sexta-feira, 6 de maio de 2011

SOJA SE ESTABILIZA E FECHA COM PEQUENA ALTA

As cotações da soja se estabilizaram na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira, interrompendo a pronunciada queda registrada durante toda a semana. O contrato julho subiu modestos 4,25 cents (0,32%), para US$ 13,26 por bushel. Segundo analistas, houve compras de barganha típicas de final de semana, mas a melhora das previsões climáticas para as áreas produtoras de milho também teve seu papel na alta.
O plantio do grão está bem atrasado nos Estados Unidos por causa do excesso de chuvas e o estio vai acelerar o trabalho de campo no sábado e no domingo.
O avanço das cotações da oleaginosa foi limitado pelo enfraquecimento da demanda, disseram os mesmos analistas.
No mercado de derivados, os futuros de farelo subiram 0,6% no vencimento julho, mas os de óleo de soja tiveram ligeiro recuo, de 4 pontos, 55,69 cents por libra-peso.

MILHO FECHA EM BAIXA DE 3,2% COM AVANÇO DO PLANTIO.
As cotações do milho terminaram a sexta-feira com forte queda na Bolsa de Chicago pressionadas pelo declínio dos preços em outros mercados e por melhores condições de plantio de cereal nos Estados Unidos. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em julho recuou 22,50 cents ou 3,17% e terminou a US$ 6,8625/bushel.
O analista Chad Henderson, da corretora Prime Ag Consultants, afirmou que a combinação entre o rápido avanço do plantio - depois de grandes sinais de atraso -, especialmente no Estado de Iowa, e a pressão da recente queda dos preços das commodities foi uma "armadilha de morte para o milho".
O mercado recuou 9,3% na semana, conforme o petróleo despencou para a mínima em oito semanas. Embora a oferta de milho ainda esteja bastante apertada, a melhora do clima para plantio na área oeste da região Meio-Oeste amenizou as preocupações com o excesso de umidade que vinha atrapalhando o cultivo e poderia levar a uma área plantada menor ou a problemas de produtividade.
O declínio dos preços reflete previsões que incluem possibilidade de clima mais seco, com pressão adicional referente ao recuo do petróleo - já que a conexão do milho com o etanol aumenta a influência do petróleo sobre os preços do cereal, lembrou o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache.
Traders estão observando atentamente as condições no Meio-Oeste, pois produtores precisam de clima favorável para produzir uma safra ampla e reabastecer os estoques dos Estados Unidos. A janela de oportunidade de plantio reduz a ameaça de que parte da área a ser plantada com milho possa ser usada para soja.
Áreas de milho cultivadas primeiro geralmente apresentam produtividade final melhor, pois são menores as chances de que a safra ainda esteja se desenvolvendo quando chega o período de geadas.
Além disso, a elevação anterior dos preços das commodities gerou preocupações com a desaceleração da demanda por alimentos e energia, o que começou a se mostrar nos dados semanais de exportação dos Estados Unidos.
As vendas externas de milho na última semana foram inferiores ao esperado, sinalizando que o cereal norte-americano está caro demais no mercado internacional.

EUA: QUEDA DAS COMMODITIES É TEMPORÁRIA

A queda vertiginosa dos preços das commodities nos últimos dias, especialmente petróleo e prata, não deve se sustentar por muito tempo, avaliam analistas entrevistados pela Agência Estado em Nova York. "Creio que (a queda) é temporária e, se já não terminou, deve terminar em breve", afirmou Jeffrey Nichols, diretor gerente da American Precious Metals Advisors. "Foi mais um 'flash crash' do que uma mudança de tendência", disse. Flash crash foi como ficou conhecida a queda de 9% no índice Dow Jones há exatamente um ano. No dia 6 de abril de 2010, o índice perdeu, por alguns momentos, quase mil pontos, no maior mergulho em 25 anos.
Ontem (5), o contrato do petróleo para junho, negociado na Nymex, caiu 8,6%, para US$ 99,80 o barril, o menor preço de fechamento desde março, enquanto o contrato futuro da prata teve um recuo de 8,9%. Hoje, petróleo, ouro e prata já eram cotados no terreno positivo. O petróleo cru WTI para junho subia 0,08%, a US$ 99,87 o barril, na Nymex e o Brent para junho tinha alta de 1,07%, para US$ 111,89 o barril, em Londres. O contrato do ouro para junho subia para US$ 1.493,00 a onça-troy, de US$ 1.481,4 por onça-troy ontem na Comex. O contrato da prata para julho subia para US$ 35,32 a onça-troy, de US$ 36,24 ontem.
Para Nichols, os motivos que alimentam a alta dessas commodities continuam os mesmos, como a política de alívio monetário nos Estados Unidos, a fraqueza do dólar frente a outras moedas, o problema fiscal dos EUA, a crise da dívida soberana europeia e os conflitos no Oriente Médio e Norte da África. Ele disse ainda que os preços de commodities agrícolas também devem seguir em alta por causa da forte demanda, trazendo mais riscos inflacionários ao redor do mundo.
"A situação no Oriente Médio só piora. O que parecia que duraria apenas alguns dias na Líbia, agora dá impressão de que irá durar muito tempo e temos problemas também na Síria", observou. Além disso, existe uma demanda maior da commodity, que também ajudará a manter os preços em alta por alguns anos. "Mesmo se não houvesse as incertezas geopolíticas a tendência do petróleo ainda seria de alta".
Em relação ao ouro e a prata, Nichols também vê um movimento de alta se estendendo no longo prazo. Ele estima que o ouro deve chegar a US$ 1.700,00 a onça-troy ainda neste ano, US$ 2 mil a onça-troy em 2012 e deve avançar até US$ 3 mil a onça-troy nos anos seguintes. Para a prata, sua projeção é de que a commodity recupere as perdas recentes e encerre este ano acima de US$ 50,00 a onça-troy, provavelmente mais perto de US$ 60,00 a onça-troy.
O economista Michael Dudas, do Jefferies & Co., também avalia que a queda recente das commodities é temporária e aposta que tanto o ouro quanto a prata irão recuperar os recordes de alta, com prata superando os US$ 50,00 a onça-troy e ouro acima de US$ 1.500,00 a onça-troy este ano.
"A correção que vimos na prata e outros metais tem a ver com o fato de que houve um superaquecimento nos preços, havia muita especulação", explicou. Segundo ele, no entanto, os temores de desaceleração da economia dos Estados Unidos e da global, além da desvalorização do dólar devem servir de impulso para os preços.
O analista da consultoria Heritage West Financial, de San Diego, na Califórnia, Ralph Preston, compartilha a avaliação dos que acreditam que a queda recente, especialmente da prata, tem a ver com sobrevalorização dos preços. "Mas acho que mercado deve voltar o foco novamente para a economia dos EUA e do mundo, o que deve sustentar os preços", afirmou. Ele prevê que a prata irá testar novamente os US$ 50,00 a onça-troy em breve e o ouro deve fechar o ano ao redor de US$ 1.650,00 a onça-troy.

