sexta-feira, 8 de abril de 2011

SOJA FECHA EM ALTA POR PREOCUPAÇÃO COM DEMANDA E QUEDA DO DÓLAR

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago ignoraram o relatório sobre os estoques finais norte-americanos divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e fecharam em alta hoje, sustentados pela preocupação com a forte demanda. O contrato maio subiu 28,75 centavos, ou 2,11%, e fechou a US$ 13,9225 por bushel.
As cotações encontraram sustentação na decisão de traders de desfazer operações de spread feitas depois do relatório de estoques de 1o de março, em que estavam comprados em milho e vendidos em soja. A fraqueza do dólar e a alta do petróleo também atraíram compras de investidores.
Prêmios no mercado à vista do Brasil mais firmes também deram suporte, mas o mercado não conseguiu se aproximar das máximas recentes já que traders consideram que a oferta sul-americana vai aliviar o aperto da oferta norte-americana.
Em seu relatório mensal, o USDA deixou inalterada sua projeção para os estoques finais de soja dos EUA, surpreendendo traders que esperavam uma queda. Segundo eles, isso indica que os estoques estão tão baixos que o órgão está relutante em fazer mais cortes.
Os preços precisam se manter altos para encorajar os produtores a plantarem soja em vez de milho, para reabastecer os estoques, disseram analistas. "As pessoas estão começando a entender que 3,8 milhões de toneladas não é de jeito nenhum confortável", disse Jim Gerlach, presidente da A/C Trading.
Os produtos derivados também avançaram, sendo que o óleo de soja saltou para a máxima de oito semanas com suporte dos ganhos no petróleo. O petróleo influencia o óleo de soja porque este é usado na produção de combustíveis renováveis. O contrato maio do óleo ganhou 145 pontos, ou 2,49%, para terminar cotado a 59,77 centavos por libra-peso.
O farelo acompanhou a soja, em uma recuperação das recentes quedas. O vencimento maio subiu US$ 6,30, ou 1,80%, a US$ 357,20 por tonelada.

MILHO VOLTA A ACOMPANHAR FORTE DEMANDA E FECHA EM ALTA
Os preços futuros do milho subiram hoje na CBOT. Traders desconsideraram os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados hoje e que mantiveram a estimativa de estoques finais, e voltaram a prestar atenção na forte demanda. O contrato com vencimento em maio avançou 9,0 cents ou 1,19% e fechou a US$ 7,68/bushel.
Participantes do mercado esperavam que a estimativa de oferta, já prevista como a menor em 15 anos, fosse ainda inferior. O USDA surpreendeu os traders ao manter suas estimativas de março. Os preços subiram porque traders disseram que as previsões indicam que os estoques estão tão baixos que o USDA relutou em reduzir ainda mais sua estimativa.
"Você tem uma quantidade mínima de estoques", comentou o analista Bill Gentry, da corretora Risk Management Commodities. O relatório trimestral de estoques do USDA, divulgado na semana passada com a avaliação dos estoques em 1º de março, indicou que a demanda é mais forte do que se imaginava. Nesta semana, os preços atingiram níveis históricos, acima de US$ 7,70/bushel, por causa da forte demanda, especialmente para produção de etanol e rações.
Analistas disseram, portanto, que os preços precisam subir mais para conter a demanda. "Não racionamos a demanda ainda. Isso é um pouco desanimador", comentou Gentry. Traders notaram que a alta do petróleo e a queda do dólar deram suporte ao mercado.

SOJA/EUA: USDA REDUZ EXPORTAÇÃO E MANTÉM ESTOQUE FINAL.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve pela segunda vez consecutiva a projeção dos estoques finais de soja do país na temporada 2010/11 em 3,8 milhões de toneladas no relatório mensal de oferta e demanda, divulgado nesta sexta-feira. A estimativa da produção no ciclo 2010/11 também ficou inalterada em 390,6 mi de toneladas.
Já a projeção das exportações neste ano comercial foi ajustada para 43 mi de tons, acima dos 43,28 mi de tons previstos em março.
A expectativa com relação ao esmagamento de soja no período caiu de 45,05 mi de tons para 44,9 mi de tons.

MILHO/EUA: USDA NOVAMENTE MANTÉM PROJEÇÃO DE ESTOQUE FINAL 10/11
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mais uma vez manteve a estimativa dos estoques finais de milho do país na temporada 2010/11 em 17,14 milhões de toneladas no relatório mensal de oferta e demanda divulgado nesta sexta-feira.
As demais estimativas também não foram modificadas, com exceção do intervalo de preços médios pagos ao produtor, cujos piso e teto foram alterados, e da demanda por parte de fabricantes de etanol, que foi ajustada de 125,73 mi de tons para 127 mi de tons.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

TERREMOTO NO JAPÃO RENOVA PREOCUPAÇÕES COM DEMANDA; SOJA CAI.

