecharam em baixa na China, acompanhando o recuo nos mercados de ações do país. O índice Xangai Composto fechou com queda de 6,7%, a 2.667,75 pontos, o nível mais baixo desde os 2.632,93 pontos alcançados em 27 de maio. Também foi a maior queda porcentual registrada em um dia desde uma baixa de 7,7% registrada em 2008. Os mercados futuros, de produtos agrícolas a metais e petróleo, recuaram diante das preocupações de que o governo pode realizar um aperto na liquidez. Os novos empréstimos em yuans devem cair para menos de 300 bilhões em agosto, ante 356 bilhões de yuans em julho e 1,53 bilhão de yuans em junho, informou ontem o jornal Economic Observer, citando fontes da indústria bancária chinesa. As cotações dos óleos comestíveis registraram a maior queda do dia, mas analistas acreditam que os preços pode ser sustentados pelo aumento da demanda antes da estação de festivais e do feriado do Dia Nacional da China, ambos em outubro. O impacto negativo do El Niño na produção de óleo de palma na Ásia também deve emprestar suporte aos preços.