CHINA- IMPORTAÇÕES DE SOJA FINANCIA EMPRÉSTIMOS.

A soja está se tornando uma ferramenta de financiamento na China para tradings de commodities, que estão usando as importações da oleaginosa para financiar empréstimos à vista em vez de atender à demanda por alimentos, disseram traders e analistas.
A tendência pode explicar porque amplos carregamentos de soja continuam a chegar neste ano e ameaçam derrubar os preços, apesar da demanda fraca das esmagadoras, estoques recordes nos portos e controles de preços pelo governo aos produtos derivados."Algumas tradings estão comprando soja para propósitos financeiros", disse um executivo de uma trading estatal, que pediu para não ser identificado.
As tradings precisam de dinheiro para outros projetos, muitas vezes não relacionados às commodities, disseram as fontes. Com o aperto das políticas nacionais de crédito, elas passaram a obter mais crédito através de cartas bancárias de crédito atreladas às importações de soja.
"Quando os carregamentos chegam, elas vendem a soja a qualquer preço, e então usam o dinheiro para pagar o empréstimo, que só vence em três ou seis meses", disse o executivo. "Elas não ligam para o preço (da soja) porque precisam do dinheiro imediatamente."
Alguns analistas dizem que 30% a 40% dos estoques atuais nos portos - que atingiram o nível recorde de 6,65 milhões de toneladas na semana passada, contra 4,96 milhões há um ano - estão sendo usados para acordos de financiamento.
Essas tradings muitas vezes preferem ter perdas no curto prazo na revenda da soja em favor de ganhos em seus projetos de prazo mais longo.
A soja que elas importam é revendida imediatamente ou assim que as tradings encontram compradores, disse Xu Wenjie, analista do Zheshang Futures. Gao Yanrong, diretor de pesquisa da Dalu Futures, disse que as tradings envolvidas em tais acordos também trabalham na área de imóveis.

COMMODITIES DESPENCAM E DÓLAR REAGE

O mercado financeiro global ensaia uma correção de rota após a divulgação, nas últimas semanas, de vários indicadores que mostram que a economia dos países desenvolvidos ainda não ostenta o vigor que muitos imaginavam. Ontem, essa percepção se refletiu em uma forte queda nos preços das commodities mundo afora. O petróleo, por exemplo, perdeu quase 9% no mercado nova-iorquino, maior queda diária desde abril 2009.
O barril para entrega em junho encerrou a quinta-feira valendo US$ 99,80. Foi o primeiro fechamento abaixo de US$ 100 desde março. No Brasil, esse movimento fez o dólar subir quase 1% ante o real, para R$ 1,626. A moeda americana acumula valorização de 3,3% ante a brasileira nesta primeira semana de maio. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) perdeu 0,33% ontem (e 4,12% no mês).
Especialistas apresentaram uma variedade de explicações para a queda do petróleo e de outras commodities, inclusive os modestos dados sobre o desemprego divulgados nos Estados Unidos e a valorização do dólar no mercado mundial - o que tende a tornar todas as commodities denominadas em dólares mais baratas para quem tem essa moeda e mais caras para os detentores de outras moedas.
"A bolha estoura", disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy and Economic Research, uma empresa de consultoria. Nos últimos quatro dias, os preços do petróleo caíram cerca de 12%, o declínio mais rápido até este momento do ano. Baixas semelhantes ocorreram tanto para o petróleo leve, que serve de referência nos EUA, quanto para o Brent, de referência para a Europa e a Ásia.
Quase todas as commodities tiveram queda de preço ontem. O ouro para entrega em junho caiu 2,2%, ou US$ 33,90, para US$ 1.481,40 a onça, enquanto a prata perdeu 8% ou US$ 3,148, para US$ 36,24 a onça. As cotações de outros metais - como níquel, cobre, paládio e platina - baixaram consideravelmente. Café, milho, algodão, trigo e soja também declinaram.
"Um dia não faz uma tendência, mas essa correção era necessária", afirmou Addison Armstrong, diretor sênior de pesquisa de mercado da TraditionEnergy, uma empresa de consultoria. "Hoje (ontem), a venda é impulsionada por um movimento incrivelmente forte do dólar e pelo início da destruição de alguma demanda. Os fundamentos não têm sido suficientemente bons para justificar esses níveis."
Dois fatores detonaram o mau humor especificamente ontem. O primeiro foi a divulgação de que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA cresceram na semana passada, para 474 mil. Analistas esperavam uma queda.
O outro fator foi a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter a taxa básica de juros inalterada em 1,25% ao ano. Na entrevista que concede após os encontros de política monetária, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, indicou que não elevará o juro em junho, como parte do mercado esperava. A explicação: a economia da região não exibe tanto vigor.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SOJA/MILHO: ANALISTAS VEEM LIMITE PARA QUEDA DOS PREÇOS