Os futuros da soja fecharam em queda hoje na bolsa de Chicago devolvendo os ganhos iniciais após as notícias de mais um terremoto no Japão. O contrato maio, mais negociado, caiu 13 centavos, ou 0,94%, e fechou cotado a US$ 13,6350 por bushel.
De acordo com analistas, o terremoto de magnitude 7,1 reacendeu as preocupações sobre os possíveis efeitos dos desastres que afetaram o país asiático sobre a economia e a demanda pela commodity. No começo do mês passado algumas regiões do Japão foram destruídas por um terremoto seguido de tsunami.
Os traders também aproveitaram o dia para se posicionar antes do relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará na sexta-feira. Isso deu uma sustentação inicial ao mercado, mas os traders estão estimando apenas pequenas reduções nos estoques finais da soja nos EUA.
Em março, o USDA estimou os estoques no final da temporada 2010/11 em 140 milhões de bushels, e a média dos 18 analistas entrevistados pela Dow Jones aponta para uma revisão para 137 milhões.
Os participantes do mercado não estariam tão preocupados com isso porque a América do Sul está colhendo uma boa safra, o que ajudará a reabastecer os estoques globais. A demanda pela soja também diminuiu uma vez que a China, maior importador mundial, reduziu suas aquisições.
Os produtos derivados também fecharam em queda, em linha com as perdas na soja devido aos temores em relação à demanda. O contrato maio do óleo de soja perdeu 46 pontos, ou 0,8%, para fechar a 58,32 centavos por libra-peso. O mesmo vencimento farelo recuou US$ 4,70, ou 1,32%, para US$ 350,90 a tonelada.

MILHO FECHA EM BAIXA APÓS REGISTRAR PREÇO RECORDE
Os preços futuros do milho recuaram nesta sexta-feira na CBOT pressionados depois de terem alcançado máximas recorde. Entretanto, preocupações com a forte demanda que está drenando os estoques ainda persistem e dão suporte às cotações, antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Posição mais líquida, o contrato maio cedeu 4,0 cents ou 0,52% e terminou a US$ 7,59/bushel.
Durante a noite, no pregão eletrônico, o mercado registrou máxima histórica de US$ 7,7325/bushel. Os futuros na CBOT mais do que dobraram desde o verão do Hemisfério Norte, com forte demanda dos compradores no exterior e com firme demanda doméstica para produção de etanol e de rações.
Traders esperam que o USDA vá reduzir sua estimativa de estoques finais no relatório mensal que será divulgado amanhã. Na quinta-feira passada, o USDA surpreendeu o mercado quando avaliou os estoques de 1º de março em volume menor do que o esperado. Isso provocou um rali e impulsionou os preços para as máximas históricas.
"Houve um temor generalizado de vender antes do relatório, especialmente depois do que aconteceu uma semana atrás", explicou o analista Chad Henderson, da corretora Prime Agricultural Consultants.
De acordo com levantamento da agência Dow Jones junto a 18 analistas, o USDA vai estimar os estoques de milho no menor nível em 15 anos, em média de 595 milhões de bushels, no fim do ano comercial. Se confirmada, essa previsão representa queda de 11,9% em relação à projeção que o USDA divulgou no mês passado, de 675 milhões de bushels.

CÂMBIO/AMPLIADO IOF DE 6% SOBRE CAPTAÇÕES EXTERNAS

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a ampliação da cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos de bancos e empresas brasileiras no exterior com prazos inferiores a 720 dias. Na semana passada, o governo havia tornado a cobrança obrigatória para as operações inferiores a 360 dias. “O objetivo é reduzir o ingresso de dólares no País e evitar uma valorização excessiva do real”, afirmou Mantega. Segundo ele, a medida vale para os empréstimos tomados a partir de hoje 07/4.
Empresas e bancos que tomarem crédito a prazos mais longos, por exemplo, de dois anos e meio ou três anos, não pagarão IOF. “Essa medida é para desencorajar a tomada de crédito no exterior a prazos mais curtos. Hoje as empresas que tomam para investimentos tomam a prazos mais longos e queremos atingir principalmente as empresas que fazem arbitragem”, completou.

REDUZIR FLUXO DE CAPITAL E OFERTA DE CRÉDITO
O ministro Guido Mantega, afirmou que a alteração no prazo para cobrança de IOF em empréstimos externos visa a reduzir o fluxo de capital para o Brasil e a oferta de crédito no mercado doméstico com recursos captados no exterior. Segundo Mantega, “esta porta de entrada acaba neutralizando as medidas”, que vêm sendo adotadas pelo Banco Central para conter o crédito no Brasil.
Para Mantega, o problema é a oferta excessiva de crédito no mercado mundial por causa da política expansionista dos Estados Unidos e da União Europeia. “Tem excesso de liquidez no mercado mundial. Isso ajuda a valorização excessiva do real”, afirmou.
O ministro disse ainda que a valorização do real, em parte, é inevitável porque a economia brasileira está mais saudável que outras economias.
“É um atrativo e uma segurança”, disse, se referindo à posição do Brasil. Ele lembrou que o País recebeu uma melhora na classificação de rating pela agência Fitch. “Tivemos melhoria no nosso rating e isso reforça o interesse pelo Brasil”, disse.

CÂMBIO É FLUTUANTE E CONTINUARÁ A FLUTUAR
O governo não trabalha com um patamar ideal de câmbio, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o câmbio é flutuante e “continuará a flutuar”. O ministro reconheceu, no entanto, que a valorização do real prejudica as empresas exportadoras brasileiras, que perdem competitividade em relação aos preços praticados por firmas de outros países.
“Sabemos que existem países que estão se aproveitando dessa situação do câmbio e queremos evitar a chamada guerra cambial”, afirmou Mantega. “Tomaremos medidas para evitar que as empresas brasileiras sofram com essa modalidade de manipulação cambial”, completou.
O ministro, porém, rechaçou novamente a possibilidade de taxação de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), embora exista a possibilidade de parte desses recursos estarem sendo direcionados a operações de arbitragem, ao invés de investimentos. “Não estamos taxando com IOF os ingressos de IED, mas é claro que se verificarmos que há arbitragem com esses recursos, poderemos estudar medida, mas não se cogita isso por enquanto”, disse Mantega.
O ministro também descartou a utilização de Recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para agir no mercado via derivativos. Segundo ele, também, o Banco Central tem atuado suficientemente no mercado de câmbio para conter a valorização do real. “O FSB foi preparado para adquirir dólares e não para atuar em mercado de derivativos”, afirmou. “Por enquanto o BC está comprando dólares e não há necessidade de usar FSB agora. Se houver, ocorrerá”, concluiu.

