sexta-feira, 8 de outubro de 2010

SOJA FECHA NO LIMITE DE ALTA .

As cotações da soja dispararam na Chicago Board Of Trade (CBOT) e fecharam no limite de alta permitido pela instituição depois que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu e reduziu a estimativa de produtividade das lavouras do país. O contrato novembro subiu 70 cents (6,57%), a US$ 11,35/bushel.
A estimativa da produção 2010/11 caiu de 3,483 bilhões de bushels (94,80 milhões de t) para 3,408 bilhões de bushels (92,76 milhões de toneladas), graças à queda na produtividade, que passou de 44,7 bushels por acre para 44,4 bushels por acre. A área colhida também diminuiu, de 78 milhões para 76,8 milhões de acres.
As exportações foram elevadas de 1,485 bilhão de bushels (40,42 milhões de t) para 1,52 bilhão de bushels (41,37 milhões de t). Os estoques finais foram reduzidas de 350 milhões de bushels (9,526 milhões de t) para 265 milhões de bushels (7,212 milhões de t).
"A revisão do USDA potencializa uma situação de aperto no mercado de soja neste ano", disse Anne Frick, analista sênior de oleaginosas da Prudential Bache, em New York. "Os estoques finais parecem muito pequenos, e as exportações abrem a possibilidade de eles ficarem próximos aos de 2009/10", avaliou, lembrando que na safra anterior restaram apenas 151 milhões bushels armazenados de soja no país.
Para ela, esta será outra safra como a de 2008/09, quando o mercado ficou dependente de uma boa safra na América do Sul e houve uma disputa de área entre milho e soja nos Estados Unidos. Para Frick, o a oleaginosa não pode perder muita área nos EUA em 2011 ou registrar uma quebra de produção no Brasil e na Argentina. "É difícil levar em conta estoques acima de 100 milhões de bushels diante da forte demanda global por soja e do atual balanço da safra nos EUA", disse a analista. O mercado não apenas subiu por causa de seus próprios fundamentos, mas também levado pela inédita revisão na produtividade do milho.
O USDA não costuma fazer um corte tão grande uma só vez, no caso de 162,5 bushels por acre, para 155,8 bushels. "A soja está agora atada a uma batalha por área com o milho, e se as lavouras forem reduzidas o mercado ficará numa situação pior", considerou Rich Nelson, diretor de pesquisa da Allendale Inc..
Para traders, o relatório terá impacto no longo prazo. Produtores de todo o Meio-Oeste tomarão suas decisões de plantio em 2011 com base nos preços em Chicago. Nelson acredita que a cotação vai chegar, no mínimo, a US$ 12 por bushel na próxima semana.

MILHO SOBE FORTE COM USDA. 
As cotações do milho dispararam nesta sexta-feira e terminaram no limite de alta da Bolsa de Chicago (CBOT), com a divulgação do relatório do governo, considerado bastante altista por estimar produtividade menor do que se esperava. Traders disseram que o mercado deve continuar avançando na segunda-feira. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, subiram 30,0 cents ou 6,02% e fecharam a US$ 5,2825/bushel.
O rali foi despertado pelos dados de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicando redução de 4% na estimativa de produtividade, para 155,8 bushels por acre. O USDA prevê que a relação entre estoques e consumo no ano que vem será a menor em 15 anos.
O Rabobank afirmou que "os dados provavelmente terão uma resposta altista do mercado, que provavelmente arrastará o complexo (de grãos) hoje e nas próximas semanas". Analistas avaliam que o mercado terá de racionar a demanda para evitar uma crise de oferta. No prazo mais longo, os preços altos são necessários para estimular o plantio em 2011, afirmaram. Isso deve dar suporte ao milho, à soja e ao trigo, de acordo com esses analistas.
Traders acreditam que as cotações provavelmente saltarão na segunda-feira. O limite de variação será expandido para 45 cents. Muitos analistas divulgaram relatórios prevendo que os preços atingirão US$ 6/bushel ou mais. Segundo o analista Hussein Allidina, do banco Morgan Stanley, há uma "necessidade de os preços se moverem até US$ 6, para racionar a demanda".
O relatório do USDA reverteu o sentimento causado pelos números trimestrais de estoques divulgados recentemente e que indicaram elevação de 20% nos estoques finais 2009/10. Um trader declarou que muitos participantes do mercado ficaram nervosos com a alternância das estimativas de oferta do governo. Muitos traders detinham posições compradas e saíram do mercado.

TRIGO DISPARA 9,1% NA ESTEIRA DO MILHO.
Os preços futuros do trigo atingiram hoje o limite de alta no mercado americano, acompanhando a forte valorização do milho por causa dos dados de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A expectativa de oferta apertada de grãos despertou o movimento.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em dezembro dispararam 60,0 cents ou 9,10% e fecharam a US$ 7,1925/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento saltou 59,0 cents ou 8,43% e encerrou a US$ 7,5850/bushel.
Os mercados de milho e trigo estão relacionados por ambos os cereais são usados como alimentação animal. Portanto, com menos oferta de milho, pode aumentar a demanda por trigo. "Vemos que o trigo continua seguindo o milho, apesar de o milho ter um desempenho melhor", comentou Hussein Allidina, diretor de pesquisa em commodities do banco Morgan Stanley.

MILHO DISPARA 6,02% SURPREENDIDO POR DADOS DO USDA.

As cotações do milho na Bolsa de Chicago trabalham no limite de alta nesta sexta-feira, após o governo ter divulgado o que traders chamaram de uma redução escandalosa na projeção da safra 2010/11. O contrato dezembro tem variação positiva de 30 cents, ou 6,02%, negociado a US$ 5,2825 por bushel. Traders disseram que, no mercado de balcão, o mesmo vencimento subia 10%, para cerca de US$ 5,50 por bushel. Segundo analistas, o nível de US$ 6 por bushel será a próxima meta dos investidores altistas.
"É um balanço muito apertado com o qual agora temos que conviver por um longo período", afirmou Sal Gilbertie, principal gestor do Teucrium Corn Fund. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produtividade nacional do milho em 155,8 bushels por acre, bem abaixo dos 162,5 bushels por acre previstos no mês passado e da estimativa média de analistas de 159,9 bushels por acre. Em 2009, a produtividade atingiu um recorde de 164,7 bushels por acre.
Embora muitos traders esperassem que a safra pudesse recuar para 155 bushels por acre, quase ninguém previa que o USDA fizesse um ajuste para baixo tão agressivo e tão cedo. "Surpresa pode ser pouco", disse Jason Britt, presidente da Central State Commodities, uma corretora no Kansas. "É muito incomum da parte do USDA reduzir tanto a produtividade do milho." O departamento projetou a produção final do grão em 12,664 bilhões de bushels, ante 13,160 bilhões de bushels no relatório de setembro. O volume previsto também é inferior à expectativa média de analistas de 12,95 bilhões de bushels.
O governo previa uma safra recorde há poucos meses, mas os produtores pareciam amplamente decepcionados com os resultados da colheita. A safra enfrentou problemas com chuvas excessivas no início da temporada, que levaram embora as ofertas de nitrogênio (nutriente crucial), e também foram prejudicadas por temperaturas anormalmente quentes durante as noites de todo o verão.
Ainda que a estimativa da produção, se concretizada, será a terceira maior já registrada, os estoques finais em 2010/11 são projetados em 902 milhões de bushels, ante previsão média de analistas de 1,148 bilhão de bushels e bem abaixo dos 1,708 bilhão de bushels apurados em 2009/10.
Britt afirmou que os dados podem repercutir de outras formas na demanda, observando que o governo ainda precisa se pronunciar sobre uma proposta de elevar a mistura de etanol na gasolina de 10% para 15%. "Isso [o relatório] pode intensificar o debate acerca da elevação das misturas e de 'alimento versus combustível'", disse ele.