As cotações dos grãos iniciaram o mês de maio em queda livre na Bolsa de Chicago, acompanhando o derretimento dos mercados de commodities em geral, num aparente esgotamento do movimento comprador visto nos últimos meses. Mas embora fundos e outros investidores estejam, de fato, reduzindo posições compradas nas bolsas de futuros agrícolas, analistas não veem um mergulho muito maior dos preços. Os fundamentos, argumentam, continuarão a sustentar o valor do grãos.
O contrato julho da soja recuou 5,2% em maio e acumula perda de 6,4% em 2011. Hoje, a cotação cedeu 2,24% para US$ 13,2175 por bushel. O mesmo vencimento do milho cedeu 6,31% em maio, 8,40% no ano e 2,84% nesta quinta-feira, em que fechou valendo US$ 7,0875 por bushel. Ambos acumulam altas expressivas nos últimos 12 meses, de 35% e 69,3%, respectivamente.
"É normal esse tipo de volatilidade num momento em que Chicago entra no período 'climático'", ponderou Fernando Pimentel, analista da Agrosecurity, referindo-se ao período de plantio da nova safra dos Estados Unidos, quando qualquer variação de temperatura e umidade mexe com os preços na maior bolsa de grãos do mundo. E o clima não tem sido exatamente favorável ao cultivo no país. Excesso de chuvas atrasam o trabalho nas lavouras de milho neste momento.
Reiterando sua avaliação do final do ano passado, quando a soja superava os US$ 14 e os de milho os US$ 6 por bushel, Pimentel diz não haver espaço para perdas na produção norte-americana de grãos por causa dos baixos estoques no país. Isso vai manter um piso sob os preços. "Nada mudou no balanço de oferta e demanda, em que a primeiro é escassa e a segunda, crescente", afirmou. Ele credita o exagero das variações recentes em Chicago ao movimento especulativo. "O preço da soja pode buscar US$ 12,50 por bushel, mas daí os estoques caem na China, que entra no mercado novamente", pondera. A China tem reduzido as compras da oleaginosa nas últimas semanas por causa das políticas de contenção da inflação que estão sendo adotadas no país.
Leonardo Menezes, da consultoria Céleres, também credita a queda recente em Chicago a uma realização de lucros normal de fundos de investimento e não vislumbra alterações nos fundamentos. "Teremos um cenário de extrema volatilidade até finais de julho, o que é normal", comentou. Ele vê como transitória a redução das importações chinesas por causa das medidas anti-inflacionárias. "Eles compraram muita soja dos EUA e têm gordura para queimar neste momento de controle de preços. Mas o consumo da população continuará a crescer."
O analista não vê pisos na soja e no milho muito abaixo dos que estão no mercado. "Apenas uma crise de demanda seria capaz de derrubar os preços. A oferta não está tranquila no futuro, a China cresce bem acima da média mundial, com uma população gigante. Fica difícil pensar em cotações muito abaixo das atuais". Tampouco a boa safra de Brasil e Argentina deve pesar sobre os preços, avalia. "A produção sul americana ajudou as cotações a não superar as máximas vistas em 2008, acima de US$ 16 por bushel."
Menezes avalia que, embora o clima não esteja ajudando o plantio do milho nos EUA, o preço em Chicago continua a favorecer a escolha do produtor norte-americano pelo grão, em detrimento da soja. Historicamente, 2,4 bushels de milho compravam 1 bushel de soja; neste momento, essa paridade está em 1,8 para 1.

COMMODITIES: PREÇOS DESPENCAM NA ESTEIRA DOS METAIS E PETRÓLEO.

Os preços dos metais, do petróleo e de outras commodities despencaram nesta quinta-feira, puxados por temores de que o movimento de alta dos preços dos últimos meses das matérias-primas está se esgotando. A pressão vendedora foi vista inicialmente no mercado da prata.
O contrato futuro da prata despencou 8,9% para US$ 35,880 a onça-troy, 26% abaixo do nível do fechamento do contrato na sexta-feira, quando a CME Group, que opera a bolsa eletrônica de metais, elevou pela segunda vez a exigência de margem para operação com o metal.
A dramática desvalorização da prata da máxima em 31 anos atingida pelo metal no fechamento de sexta-feira, a US$ 48.584,00 a onça-troy, influenciou outros mercados de commodities que também operam em máximas históricas, enquanto os indicadores econômicos mais fracos nos EUA ajudaram a espalhar temores de que os consumidores e as empresas irão se retrair diante do cenário de custo elevado das matérias-primas. A rápida apreciação do dólar também contribuiu para provocar vendas das commodities.
"O que precipitou (o movimento) foi o rompimento da prata", disse o presidente da Global Commodity Analytics and Consulting, Mike Zuzolo. O contrato futuro do petróleo despencou mais de 7% na Nymex, com os indicadores norte-americanos mostrando que a demanda está se enfraquecendo diante do elevado custo da gasolina, a US$ 4,00 o galão, nas bombas. Na mínima intraday, o contrato do petróleo WTI para junho chegou a 101,71 o barril, a menor cotação desde 18 de março. O cobre para maio negociado na Comex, divisão de metais da Nymex, caiu para abaixo de US$ 4.000,00 pela primeira vez este ano e chegou a US$ 3,9705 por libra peso, o menor preço desde 6 de dezembro. O ouro cedia para abaixo de US$ 1.500,00 a onça-troy pela primeira vez em seis dias.
Após direcionarem os preços das commodities em alta durante a maior parte de 2011, na esteira de preocupações de baixa oferta, investidores temem que os elevados preços irão prejudicar o consumo. Os bancos centrais estão subindo o juro e encerrando programas desenhados para acelerar a recuperação econômica e alguns participantes do mercado estão preocupados de que os custos elevados dos alimentos e da energia irão ameaçar a recuperação econômica.
O algodão, em particular, tem sido atingido pelo recuo no consumo, após atingir uma máxima histórica em março e os indicadores econômicos acentuaram as preocupações com a recuperação econômica e se os consumidores conseguirão lidar com a alta dos custos de bens de consumo básicos como roupas e alimentos.
O algodão para entrega em julho caiu 4,4% mais cedo na ICE, para US$ 1,4488 por libra. O cacau para julho cedeu 4,6% para US$ 3.064,00 a tonelada e o café arábica recuou 1,9% para US$ 2,8900 a libra, depois de atingir uma máxima em 14 anos na segunda-feira.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reportou que as vendas semanais para exportação foram "generalizadamente fracas", as vendas, abaixo das expectativas dos analistas, para milho, soja e aveia, são um sinal de que os compradores estão recuando diante dos preços historicamente elevados, disseram analistas.

