sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SOJA FECHA COM PEQUENA QUEDA.

As cotações da soja fecharam com pequena queda na Chicago Board Of Trade (CBOT), após terem alcançado o maior preço em 14 meses com o forte ritmo de exportação dos Estados Unidos. Mas a recuperação do dólar no meio da tarde e a perspectiva de chuvas nas áreas produtoras do Centro-Oeste brasileiro pressionaram o mercado no final. O contrato novembro perdeu 3,50 cents (0,3%) para fechar em US$ 11,85 por bushel. Fundos venderam cerca de cinco mil lotes.
Durante a madrugada, o contrato novembro chegou a ser negociado por 12,0425/bushel, acima de US$ 12 pela primeira vez desde agosto de 2009. Na sessão do dia, contudo, essa força não se sustentou. Depois de subir 12% nesta semana, o mercado parece excessivamente comprado, segundo traders.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o país vendeu 1,12 milhão de toneladas de soja na semana terminada em 7/10. A China foi a principal compradora com 583.700 t.

MILHO SE PREOCUPA COM A DEMANDA E FECHA EM BAIXA.
Os contratos futuros do milho caíram pela terceira sessão consecutiva na Bolsa de Chicago. Os dados semanais de exportação dos Estados Unidos ficaram abaixo do esperado e aumentaram as preocupações com a demanda pelo cereal. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, fecharam em baixa de 4,25 cents ou 0,75%, cotados a US$ 5,63/bushel. Por outro lado, na semana subiu 6,6%.
No início da semana, os futuros alcançaram seu nível mais alto em mais de dois anos, com temores sobre a colheita dos Estados Unidos, que pode não acompanhar a expectativa de forte demanda. Os Estados Unidos venderam um saldo de 906 mil toneladas de milho da safra 2010/11 na semana encerrada em 7 de outubro, alta de 49% em relação ao volume da última semana e de 35% frente à média mensal, segundo mostrou o relatório semanal de exportações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto, o montante embarcado foi inferior à expectativa de 1,4 a 2 milhões de toneladas.
O presidente da corretora The Money Farm, Mike Krueger, declarou que "as exportações não foram tão boas quanto se imaginava". Os dados não incluem compras feitas depois que o governo divulgou estimativas oficiais da safra, na sexta-feira passada. Participantes do mercado devem avaliar as exportações da semana que vem, para verificar se a expressiva redução na projeção de safra do USDA amedrontou os compradores.
Alguns analistas preveem que as vendas externas da semana que vem não serão muito grandes, pois o USDA não anunciou nesta semana nenhum negócio com milho no seu sistema diário de registro. De acordo com dados do governo, o país deve exportar 16% de sua safra de milho.
Analistas avaliam, ainda, que os preços podem alcançar novas máximas por causa das preocupações com a colheita, que pode ser menor do que o esperado. Muitos apostam na valorização até US$ 6/bushel. "Não acho que se tenha racionado a demanda em uma semana", disse Krueger.

SOJA: PLANTIO/MT CONTINUA ATRASADO, 6,7% DA ÁREA SEMEADA.

O plantio da soja avançou cinco pontos percentuais nesta semana em Mato Grosso e atingiu 418.167 hectares, que correspondem a 6,7% da área em 6,241 milhões de hectares pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em função da falta de chuvas regulares nas principais regiões produtoras, os trabalhos continuam atrasados, pois nesta mesma época do ano já estavam semeados 1,314 milhão de hectares, correspondente a 22,4% da área projetada pelo Imea na ocasião.
O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, diz que o atraso no plantio não deve ter impacto significativo em relação às projeções em relação à área cultivada de soja. Entretanto, diz ele, os produtores estão em estado de alerta, pois se não chover nas próximas semanas e a janela do período ideal de plantio se fechar, o agricultor terá que optar entre reduzir a área ou seguir em frente e correr o risco da quebra de produtividade. Os relatos até agora são de prejuízos pontuais, por parte de produtores que plantaram a soja "no pó" e, como não choveu depois, estão sendo obrigados a fazer o replantio.
Celidônio observa que a preocupação é com a possível redução na área plantada de algodão e milho. Ele calcula que numa área entre 100 mil a 200 mil hectares os produtores terão que optar entre o plantio de soja ou algodão, pois com o atraso das chuvas está se fechando a janela para o cultivo da pluma como segunda safra. A preocupação em relação ao milho não é tão grande quanto em relação ao algodão, "mas as duas semanas serão determinantes, pois para semear o cereal na safrinha é preciso que pelo menos 30% da área de soja tenha sido semeada até o final do ano." Tradicionalmente, os produtores de Mato Grosso realizam o plantio do milho safrinha em 30% da área colhida de soja.
O superintende do Imea observa que até agora os relatos têm sido de chuvas pontuais. "Caso as previsões de chuvas regulares se confirmem na próxima semana, será possível recuperar o atraso, pois os produtores conseguem acelerar e plantar 3% por dia e atingir os 30% do plantio da área de soja até o final do mês." Em Lucas do Rio verde, onde o milho é cultivado em 60% da área de soja, a situação é mais preocupante. Até esta semana o plantio de soja em Lucas atingiu 15% da área estimada pelo Imea, bem abaixo dos 50% observados em igual período do ano passado.
O produtor rural e agrônomo Egídio Raul Vuaden, vice-presidente da Fundação Fundação de Pesquisas Rio Verde, prevê uma redução na área de milho no município na próxima safra. Ele diz que houve casos de produtores em Lucas do Rio Verde que perderam 3 mil hectares de soja plantados "no pó", que agora estão sendo semeados com milheto como cobertura, para depois receber o algodão. Vuaden prevê um cenário complicado para esta safra, pois como atraso do plantio da soja haverá concentração na colheita, o que representa maior risco em caso de chuvas e problemas na logística para transporte e armazenamento da safra.
A região do médio-norte de Mato Grosso, que tradicionalmente lidera o avanço no plantio de soja, neste ano enfrenta o maior atraso. Até agora foram semeados 212.076 hectares, que representa 8,6% da área projetada pelo Imea. No mesmo período do ano passado, os produtores do médio-norte, onde fica Lucas do Rio Verde, tinham semeado 678,3 mil hectares, que correspondia a 28,5% da área estimada pelo Imea. No município de Sorriso, que tem a maior área plantada de soja no País, até agora foram semeados 60 mil hectares (10%), bem abaixo dos 210 mil hectares (35%) que já estavam plantados no dia 15 de outubro do ano passado.