PREÇO ATINGIRÁ US$ 6,00 bu DIZ MORGAN STANLEY
O relatório divulgado hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pode ajudar a puxar os preços do milho até US$ 6/bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), avalia o banco Morgan Stanley, acrescentando que esse movimento pode fortalecer também o mercado de soja.
A expectativa é de que a relação entre consumo e estoques no ano que vem seja a menor desde 1996, "enfatizando a necessidade de os preços se moverem até US$ 6, para racionar a demanda". O banco afirmou que, embora os estoques de soja não estejam tão apertados quanto estiveram no ano comercial que acabou de terminar, ele continua "acreditando que a soja seguirá o caminho do milho".

SOJA: PLANTIO EM MATO GROSSO ATINGE APENAS 1,7%.

O atraso nas chuvas neste ano continua impedindo o avanço do plantio da soja em Mato Grosso. Levantamento divulgado hoje pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que até ontem foram semeados 24.965 hectares, que correspondem a apenas 1,7% da área projetada para esta safra (6,241 milhões de hectares). No dia 8 de outubro do ano passado, o levantamento do Imea mostrava que 821.436 hectares já estavam semeados, o que correspondia a 14% da área estimada na época (5,867 milhões de hectares).
O plantio está mais atrasado na região noroeste de Mato Grosso, que ainda não registrou nenhuma atividade de plantio, por causa do déficit hídrico do solo. Na primeira semana de outubro do ano passado, na região noroeste 25.249 hectares já estavam semeados nesta época do ano, o que correspondia a 11,7% da área estimada (215,8 mil hectares). Na região nordeste o plantio também não começou, mas a situação está dentro da normalidade, pois os trabalhos tradicionalmente começam na segunda quinzena de outubro.
O plantio está mais adiantado na região oeste de Mato Grosso, onde foram semeados 31.291 hectares, que correspondem a 3,3% da área projetada pelo Imea para o município (930,2 mil hectares). No dia 8 de outubro do ano passado, na região oeste mato-grossense 167,4 mil hectares já estavam cultivados, que correspondiam a 18% da área então projetada pelo Imea. O destaque neste ano é o município de Sapezal, que neste ano lidera o avanço do plantio da soja em Mato Grosso, com 22 mil hectares cultivados (6% da área), bem abaixo dos 91,2 mil hectares da mesma época do ano passado (25%).
Apesar de o plantio em Sapezal estar mais avançado, o presidente do sindicato rural do município, José Guarino Fernandes, diz que a situação é preocupante, pois até agora tem ocorrido o que o agricultor chama de "chuva de manga" (concentrada em uma determinada área). Segundo ele, em algumas partes do município ainda choveu. Parte dos plantios feitos até agora ocorreu "no pó" (na primeira chuva), por produtores que arriscaram, mas de um modo geral a umidade do solo continua baixa. Guarino afirmou que a área de soja pode diminuir no município, pois grandes produtores que cultivam o algodão safrinha estão optando pelo plantio convencional, pois têm contratos fechados para entrega da pluma.
Lucas - Na região do médio norte, que responde por 40% da área plantada com soja em Mato Grosso nesta safra, até esta semana foram cultivados 48.854 hectares, que correspondem a 1,9% da área projetado pelo Imea em 2,466 milhões de hectares. Na mesma época do ano passado, no médio norte já havia sido cultivado uma área de 452,2 mil hectares, corresponde a 19% da área prevista pelo Imea na ocasião. O atraso das chuvas levou Lucas do Rio Verde a perder para Sapezal a posição de liderança na largada do plantio da soja no País.
Até agora em Lucas foram cultivados apenas 9,6 mil hectares, que correspondem a 4% da área estimada de 240 mil hectares. Nesta mesa época do ano passado já estavam semeados em Lucas 72 mil hectares, que representavam 30% da área estimada para o município, os mesmos 240 mil hectares.
Em Sorriso, maior produtor brasileiro de soja, até esta semana foram plantados 12 mil hectares, o equivalente a 1% da área estimada pelo Imea em 600 mil hectares. Nesta mesma época do ano passado, em Sorriso o plantio havia atingido 150 mil hectares, que representavam 25% da área de 600 mil hectares. A exemplo de Lucas do Rio Verde, em Sorriso a área de plantio está consolidada, sem espaço para expansão de novos cultivos, em função da legislação ambiental.
EVOLUÇÃO DO PLANTIO DA SOJA EM MT
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                       ÁREA (HA) 08/10/2009    07/10/2010
Noroeste            261.200        11,7%          0,0%
Norte                   44.000         9,2%           1,0%
Nordeste            652.200         0,0%           0,0%
Médio-Norte    2.466.000        19,0%         1,9%
Oeste                 948.200        18,0%          3,3%
Centro-Sul          409.100        11,9%          2,0%
Sudeste          1.460.600         9,0%           1,4%
Mato Grosso   6.241.300        14,0%          1,7%
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Fonte: Imea

CHICAGO/GRÃOS NO LIMITE DE ALTA APÓS RELATÓRIO DO USDA.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam no limite de alta nesta sexta-feira, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido as estimativas de produção, produtividade e estoques finais do ciclo 2010/11 no seu relatório mensal de oferta e demanda do mês de outubro.
O mercado é influenciado não apenas pelos dados otimistas, mas também pelos fortes ganhos do milho, disse Rich Nelson, diretor de pesquisa da Allendale, em Illinois. "A soja agora está em uma disputa por acres com o milho e, se não conseguir manter o terreno, o mercado está em situação ainda pior com uma perspectiva de oferta mais apertada, após o USDA ter reduzido as projeções da safra e dos estoques finais", afirmou Nelson.
A previsão já apontava que o milho 'roubaria' cerca de 2 milhões de acres da soja no próximo ano, e a expectativa de menos ofertas somente reforça a necessidade de os preços da oleaginosa subirem em linha com os do mercado vizinho. O contrato novembro opera no limite de alta de 70 cents, com variação positiva de 6,57%, cotado a US$ 11,35 por bushel.
O USDA previu uma safra recorde de 92,750 milhões de toneladas, com produtividade de 44,4 bushels por acre. Contudo, os números ficam abaixo da estimativa média de analistas de 95 milhões de tons e 45 bushels por acre e dos 94,8 milhões de tons e 44,7 bushels por acre previstos no mês passado pelo governo.
"A soja é provavelmente uma surpresa mais otimista do que o USDA ter reduzido a produtividade do milho para 155,8 bushels por acre", afirmou Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics and Consulting."Eu acho que o mercado esperava uma diminuição na área colhida, mas não um declínio na produtividade tão cedo", acrescentou Zuzolo.