MILHO: CLIMA E ESTOQUES BAIXOS DEVEM MANTER PREÇO FIRME.

Os preços do milho devem seguir sustentados no mercado interno mesmo com a entrada da safrinha, em julho. Estoques menores do grão e o risco climático às lavouras da segunda safra, semeadas mais tarde em Mato Grosso, dão suporte aos preços, que nos últimos 12 meses acumulam alta de 56,62%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O indicador medido pelo centro de pesquisas reflete o mercado de Campinas (SP) e chegou a R$ 28,38/saca ontem, superando os R$ 18,12/saca atingidos na mesma data do ano passado. O recorde de preços foi registrado em 2007, quando o indicador atingiu R$ 34,62/saca em 6 de dezembro.
Segundo analistas, as exportações no segundo semestre de 2010 - quando foram embarcadas 8 milhões toneladas do grão, do total de 10,8 milhões de toneladas exportadas no ano passado - puxaram os preços da commodity. O desempenho se deveu ao apoio dado pelo governo à comercialização por meio de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). As operações tiraram boa parte do excedente de produção do mercado interno e os estoques de passagem caíram muito. Para esta safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta estoques finais de 10,9 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, os estoques também estão baixos, de 17,14 milhões de t, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fernando Pimentel, analista da Agrosecurity, diz que se a safra norte-americana não for muito boa, os preços serão sustentados pela oferta reduzida. Ele lembra que o milho substitui o trigo na ração animal e, com a quebra da safra de trigo no norte da Europa, o cereal foi ainda mais demandado, com reflexo nos preços.
Para o segundo semestre, os preços ganham sustentação no clima, tanto internamente quanto nos Estados Unidos, segundo Pimentel. No Brasil, a safrinha de milho foi semeada mais tarde, em função do atraso na colheita da soja, e isso eleva os riscos para o desenvolvimento da cultura. Em Mato Grosso, por exemplo, o problema é a estiagem. Já nos Estados Unidos, o plantio está atrasado em razão das chuvas. "O cenário é altista", diz o analista.
O desempenho das lavouras de trigo nos principais países produtores também ganha atenção do mercado e terá impacto nos preços do milho. "A possibilidade de o preço cair depende de a safra norte-americana ser muito boa, a de trigo também e a safrinha nacional também", diz Pimentel. No mercado interno, os preços estão sustentados e devem continuar desta forma, pois o produtor está capitalizado e sem pressa para negociar o grão. "Ele tende a trabalhar a oferta lentamente e trabalhar melhor o preço. Não precisa vender a qualquer valor para se capitalizar."
André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, estima que o ritmo de compras das tradings no segundo semestre deve repetir 2010, com aquisições de volume para garantir os estoques. A exportação está fortalecida mesmo com o câmbio em baixa e essas operações ganham força especialmente nas regiões próximas aos portos. "Se a demanda continuar como está, o mercado interno terá que igualar os preços para adquirir o produto, outro fator de sustentação dos preços", avalia Fernando Pimentel.
Na opinião de André Pessôa, há espaço para que os preços do cereal subam neste ano, mas sem registrar altas expressivas como no ano passado. Ele diz que o fiel da balança será a safra norte-americana. Se houver frustração de safra aumentará a procura pelo cereal do Brasil. Ele acredita, contudo, que o preço vai subir independentemente da safra americana.
Representantes da indústria de suínos já trabalham com preços sustentados para o milho e com margens reduzidas de lucro em 2011.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o cereal representa 63% dos custos de produção. "Os preços irão continuar firmes por conta do mercado internacional", projeta Jurandir Machado, diretor de mercado da Abipecs. Ele afirma que o setor conta com intervenções do governo, ofertando seus estoques, para regular os preços de mercado e minimizar as perdas da indústria.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

CBOT/SOJA EM QUEDA PELO 3ºDIA SEGUIDO, MILHO SOBE COM TEMOR AO CLÍMA.

O mercado futuro da soja fechou com queda pelo terceiro dia consecutivo, acompanhando o recuo generalizado nas bolsas de commodities nesta quarta-feira. Como tem sido verificado há algumas sessões, grandes investidores estão reduzindo as posições nos mercados de matérias-primas, fugindo do risco. Liquidações dos fundos diminuiu novamente os contratos para 571.387 contratos de 636.528 contratos em 20/4.  Fraca e lenta demanda da China e as contínuas preocupações no atraso do plantio de trigo e milho poderia levar a maior plantação de soja, ajudou a desencadear um tom negativo para o mercado. O contrato julho recuou 0,86%, para US$ 13,52 por bushel.