EVOLUÇÃO DO PLANTIO DA SOJA EM MATO GROSSO.
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                          ÁREA (HA)   15/10/2009   14/10/2010
Noroeste              261.200        16,3%            1,5%
Norte                     44.000        14,3%            3,7%
Nordeste              652.200         1,0%             0,4%
Médio-Norte      2.466.000        28,5%            8,6%
Oeste                    948.200        25,0%            9,0%
Centro-Sul             409.100        19,4%            8,3%
Sudeste              1.460.600        20,0%            5,4%
Mato Grosso         6.241.300        22,4%          6,7%
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Fonte: Imea

PREÇO DE COMMODITIES NÃO SINALIZA CRISE DE OFERTA.

Os preços das commodities agrícolas não estão sinalizando uma crise de oferta, mas o aumento da intervenção do governo e a alta do petróleo continuam sendo vulnerabilidades para o abastecimento global de alimentos, afirmou ontem o CEO da empresa do setor de agronegócios Cargill, Greg Page. A Cargill é a maior empresa de capital fechado dos Estados Unidos em vendas.
Page avalia que a agricultura global está "num constante estado de desequilíbrio" e, embora os preços das commodities permaneçam bastante abaixo dos recordes de 2008, os estoques de grãos como porcentagem do consumo são "menos estáveis do que se podia esperar". Um importante fator para evitar que se repita o que ocorreu dois anos atrás é o preço do petróleo, que se aproximou de US$ 150/barril em 2008, mas agora gira em torno de US$ 80/barril. A alta do petróleo pode puxar o milho, aumentando custos de produção na cadeia agrícola. "O maior elemento é o preço absoluto do petróleo", comentou Page, nos bastidores da World Food Prize Conference, nos Estados Unidos. "Acho que se tivéssemos o mesmo preços de petróleo que tínhamos antes, poderíamos ver uma posição diferente nos sinais de preço."
Page enxerga uma preocupação adicional na intervenção do governo no comércio global. A crise alimentar de 2008, que causou tumultos e manifestações em países pobres, foi agravada por restrições comerciais, quando 20 países estabeleceram algum tipo de barreira, conforme o CEO.
Mais recentemente, a Cargill criticou a restrição das exportações de grãos imposta pela Rússia, por causa da forte seca que afetou a produção local. No entanto, analistas disseram que tanto a Cargill quanto outras comerciantes globais de grãos se beneficiaram da medida, pois os consumidores russos buscaram novas origens para manter seu abastecimento. Segundo Page, as pessoas estão ansiosas com a oferta apertada de grãos, por causa da possibilidade de surgirem novas restrições no mundo.
Para Page, a política governamental de etanol dos Estados Unidos também é uma preocupação. O executivo reiterou sua oposição aos mandatos referentes ao etanol de milho, o tipo mais comum nos Estados Unidos. Ele disse que políticas como essa travam a demanda, mesmo quando a produção agrícola é decepcionante, como neste ano. De acordo com Page, isso pode resultar na redução da produção de carnes, pois os criadores de animais dependem das rações de milho. Os negócios da Cargill incluem processamento de carnes.
Nesta semana, o governo dos Estados Unidos anunciou a elevação da mistura de etanol na gasolina usada por veículos fabricados a partir de 2007, passando de 10% para 15%. Outra importante política americana envolve subsídios ao setor de etanol.
Sobre o desenvolvimento agrícola na África, que era o tema da conferência, Page declarou que se trata de uma questão dependente de melhores instituições governamentais que transmitam confiança aos investidores. "A Cargill pode contribuir com a segurança alimentar por meio da definição de preços, do transporte, do processamento e da educação rural", afirmou.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CHICAGO/SOJA FECHA EM ALTA COM AQUISIÇÕES DA CHINA E DÓLAR FRACO.

As cotações da soja fecharam com alta na Chicago Board Of Trade (CBOT), sustentadas pela forte demanda interna e externa nos EUA e pela desvalorização do dólar ante outras moedas, como o euro. O contrato novembro subiu 12 cents (1%), para US$ 11,8850 por bushel. Fundos especulativos compraram oito mil lotes nesta quinta-feira.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o país vendeu hoje 280 mil toneladas de soja para a China. No mercado doméstico, a demanda também vai bem. O volume de soja processada no país em setembro, informado pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas ficou bem acima do esperado: 3,4 milhões de toneladas, ante expectativa de 3,17 milhões tons e 3,33 milhões de tons em agosto.
O mercado está em tendência de alta e os traders se mostram sem disposição para fazer vendas agressivas, disse Tim Hannagan, analista da P.F.G. Best, em Chicago. O aperto na oferta de soja nos Estados Unidos aumenta a necessidade de haver uma boa safra no Brasil e na Argentina. Mas com o atraso do plantio no Brasil por causa da estiagem, a China está antecipando compras de oleaginosa dos EUA para se precaver de uma possível restrição maior no volume disponível em 2011, disse Hanagan. No mercado de derivados, os futuros acompanharam o desempenho do grão.