USDA INFLUENCA AÇÕES DO SETOR DE AGRONEGÓCIOS.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu hoje as estimativas de produção e produtividade das safras de grãos no relatório mensal de oferta e demanda, surpreendendo traders dos mercados de commodities e influenciando as ações de companhias do setor de agronegócios. Na Bolsa de Chicago os contratos futuros da soja, do milho e do trigo abriram no limite diário de alta de 70, 30 e 60 cents, respectivamente, nesta sexta-feira. "Surpresa é pouco", disse Jason Britt, presidente da Central State Commodities, uma corretora do Kansas. "É muito incomum da parte do USDA reduzir tanto a produtividade do milho." O governo diminuiu a estimativa da produtividade da safra de milho no ciclo 2010/11 de 162,5 bushels por acre para 155,8 bushels por acre.
Expectativas de que a alta nos preços dos grãos incentivará os produtores a investir mais em equipamentos, fertilizantes e sementes impulsionavam os papéis do segmento de agronegócios. As ações de fabricantes de maquinários, como Deere (+5,5%), CNH Global (6,2%) e Agco Corp. (+0,86%), tinham valorização, bem como as de companhias que comercializam sementes e fertilizantes, como Monsanto (+4,75%) e Potash (2,2%). Processadoras de grãos, incluindo a Archer Daniels Midland (0,82%) e a Bunge (2,77%), também eram beneficiadas pelo relatório mensal, já que ofertas mais apertadas as permitem também elevar seus preços.
Na contramão, os papéis de empresas do setor de carnes recuavam, à medida que o aumento nos preços dos grãos implica em custos de produção maiores. As ações da Tyson Foods caíam 8% e as da Smithfield perdiam 5,7%.
Analistas disseram que as projeções desta sexta-feira reascendem preocupações de que o mercado precisa de preços mais altos para desencorajar a demanda e evitar uma crise de alimentos. O relatório também pode ter outras repercussões, considerando que o governo ainda não se pronunciou com relação à proposta de elevar o porcentual de etanol que pode ser misturado à gasolina de 10% para 15%. "Isso pode intensificar o debate acerca da elevação das misturas de etanol e de 'alimentos versus etanol'", afirmou Britt.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SOJA FECHA COM PEQUENA ALTA ANTES DO USDA.

As cotações da soja fecharam com pequena alta na Chicago Board Of Trade (CBOT), com o mercado em consolidação antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que sai amanhã, às 9h30 de Brasília. O contrato novembro subiu 3 cents (0,3%), para US$ 10,65 por bushel.
John Kleist, corretor e analista da Allendale Inc., considerou que o relatório tem pontos altistas - a demanda da China - e baixistas - a provável elevação da estimativa de produção. O relatório de exportação, divulgado hoje, ficou dentro do esperado ao mostrar venda de 947.400 toneladas na semana passada. A China comprou 624.300 t. Fora esse número, o mercado não teve notícias relevantes, o que manteve os traders focados no que virá amanhã.
No mercado de derivados, os futuros de farelo e óleo também subiram. As cotações do óleo lideraram a alta, apesar da queda no petróleo. A demanda pelo produto tem sido forte. "Nos últimos seis meses, a produção de biodiesel aumentou 92% na Argentina e 64% no Brasil, ante o mesmo período do ano passado. Isso tem impacto em outros mercados", comentou Karl Setzer, consultor de commodities da MaxYield. "Muitos importadores que costumavam ir à América do Sul para comprar óleo de soja estão recorrendo aos Estados Unidos", disse.

MILHO SOBE 2,0% COM EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO MENOR.
Os preços futuros do milho voltaram a subir expressivamente nesta quinta-feira. O mercado reagiu à forte demanda de exportação e também a preocupações com a possibilidade de que os estoques de safra diminuam, conforme os Estados Unidos registrarem uma colheita mais fraca. Os contratos com vencimento em dezembro, os mais negociados, fecharam com valorização de 9,75 cents ou 2,0%, cotados a US$ 4,9825/bushel.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga amanhã relatório mensal de oferta e demanda. Analistas esperam que o governo reduza sua estimativa e produtividade média da safra de milho. Produtores ao longo do Meio-Oeste americano relataram fraca produção por causa do excesso de chuvas em junho e de calor e clima seco em agosto.
Traders e analistas disseram que a possível queda da produção deve compensar o aumento dos estoques de grãos informados pelo USDA na semana passada. Os preços se recuperaram depois de terem caído fortemente, por causa do relatório trimestral de estoques, mas permanecem bastante abaixo da máxima em dois anos de US$ 5,2875/bushel, registrada no mês passado.
O presidente da corretora Money Farm, Mike Krueger, afirmou que as preocupações com os fracos resultados da colheita devem conduzir os preços até US$ 5,50/bushel nas próximas semanas. Alguns analistas preveem que as cotações alcancem, eventualmente, os US$ 6/bushel. Mas Krueger afirmou que isso seria pontual."Acho que o mercado está gradualmente ficando mais altista, contrariando o número de estoques da semana passada", declarou.

TRIGO FECHA COM GANHOS MARGINAIS.
O mercado americano de trigo acompanhou a tendência do milho nesta quinta-feira, enquanto traders se posicionam antes dos importantes relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na Bolsa de Chicago os contratos de dezembro, subiram 1,0 cent ou 0,15% e fecharam a US$ 6,5925/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento subiu 2,0 cents ou 0,29% e terminou a US$ 6,9950/bushel.
O milho se destacou hoje, pois o mercado espera que o relatório mensal do USDA seja fator de suporte para os preços - pela expectativa de redução da produtividade - e neutro para o trigo. O milho subiu 2% hoje.
Traders já conhecem o tamanho da safra de trigo dos Estados Unidos porque o USDA divulgou uma atualização sobre a produção de trigo na semana passada. Eles têm uma compreensão melhor sobre a produção global, depois da rigorosa seca na Rússia. "O trigo foi apenas um seguidor", disse o presidente da corretora The Money Farm, Mike Krueger. "Simplesmente não há nada acontecendo no mundo do trigo."

SOJA ESTIMATIVA DA CONAB FICOU DENTRO DO ESPERADO.

A primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a área plantada com soja na safra 2010/11 ficou dentro do esperado pelas consultorias especializadas. Todas projetaram aumento de lavouras dedicadas à oleaginosa, assim como o governo. Já a produção ficou um pouco abaixo do previsto por duas de três empresas por causa da divergência nas estimativas de produtividade. Uma consultoria previu safra menor que a oficial.
A Conab disse estar cautelosa por causa do fenômeno La Niña, e com razão, na opinião de Aedson Pereira, analista da AgraFNP. A consultoria revisou seus números para cima nesta semana, mas ainda assim seus números ficaram abaixo dos do governo. "O rendimento da safra não deverá ser tão bom quanto o do ano passado que, salvo alguns problemas pontuais, foi um ponto fora da curva", argumentou.
Ele lembrou que na mais recente safra sob influência do La Niña, a produtividade ficou abaixo da do ano anterior. Isso ocorreu em 2008/09, quando as lavouras renderam 44 sacas de 60 quilos por hectare. Uma safra antes, o rendimento médio tinha sido de 47 sacas. A Conab está prevendo 47,45 sacas, ante 48,78 sacas na safra anterior, enquanto a AgraFNP estimou 46,75 sacas/ha.
Para Marcelo Bartholomeu, da FCStone, a oferta prevista pela Conab ficou em linha com o esperado. "Mas ainda é muito cedo, muita coisa pode acontecer. Estamos em ano de La Niña e qualquer estimativa neste momento é muito prematura", disse. As apostas em torno de 68 milhões de t levam em conta a média histórica de rendimento. "Se houver um stress climático podemos ficar com 65 milhões de t que ainda é um bom número", disse. Confira as estimativas da Conab e projeções privadas.