Vendas parece ser reforçada por um tom negativo dos mercados de commodities em geral, com pesadas vendas observado em prata e outros metais, algodão, açúcar e de ações dos EUA. A fraqueza do dólar não proporcionou muito apoio ás compras, no curto prazo o mercado está sobrevendido, condição atribuida para limitar o lado negativo no curto prazo. Para o relatório semanal das exportações, que será divulgado amanhã antes da abertura, comerciantes esperam ver vendas  perto de 200.000 toneladas de soja,  7.500 toneladas de óleo de soja e 125.000 toneladas de farelo.

Os derivados de soja acompanharam o grão. Os contratos de óleo de soja foram particularmente pressionados pelo recuo do petróleo por causa de sua relação com o biodiesel.

MILHO RESISTE À QUEDA DAS COMMODITIES E FECHA COM GANHOS
Preocupações com a oferta de milho sustentaram hoje as cotações do cereal na Bolsa de Chicago, mesmo com a queda generalizada das outras commodities, que foram pressionadas por aversão ao risco e realização de lucros. Os contratos de milho com vencimento em julho fecharam em alta de 5,75 cents ou 0,79%, cotados a US$ 7,2950/bushel.
A perspectiva de oferta extremamente apertada no verão do Hemisfério Norte alimentou os ganhos do milho, além do atraso no plantio por causa do excesso de umidade em áreas de produção dos Estados Unidos.
Produtores não foram capazes de plantar milho dentro do prazo previsto, de modo que alguns podem migrar para o cultivo de soja, por causa da possível baixa produtividade do milho. "Acho que o mercado está começando a contemplar as reduções de produtividade, se não a redução de área plantada", disse o analista Joel Karlin, da corretora Western Milling.

SOJA/CHINA ACOMPANHA FRAQUEZA EM CHICAGO E FECHA EM QUEDA

Os futuros da soja lideraram a queda do complexo de commodities hoje na Bolsa de Dalian, uma vez que fundos promoveram uma série de vendas generalizadas após as perdas no pregão eletrônico noturno da bolsa de Chicago. O contrato janeiro, mais negociado, recuou 0,9% e fechou a 4.434 yuans por tonelada (US$ 1 = 6,4926 yuans). "Os fundos estão pressionando os futuros junto com os mercados acionários", ao mesmo tempo em que a situação da oferta doméstica de soja também é desanimadora, disse Tu Xuan, analista da Shanghai JC Intelligence Co., referindo-se aos altos níveis dos estoques e de importação de soja nos portos, além das margens negativas de esmagamento.
A queda no mercado acionário doméstico e o fortalecimento do dólar derrubaram a maior parte das outras commodities, incluindo açúcar, algodão e cobre.
Os futuros da soja e do milho nos Estados Unidos recuaram na terça-feira em meio à liquidação de posições compradas e a redução da exposição ao risco diante das quedas nos futuros em energia e metais. Os grãos deram continuidade à fraqueza em Chicago durante a noite.

MILHO; LEILÃO DE RESERVAS ATRAI FORTE DEMANDA DE PROCESSADORAS
A China vendeu 99.843 toneladas de milho de seus estoques hoje, 17,5% das 572.142 toneladas ofertadas, informou o Centro Nacional de Comércio de Grãos e Óleos (CNGOIC).
O ritmo de vendas sinaliza que a demanda firme continuará a dar sustentação aos preços do milho, que chegaram a cerca de 2.300 yuans por tonelada em regiões de alta demanda, ganho de 80 yuans em alguns lugares na comparação com a semana passada.O preço médio do leilão foi de 1.909 yuans por tonelada, disse o CNGOIC.
A demanda foi mais alta - alcançando 90% a 100% - nas províncias de Shandong e Guizhou, onde muitas produtoras e processadoras estão baseadas. Em Pequim, as vendas alcançaram 63% dos estoques oferecidos.
Já as 299.972 toneladas de soja ofertadas em leilão hoje não conseguiram atrair compradores. A demanda continua fraca devido às margens negativas de esmagamento e aos altos níveis de estoques importados, mas o governo tem vendido as reservas de soja regularmente para controlar os preços dos alimentos.

MILHO: NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA 2012/13

O setor produtivo e o governo chegaram a um acordo sobre quais devem ser os novos padrões de classificação do milho a partir de 1º de julho de 2012, quando começa a safra 2012/13. O assunto estava sendo discutido desde 2009. Em 2010, o Ministério da Agricultura sugeriu mudanças que os produtores rejeitaram, por considerarem rígidas demais. Se entrassem em vigor, o Estado do Paraná, maior produtor de milho do País, teria não mais que 30% da produção dentro das nova legislação. Com o acordo fechado na última sexta-feira (29), 97% da safra paranaense atenderá às especificações, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
O gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, explica que a proposta do governo penalizaria a produção do Sul do País, especialmente no que diz respeito à quantidade permitida de grãos avariados (ardidos, chochos, imaturos, fermentados, germinados, gessados ou mofados) permitidos por tonelada para enquadramento em cada um dos três padrões previstos, sendo o tipo 1 o mais qualificado. Segundo Turra, isso ocorreria porque no Paraná a colheita da safra verão coincide com o período de chuvas, o que aumenta a quantidade de grãos com avarias. "Quando o problema é armazenamento ou praga podemos controlar. Já o número de grãos avariados não há como melhorar. Não se pode evitar as chuvas e reduzir estas avarias", argumenta, ao defender que o produtor não seja penalizado por questões que fogem de seu controle.
Pela nova regra, para ser classificado como milho tipo 1, em cada tonelada poderá haver 6% de algum tipo de avaria. Na proposta do governo, o limite era de 3%. Atualmente, o permitido é de 11% por tonelada, conforme portaria 845 do Ministério da Agricultura, de 1976, mas na prática o setor já vem atendendo o padrão de 6%.
Em Mato Grosso, segundo maior produtor e o primeiro em milho safrinha, o padrão também é atendido, segundo o gerente de planejamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Cid Sanches. Segundo ele, testes já realizados comprovam que a safrinha de milho do Estado atende à classificação.

terça-feira, 3 de maio de 2011

SOJA FECHA EM BAIXA COM VENDAS GENERALIZADAS DE COMMODITIES.