MEDIDA NÃO CONSIDEROU ALTA DE JURO NA PRÓXIMA REUNIÃO/COPOM
Guido Mantega, afirmou que a decisão de estender o IOF de 6% para empréstimos externos até 720 dias não levou em consideração a possibilidade de alta de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo ele, a medida foi feita diante das condições atuais da economia. "Não trabalhamos com previsão de alta de juros (para tomar a medida)", disse
Mantega acrescentando: "Não sabemos e não queremos saber", disse ele sobre a próxima decisão do Copom. Segundo o ministro, quando o Banco Central toma a decisão sobre juros ele olha para a inflação e não para o câmbio. "Não sei o que vai acontecer, o BC tem que olhar para a inflação e nós olhamos para o câmbio", reforçou.
Ele admitiu, no entanto, que os juros mais altos podem atrair um pouco mais de capital externo para o país. Mantega defendeu a política de enfrentamento do fluxo elevado de dólares para o Brasil. Ele disse que se não fossem as medidas tomadas pelo governo, o dólar estaria hoje valendo R$ 1,50 ou até mesmo menos do que esse valor.
O ministro lembrou que quando assumiu o cargo de ministro da Fazenda, ainda no governo Lula, o dólar estava valendo R$ 1,70 e, de lá para cá, aconteceram muitas coisas, inclusive com a política de acumulação de reservas internacionais que, segundo ele, foi uma medida muito importante para o país.
Mantega lembrou que em outubro de 2009 o governo elevou o IOF para o capital externo e, desde então, tomou uma sequência de medidas cambiais. "Pela evolução do câmbio, podemos dizer que tivemos sucesso. Ele acredita que o real manteve uma volatilidade menor desde que o governo começou a tomar as medidas e acrescentou que uma certa valorização "é inevitável porque o país é outro". Ele também avaliou que um aumento do IOF para empréstimos externos não vai afetar as operações de crédito comercial.
A uma pergunta sobre se o aumento do IOF não ia encarecer o custo das operações de hedge de comércio exterior, inclusive do Banco do Brasil, Mantega respondeu: "Basta fazer o crédito acima de dois anos", disse. Segundo ele, a medida estimula que as empresas peguem empréstimos de prazo mais longo e desestimula aquelas que captam no exterior no curto prazo para especular no mercado financeiro com ganho em cima da arbitragem de juros. São essas operações que, segundo ele, o governo quer desestimular.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SOJA: Comerciantes liquidam posições em sessão pré USDA.

Os futuros da soja conseguiram se recuperar das perdas anteriores e fecharam hoje em alta na bolsa de Chicago, uma vez que traders recompraram posições vendidas recentes. O contrato maio, mais negociado, subiu 3,25 centavos, ou 0,24%, para fechar cotado a US$ 13,7650 por bushel.
O mercado estava sobrevendido após três dias de pressão de vendas, isso em um momento em que enfrenta a perspectiva de estoques apertados no final da temporada norte-americana.
Os ganhos foram limitados pela desaceleração sazonal da demanda e pela sensação geral no mercado de que a produção da América do Sul vai aliviar o aperto da oferta de soja dos EUA.
Entre os produtos derivados, o farelo de soja também se recuperou das perdas recentes, em linha com a soja. A sustentação se deu porque traders cobriram posições vendidas e spreads entre posições compradas do óleo de soja e vendidas do farelo, segundo analistas.
Os mercados carecem de novas notícias para direcionar os preços, e traders aproveitam a oportunidade para equilibrar posições antes de qualquer possível risco no relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na sexta-feira.
O vencimento maio do farelo subiu US$ 2, ou 0,57%, para US$ 355,60 por tonelada. O maio do óleo caiu 7 pontos, e fechou a 58,78 centavos por libra-peso.

MILHO: CHICAGO FECHA EM BAIXA PRESSIONADA POR REALIZAÇÃO DE LUCROS
Os preços internacionais do milho caíram hoje na Bolsa de Chicago pressionados por realização de lucros depois que o mercado registrou níveis recorde ontem. Comerciantes também desfizeram operações de spread em que haviam comprado milho e vendido soja, que terminou em leve alta. Os contratos mais negociados de milho, com vencimento em maio, recuaram 3,75 cents ou 0,49% e fecharam a US$ 7,63/bushel.
O mercado estava um pouco sobrecomprado, segundo analistas, depois de saltar quase 16% ao longo das últimas quatro sessões. "Depois de uma grande corrida dos preços para máximas históricas, o mercado encontrou dificuldades, um sinal de que os futuros alcançaram um nível legítimo que vai limitar o consumo dos estoques apertados. Analistas avaliam que a realização de lucros foi o principal fator de pressão, pois não há grandes novidades neste momento, a não ser duas vendas para destinos desconhecidos, informadas nesta semana. De qualquer forma, traders aproveitaram a oportunidade para reduzir sua exposição ao risco antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que sai na sexta-feira.
Analistas da indústria acreediram que o USDA reduzirá sua expectativa para os estoques finais de milho, mas projeções do mercado estão indicando números adequados para satisfazer o consumo, de acordo com Karl Setzer, analista da MaxYield Cooperative.