 Soja safra 2010/11 - Estimativa Conab e consultorias  

                                              Conab          AgraFNP    AgRural    Céleres    Safra 2009/10   

Área (milhões de ha)         23,76 24,20          23,96        24,10        23,62          23,46  

Produção (milhões de t)  67,60  68,90          67,20         69,84        69,10          68,68 

Produtividade (sc por ha) 47,42 47,45          46,75        48,30         48,75          48,78

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ESPECULAÇÕES E NOVA MEDIDA CAMBIAL ELEVA DÓLAR.

O dólar no mercado doméstico oscilou em alta desde a abertura, mas no início da sessão vespertina a cotação no balcão saiu da mínima de R$ 1,671 (+0,06%) para uma máxima de R$ 1,6880 (+1,08%). A valorização mais acentuada da moeda ante o real coincidiu com a divulgação de esclarecimentos pelo Ministério da Fazenda à Agência Estado de que os ingressos de capital estrangeiro para aplicações em debêntures, fundos multimercados ou até mesmo fundos de ações também são todos tributados à alíquota de 4% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a exemplo das entradas destinadas diretamente à renda fixa. A Fazenda explicou ainda que as operações feitas no mercado de renda variável com a finalidade de travar um ganho de renda fixa também são taxadas à alíquota de 4% de IOF, pois têm natureza de renda fixa, como ocorre na tributação do Imposto de Renda.
Além disso, o mercado reagiu à informação de que o chefe da assessoria econômica do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, daria entrevista para esclarecer a decisão do CMN, em reunião extraordinária ontem, de que o Tesouro Nacional a partir de hoje poderá comprar dólares no mercado à vista para fazer frente aos vencimentos da dívida externa de até 4 anos (1.500 dias). Até então, o limite era de dois anos de vencimentos, o equivalente a 750 dias. Também causaram inquietação os rumores de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, daria entrevista sobre a medida do CMN, o que não se confirmou porque ele estava em trânsito, em viagem para os Estados Unidos, conforme apurou a AE junto à assessoria da Fazenda.
Como o técnico do Tesouro na entrevista apenas trouxe esclarecimentos sobre a decisão do CMN e não anunciou nenhuma nova medida cambial, o mercado acalmou-se e o dólar desacelerou os ganhos. Assim, no fechamento, a divisa norte-americana no balcão subiu 0,60%, a R$ 1,680. Na BM&F, o pronto acompanhou o vaivém da cotação do balcão e encerrou a R$ 1,6810, com avanço de 0,48%, após atingir máxima à tarde de R$ 1,6863 (+0,79%). O giro financeiro total à vista registrado na Clearing de Câmbio somava cerca de US$ 2,791 bilhões, dos quais US$ 2,772 bilhões em D+2.
No mercado futuro, o dólar para novembro de 2010 bateu a máxima à tarde de R$ 1,6990 (+1,55%), projetava taxa de R$ 1,690 (+1,05%).
Segundo o operador de câmbio da Interbolsa Brasil Ovídio Pinho Soares, o anúncio da entrevista do Tesouro provocou em parte o ajuste de alta abrupto do dólar porque o mercado temeu a divulgação de uma nova medida cambial, uma vez que ontem o aumento de 2% para 4% do IOF para ingressos destinados à renda fixa não impediu a forte queda do dólar. No entanto, nenhuma novidade foi apresentada e o dólar devolveu parte dos ganhos intraday.
Na entrevista, Bittencourt informou que o potencial adicional que a resolução do CMN gerou para aquisição de dólares é de US$ 10,7 bilhões. Esse número considera 1.500 dias contados a partir de novembro. Segundo ele, a decisão visa ampliar a capacidade do Tesouro de adquirir moeda para o pagamento de dívida externa e permite acelerar a compra de dólares no mercado.
Para o operador José Carlos Amado, da Renascença Corretora, os esclarecimento da Fazenda sobre a abrangência da medida anunciada na segunda-feira, que elevou de 2% para 4% o IOF sobre ingressos de capital externo para aplicações em renda fixa, também pesaram na valorização mais forte do dólar no início da tarde. "Não estava claro ainda para o mercado quais os outros investimentos, além das aplicações diretas em renda fixa, que poderiam ter sido atingidos pela medida da Fazenda", disse o operador. A expectativa é de que essa medida mais ampla deve estancar um pouco os ingressos de recursos estrangeiros no curto prazo. Com a previsão de redução de fluxo cambial, que já foi menor hoje, a oferta de dólares aparentemente também encolheu e ajudou a amparar a valorização da moeda norte-americana, afirmou Amado.
Nos dois leilões de hoje, o Banco Central fixou as taxas de corte em R$ 1,6752 na primeira atuação e em R$ 1,6825 na segunda. No mercado externo, o dólar caía ante o euro, que era cotado a US$ 1,3937 (+0,64%).

CHICAGO-SOJA DEVOLVE PARTE DOS GANHOS E FECHA EM QUEDA.

As cotações da soja cederam na Chicago Board Of Trade (CBOT), devolvendo parte dos ganhos de ontem. A ausência de notícias positivas deixou os compradores ao largo do mercado, que parece muito valorizado, na avaliação de Mario Balletto, analista do Citigroup. O contrato novembro perdeu 9,75 cents (0,9%), para fechar em US$ 10,62 por bushel.
Os preços subiram quase 2% na véspera, puxados pela forte desvalorização do dólar ante moedas como o iene e o euro e por uma venda de 225 mil toneladas de soja dos Estados Unidos para a China. Sem esses fatores, o mercado ficou à mercê da pressão da colheita.
Traders também aproveitaram para consolidar suas posições antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na sexta-feira. A expectativa é que o governo norte-americano eleve a estimativa de produção e exportação e reduza a de estoques finais.

MILHO- CAUTELA ANTES DO USDA DERRUBA PREÇOS.
O mercado futuro de milho não foi capaz de prolongar o movimento de compras observado na sessão de terça-feira e encerrou o pregão de hoje em terreno negativo na Bolsa de Chicago. Os contratos mais líquidos, com vencimento em dezembro, fecharam em baixa de 2,50 cents ou 0,51%, cotados a US$ 4,8850/bushel.
O mercado se estabilizou, depois de ter subido 4% ontem. Traders deram um passo atrás e adotaram postura mais cautelosa antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na sexta-feira. Não houve grandes influências de outros mercados.
O milho está antecipando uma redução nas estimativas de produção e produtividade nos dados do USDA, mas depois do rali nos preços observado ontem os traders estão apreensivos em puxar as cotações, segundo um analistas. No entanto, os futuros foram capazes de se manter bem hoje, diante da alta recorde do ouro e da redução das preocupações com inflação, limitando os riscos no mercado, segundo o presidente da corretora Global Commodity Analytics and Consulting, Mike Zuzolo. "O mercado de milho deve ficar num intervalo, conforme se posiciona antes do relatório do USDA", disse o analista Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage. "A produtividade de milho vai determinar onde os preços estarão daqui para a frente."