As cotações da soja terminaram o dia em queda significativa nesta terça-feira na Bolsa de Chicago. Os lotes para entrega em julho, os mais negociados, fecharam em baixa de 29,25 cents ou 2,10% e terminaram a US$ 13,6375/bushel. Os futuros de soja foram pressionados pelas perdas em outros mercados, com vendas generalizadas de commodities.
Investidores reduziram sua exposição ao risco, estimulados pela força do dólar, liquidando posições compradas em uma série de commodities e refletindo também a queda dos futuros de energia e metais.
Apesar do declínio expressivo de hoje, os futuros da soja permaneceram dentro de um intervalo. A demanda tem se mostrado apenas residual para limitar as perdas. Segundo o analista John Kleist, a ausência de demanda chinesa torna as vendas atrativas perto dos US$ 14/bushel.
Safras recorde na América do Sul contiveram a demanda pela oleaginosa dos Estados Unidos, já que Brasil e Argentina são fornecedores alternativos e mais atrativos neste momento.
Além disso, previsões climáticas sinalizam que o clima úmido deve permanecer no leste do Meio-Oeste e no Delta, acrescentando um tom defensivo no mercado de soja. O excesso de chuvas vem impedindo os agricultores de cultivar milho na região, o que aumenta as chances de que produtores ocupem com soja parte da área prevista para o milho.

MILHO: CHICAGO CAI NO CURTO PRAZO COM VENDAS DE FUNDOS
Os contratos futuros e milho encerraram a terça-feira sem direção comum na Bolsa de Chicago, com perdas no curto prazo. Os primeiros vencimentos fecharam no menor nível desde o fim de março. Os lotes para entrega em julho recuaram 10,75 cents ou 1,46% e fecharam a US$ 7,2375/bushel.
Segundo o analista John Kleist, da Ebottrading.com, recursos de investimentos saíram dos contratos de commodities da antiga safra. Fundos liquidaram posições compradas em futuros da antiga safra, sem novidades nos fundamentos capazes de dar suporte ao mercado.
Os futuros da nova safra, no entanto, se mantiveram firmes e foram sustentados pelos atrasos no plantio em áreas dos Estados Unidos.

SOJA: CÉLERES ESTIMA 62% DA SAFRA COMERCIALIZADA.

A comercialização da safra brasileira de soja 2010/11 avançou mais dois pontos percentuais na semana passada e atinge agora 62% da produção, segundo a consultoria Céleres. Pelos cálculos dos analistas da Céleres, o ritmo das vendas nesta safra está 13 pontos percentuais acima do desempenho registrado em igual período do ano passado e no mesmo nível da média dos últimos cinco anos.
Em boletim divulgado hoje, a Céleres publicou seu décimo levantamento para a safra de soja que está em final de colheita. A empresa elevou sua previsão em 1,999 milhão de toneladas em relação ao levantamento anterior, para 72,558 milhões de toneladas, volume 5% acima do colhido no ano passado.
Os analistas da Céleres comentam que as produtividades da soja surpreenderam o mercado e estão acima até das previsões mais otimistas feitas no início do plantio. Os principais ajustes feitos pela Céleres nas produtividades em relação ao levantamento anterior foram os seguintes: Rio Grande do Sul (+270 kg/ha), Paraná (+200 kg/ha), Piauí (+150 kg/ha), Minas Gerais (+50 kg/ha), Mato Grosso (-60 kg/ha) e Rondônia (-90 kg/ha). O resultado foi a mudança na estimativa de produção nos seguintes volumes: Rio Grande do Sul (+1.107 mil t), Paraná (+904 mil t), Piauí (+54 mil t), Minas Gerais (+53 mil t), Rondônia (+11 mil t) e Mato Grosso do Sul (-108 mil t).
A Céleres estima que até a semana passada a colheita da soja tenha atingido aproximadamente 95% da cultivada, com avanço de quatro pontos percentuais em relação à semana anterior. No mesmo período do ano passado, 97% das lavouras haviam sido colhidas e, na média das últimas cinco safras, 93% da área cultivada com a oleaginosa já estava nos armazéns nesta época do ano.