MILHO: DEMANDA QUESTIONADA DERRUBA PREÇOS.
Os contratos futuros de milho terminaram o pregão desta quinta-feira com desvalorização modesta na CBOT. Traders embolsaram lucros depois do recente salto dos preços e começaram a questionar se a demanda será capaz de se manter firme, mesmo com preços elevados. Posição mais líquida, o contrato dezembro caiu 2,0 cents ou 0,35% e fechou a US$ 5,6725/bushel.
Foi a segunda sessão consecutiva de perdas do milho. O contrato recuou depois de avançar até a máxima de US$ 5,79/bushel no início das negociações. Os futuros vêm subindo desde meados de julho, mas o movimento se acentuou quando o governo dos Estados Unidos reduziu sua estimativa de safra, na semana passada.
Entretanto, o mercado não foi capaz de permanecer firme por mais uma sessão. "As pessoas estão olhando para esse mercado, vendo que ele começa a se esforçar e pensam que talvez seria melhor embolsar parte desses lucros", disse o analista Dale Durchholz, da corretora agrícola AgriVisor. Os preços alcançaram novas máximas em dois anos na quarta-feira, antes de fechar com perdas. Durchholz acrescentou que há rumores de que a Coreia do Sul pode estar reduzindo as compras de grãos, por causa dos preços elevados, o que aumenta as preocupações com a demanda. A maior fabricante de ração da Coreia do Sul comprou milho para março, mas transferiu licitação para importar trigo de ração, de acordo com executivos.
"Quando se chega a esses níveis elevados, vemos uma carência de compras de consumidores finais e de fundos", disse o presidente da corretora U.S. Commodities, Don Roose. "Isto é um sinal de alerta." Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 6 mil contratos nesta quinta-feira, avaliam traders. OS fundos foram grandes compradores durante o último rali dos preços.
Muitos analistas preveem que o contrato dezembro vá alcançar US$ 6/bushel, em meio à forte demanda e às preocupações com a oferta. Os últimos vencimentos atingiram nível psicológico importante, mas o contrato dezembro registrou um pico de US$ 5,88/bushel na quarta-feira.
Participantes do mercado "provavelmente têm de assimilar o que fizemos até agora" antes de voltar a puxar as cotações com intensidade, disse Roose. Os futuros ainda têm habilidade para esticar os ganhos recentes porque o tamanho da safra é desconhecido, segundo traders.

EUA: FUNDOS QUEREM ESCAPAR DE NOVAS REGRAS.

Fundos de hedge, seguradoras e outras instituições financeiras estão tentando escapar de algumas das novas regras norte-americanas para o mercado de derivativos de balcão. De acordo com fontes próximas ao assunto, lobistas do setor afirmaram em reuniões recentes com os reguladores dos EUA que os requisitos de margem e de capital deveriam ser aplicados apenas a alguns fundos de hedge.
A reforma financeira dos EUA tem como um de seus objetivos aumentar a transparência do mercado de derivativos e evitar que os participantes acumulem muito risco, como no caso da seguradora American International Group (AIG), que precisou ser resgatada pelo governo norte-americano após sofrer perdas com swaps de default de crédito (CDS).
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, em inglês) e a Securities and Exchange Commission (SEC), que estão trabalhando juntas para implantar o novo regime regulatório, ainda precisam definir como enquadrar as instituições em categorias importantes mencionadas na legislação, entre elas "grandes participantes de swaps" e "operador de swaps". A definição desses termos será crucial para determinar quais empresas serão mais afetadas pelas mudanças.
Os swaps, uma das formas mais comuns de derivativos, são utilizados por uma série de empresas como forma de proteção contra riscos comerciais - movimentos nas taxas cambiais ou de juros, por exemplo. Os bancos, fundos de hedge e outras empresas também usam esse recurso para apostar no movimento dos preços.
A nova estrutura regulatória prevê que as transações com esses swaps passem a ocorrer em plataformas de negociação e passem por câmaras de compensação, que garantem essas operações. Além disso, os operadores de swap e os grandes corretores - os chamados "grandes participantes em swaps" - serão obrigados a oferecer colateral e a deter mais capital para os negócios com swaps que não passarem pelas câmaras de compensação.
A lei da reforma financeira diz que os operadores que não fazem transações com swaps mas detém posições significativas nesses derivativos ou cujas posições em swaps apresentam risco à economia serão considerados "grandes participantes em swaps". A classificação também será atribuída às instituições financeiras com um grande volume de posições em swaps. Somente as empresas que usam swaps como forma de proteção contra riscos comerciais não serão colocadas nessa categoria.
A indústria de fundos de hedge argumenta que somente os fundos que possuem uma posição suficientemente grande em swaps para afetar a economia deveriam ser rotulados como "grandes participantes em swaps".
Segundo uma carta enviada em 24 de setembro aos reguladores pela Associação de Gerenciamento Alternativo de Investimentos, a definição não deveria ser atribuída a uma entidade "exceto se sua exposição puder ser considerada como potencial causadora de instabilidade na economia dos EUA se essa entidade entrar em default". A associação representa 1.200 membros da indústria de hedge.
A Associação de Fundos Gerenciados, que afirma representar a maior parte dos grandes fundos de hedge, endossa essa perspectiva, argumentando que os reguladores não deveriam considerar os swaps que passaram pela câmara de compensação para avaliar se a instituição financeira possui uma posição significativa nesses derivativos, já que esses swaps seriam menos arriscados. As seguradoras também afirmam que não podem ser consideradas grandes participantes em swaps porque a indústria utiliza esses instrumentos para se proteger de riscos comerciais, assim como as manufatureiras. "O uso de derivativos pelas seguradoras de vida não é diferente do uso pelas indústrias que os utilizam para garantir que possam travar um preço fixo no futuro para insumos essenciais", afirmou o Conselho Americano de Seguradoras de Vida em uma carta enviada à CFTC e à SEC em 20 de setembro. A indústria de fundos mútuos é outro segmento do setor financeiro que está tentando ser excluído da categoria de "grande participante em swaps", argumentando que os fundos já estão sujeitos a regras mais rigorosas que exigem a cobertura das posições em derivativos com ativos de liquidez elevada."A atual regulação para os fundos proporciona o nível necessário e prudente de supervisão para os participantes do mercado de swap", afirmou o Instituto das Companhias de Investimento, principal associação comercial do setor, em uma carta enviada aos reguladores.