CÂMBIO: ALTA DE COMMODITIES COMPENSA REAL FORTE MAS HÁ PREOCUPAÇÃO.

A desvalorização do dólar não deve gerar prejuízos expressivos para o agronegócio brasileiro, ao menos neste momento, segundo economistas e analistas de mercado. Se por um lado o câmbio torna mais caros os produtos brasileiros no exterior, por outro - como o fenômeno é global - tem elevado os preços das matérias-primas, inclusive as agrícolas, como soja, milho e algodão.
"A desvalorização do dólar é um fenômeno mundial e tem aumentado as cotações internacionais das commodities. Para o Brasil, o efeito do dólar tende a ser compensado pela alta de preços no mercado externo", diz Geraldo Sant'ana de Camargo Barros, coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Ele acrescenta que a queda da moeda americana faz com que a relação de troca com fertilizantes, por exemplo, continue favorável ao produtor, mesmo porque muitos insumos têm preços influenciados pelo câmbio. O dólar fechou hoje em R$ 1,68 e acumula queda de 4,11% em 2010. Ontem, a moeda bateu em 1,67, no menor nível desde setembro de 2008.
Na avaliação de Eduardo Godoi, analista de mercado da AgRural, o real valorizado "é sempre um problema para o agronegócio", em especial nas chamadas regiões de fronteira, como Mato Grosso. "Os custos logísticos, que compõem os preços pagos ao produtor, sobem em dólar com o câmbio forte", observou. Mas ele ressalvou que as cotações internacionais da soja, por exemplo, e os prêmios pagos pela oleaginosa no Brasil estão bons e acabam por compensar o câmbio desfavorável. Os preços de outros produtos agrícolas, entre eles milho, algodão, café, açúcar e suco de laranja, têm sido beneficiados pelo câmbio, mas também por questões intrínsecas a cada um desses mercados, como demanda forte e problemas climáticos em várias áreas produtoras do mundo.
Para a analista Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria, na safra 2010/11 o câmbio poderá ser um problema no momento da comercialização, nos primeiros meses do próximo ano. "O problema é o descasamento na hora da venda. Se o dólar estiver baixo, vai afetar. Mas há uma perspectiva de preços sustentados lá fora", ponderou. O analista de mercado da Emater/RS, Athaides Jacobsen, demonstra preocupação. "A persistir esse quadro de valorização do real, a situação se complica para o agricultor porque tira a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, sobretudo os do agronegócio. Hoje temos preço interno da soja equiparado ao do mercado internacional, mas vamos ver como será em maio do ano que vem, com a safra colhida." Jacobsen reforça o impacto do câmbio na remuneração do produtor. "Em abril de 2004 a soja era cotada a US$ 9,85 o bushel e o agricultor recebia R$ 50, com um câmbio de R$ 2,90. Hoje, a soja vale entre US$ 10,50 e US$ 11 o bushel e o preço recebido é de R$ 38 no atual câmbio."
Para o setor de suco de laranja, que exporta mais de 95% da produção, o câmbio valorizado é muito ruim, diz o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohbauer. "O dólar como está encarece os produtos e tira margem", diz.
Ele avaliou que o aumento do IOF sobre o capital externo aplicado em renda fixa, em vigor desde ontem, é uma medida fraca e que não trará impactos sobre o dólar. "Aumentar de 2% para 4% não significa nada, pois o investidor paga. Até poderia ser diferente se fosse para 20%", disse.
No setor sucroalcooleiro, a valorização do real está tirando parte dos ganhos obtidos com a alta dos preços do açúcar no mercado internacional. Para o diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), Antonio de Padua Rodrigues, o fato de o Brasil ser o principal exportador de açúcar do mundo faz com que o preço da commodity seja formado aqui e o cenário cambial acaba refletido nas cotações. "Em 2009, os preços não estavam tão altos e tínhamos um dólar médio de R$ 2,00. Com o dólar chegando abaixo de R$ 1,70 nesta safra, a alta da cotação no exterior foi provocada em parte por esta valorização do real", disse. Para Rodrigues, como os preços também estão sustentados pelo cenário de menor oferta mundial, a desvalorização do dólar está apenas limitando os ganhos do setor, mas ainda não afeta de forma expressiva sua receita.

MILHO-DEMANDA DA CHINA PODE SURPREENDER.

O apetite voraz da China por milho pode aumentar mais do que se pensava, na medida em que o país asiático forma estoques para garantir sua oferta de alimentos, dizem analistas dos Estados Unidos. Relatos de que a safra chinesa pode não atingir o nível recorde previsto, forçando as importações dos Estados Unidos e da Argentina, recentemente impulsionaram as cotações internacionais do milho para níveis superiores a US$ 5/bushel, na Bolsa de Chicago.
Apesar de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimar que os estoques da China estejam em nível recorde neste ano, um aumento das importações de grãos nas últimas semanas produziu algum ceticismo no mercado. Nos primeiros oito meses do ano, as importações de milho pela China somaram 714,04 mil toneladas, de acordo com dados do governo. Mas observadores avaliam que as exportações dos Estados Unidos podem facilmente passar de 1 milhão de toneladas e analistas preveem que atinjam de 3 a 5 milhões de toneladas neste ano, caso o país tenha uma colheita fraca.
"A China é o fator imprevisível no mercado de milho", afirmou o analista de commodities Alex Bos, do banco Macquarie. "Se a China importar 5 milhões de toneladas de milho dos Estados Unidos, será um fator altista no mercado." Ele completou que "se trata de uma quantidade grande de milho que os Estados Unidos não têm, necessariamente".
Estimativas para a safra de milho chinesa variam muito. Embora o USDA preveja, até o momento, um crescimento de 7% na produção, para 166 milhões de toneladas, o Conselho de Grãos dos Estados Unidos espera apenas uma pequena elevação de 2%, para 158 milhões de toneladas, depois de realizar recentemente uma expedição nas áreas produtoras da China.
O governo da China já liberou 15 milhões de toneladas de milho dos estoques do país, mas a demanda por carnes se expande principalmente na classe média e pode forçar o país a comprar mais milho para ração. "Politicamente, eles parecem precisar de estoques estratégicos mais amplos, para ajudar a controlar a inflação interna", comentou Steve Jesse, diretor do Barclays Capital. "Pode ser que estejamos subestimando o consumo na China."

JAPÃO FIXA PREÇO DE 465 MIL TONS.
O Japão, maior importador de milho do mundo, fixou o preço de quase 465 mil toneladas compradas na última semana, para embarque entre outubro e dezembro, aproveitando o recente declínio dos preços globais do grão. "Não tem havido novas compras significativas, mas as aquisições anteriores estão sendo precificadas com base nos atuais níveis da CBOT", disse um importador de Tóquio.
Traders disseram que cerca de 65% das compras para entrega até o final de 2010 já tiveram o preço determinado, ante 50% uma semana antes. Eles acrescentaram que o preço dos embarques entre outubro e dezembro foi fixado em torno de US$ 255 por tonelada C&F, após o recuo das cotações na CBOT.
Em Chicago, o contrato dezembro, quer atingiu um pico em dois anos perto de US$ 5,28 por bushel no final de setembro, agora opera em torno e US$ 4,91 por bushel, depois de ter despencado para US$ 4,65 por bushel.