CONAB: SAFRA DE SOJA DEVE SER 72,2 MI DE TONS (+5%)

O bom comportamento das chuvas contribuem para mais uma produção recorde de soja, conforme avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu sétimo levantamento sobre a safra 2010/11, anunciado hoje. A pesquisa realizada na segunda quinzena de março indica produção de 72,23 milhões de toneladas de soja. Este volume é 5%, ou 3,54 milhões de t, superior à safra 2009/10.
Segundo os técnicos da Conab, na Região Centro-Oeste, maior produtora da oleaginosa, a colheita avança para fase final. Em Mato Grosso, cerca de 90% da área já havia sido colhida em 31 de março. Os técnicos observam que os trabalhos avançam, apesar das chuvas de fevereiro e março, principalmente em parte da região oeste do Estado, que provocaram transtornos na colheita e perdas na qualidade do produto.
Em Goiás, a colheita alcança 75%, com as lavouras de ciclo precoce obtendo excelente produtividade, entre 3.250 e 3.380 quilos por hectare. "No entanto, as variedades de ciclo tardio, por causa do excesso de chuvas que vem ocorrendo, deverão ter produtividade inferior às expectativas iniciais", comentam os técnicos.
Nas Regiões Sul e Sudeste, mesmo com os baixos índices pluviométricos, sobretudo na metade sul do Rio Grande do Sul, as chuvas foram bem distribuídas e favoreceram as lavouras. Nas regiões das Missões e Alto Uruguai, "o desempenho da cultura foi excelente, por causa da ocorrência de chuvas dentro da normalidade e o uso de tecnologia por parte dos produtores", informa a Conab. Nestas regiões a produtividade se sobressai sobre a média do Estado que deverá ser de 2.609 kg/ha. No Estado, já foi colhido 30% da área semeada.
No Paraná, a colheita avançou mais rapidamente nas duas últimas semanas, em virtude da redução do volume das chuvas, atingindo 80%. A produtividade é recorde e está estimada em 3.270 quilos por hectare, já considerando a área de soja safrinha (semeada logo após a própria soja).
As áreas de produção da Região Nordeste - sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia, com inclusão do Estado do Tocantins (região norte), conhecida como Matopiba, as lavouras estão em fase de maturação, e pequena parcela já foi colhida (15% em média). Nessa área, as chuvas estão ocorrendo com frequência, beneficiando a produtividade da soja que poderá superar os 3.000 kg/ha.