REAL VALORIZADO DEVE PREVALECER ATÉ FIM DE 2011.

Alta rentabilidade e baixo risco são os principais componentes que levam economistas ouvidos pela Agência Estado a acreditar que o real continuará muito valorizado até o final do próximo ano. Com o juro real ex-ante a 5,78% no Brasil, enquanto a taxa é negativa nos EUA, zona do Euro, Japão e Inglaterra, os especialistas ponderam que a tendência é de o dólar ante o real testar a marca psicológica de R$ 1,60 em pouco tempo, como aponta o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. Ele estima que o dólar ante o real fechará o ano em R$ 1,70, previsão semelhante à da economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara, e do economista da Tendências, André Sacconato. O estrategista do banco WestLB, Roberto Padovani, acredita que tal indicador estará em R$ 1,65 no fim de dezembro e chegará a R$ 1,60 no último mês de 2011.
Para Sacconato, não há nenhum sinal de que o real poderá se desvalorizar até o final deste ano. "O diferencial de juros entre as taxas internas e externas é muito grande, o que compensa o ingresso de investimentos de estrangeiros no País mesmo com a recente elevação do IOF de 2% para 4%", comentou. Na avaliação de Sérgio Vale, a valorização do real ante o dólar é um reflexo do bom desempenho da economia, o que despertou com vigor o interesse de diversos tipos de investidores internacionais, entre eles os que aplicam em ativos financeiros e os que abrem novas fábricas. De acordo com o Banco Central, o Brasil registrou a entrada líquida de US$ 2,181 bilhões de 1 a 8 de outubro. As reservas internacionais atingiram US$ 279,394 bilhões na última segunda-feira pelo conceito de liquidez internacional.
Segundo estatísticas disponíveis no site do BC, a taxa de câmbio real registrou uma valorização de 28,51% no final de agosto deste ano, ante uma base de comparação de junho de 1994, que seria o equivalente a R$ 2,2369. No encerramento de agosto deste ano, o dólar ante o real atingiu R$ 1,756. Como o dólar chegou hoje a R$ 1,652, isso representaria uma apreciação de 35,40% pelos mesmos critérios.
Na avaliação de Padovani, o cenário mais provável para o câmbio até o final de 2010 é de que a cotação do dólar ante o real fique estável no atual patamar de R$ 1,65, mas com volatilidade, causada em boa parte pela instabilidade da evolução da economia internacional. "A cotação a que o dólar chegou hoje é um reflexo dos investidores, com certo exagero, à continuidade da política do Fed de quantitative easing (afrouxamento quantitativo)", comentou.
A expectativa de Padovani para o dólar é de que deve chegar a R$ 1,60 no fim de 2011 por causa de alguns fatores: manutenção dos juros nominais elevados, em 10,75% no próximo ano, baixo risco País, preços de commodities em alta e baixas taxas de juros em países desenvolvidos. E ele faz esta avaliação mesmo levando em consideração um incremento dos juros nominais nos EUA, que, segundo ele, podem aumentar até um ponto porcentual em 2011. Tal fato indicaria que o Federal Reserve passará a fazer no próximo ano uma transição para um regime monetário compatível com uma economia que voltou a crescer num ritmo mais próximo de seu potencial.
Thais Zara concorda que a tendência é de o real continuar forte até o final do próximo ano, quando o dólar deve fechar em R$ 1,75, por causa de vários elementos, entre eles a continuidade do ingresso farto de recursos no País. Para ela, os investimentos diretos estrangeiros devem subir de US$ 31 bilhões neste ano para US$ 35 bilhões em 2011. Segundo Sérgio Vale, o bom cenário para a entrada de capitais no Brasil não deve ser ofuscado nos próximos 14 meses nem pela expectativa de aumento do déficit de transações correntes, para o qual ele prevê o patamar de US$ 49,7 bilhões em 2010 e de US$ 68,6 bilhões no ano que vem. Ele ressalta que o bom desempenho da economia no médio prazo é um dos principais elementos que fundamentam o otimismo dos investidores com o Brasil. O economista projeta uma expansão do PIB de 8% neste ano e de 4,5% em 2011, num ambiente de inflação sob controle, pois o IPCA deve ficar, segundo ele, em 5% tanto em 2010 como em 2011.
"Até 2012, os investidores não devem ficar impressionados com a evolução do déficit de transações correntes no Brasil", comentou Vale. "Acho que só em 2012 eles passarão a ver que há uma tendência deste saldo negativo das contas externas avançar ainda mais e beirar os US$ 100 bilhões em 2014", destacou.
Na avaliação de Vale, que é compartilhada por muitos especialistas, só mudanças estruturais de ordem fiscal e monetária poderão diminuir a sobrevalorização do real ante o dólar. "Um ajuste fiscal maior, com aumento da eficiência dos gastos públicos, é o elemento que permitiria a queda dos juros, o que reduziria o diferencial da Selic ante as taxas de juros internacionais e tenderia a diminuir a atratividade dos investimentos que apostam na valorização do real", comentou.