GRÃOS/EUA: PLANTIO DE MILHO E TRIGO SEGUE LENTO

Chuvas ao longo do Meio-Oeste norte-americano prejudicaram as intenções de plantio na região central dos Estados Unidos na última semana, mas previsões de tempo mais seco para o oeste da região abrem as portas para avanços no cultivo nesta semana. De acordo com relatório semanal de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 13% do plantio de milho foi realizado até domingo, elevação de quatro pontos porcentuais em relação à semana anterior. Um ano atrás, 66% do plantio havia sido realizado, quando produtores plantaram em ritmo recorde. A média dos últimos cinco anos para este momento é de 40%.
Segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, o ritmo de plantio de milho é o mais lento desde que os dados começaram a ser registrados, na década de 80. Illinois, Indiana e Ohio não tiveram nenhum progresso na última semana. Produtores desses Estados ficaram longe dos campos, com plantio de 2%, 10% e 1%, respectivamente - mesma proporção da semana anterior. Previsões do tempo indicam que os agricultores continuarão encontrando dificuldades para plantar a safra no cinturão leste e no Delta, embora possam plantar ativamente no oeste. As chuvas devem manter o solo encharcado no leste do Meio-Oeste e no Delta do Mississippi. Em Iowa, maior Estado produtor de milho do país, 8% da safra foi cultivada até domingo, elevação de cinco pontos porcentuais em relação à semana anterior, mas bastante abaixo da média de 48% para esta época do ano, de acordo com o USDA.
O plantio sequer começou na Dakota do Norte e apenas 2% da safra foi cultivada na Dakota do Sul, cuja previsão era a de responder por um terço da elevação de 4,5% prevista para área plantada nacional neste ano. Produtores deveriam ter cultivado 15% dos campos na Dakota do Sul e 17% na Dakota do Norte até o momento, de acordo com dados do governo. McCambridge afirmou que produtores no cinturão oeste terão avanço razoável nesta semana, mas essencialmente pouco progresso na área central do Meio-Oeste e nenhum no leste.
Trigo
O clima frio e úmido está atrasando também o plantio de trigo de primavera nos Estados do norte das Grandes Planícies, como as Dakotas. Até domingo, cerca de 10% da safra havia sido plantada, elevação de apenas quatro pontos porcentuais em relação à semana anterior, e bastante abaixo da média de 43% para esta época do ano, conforme dados do USDA.
Na Dakota do Norte, maior Estado produtor de trigo de primavera, apenas 1% da safra foi plantada. McCambridge declarou que o mercado está deduzindo que os produtores conseguirão plantar, mas, com umidade e frio, isso será um verdadeiro desafio.
Traders também estão preocupados com a safra de trigo duro de inverno (HRW), produzida nas áreas centrais e sul das Grandes Planícies, onde meses de estiagem já provocaram danos irreversíveis em algumas lavouras.
O USDA reduziu em um ponto porcentual sua avaliação de "bom a excelente" para as lavouras de trigo de inverno do país, ante 34% na semana passada. Elevou em um ponto porcentual a parcela considerada de "ruim a muito ruim", para 41%. Um ano atrás, 68% da safra estava em condição boa a excelente e apenas 7% em situação ruim a muito ruim.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

CHICAGO-SOJA ESTÁVEL COM INFLUÊNCIA DE OUTROS MERCADOS

Os contratos futuros de soja terminaram o pregão desta segunda-feira perto da estabilidade na Bolsa de Chicago. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em julho cedeu 1,0 cent ou 0,07% e fechou a US$ 13,93/bushel. O mercado foi pressionado pela fraqueza no mercado de milho e pela fraca demanda para exportação neste momento, segundo analistas.
A ameaça climática no leste do Meio-Oeste e no Delta vem pesando nas cotações, pois pode fazer com que produtores que plantariam milho passem a cultivar a área com soja, por causa do excesso de umidade que atrapalha o plantio de milho. A pressão nos preços ocorre especialmente depois que os futuros não foram capazes de atrair compradores num salto inicial para as máximas em três semanas.
Os produtos de soja encerraram o dia sem direção comum na CBOT, numa sessão bastante volátil em que tanto os futuros de farelo quanto os de óleo de soja trabalharam em território positivo e negativo.
Os produtos foram pegos na esteira da volatilidade da soja, de modo que o óleo foi também influenciado pela instabilidade nos futuros de petróleo, de acordo com analistas.
O contrato julho do farelo de soja fechou em baixa de US$ 1,30 ou 0,36%, cotado a US$ 362,30 por tonelada curta. O mesmo vencimento do óleo de soja subiu 2 cents ou 0,03% e terminou a 58,60 cents/lb.

MILHO FECHA EM BAIXA DE 3,0% COM EXPECTATIVA PARA PLANTIO
As cotações do milho terminaram a segunda-feira em território negativo na Bolsa de Chicago, na medida em que traders reduzem o prêmio de risco nos preços. A expectativa de que haja melhora nas oportunidades de plantio nos Estados Unidos, pesando nas cotações. Os lotes para entrega em julho, os mais movimentados, recuaram 22,75 cents ou 3,01%.
O mercado entrou no fim de semana embutindo prêmio de risco nas cotações, em meio a temores de que os atrasos significativos permaneceriam. Agora, as previsões do tempo abrem as portas para o cultivo no oeste do Meio-Oeste, de acordo com o analista Chad Henderson, da corretora Price Ag Consultants.
O declínio de hoje esteve relacionado a fatores climáticos, conforme o mercado percebeu que os produtores em áreas do Cinturão do Milho poderiam finalizar o plantio antes que novos sistemas climáticos elevem os níveis de umidade na região.

SOJA: MATO GROSSO LIDERA PROCESSAMENTO DE ÓLEO.

Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, assumiu no ano passado também a liderança na produção de óleo no País, superando o Paraná e o Rio Grande do Sul. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove) e foram divulgados hoje. O levantamento anual da Abiove mostra que Mato Grosso apresentou a maior expansão na capacidade instalada para processamento de soja no País. O aumento foi de 13%, passando de 32,3 mil toneladas por dia em 2009 para 36,6 mil t no ano passado. O Paraná, que liderava o processamento de soja, teve aumento de 4% na capacidade instalada, de 34.150 toneladas/dia em 2009 para 35.645 t no ano passado. No Rio Grande Sul, a capacidade aumentou 7% e atingiu 30,4 mil toneladas/dia, ante 28,5 mil toneladas/dia em 2009.
A capacidade total de processamento de soja no País reportada pela Abiove para o ano de 2010 foi de 176.834 t/dia, sendo que deste total 145.825 t/dia referem-se à capacidade ativa e 31.009 t/dia foram declaradas paradas temporariamente. Comparada com a capacidade total de processamento em 2009, que totalizou 165.299 t/dia, a pesquisa atual constatou um aumento de 11.535 t/dia (aumento de 7%) na capacidade instalada total de processamento.
Segundo a Abiove, parte significativa do aumento da capacidade instada registrada no ano passado pode ser atribuída à expansão das unidades industriais já existentes, à inauguração de uma unidade de processamento em Passo Fundo (RS), e à inclusão de plantas não consideradas na pesquisa anterior, localizadas nas cidades de Cambé (PR), Araguari (MG), Vilhena (RO) e Alto Araguaia (MT).
A pesquisa feita pela Abiove entre 59 empresas constatou que existem 115 unidades industriais de processamento, das quais 86 unidades estão ativas e outras 29 unidades paradas ou desativadas. No segmento de refino do óleo de soja foram pesquisadas 35 empresas, que totalizam 63 unidades industriais, das quais 46 unidades estão em operação e outras 17 paradas ou desativadas. No segmento de envase do óleo de soja existem 30 empresas, que totalizam 49 unidades industriais de enlatamento, das quais 34 estão em atividade e outras 15 paradas ou desativadas.
Pelos cálculos da Abiove, considerando o período de 330 dias de processamento por ano, a capacidade nominal instalada de processamento de oleaginosas no País (soja e outras) em 2010 totalizou 58,35 milhões de t/ano. Excluindo as unidades paradas, a capacidade nominal passa para 48,12 milhões de toneladas/ano.  