terça-feira, 5 de abril de 2011

SOJA: EUA PRECISA AUMENTAR PRODUTIVIDADE PARA ATENDER EXPORTAÇÃO

Maior exportador de soja do mundo, os Estados Unidos poderão ter de reduzir as vendas externas na safra 2011/12 se a produtividade no campo não superar os índices dos últimos anos, de acordo com analistas consultados pela Agência Estado. Com baixos estoques de passagem e área 1% menor, o país precisa produzir mais por hectare para atender à demanda crescente pelo grão. Mas se não contar com clima favorável, pode ter de recorrer a uma elevação de preços como forma de desestimular a demanda. "Possivelmente os EUA terão que exportar menos porque a parte mais elástica da demanda é a exportação. E a única maneira de fazer isso é elevando os preços", avalia Vinicius Ito, analista da corretora Newedge.
Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a área a ser cultivada com soja no país em 76,6 milhões de acres (30,99 milhões de hectares), 1% abaixo do que foi semeado em 2010/11. Ainda que essa seja a terceira maior área da história, a demanda é bastante aquecida e os estoques de passagem estimados em 140 milhões de bushels (3,8 milhões de toneladas) são considerados muito baixos, equivalentes a 15 dias de consumo.
Segundo Ito, o uso de soja para produção de óleo e ração destinados ao mercado interno também deve cair, só que em menor proporção, porque se trata de uma demanda relativamente estável. Mas nesse caso também o preço determinará até onde irá a demanda por parte de pecuaristas. Hoje, a soja é negociada na bolsa de Chicago próxima dos US$ 14 por bushel.
Nas contas de Ricardo Lorenzet, da XP Agro, a produtividade das lavouras norte-americanas precisaria ficar 1 bushel por acre acima do recorde de 44 bushels registrado em 2009/10 para evitar uma situação de oferta apertada no final de 2011/12. Isso se a demanda total se mantiver estável e não houver contratempos climáticos. Na safra 2010/11, que termina em agosto, a produtividade registrada foi de 43,5 bushels por acre, com uma produção de 3,329 bilhões de bushels (90,6 milhões de t).
"Ficou mais claro que os EUA precisam produzir muito bem e a demanda não pode crescer", diz Lorenzet. Para ele, a vulnerabilidade ao clima se agrava no próximo ciclo. Como Ito, também espera preços mais elevados. "Considerando a possibilidade de não ter uma boa produtividade, o mercado vai trabalhar no pico da safra acima dos US$ 15, em torno de US$ 15,50", disse Lorenzet.
Ele lembra que os estoques finais de soja em 2010/11 nos EUA, estimados atualmente em 140 milhões de bushels, correspondem a 4,2% da demanda total do grão norte-americano. Com a área estimada atualmente pelo USDA e considerando a mesma produtividade da temporada passada, em 2011/12 a produção deve recuar para 3,297 bilhões de bushels (89,7 milhões de t). Se a demanda total, tanto externa quanto interna, se mantiver estável em 3,35 bilhões de bushels (91,1 milhões de t), os estoques finais americanos recuam para 82 milhões de bushels (2,23 milhões de t) e a relação estoque/consumo cai para 2,4%.
Mas se a produtividade cair para 42 bushels, por exemplo, a produção atingiria 3,184 bilhões de bushels (86,6 milhões de t) e os estoques finais ficariam negativos em 31 milhões de bushels (843,7 mil t), com a relação estoque/consumo em -0,94%, considerando a mesma demanda. Como não existem estoques negativos, o quadro é de déficit de abastecimento.
Ito lembra que a última vez que os EUA enfrentaram níveis críticos foi na temporada 2003/04, quando houve quebra de safra e o país ficou com estoques finais de 112 milhões de bushels. Naquele ano a demanda foi racionada através da alta dos preços, que basicamente dobraram e atingiram o nível de US$ 10,60 por bushel. Segundo o analista da Newedge, um nível de estoques considerado mais confortável seria de 200 milhões de bushels, ou cerca de 22 dias de consumo.
USDA - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na próxima sexta-feira seu relatório mensal de oferta e demanda mundiais. E no dia 11 de maio deve ser anunciada a primeira estimativa de produção para a nova safra. Segundo os analistas, o órgão do governo deve alterar suas projeções, seja de produtividade, de demanda ou de estoques.
"Ou coloca a produtividade para cima, ou reduz a demanda. Senão, vai ter que projetar estoques muito baixos. É um cobertor curto, não tem para que lado ir", diz Lorenzet. Já Ito acredita que o USDA adotará uma posição cautelosa e dificilmente fará alterações na demanda. No entanto, mudará aos poucos o tamanho dos estoques para evitar um choque no mercado, diz.
Brasil - Essa situação pode favorecer o Brasil de duas maneiras, avalia Daniele Siqueira, analista da AgRural. A alta de preços garantiria maior rentabilidade ao produtor nacional, uma vez que as negociações no País são atreladas às cotações de Chicago. Além disso, uma menor oferta nos Estados Unidos incentivaria o plantio na safra 2011/12 do Brasil, plantada após a norte-americana.
"A China, principalmente, teria que tirar soja de algum lugar. E esse lugar seria o Brasil ou a Argentina; não tem outras opções. E caso haja um problema climático nos EUA, isso pode levar o Brasil a plantar mais na próxima safra, e a exportar mais", disse ela.

SOJA/IMEA PREVÊ PRODUTIVIDADE RECORDE, PRODUÇÃO DE 20,3 MI TONS

A produtividade das lavouras de soja em Mato Grosso deve atingir nesta safra o rendimento recorde de 3.174 quilos por hectare (52,9 sacas/hectare), superando os 3.148 quilos por hectare (52,5 sacas/hectare) registrados na safra 2007/08. A produtividade atual é 4,9% superior aos 3.026 quilos por hectare (50,4 sacas/hectare) estimados para a safra passada, prejudicada pelo excesso de chuvas e a consequente disseminação da ferrugem asiática.
Segundo o Imea, a produtividade aumentou em todas as regiões. Mesmo na região oeste, a mais afetada pelas chuvas que prejudicaram a colheita neste ano, a produtividade aumentou em 2,5 sacas por hectare. Na opinião dos analistas do Imea, o resultado do levantamento mostra que "os transtornos realmente vistos nessa região foram pontuais". Na região médio-norte a produtividade aumentou 3 sacas. O aumento na produtividade levou o Imea a elevar em 5,7% sua estimativa de produção, para 20,3 milhões de toneladas, ante as 19,247 milhões de toneladas projetadas em março. O crescimento em relação às 18,8 milhões de toneladas colhidas na safra passada é de 8,2%.
Disponível - Segundo o Imea, as cotações da soja tiveram forte variação ao longo da semana passada, em função da queda dos valores em dólar, o que provocou uma retração nos negócios. Os analistas do Imea comentam que houve algumas compras pouco significativas, "apenas cargas picadas, até porque os sojicultores já venderam 77% de toda a produção". Eles lembram que em Rondonópolis a cotação da soja em dezembro atingiu R$ 48,50/saca. "Hoje a realidade é bem diferente, o preço cotado durante a semana foi de R$ 41,30/saca.