INTERVENÇÕES NO CÂMBIO COLOCAM RECUPERAÇÃO GLOBAL EM RISCO.

O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, alertou que uma potencial cascata de intervenções no câmbio e de taxas de câmbio subvalorizados trazem risco para a recuperação global. Sem mencionar diretamente a China, Geithner observou que "quando grandes economias com taxas de câmbio subvalorizadas agem para evitar apreciação de suas moedas, encorajam outros países a fazer o mesmo, estabelecendo uma dinâmica perigosa".
Ao longo do tempo, mais e mais países enfrentam forte pressão para inclinar-se contra as forças do mercado, puxando em alta o valor de suas moedas, e seu impacto coletivo causa inflação e bolhas de ativos em economias emergentes ou também deprimem o crescimento do consumo, afirmou o secretário.
Os comentários de Geithner centraram-se sobre os dois assuntos - taxas de câmbio e estratégias fiscais - que devem tomar conta dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial no fim de semana, preparatório para a reunião de 23 e 24 de outubro do G-20 em Seul.
Geithner disse que as economias avançadas ainda têm espaço para estimular o crescimento. Ele acrescentou que as "preocupações em relação aos limites de curto prazo das políticas econômicas mais orientadas ao crescimento são exageradas".
"A maior parte de nós tem capacidade para tomar ações adicionais que melhorem as perspectivas de crescimento no curto prazo e no longo prazo" e o maior risco para a recuperação global é de que as nações avançadas não atinjam o crescimento, disse Geithner.

FMI ALERTA PARA RISCO DE GUERRA DE MOEDAS.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, alertou que os governos enfrentam o risco de uma guerra de moedas se tentarem usar o câmbio para resolver problemas domésticos, segundo declarações divulgadas pelo site do Financial Times na noite de ontem. "Está claramente começando a circular a ideia de que as moedas podem ser usadas como uma arma política", disse Strauss-Kahn. "Traduzida em ação, esta ideia representaria um risco muito sério para a recuperação global. Uma postura destas teria um impacto negativo e muito prejudicial no longo prazo."
Strauss-Kahn fez os comentários ao FT antes que o banco central do Japão decidisse, ontem, cortar sua taxa de juro para a faixa de zero a 0,10% e propusesse um novo fundo para comprar ativos e bônus do governo.

MILHO: CHINA IMPORTARÁ ATÉ 15 MILHÕES DE TONS EM 2015.

A China continuará comprando mais milho dos Estados Unidos nos próximos anos, por causa do crescimento da criação de animais e, portanto, pela necessidade de rações, segundo afirmou hoje o Conselho de Grãos dos Estados Unidos (USGC, na sigla em inglês). A China vai importar dos Estados Unidos de 2 a 3 milhões de toneladas de milho no ano comercial 2010/11. Os americanos são os maiores produtores e exportadores mundiais da commodity.
O presidente e executivo chefe do USGC, Tom Dorr, afirmou que as importações da China nos Estados Unidos continuarão crescendo e chegarão a 15 milhões de toneladas até 2015. O diretor do Conselho na China, Kevin Latner, declarou hoje que, embora o grupo espere que a China produza mais milho neste ano, o país ainda terá "uma situação de oferta e demanda apertada".
"Todo ano, a China consome mais e mais milho", disse Latner, depois que ele e outros 24 grupos de autoridades realizaram uma expedição na China para avaliar o tamanho e a qualidade da safra. O grupo anunciou nesta terça-feira acreditar que a China produzirá 158 milhões de toneladas de milho neste ano, mais do que as 155 milhões de toneladas do ano passado. A última estimativa do USDA para a safra chinesa de milho previa 166 milhões de toneladas neste ano.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China importou um total de 1 milhão de toneladas de milho no ano comercial 2009/10, sendo grande parte dos Estados Unidos. Os chineses, que não compravam grandes volumes de milho americano há muitos anos, voltaram a demandar em 2010. O ano comercial começou em 1º de setembro. O USGC reúne, entre outros, as principais tradings de grãos dos Estados Unidos, como Bunge, ADM, Cargill e Louis Dreyfus.