INSUMOS: CÂMBIO E ALTA DE COMMODITIES IMPULSIONAM ADUBOS
As vendas de fertilizantes devem crescer neste ano, estimuladas pela desvalorização do dólar, que reduziu o custo de produção, ao mesmo tempo em que os preços das commodities estão mais altos. A relação de troca entre custo de produção e preço pago pela tonelada de insumo está mais vantajosa em 2010, mostram dados da Scot Consultoria. Em setembro de 2009 eram necessárias 38,3 sacas de soja para adquirir uma tonelada cloreto de potássio, por exemplo. Em setembro deste ano essa equivalência caiu para 25,4 sacas. Já as cotações da soja na Bolsa de Chicago acumulam alta de 20% em 2010 e se aproximam do nível de US$ 12 por bushel. Os preços do milho subiram 35% e os do algodão, 55% no mesmo período. A soma destes fatores deve levar o segmento a encerrar o ano com um incremento de 5% nas vendas, para 23,5 milhões de toneladas, sobre as 22,4 milhões de tons no ano passado, de acordo com a Associação dos Misturadores de Adubos (AMA).
Levantamento da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que, por causa da desvalorização do dólar, o custo de implantação de um hectare de uma lavoura de grãos recuou entre 8% e 10% em 2010, dependendo da cultura. Boa parte dos insumos é comprada no mercado externo e um dólar mais barato favorece a importação. Por conta disso, a entidade já constata um aumento na venda de fertilizantes. O volume comercializado entre janeiro a agosto chegou a 17 milhões de toneladas, aumento de 3% sobre as 16,49 milhões de toneladas vendidas no mesmo período em 2009, estima a CNA.
Para a superintendente técnica da CNA, Rosemeire dos Santos, os preços internacionais das commodities também pesaram na intenção de compra dos insumos."Com a perspectiva de maior rentabilidade, o produtor investiu mais", afirma, levando em conta que o agricultor comprou mais fertilizantes mesmo sem uma perspectiva de alta expressiva na área plantada. Em seu primeiro levantamento a respeito da safra 2010/11, divulgado na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu queda entre 2,2% e 3,5% na área cultivada com milho e um leve aumento na área da soja entre 1,3% e 3,1%.
Venda antecipada Segundo Rosemeire, com preços mais favoráveis para as commodities, cresceu o porcentual de venda antecipada da safra, com 40% da soja a ser produzida no Centro-oeste já negociada. Para o algodão, esse porcentual sobe para 60%. No entanto, se o dólar continuar cotado abaixo de R$ 1,70, a CNA considera que os produtores perderão parte da vantagem obtida na importação dos insumos mais baratos. Hoje, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,652, com queda de 0,84% e acumula perda de 5,22% em 2010.
O diretor executivo da AMA, Carlos Eduardo Florence, diz que esse pode ser um problema para o produtor na hora de entregar as safras de soja, de algodão e também de milho, as culturas mais negociadas com as tradings em troca de fertilizantes. Mas ele acrescenta que a relação entre a tonelada do insumo e o preço das commodities ainda é favorável para os dois lados. "A saúde financeira do agricultor, sob a nossa ótica, está boa", avalia, comemorando os bons resultados que o segmento de fertilizantes vem conquistando em 2010.

GRÃOS EM CHICAGO REALIZAM LUCROS E ENCERRA COM DESVALORIZAÇÃO

Os preços internacionais terminaram o pregão desta quarta-feira em território negativo na Bolsa de Chicago mas chegaram a se aproximar dos US$ 12/bushel. Os contratos com vencimento em novembro, os mais líquidos, cederam 2,0 cents ou 0,17% e fecharam a US$ 11,7650/bushel. A máxima da sessão foi a US$ 11,93/bushel. Participantes do mercado embolsaram lucros nas novas máximas em 14 meses e pressionaram as cotações. Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 4 mil lotes hoje.
A falta de notícias capazes de dar suporte ao mercado e a ausência de compras de fundos especulativos que puxou os preços em sessões anteriores criaram certo nervosismo no mercado, estimulando a realização de lucros, segundo o analista e corretor John Kleist, da Allendale.
O milho liderou a alta dos futuros de grãos e, quando começou a ceder, os compradores adotaram comportamento mais cautelosos, de acordo com Kleist. Além disso, previsões do tempo indicam níveis de umidade melhores em áreas de produção do Brasil, incentivando traders a remover algum prêmio de risco das cotações. "É difícil apostar em que acontecerá uma seca na América do Sul. Como a chuva entrou na previsão, traders não estão confiantes em aumentar a exposição a posições compradas, estabelecidas com valores altos", disse o analista Chad Henderson, da corretora Prime Ag Consultants.
No entanto, a forte demanda para exportação da soja americana continua dando suporte ao mercado e limitando as perdas. Nesta quarta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou a venda de 297,5 mil toneladas de soja à China, para entrega no ano comercial em 2010/11.

MILHO EMBOLSA LUCROS E FECHA EM BAIXA
Após tocar novas máximas em dois anos, os contratos futuros de milho não foram capazes de terminar com valorização pela quarta sessão consecutiva na Bolsa de Chicago. O contrato mais negociado, com vencimento em dezembro, recuou 9,75 cents ou 1,68% e fechou a US$ 5,6925/bushel. Entretanto, no seu melhor momento terminou a US$ 5,8550/bushel. No entanto, a expectativa é de que o mercado volte a subir nos próximos dias.
O mercado já saltou cerca de 16% desde sexta-feira, quando aumentaram as preocupações com a colheita, que pode não ser suficiente para atender à demanda global.
Traders disseram que, hoje, os preços recuaram com realização de lucros depois que, durante a noite no pregão eletrônico, os futuros avançaram para novas máximas. A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) aprovou hoje uma elevação nos níveis de etanol misturado à gasolina, mas isso não provocou um rali. O milho é a principal matéria-prima do etanol nos Estados Unidos. Segundo o analista Sid Love, da corretora Kropf & Love Consulting, a mistura com mais etanol não foi fator de suporte porque não se aplica aos carros mais antigos. Nesta quarta-feira, a EPA afirmou que vai permitir mistura a 15%, ante 10% atuais, para carros fabricados a partir de 2007. "Acho que compramos no rumor e vendemos no fato hoje", disse Love, referindo-se à longa expectativa de elevação da mistura. "Ao longo do tempo provavelmente consumiremos mais etanol porque essa decisão foi tomada."
Muitos analistas acreditam que os preços ainda devem alcançar US$ 6/bushel ou mais. Durante a noite, o milho alcançou US$ 5,88/bushel, superando a máxima de terça-feira, de US$ 5,8425/bushel. Por outro lado, a extensão dos ganhos recentes é incerta porque os consumidores finais não sabem qual é o tamanho da safra americana, segundo analistas. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) afirmou que 51% da safra foi colhida até domingo, ante média de 30% para esta época do ano.Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 15 mil contratos nesta quarta-feira, um volume elevado.