CÉLERES ELEVA ESTIMATIVA DE SAFRA PARA 70,6 MI TONS
A consultoria Céleres elevou para 70,6 milhões de toneladas sua estimativa para a safra 2010/11 de soja do Brasil, ante 69,8 milhões de toneladas previstas em março. A alteração se deve a uma expectativa maior de produtividade média no País, estimada agora em 2.936 quilos por hectare, contra 2.917 anteriormente.
De acordo com o relatório da Céleres, as principais altas nas estimativas de produtividade foram feitas para os Estados de Mato Grosso (+100 kg/ha, para 3.150 quilos), Piauí (+50 kg/ha, para 2.900 quilos) e Tocantins (+10 kg/ha, para 2.910 quilos). Esses ajustes compensaram as perdas registradas em Mato Grosso do Sul (-50 kg/ha, para 2.870 quilos) e Minas Gerias (-120 kg/ha, para 2.880).
"No geral, tem-se observado que as expectativas iniciais de redução na produtividade média, em decorrência dos efeitos do fenômeno La Niña sobre as lavouras de soja, não estão se efetivando. Com isso, espera-se que nos próximos acompanhamentos de safra ainda apareçam novos indícios positivos do ponto de vista de rendimento médio", afirmou a Céleres no relatório.
A Céleres calcula que a colheita da soja atingiu até a sexta-feira passada 67% da área prevista para todo o Brasil em 24 milhões de hectares, um avanço na semana de 11%. O ritmo dos trabalhos, entretanto, ainda segue atrás do que foi registrado na mesma época da temporada passada, quando 74% da área havia sido colhida.
Em relação à comercialização, até a semana passada 59% da estimativa de produção já tinha sido negociada. O número ficou inalterado em relação à semana anterior, mas está bem acima dos 39% do mesmo período de 2009/10.
A consultoria AgRural também elevou sua estimativa para a produção de soja no Brasil, passando de 71,6 milhões de toneladas em março para 72 milhões de toneladas.

   Previsões para a safra 2010/11 de soja do Brasil  
  Entidade    Previsão atual 
                    Em milhões de toneladas  
  Conab           70,3 
  USDA            70,0 
  Céleres         70,6 
  Abiove          70,1 
  AgRural         72.
  Agroconsult  72,7

CBOT/MILHO PODE SUBIR PARA US$ 8/BU NOS PRÓXIMOS MESES

Os futuros do milho na Bolsa de Chicago podem subir para US$ 8/bushel nos próximos três meses devido à robusta demanda por ração animal e etanol em meio ao aperto da oferta, disse nesta terça-feira Colin O'Shea, diretor de commodities da Hermes Fund Managers Ltd..
Condições climáticas adversas nas áreas produtoras dos Estados Unidos também podem fornecer suporte aos preços do grão, segundo O'Shea. Se o clima úmido persistir, o plantio de milho pode ser afetado e alguns produtores podem mudar para o cultivo de soja, o que também beneficiaria as cotações, acrescentou ele.
Os lotes para entrega em julho atualmente são negociados na CBOT por cerca de US% 7,68/bushel.
A Hermes Fund Managers Ltd., que administra mais de US$ 2 bilhões em ativos para investidores institucionais, mantém uma visão favorável a respeito das commodities agrícolas, particularmente o milho e o petróleo, de acordo com O'Shea.
Muitos investidores estão alocando mais recursos para os mercados de commodities para diversificar e se proteger contra as pressões inflacionárias, explicou ele, sugerindo que alguns que antes destinavam entre 3% e 4% do portfólio para o setor devem ampliar tal porcentual para 10% a 15% neste ano.
Os futuros do petróleo na New Mercantile Exchange podem subir para US$ 150 o barril no próximo trimestre, se as tensões políticas no Oriente Médio e no norte da África aumentarem ou se a capacidade de produção da Arábia Saudita for negativamente afetada, disse O'Shea.

GRÃOS: JP MORGAN MANTÉM VISÃO ALTISTA SOBRE DEMANDA CHINESA EM 2011

O banco de investimento JP Morgan mantém uma visão altista sobre a demanda chinesa por grãos para ração animal importados, particularmente soja e milho, afirmou nesta terça-feira Jing Ulrich, diretora administrativa da Global Markets-China.
Ulrich, que participa da Commodities Week Asia, disse que a demanda por grãos para ração animal está crescendo, conforme mais pessoas na China mudam para uma dieta rica em proteína.
As importações de soja da China neste ano podem ser 20% maiores na comparação com 2010, informou ela. No ano passado, o país importou 55 milhões de toneladas, ante cerca de cinco milhões de toneladas em 1999.
A China também pode comprar do mercado internacional 5 milhões de toneladas de milho em 2011, acima de um a dois milhões de toneladas um ano antes. "Entre os dois, o milho tem melhor potencial para crescimento de preço", revelou Ulrich.
A alta do petróleo tornará o milho mais caro por ser utilizado na fabricação de etanol, acrescentou ela. A diretora, contudo, se recusou a fornecer uma projeção para os preços do grão.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CBOT/MILHO SOBE 3,3% E REGISTRA FECHAMENTO RECORDE

As cotações do milho subiram com força hoje na Bolsa de Chicago e o mercado registrou fechamento recorde, em meio a preocupações com a oferta. A expectativa de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduzirá a estimativa de estoques finais provocou um novo rali. Os contratos mais líquidos, com vencimento em maio, saltaram 24,25 cents ou 3,29%, para US$ 7,6025/bushel, maior fechamento já registrado.
O mercado chegou a desafiar a máxima histórica de junho de 2008, a US$ 7,65/bushel, mas recuou antes do fechamento. A máxima foi alcançada durante a forte alta das commodities observada naquele ano, que foi rapidamente interrompida pela crise financeira global.
Desde o verão do Hemisfério Norte, os preços futuros do milho mais do que dobraram, com forte demanda para exportação, produção recorde de etanol nos Estados Unidos e compras consistentes de criadores de animais no país. "Embora não pareça que o consumo de milho esteja desacelerando, é necessária uma desaceleração", comentou o economista agrícola Darrel Good, da Universidade de Illinois. Mesmo com a terceira maior safra de milho produzida nos Estados Unidos, os criadores de animais tiveram dificuldades para se abastecer com o suprimento.
A expectativa é de que os estoques de milho dos Estados Unidos serão os mais baixos em 15 anos no fim da temporada, com 17,145 milhões de toneladas em 31 de agosto. Espera-se, portanto, que o USDA sinalize queda das reservas no seu relatório mensal de oferta e demanda, que será divulgado na sexta-feira.
O analista Bryce Knorr, da revista Farm Futures, disse que o relatório de sexta-feira pode mostrar que os estoques finais dos Estados Unidos serão o equivalente a menos de quatro dias de demanda dos consumidores domésticos e internacionais. Ele estima que o USDA reduzirá sua projeção para os estoques para 13,335 milhões de toneladas. Os estoques finais registraram o menor nível histórico no ano-safra 1995/96, totalizando 10,8 milhões de tons. "A função do mercado será conter a demanda para o equilíbrio do ano", comentou o analista Charles Soule, da corretora Country Hedging.