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO DE SOJA (Tons/DIA)  
          2005    2006    2007    2008    2009    2010  
  MT  21.000   21.400 22.000  24.800 32.300 36.600 
  PR  32.115   32.950 33.850  34.150 34.150 35.645 
  RS  21.200   23.600 24.800  25.800 28.500 30.400 
  GO 18.150   18.800 19.650  19.250 20.050 20.950 
  SP  15.600   16.400 16.650  17.180 17.780 16.880 
  MS  8.295     9.360    9.560   9.575   9.725 10.225 
Fonte: Abiove

CLÍMA/TEMPO SECO NO SUL, SUDESTE E CENTRO-OESTE.

A primeira semana de maio promete ser de tempo seco sobre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Previsão de chuvas fracas ocorre apenas na faixa leste do Sul e do Sudeste, em virtude da propagação de uma frente fria, informa a Somar Meteorologia.
Maio também começa com queda de temperatura e frio no Sul do Brasil, mas sem previsão de formação de geadas nas áreas de milho safrinha. Além de temperaturas amenas, a previsão é de um período seco neste início de mês sobre as áreas de milho safrinha do sul de Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná."Para as áreas de milho de Mato Grosso e Goiás, se confirma a expectativa de um período seco na primeira quinzena de maio, o que deve comprometer o desempenho das lavouras de milho (segunda safra), principalmente as lavouras plantadas fora de época (tardiamente)", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
No Sudeste, as chuvas ficam mais concentradas na faixa leste de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. "No interior de São Paulo e de Minas Gerais a previsão é de tempo seco, o que deve favorecer a retomada e continuidade do corte e da moagem da cana-de-açúcar", estima a Somar.
No Nordeste, a semana será mais uma vez de chuvas concentradas no norte da região, beneficiando diretamente os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. O interior continua com tempo seco. De acordo com a Somar, "existe previsão de chuva também para a faixa leste da Região Nordeste, incluindo o litoral de Alagoas e Sergipe e também a região do Recôncavo Baiano, que aos pouco vão se recuperando dos efeitos de uma longa estiagem, observada ao longo de todo o verão".Outono típico em abril
A Somar Meteorologia informa que a propagação de uma frente fria na última semana de abril provocou chuvas nas áreas de milho safrinha do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Essas chuvas, mesmo não sendo generalizadas e em grandes volumes, foram importantes para manter um bom nível de umidade do solo.
Em Goiás e Mato Grosso foram observadas apenas volumes isolados no período. "Em muitas áreas desses Estados não foi registrada nenhuma chuva, o que já compromete o desenvolvimento da lavoura de milho safrinha".
Segundo a Somar, a redução do porcentual de água disponível no solo evidencia o início do período seco no Sudeste, Centro-Oeste e no interior da Região Nordeste- A passagem da frente fria provocou chuvas na última semana de abril em São Paulo, interrompendo temporariamente o corte e a moagem da cana-de-açúcar em algumas áreas. "Abril termina com os maiores volumes concentrados na Região Norte, o que representa um padrão típico do outono", informa Etchichury. Na Região Nordeste, o mês termina com as águas concentradas nas regiões litorâneas, enquanto o interior teve pouco volume, representando o início de mais um período seco, que se estende até meados de outubro/novembro. "O mês de abril termina com oscilações e queda da temperatura sobre os Estados do Sul do País, mas sem registro de frio extremo e nem geadas", comenta a Somar.
Estados Unidos
A Somar Meteorologia informa que a semana começa com chuva e temperaturas baixas sabre as principais regiões produtoras de milho e soja dos Estados Unidos. Na última semana de abril os maiores volumes se concentraram entre o sul de Missouri, Arkansas, Kentucky e Tennessee, que inclusive são as regiões mais castigadas pelos tornados. "Pela terceira vez consecutiva a semana começa com a passagem de uma nova frente fria, que causou chuvas sobre o Meio-Oeste no fim de semana e, nos próximos dias, prejudica mais a parte leste", informa Etchichury.
A semana também começa com baixas temperaturas. Nos Estados localizados mais ao norte dos Estados Unidos, incluindo Minnesota, Dakota do Sul e Nebraska, foram registradas temperaturas próximas de zero grau no fim de semana.
Índices de umidade do solo se mantêm elevados e com excesso de umidade nas principais regiões produtoras. De acordo com a Somar, a partir de amanhã a frente fria avança e as chuvas ficam concentradas na parte leste do Estados Unidos.
Para a primeira quinzena de maio, deve passar a prevalecer um padrão climático típico da primavera, com previsão de redução das chuvas e elevação da temperatura sobre o Meio-Oeste americano. "Em tese isso deve oferecer melhores condições para o plantio das lavouras de milho e soja".

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