TRIGO FECHA EM BAIXA POR INFLUÊNCIA DO MILHO
A demanda para exportação de trigo não foi mais forte do que a influência negativa do mercado de milho e os preços do trigo caíram nesta quarta-feira no mercado americano.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos mais negociados, com vencimento em dezembro, cederam 7,25 cents ou 1,02% e fecharam a US$ 7,0275/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento terminou a US$ 7,43/bushel, com perdas de 8,0 cents ou 1,07%.
O milho está liderando o mercado de grãos nos últimos dias e recuou depois de alcançar as máximas em dois anos, no pregão eletrônico, durante a noite. O trigo caminhou na esteira do milho, já que ambos os cereais são usados como ração. A venda de 100 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos para o Iraque não foi suficiente para dar suporte ao mercado. "Realmente não houve nada altista sobre o trigo que já não conhecíamos", de acordo com o analista Sid Love, da Kropf & Love Consulting. "Sabíamos que a produção global estava em queda, mas ainda temos estoques relevantes aqui (nos Estados Unidos)."
A expectativa é de que o estoque de passagem dos Estados Unidos seja o segundo maior registrado na última década. O país tem abundância de trigo para vender, enquanto nações da antiga União Soviética tiveram a produção devastada pela forte seca.
Apesar da queda recente, os preços do trigo devem permanecer acima do importante nível psicológico dos US$ 7/bushel.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

GRÃOS OPERAM SEM DIREÇÃO DEFINIDA.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) têm leve alta nesta quarta-feira, motivados pela redução das estimativas de produção e estoques finais no relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e pela forte demanda chinesa. A ameaça de uma produtividade menor na América do Sul, como resultado de um clima seco no início a temporada de plantio, também estimula os preços, segundo analistas.
Contudo, o recuo do milho e a incapacidade dos futuros de subir acima dos ganhos registrados no pregão eletrônico atraiu realização de lucros, disseram eles. Os produtos derivados da oleaginosa apresentam comportamento diferenciado, com o farelo misto e o óleo fraco. O contrato novembro caiu 1 cent,  para US$ 11,77 por bushel.
O milho trabalha em baixa, pressionado por embolso de lucros após ter avançado recentemente. Expectativas de que o governo autorizará um porcentual maior de etanol na gasolina não foram capazes de inspirar um rali. Participantes do mercado querem ver se reguladores permitirão aumentar a presença de etanol na gasolina usada por carros mais velhos, não apenas para os modelos fabricados a partir de 2007, afirmou Rich Nelson, diretor de pesquisa da corretora Allendale, em Illinois. Há pouco, o contrato dezembro caía 7,25 cents, ou 1,25%, negociado a US$ 5,7175 por bushel.
O trigo opera dos dois lados nesta quarta-feira, devolvendo parte dos ganhos provocados por recentes exportações. O Iraque comprou hoje 100 mil toneladas de trigo duro vermelho de inverno dos Estados Unidos, e o Egito reservou ontem outras 220 mil toneladas. O declínio do milho ajuda a limitar o desempenho do cereal. Há pouco, o contrato dezembro na CBOT perdia 4,75 cents, ou 0,67%, para US$ 7,0525 por bushel. Na Bolsa do Kansas (KCBT), o mesmo vencimento recuava 6,25 cents, ou 0,83%, cotado a US$ 7,4475 por bushel.

SOJA/EUA VENDEU 297.500 TONS PARA CHINA.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje a venda de 297.500 toneladas de soja para China no ano comercial 2010/11, que começou em 1º de setembro. Exportadores norte-americanos devem comunicar ao USDA 100 mil toneladas ou mais vendidas em um único dia para um mesmo destino até o próximo dia útil.

TRIGO: USDA COMUNICA VENDA DE 100 MIL TONS PARA IRAQUE.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje a venda de 100 mil toneladas de trigo duro vermelho de inverno para o Iraque no ano comercial 2010/11, que começou em 1º de junho. Exportadores norte-americanos devem comunicar 100 mil toneladas ou mais vendidas em um único dia para um mesmo destino até o próximo dia útil.

MILHO/CHINA: EXPORTAÇÃO EM SETEMBRO SOBE 68%.
As exportações de milho da China em setembro subiram 68% frente igual período de 2009, para 5.764 toneladas, mas ficaram 36% abaixo do volume apurado em agosto, mostraram dados divulgados hoje pela Administração Geral Alfandegária. Entre janeiro e setembro, o país exportou 107.405 toneladas, alta de 24,6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

GRÃOS: COLHEITA DE SOJA E MILHO ESTÁ AVANÇADA.