MILHO/MT: IMEA REDUZ ESTIMATIVA DE ÁREA PARA 1,75 MI DE HECTARES.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), reduziu sua estimativa de área plantada de milho safrinha no Estado para 1,752 milhão de hectares, 10,1% (196 mil hectares) inferior aos 1,948 milhão de hectares cultivados na safra passada. As dificuldades enfrentadas pelos agricultores para concluir o plantio do milho dentro do período recomendado, por causa do atraso na colheita da soja devido ao excesso de chuvas, levou o Imea a rever a projeção de março, que era de cultivo de 1,8 milhão de hectares.
A estimativa do Imea é de produção de 7,564 milhões de toneladas do milho, volume 10,1% inferior as 8,414 milhões de toneladas produzidas na safra passada. Apesar dos riscos esperados para as lavouras semeadas a partir da segunda quinzena de março, o Imea manteve a projeção de produtividade em 72 sacas por hectare, mesmo rendimento registrado na safra passada.
A maior retração no plantio, em termos absolutos, ocorreu na região do médio-norte, que responde por 48% do cultivo com milho safrinha em Mato Grosso. Segundo o Imea, no médio-norte houve uma redução de 122,5 mil hectares (13%) na área de milho, que caiu para 841,5 mil hectares. Em termos relativos, a maior queda foi de 14% (menos 43 mil hectares), registrada na região oeste, que cultiva nesta safra 256,1 mil hectares. A região oeste foi a mais castigada pelo excesso de chuvas, que atrapalhou a logística de colheita e escoamento da soja, além de prejudicar o plantio do milho.
Os analistas do Imea observam que apesar da redução, a área plantada com milho safrinha em Mato Grosso será a segunda maior de sua história. "Resta saber se o Estado irá repetir a produtividade alcançada no ano passado para que, mesmo com a redução de sua área plantada, tenha a quarta maior produção histórica."
O aspecto positivo desta safra é a antecipação da comercialização do milho que acabou de ser plantado. Segundo o Imea, até o final do mês passado 31,7% das 7,564 milhões de toneladas já foram comercializados, nível que no ano passado só foi atingido a partir de julho e em 2009 somente em agosto.
Os analistas do Imea comentam que o mercado de milho disponível continua sem novidades e andando de lado. Os preços seguem nominais em todas as cidades. No município de Canarana, o preço do milho esteve cotado a R$ 19,40/saca ao longo da semana. Em Primavera do Leste, o preço do milho para compra esteve cotado a R$ 21,50/saca e o de venda a R$ 24,00/saca. Comparado ao mês de março do ano passado, o preço da saca de milho teve uma alta de 138%.

SOJA: DEMANDA ENFRAQUECE E MERCADO FECHA EM QUEDA

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em queda hoje, pressionados pelo avanço da colheita na América do Sul, o que estaria limitando a demanda global pela oleaginosa norte-americana.
O contrato maio, mais negociado, recuou 9,75 centavos, ou 0,7%, para fechar cotado a US$ 13,84 por bushel. O novembro, referente à safra nova, perdeu 0,25 centavo, para US$ 13,89.
"A preocupação com a desaceleração da demanda por exportação para a soja da safra antiga (dos EUA) pesou sobre os contratos mais próximos, particularmente com os persistentes rumores de que a China está se voltando para a América do Sul e também trocando a origem de algumas aquisições dos EUA para o Brasil", de acordo com a Doane Advisory Service.
Os vencimentos mais distantes, relativos à safra 2011/12, ficaram perto da estabilidade, com o suporte da contínua alta do milho, já que a oleaginosa tem que manter os preços atrativos para não perder área para o cereal.
Entre os produtos derivados, o farelo recuou em linha com a soja. O vencimento maio perdeu US$ 3,90, para fechar cotado a US$ 357 por tonelada.
Já o óleo de soja avançou, com a sustentação da alta do petróleo e do fortalecimento dos mercados mundiais de óleos vegetais, de acordo com analistas. O petróleo influencia o óleo de soja devido ao uso do grão na fabricação de combustíveis renováveis. O contrato maio subiu 20 pontos, para 58,88 centavos por libra-peso.

SOMAR: CHUVA DIMINUI EM ABRIL NO SUL/SUDESTE/CENTRO-OESTE.