USDA-RELATÓRIO DE ESTOQUE CONTOU SÓ ANTIGA SAFRA 
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reafirmou ter pedido aos produtores para contar apenas milho excedente da colheita passada durante a elaboração do relatório trimestral de estoques, divulgado na quinta-feira passada. Os dados mostraram que a situação dos estoques de milho em 1º de setembro estava muito acima do esperado, fazendo com que alguns traders questionassem se os produtores teriam incluído milho da atual colheita na contagem.
Novos questionamentos sobre o relatório do USDA surgiram nesta terça-feira, depois que um comentário financeiro amplamente divulgado sinalizou que o USDA teria sugerido numa carta que parte do milho do relatório de estoques era da safra recém-colhida. Uma autoridade do USDA afirmou que a agência mantém os dados do relatório e que o milho era da safra antiga.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DESVALORIZAÇÃO DO DÓLAR SERIA MAIOR SEM AUMENTO DO IOF.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega voltou a reconhecer que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os investimentos estrangeiros em renda fixa, que entrou em vigor hoje, ainda não surtiu o efeito esperado. "Há remédios que não fazem efeito no dia seguinte. Às vezes você começa a tomar um antibiótico e tem que tomar uma semana. É preciso olhar o cenário de hoje", disse o ministro, citando que o Japão, por exemplo, também tomou uma medida importante, para desvalorizar o iene em relação ao dólar, o que afetou muitos mercados. "O que se poderia pensar é que não fez efeito hoje, mas poderia fazer amanhã. E certamente ela (a medida) vai diminuir o fluxo de capital de curto prazo em aplicações financeiras, o que vai nos ajudar a diminuir a pressão sobre o dólar", afirmou. Segundo o ministro, o raciocínio é que "se não tivesse tomado essa medida, com o fluxo grande que estava ocorrendo, poderia haver uma desvalorização do dólar maior do que de fato ocorreu".
Mantega admitiu, porém, que "essa não é uma medida definitiva que vai resolver todo o nosso problema". "É para atenuar o fluxo forte que se identificou em aplicações financeiras estrangeiras em mercados de renda fixa", ressaltou. Ele informou que vai amanhã a Washington, para uma reunião com ministros da Fazenda dos 24 países mais importantes do mundo, discutir o mesmo assunto. "A questão cambial é generalizada e não só no Brasil", afirmou. "Estamos vendo que a cada dia países tomam medidas para impedir a valorização das suas moedas. Ninguém quer perder a guerra comercial. Ninguém quer deixar de exportar ou ter sua moeda valorizada artificialmente. Nós temos que discutir em conjunto para acharmos uma saída comum a todos os países".
Mantega negou que as bolsas possam ser taxadas, justificando que não há fluxo excepcional nesse mercado. Negou também que possa haver aumento do IOF para compras no exterior com cartão de crédito. "Não mudou o IOF em relação ao cartão de crédito. Exceto em relação aos investimentos estrangeiros no mercado de renda fixa. O resto fica igual". Ele lembrou que no caso das compras no exterior ninguém pode trazer mais que US$ 500 por pessoa e quem ultrapassa esse valor já paga imposto sobre isso.
IOF É RETROCESSO DIZEM ANALISTAS NOS EUA
O aumento da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para os investimentos estrangeiros em renda fixa, que entrou em vigor hoje, deixou o Brasil um pouco menos atraente, mas não deve resolver o problema de valorização do real, acreditam analistas dos Estados Unidos entrevistados pela Agência Estado. "Acho que é um retrocesso. Usar controle de capitais é uma decisão questionável", avalia David Beker, chefe para América Latina em Estratégia Econômica e Renda Fixa do Bank of America-Merrill Lynch em Nova York. Segundo ele, esse instrumento já foi utilizado no passado sem muito sucesso e mesmo a adoção do IOF de 2% para capital estrangeiro, em outubro do ano passado, teve pouco impacto na trajetória do real. Nos anos 90, o governo cobrava IOF de 5% sobre capital estrangeiro que entrasse no País e chegou a subir a alíquota a 9%. Ela foi reduzida depois e eliminada em 1999. Para Beker, o aumento do IOF ontem não surpreendeu. "Tinha muito ruído vindo da Fazenda sobre o nível do câmbio e sobre o tamanho da intervenção", disse. O fato de o dólar ter rompido o nível de R$ 1,70, segundo ele, pode ter sido decisivo para que o governo anunciasse a medida ontem, um dia após as eleições e não após o segundo turno, como esperavam muitos analistas.
O analista, no entanto, disse que as regras para o diferencial das alíquotas não ficaram claras. O IOF de 4% vale para investimento de capital estrangeiro em renda fixa, enquanto para os investimentos estrangeiros em ações a alíquota continua sendo de 2%. "O governo precisa explicar melhor as regras. Como você controla a pessoa que comprou ações, depois as vende para comprar renda fixa? Como funciona o diferencial de alíquotas em casos assim?", questiona Beker.
Para Beker, a medida tem impacto de curto prazo e reduz a atratividade do País. Só não deve conseguir ser eficaz naquilo que o governo mais quer: enfraquecer um pouco o real. "Acho que é mudança importante. O Brasil de ontem para hoje está menos atrativo. Mas não acho que a solução para a apreciação do real seja o IOF", afirmou.
De acordo com o economista, o governo deveria tentar reduzir o fluxo de capital por meio de ajuste fiscal e permitindo que os juros reais caiam mais. "Quando o juro real cai, diminui a atratividade de comprar posições em renda fixa doméstica. O que tem que ser feito é criar condições para o juro real cair", afirmou.
Para Robert Wood, economista-sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU) em Nova York, o aumento do IOF pode ter algum efeito apenas no curto prazo. "E então os fundamentos devem voltar a prevalecer, renovando a pressão sobre o real diante do alto diferencial de juros, perspectivas boas de crescimento do País, contexto de abundante liquidez global e juros baixos nas economias avançadas.
Sobre o timing da decisão, Wood avalia que o governo fez o anúncio no momento correto. "O real já tinha rompido a marca de R$ 1,70, que o governo parece estar defendendo. Também é possível que os investidores estivessem antecipando posições à espera de um IOF mais elevado e Mantega queria impedir que isso ocorresse", afirmou Wood. "Além do mais, o governo foi esperto ao tomar a decisão num momento em que os brasileiros estão mais focados no fato de Dilma Rousseff (PT) não ter ganho as eleições no primeiro turno. Por fim, o governo não quis arriscar e esperar até novembro para subir o IOF, dado o elevado apetite por risco que tem fortalecido o real", completou.
"A medida pode ajudar a conter parcialmente a especulação, mas os altos juros do Brasil ainda fazem do País um lugar atraente para especuladores. Além do mais, a questão de apreciação do real é muito mais profunda", analisa Reva Bhalla, diretora de análises da consultoria Strafor, em Washington.
O fato é que não há solução fácil ao problema cambial no Brasil. Enquanto as commodities dominarem as exportações brasileiras e o País continuar sendo um imã para investimento estrangeiro, mais dólares vão seguir entrando, impulsionando ainda mais o real", afirma Bhalla.

CHICAGO/SOJA FECHA COM ALTA EXPRESSIVA PUXADA PELO DÓLAR.

As cotações da soja fecharam com alta expressiva na Chicago Board Of Trade (CBOT), acompanhando o rali em outros mercados de commodities, ativado pela forte desvalorização do dólar ante outras moedas, como o euro. A compra feita pela China hoje (225 mil toneladas) também deu sustentação à bolsa da oleaginosa. O contrato novembro subiu 17,75 cents (1,68%), para US$ 10,7175 por bushel.
A demanda chinesa dá alento aos altistas, especialmente diante da expectativa de aumento na estimativa para a produção dos Estados Unidos no relatório do Departamento de Agricultura do país (USDA) que será divulgado na sexta-feira. Média de 25 analistas consultados pela Dow Jones estimou produção de 3,491 bilhões de bushels, ante estimativa de 3,483 bilhões feita pelo USDA em setembro. Na safra anterior, a produção foi de 3,359 bilhões de bushels. O intervalo das estimativas foi de 3,36 bilhões de bushels e 3,644 bilhões de bushels. A produtividade foi estimada em 45 bushels por acre, ante 44,7 bushels no mês passado e 44 bushels na safra anterior.
O mercado também seguiu o rali no milho, que subiu mais de 4% em Chicago, na medida em que ambos os produtos competem por área nos EUA, afirmou Dan Basse, presidente da AgResource Company.
No mercado de derivados, os contratos de farelo seguiram a alta do grão e os de óleo de soja também foram beneficiados pela valorização do petróleo, já que o produto é a principal matéria-prima para produção de biodiesel nos EUA.

MILHO FECHA EM ALTA DE 4,1% NA ESPERA DE MENOR PRODUTIVIDADE.
Os preços futuros do milho saltaram nesta terça-feira na Bolsa de Chicago (CBOT), dando continuidade aos esforços de recuperação do mercado a partir das mínimas da semana passada. O suporte veio da desvalorização do dólar frente a outras moedas e de preocupações com a possível queda de produtividade e produção nos Estados Unidos. Os contratos mais líquidos, com vencimento em dezembro, subiram 19,50 cents ou 4,14% e fecharam a US$ 4,91/bushel.
Os ganhos generalizados no mercado financeiro foram fator psicológico positivo para os preços das commodities, abrindo as portas para que os traders assumissem postura mais arriscada nos futuros de grãos.
Segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, os avanços do milho foram uma continuação do avanço visto na segunda-feira. O mercado encontrou força em critérios técnicos após a liquidação de posições compradas por fundos, diante do relatório baixista de estoques, divulgado na semana passada.
Consumidores finais foram ativos compradores hoje, aproveitando os preços abaixo de US$ 5/bushel e levando em conta que a produção pode ser menor e que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pode reduzir sua estimativa de safra na sexta-feira, segundo McCambridge.
Relatos de fraca produtividade na etapa inicial de colheita fizeram com que os analistas estimassem rendimento e produção menores. Em média, analistas consultados pela Dow Jones preveem que o USDA estimará queda de 2,5 bushels por acre em produtividade e de 211 milhões de bushels em produção, ante a leitura do USDA em setembro.
Analistas disseram que o risco de queda de produtividade nos Estados Unidos está fundamentalmente sustentando as cotações, assim como o dólar desvalorizado.