A colheita das safras de soja e milho está mais da metade concluída, após os produtores terem feito grandes avanços na semana passada, de acordo com o relatório de acompanhamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado ontem.
O governo confirmou expectativas de que a colheita progrediu na última semana devido ao clima seco. O processo deve continuar em ritmo rápido nesta semana, à medida que as condições devem permanecer favoráveis.
Na semana passada, os produtores aceleraram o plantio de trigo de inverno acima do ritmo normal, mas o desenvolvimento da safra continua ligeiramente abaixo da média, informou o USDA.
Milho
O departamento informou que 51% da safra de milho foi colhida até domingo (dia 10), acima de 37% uma semana antes e da média de 30% para esta época do ano. Traders previam um porcentual entre 50% e 55%.
"A Mãe Natureza parece estar nos dando outro período de 10 a 14 dias de clima quase ideal, o que deve permitir que a maioria das áreas do país esteja [com a colheita] praticamente concluída até entrarmos no novo mês", disse Jon Michalscheck, analista da Benson Quinn Commodities. "O cinturão leste parece ser capaz de concluir a maior parte da colheita até o final desta [semana] ou certamente na próxima."De acordo com o USDA, 87% das lavouras foram colhidas em Illinois, acima da média de 42%. A colheita chegou a 80% em Indiana, enquanto a média é de 27%, de acordo com o USDA. Um clima seco e o plantio antecipado ajudaram os produtores a colher as safras bem mais cedo que o normal. O processo está adiantada no oeste do cinturão produtor, mas não tão avançada quanto nas áreas do leste devido às chuvas. Em Iowa, 40% da safra foi colhida até domingo, mais que a média de 17% para este período do ano.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho atingiram o maior nível em dois anos na terça-feira, motivadas por contínuas preocupações com a chocante redução na estimativa de produção do USDA. Temores sobre uma produtividade menor que a esperada eliminam a pressão que a colheita avançada exerce sobre os preços, afirmou Jerry Gidel, analista da North America Risk Management Services.
Soja
O relatório mostrou que a colheita de soja estava 67% concluída até domingo, ante 37% na última semana e média de 48% em cinco anos. Traders esperavam uma evolução de 60% a 65%. Iowa colheu 80% da safra, acima da média de 61%. A colheita chegou a 79% em Indiana, mais que a média de 41%.
Os dados podem ser ligeiramente negativos para os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, disse Gidel. Contudo, participantes do mercado est]ao mudando o foco para demanda e se desligando dos números de produção, segundo ele. A forte demanda por soja norte-americana, particularmente da China, e uma perspectiva de oferta mais apertada puxaram os preços do grão para os níveis mais altos em 14 meses nesta semana.
Trigo
O USDA informou que 70% da safra de inverno foi plantada até domingo, acima de 53% na semana passada e da média de 68%. O cultivo evolui em ritmo normal, após a seca em partes do Meio-Oeste e das planícies ter provocado atrasos nas últimas semanas. Ainda assim, as principais áreas de plantio precisam de chuvas para ajudar a safra a começar bem, segundo analistas.
Em âmbito nacional, 38% da safra de inverno emergiu, ligeiramente abaixo da média de 39%, segundo o USDA. No Kansas, principal Estado produtor do país, o plantio estava 71% concluído até domingo, ante média de 72%, e 31% da safra havia emergido, abaixo da média de 38%.
O progresso do cultivo "distanciou algumas das preocupações, mas nós continuamos precisando de mais umidade para ajudar a safra a emergir", afirmou o analista da North America Risk Management Services.

SOJA: CHINA DEVE IMPORTAR 4,15 MILHÕES DE TONS EM OUTUBRO.

As importações de soja da China em outubro devem alcançar 4,15 milhões de toneladas, acima 3,3 milhões de toneladas previstas duas semanas atrás, informou hoje o Ministério de Comércio do país. Se concretizado, o volume ficará 10,6% abaixo do registrado em setembro, mas será 65% maior em relação ao mesmo intervalo de 2009, segundo dados alfandegários disponibilizados nesta quarta-feira.
A estimativa, divulgada no site do ministério, se baseia nos relatos de importadores entre 16 e 30 de setembro de 2010. A projeção é normalmente inferior ao número real, já que não inclui todos os carregamentos. O governo divulga as previsões duas vezes por mês.

IMPORTAÇÃO EM SETEMBRO CAI 2,7%.
As importações de soja da China em setembro recuaram 2,7% em relação ao mês anterior, para 4,64 milhões de toneladas, mas subiram 69% frente ao volume adquirido no mesmo intervalo de 2009, segundo a Administração Geral Alfandegária.
No acumulado de janeiro até setembro de 2010, o país importou 40,16 milhões de toneladas, alta de 24,1% ante igual período do ano passado, de acordo com dados divulgados hoje pelo órgão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SOJA ESTENDE GANHOS DE SEXTA-FEIRA.

O mercado de soja registrou valorização pela terceira sessão consecutiva na Bolsa de Chicago com suporte do comportamento do milho e com a continuidade das compras após a divulgação dos dados de safra do governo americano na sexta-feira. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em novembro subiu 17,50 cents ou 1,54% e fechou a US$ 11,5250/bushel. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 6 mil lotes hoje.
Segundo o analista Bill Nelson, da corretora Doane Advisory Service, o mercado acompanhou o milho com objetivo de manter a relação de spread, enquanto os traders observam os dois mercados para não perder área plantada em 2011.
Indicadores de oferta global mais apertada, com a redução da estimativa de produção e estoques dos Estados Unidos pelo relatório do Departamento de Agricultura (USDA) justificaram os avanços e seu prolongamento depois que os preços atingiram o limite de alta diário na sexta-feira. Nelson explicou que o cenário de oferta mais limitada dá destaque à produção da América do Sul, de modo que a seca em importantes áreas do Brasil também incentiva os traders a embutir algum prêmio de risco nas cotações.
De acordo com o analista, uma ampla produção na América do Sul será levada em conta, já que a elevação dos preços em Chicago não desencorajou o aumento das necessidades de importação da China em relação ao ano passado. Os chineses são os maiores importadores mundiais de soja e o principal mercado dos Estados Unidos.
No entanto, a soja terminou o pregão fora das máximas, na medida me que traders ajustaram posições no final. Traders embolsaram lucros quando o milho limitou seu avanço.