O mês de abril começa com padrão climático típico de outono. A tendência é que as chuvas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil diminuam gradualmente no decorrer deste mês, avalia a Somar Meteorologia, em boletim semanal.
De acordo com a Somar, o avanço de uma nova frente fria volta a provocar chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste nesta semana, o que deve prejudicar ainda mais o processo de colheita da soja e retardar o início do corte e moagem da cana-de-açúcar em São Paulo. Já no Sul o tempo volta a se firmar com ligeiro declínio da temperatura, o que deve beneficiar a conclusão da colheita da soja no Rio Grande do Sul e no Paraná. "Isso representa um padrão típico do outono e que deve se prolongar pelo restante do mês", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
No decorrer da semana, a frente fria avança para o Nordeste e o tempo deve se firmar também em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, indicando redução de chuvas e predomínio de tempo seco para o restante do mês.
No Nordeste do Brasil, que atravessa seu período chuvoso ("inverno nordestino"), as águas permanecem mais concentradas no norte da região, favorecendo diretamente os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Já no interior da região as chuvas continuam muito irregulares e mal distribuídas.
A Somar observa, ainda, que a semana será chuvosa também em grande parte da Região Nordeste, com os maiores volumes concentrados no oeste da região, atingindo diretamente as áreas produtoras de soja e algodão da Bahia, Maranhão e Piauí.
A semana
A última semana de março foi de chuva no Sul do Brasil e tempo mais seco em Minas Gerais e na Bahia. Segundo a Somar, depois de um período chuvoso no início do mês, na última semana de março os volumes diminuíram em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e na Bahia.
Já no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a passagem de uma frente fria causou chuvas e temporariamente atrapalhou a colheita da soja, especialmente no Rio Grande do Sul.
Na Região Nordeste, incluindo o sertão e o agreste, a semana também foi de predomínio de sol e apenas volumes isolados. Em Mato Grosso, a persistência das águas atrapalha a colheita da soja e também o desenvolvimento da lavoura de algodão. "O mês de março mais chuvoso é um padrão típico de anos de La Niña", comenta Etchichury. Em São Paulo, as águas de março retardaram o início do corte e moagem da cana-de-açúcar.
Argentina
A passagem de uma frente fria causa chuva no norte e nordeste da Argentina. No entanto, a última semana de março foi de tempo seco sobre a região do Pampa Úmido, incluindo algumas importantes áreas produtoras de soja.
Para esta semana, a previsão é de tempo seco sobre grande parte do território argentino, com o calor diminuindo um pouco. Por enquanto, porém, não há previsão de frio extremo, informa a Somar. "Para quem não depende mais de água para fechar ciclo das lavouras, de um modo geral, a condição climática daqui para frente deve favorecer a fase de colheita", afirma Etchichury.
Conforme a Somar, a tendência para abril é de uma condição típica do outono, predominando tempo seco e ligeira queda na temperatura noturna. Em virtude da influência final do fenômeno La Niña, as frentes frias devem passar mais pelo Oceano Atlântico, causando chuvas, em geral fracas, somente na faixa leste.

PERSPECTIVA: SOJA PODE TER PRESSÃO, MILHO SEGUE FIRME.

Os mercados futuros de soja e milho na Bolsa de Chicago iniciam esta semana de olho na demanda. O milho precisa racionar a procura e por isso a perspectiva é de alta. E a oleaginosa porque a demanda diminuiu, o que pode pressionar as cotações.
Na sexta-feira, rumores de que a China teria cancelado ou adiado carregamentos de soja EUA em substituição por produto brasileiro pressionaram o mercado, e o contrato maio recuou 16,50 centavos, ou 1,17%, para fechar cotado a US$ 13,9375 por bushel. O grão, entretanto, segue bastante atrelado ao milho para evitar a perda de acres no plantio da safra 2011/12 nos Estados Unidos, fazendo com o que mercado vivencie situações opostas.
"A equação entre a área de soja e a de milho não permite que o preço da soja caia muito. Mas por outro lado tem uma pressão baixista da falta de demanda. O maior consumidor do mundo, a China, está fora do mercado e isso fez a soja cair. Cairia muito mais se não fossem os números de área e estoques", disse Daniel D´Ávila, da Newedge, referindo-se às estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de uma área plantada menor nos Estados Unidos em 2011/12 e de estoques trimestrais abaixo do esperado.
No caso do milho, os preços precisam subir para racionar a demanda, uma vez que os estoques no final de 2010/11 podem ser os menores em 15 anos. O USDA estimou que os estoques do cereal em 1º de março totalizaram 165,6 milhões de toneladas, queda de 15% em relação ao mesmo momento do ano anterior. Essas reservas mais apertadas do que o esperado são uma evidência de que os preços altos do milho não estão desacelerando a demanda diante da oferta restrita.
"O milho começa a semana bem sustentado e bem agitado porque ainda existe uma demanda muito forte, tanto de comerciais quanto de capital especulativo. Pode haver tomada de lucros em dados momentos, e nesse caso podemos ver as indústrias de ração e usinas de etanol comprando milho", completou o analista.
Na última sessão, os futuros do milho atingiram o maior nível desde a crise alimentar de 2008. Os contratos com vencimento em maio avançaram 42,75 centavos, ou 6,17%, para US$ 7,36 por bushel. A máxima foi a US$ 7,3825/bushel. Pelo segundo dia consecutivo, os futuros alcançaram o limite de alta permitido pela bolsa de Chicago.
O trigo terminou a semana em queda, pressionado pela realização de lucros. Os traders de trigo não enfrentam as mesmas preocupações que os de milho, pois os estoques são amplos, com o USDA estimando a reserva acima da expectativa dos traders e analistas. Na CBOT, os lotes para entrega em maio caíram 3,75 centavos, ou 0,49%, e fecharam a US$ 7,5950/bushel.

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