MILHO FECHA COM ALTA DE 5,2%, MÁXIMA EM DOIS ANOS.
As cotações do milho voltaram a subir com força hoje na Bolsa de Chicago (CBOT), estabelecendo novas máximas em dois anos, em meio a preocupações com a oferta. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em dezembro saltou 27,50 cents ou 5,21% e fechou a US$ 5,5575/bushel. A máxima da sessão foi a US$ 5,71/bushel, maior marca desde 26 de setembro de 2008, quando registrou US$ 5,86/bushel.
Traders disseram que o mercado está buscando um nível de preço em que a demanda comece a cair, o que seria necessário para evitar uma crise de suprimento. Os preços dispararam 30 cents na sexta-feira, com a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicando expectativa de oferta menor do que se esperava. Hoje, prolongaram esse movimento.
Os futuros chegaram a operar no limite de alta expandido de 45 cents, no pregão eletrônico, mas não alcançaram este nível durante a sessão e terminaram o dia perto das mínimas. Eles foram contidos por realização de lucros e algumas vendas de produtores, segundo traders."Acho que a desvalorização ao longo do dia foi um reconhecimento de que a colheita está ativa", disse o analista e corretor independente Dave Marshall. Amanhã, o limite de variação volta a ser de 30 cents.

SOJA: PLANTIO NO BRASIL ATINGE 3%.

O plantio de soja no Brasil atingia na sexta-feira (8) 3% da área estimada, ante 7% em igual período do ano passado, diz a Céleres em informativo divulgado hoje. Na comparação com as últimas cinco safras, porém, não há atraso, já que a média é de 3%. "Na semana passada, a evolução das vendas continuou a passos lentos na média nacional, com a estimativa de comercialização da safra velha em 92% (94% no ano passado) e, para a nova safra, acredita-se que 20% da produção já tenha algum compromisso de venda - menos de ¼ da produção projetada para 2010/11", diz a Céleres.

PLANTIO DA PRIMEIRA SAFRA MILHO ATINGE 20%.
O plantio de milho verão atinge nesta semana 20,3% da área prevista, diz a Céleres em informativo semanal. Conforme o levantamento da consultoria mineira, os trabalhos estão mais adiantados no Rio Grande do Sul, onde 49% das lavouras já foram implantadas, resultado 5,9 pontos percentuais acima do registrado em igual período do ano passado. No Paraná, o plantio representa 40% da área projetada para esta primeira safra, 16 pontos percentuais acima da semana anterior.
Clima - O avanço da semeadura do milho é atestado pela Somar Meteorologia que, em boletim hoje, destaca que as chuvas dos últimos dias não atrapalharam os trabalhos no Sul e no Sudeste. "No Rio Grande do Sul as boas condições meteorológicas fizeram com que os produtores avançassem no plantio. Com isso, o porcentual de área plantada se encontra dentro da média histórica, com 50% das áreas já semeadas", diz Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Somar. No Paraná o plantio atinge 40% da área.
"Em Mato Grosso do Sul, a situação é bem semelhante à do Paraná, com 38% das áreas já semeadas e lavouras em boas condições fitossanitárias." Em São Paulo e Minas Gerais a situação é um pouco diferente, principalmente na região mais ao norte mineiro, já que nessa região as chuvas estão mais atrasadas. O porcentual, segundo a Somar, é de 42% em São Paulo e 35% em Minas Gerais. Para os próximos oito dias a previsão é de chuva nas regiões produtoras de milho, com volumes de até 30 mm. Para 21 a 25 são esperadas chuvas mais expressivas sobre os estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste e norte do Paraná.

MT/FALTA DE CHUVA PODE ATRASAR AINDA MAIS O PLANTIO.

O atraso no plantio da safra de soja 2010/11 em Mato Grosso deve se intensificar, pois não há previsão de chuvas acima de 4 mm para os próximos 15 dias. A informação consta do boletim semanal sobre a soja do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que leva em conta as previsões climáticas da Somar Meteorologia.
Segundo o Imea, duas semanas após o início do plantio a situação é preocupante, por causa da irregularidade das chuvas, em pequenos volumes e apenas em regiões pontuais. O Imea alerta que o atraso do plantio da soja afetará a tomada de decisão dos agricultores em relação às áreas de milho safrinha e de algodão.
O levantamento divulgado pelo Imea na sexta-feira mostra que até a semana passada foram cultivados 106 mil hectares de soja em Mato Grosso, que corresponde a 1,7% da área estimada. No mesmo período do ano passado, 14% da área de soja estava semeada em Mato Grosso, o que correspondia a 847 mil hectares. Dois dos maiores polos produtores, Lucas do Rio Verde e Sapezal, que estavam com 30% e 25% da área semeada no mesmo período de 2009, estão nesta safra com 3% e 6%, respectivamente.
Avanço - Em Sorriso, maior produtor brasileiro de soja e milho, o plantio da oleaginosa avançou de sexta-feira até hoje, segundo o presidente do sindicato rural do município, Elso Vicente Pozobon. Ele afirmou que choveu bem nos últimos três dias em alguns bolsões de Sorriso e os agricultores aproveitaram para acelerar o plantio.
O levantamento divulgado na sexta-feira pelo Imea mostrou que em Sorriso o plantio da soja havia atingido 12 mil hectares, que representam 2% da área de 600 mil hectares. Em igual período do ano passado já estavam plantados 150 mil hectares (25%). Com o avanço nos últimos três dias, Pozobon acredita que o plantio atingiu 6% da área (36 mil hectares) estimada para esta safra.

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