MILHO: PARANÁ ACELERA PLANTIO APÓS VOLTA DAS CHUVAS

O plantio de milho está em ritmo acelerado no Paraná. Depois de semanas de forte estiagem, voltou a chover no Estado na virada do mês e os produtores tentam recuperar o tempo perdido. Em apenas uma semana, o plantio evoluiu 23% atingindo hoje 37% da área estimada nesta safra verão. Mesmo assim, há atraso na comparação com 2009, quando 52% das lavouras de milho haviam sido implantadas nesta época do ano. A engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), informa que as máquinas estão trabalhando dia e noite. Segundo ela, nesta terça-feira chove em diversas regiões do Estado, o que chega a atrapalhar os trabalhos. "Temos que acompanhar diariamente o clima para ver o quanto os trabalhos no campo vão avançar", disse.
A retomada do plantio em ritmo acelerado atende às orientações técnicas. A área de Agrometeorologia do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) recomenda que os produtores rurais aproveitem os índices mais elevados de precipitação, depois de aproximadamente dois meses de estiagem, para semear a primeira safra no Estado. Segundo informações do Iapar, se o solo estiver seco, são necessários, pelo menos, de 30 a 40mm de chuvas para suprir a deficiência de água no solo e dar condições ao plantio. Na região de Ponta Grossa (PR) choveu, em média, 80mm desde a sexta-feira, volume que obrigou os agricultores a paralisar os trabalhos porque o solo ficou encharcado. "Assim que a chuva parar, e o solo oferecer condições para os tratores voltarem a operar, o plantio recomeça em ritmo acelerado", diz Margorete.
De acordo com boletim da Somar Meteorologia, nos próximos dias volta a chover em boa parte do parte do Brasil, o que pode comprometer o plantio em algumas regiões. No Rio Grande do Sul, em Goiás e na Bahia a precipitação deve ficar abaixo da média. A Somar aponta, ainda, que "entre os dias 9 e 13 de outubro as chuvas darão uma trégua, o que possibilitará o retorno das atividades de campo nestes Estados".

CLIMA FAVORECE PLANTIO DE SOJA E MILHO.

As frentes frias devem atuar mais entre o litoral do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro nos próximos 15 dias. Com isso, a organização de chuvas no interior desses Estados será favorecida, assim como no interior de Minas Gerais, especialmente no sul do Estado e no Triângulo Mineiro. A avaliação é da Somar Meteorologia, em seu boletim semanal, que acrescenta que nos próximos dias deve continuar chovendo no Paraná e em Mato Grosso do Sul, o que favorece o plantio da lavoura de soja e milho.
A presença de frente fria sobre o Sudeste também favorece, aos poucos, a organização da convecção tropical (nuvens de chuvas) sobre o interior da Região Centro-Oeste. "Mais para o fim de semana e para a próxima semana deve voltar a ocorrer algumas chuvas isoladas em Goiás e no sul de Mato Grosso", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury. No entanto, o volume ainda deve ocorrer de forma muito isolada e insuficiente para oferecer condições ideais de plantio.
A Somar prevê que ainda se mantém a expectativa de atraso no retorno das águas na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins. "Há previsão de alguns episódios de chuvas isoladas na última semana de outubro, porém, a tendência é de muito irregularidade até novembro", estima a Somar.
O Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem continuar sem precipitação nos próximos dias, o que favorece o plantio das lavouras de verão, especialmente soja e arroz, cujo plantio já estava sendo atrapalhado pelo excesso de água em setembro e as baixas temperaturas dos últimos dias.

Primavera
De acordo com a Somar, o começo da primavera confirmou a condição climática típica da estação: depois de um longo período seco, voltou a chover em parte do Sudeste e no Centro-Oeste, além da intensificação das chuvas sobre o Norte do Brasil.
Os maiores volumes da semana passada se concentraram em São Paulo, centro-sul de Minas Gerais, sul de Mato Grosso do Sul e no noroeste do Paraná.
Já em Goiás, Mato Grosso, Tocantins e oeste da Bahia, as chuvas ocorreram de forma muito irregular e, no geral, de fraca intensidade. Os índices de água disponível no solo refletem o resultado do clima na semana e mostram uma boa recuperação e condições de plantio das lavouras de verão no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e parte de Minas Gerais.
As condições de umidade do solo, no entanto, continuam críticas em Mato Grosso, Goiás e no interior da Região Nordeste, que ainda continua sofrendo com o longo período seco e de altas temperaturas.

Lavoura americana
A Somar informa que o tempo continua seco, com queda da temperatura, porém sem previsão de frio extremo e risco de ocorrência de geadas, nas lavouras do Meio-Oeste americano nas próximas duas semanas. Essa situação favorece a finalização e o processo de colheita.A partir da segunda semana, porém, há previsão de queda acentuada da temperatura, inclusive com risco de formação de geada, principalmente nas regiões produtoras localizadas mais ao norte, próximas da fronteira com o Canadá.

Argentina
A semana passada confirmou o padrão típico da primavera, com chuvas sobre grande parte do território argentino, incluindo a região do Pampa Úmido, a principal região produtora de milho e soja.
A tendência para as próximas duas semanas, segundo a Somar, é de pouca chuva e temperaturas em gradual elevação. A meteorologia ressalta que as águas desse período são importantes para uma reposição e regularização dos níveis de umidade do solo, que são fatores importantes e determinantes para as condições de plantio que ocorrem entre outubro e novembro (primeiro plantio) e dezembro (segundo plantio).

CHICAGO: MILHO DISPARA 3%; SOJA E TRIGO TÊM GANHOS.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem forte alta nesta terça-feira, dando continuidade ao desempenho observado no pregão eletrônico. Boas influências externas atraem interesse de compras ao complexo de commodities, disseram analistas. Um dólar acentuadamente mais baixo e a máxima recorde atingida pelo ouro provocam ganhos generalizados nos mercados de grãos e oleaginosas, acrescentaram as fontes.
Entre outras notícias positivas, a China comprou 225 mil toneladas de soja norte-americana, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Além disso, preocupações com a previsão de um clima seco no Brasil também encorajam compras. Os produtos derivados da oleaginosa também avançam. O contrato novembro sobe 17,50 cents, ou 1,66%, para US$ 10,7150 por bushel.
O milho disparou mais de 3%, estendendo o movimento de recuperação iniciado ontem, após ter caído quase 11% na última semana.
Traders aguardam o relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve mostrar uma estimativa de produção menor que a do mês passado. A fraqueza do dólar e a alta dos mercados vizinhos também beneficiam o milho, informou um analista. Há pouco, o contrato dezembro ganhava 16 cents, ou 3,66%, cotado a US$ 4,87 50 por bushel.
O trigo opera em território positivo nesta terça-feira, interrompendo uma série de perdas de seis dias, após ter atingido o menor patamar em dois meses na véspera. A valorização do milho também impulsiona o trigo, segundo traders. Na CBOT, o contrato dezembro subia 16,75 cents, ou 2,59%, para US$ 6,64 por bushel. Na Bolsa do Kansas, o mesmo vencimento avançava 19 cents, ou 2,78%, negociado a US$ 7,02 por bushel.

TRIGO: MERCADO GLOBAL DEVE EXIBIR DÉFICIT DE 18 MILHÕES TONS.
Os mercados mundiais do trigo devem enfrentar um déficit de ofertas de 18 milhões de toneladas em 2010/11, à medida que o aumento dos preços globais não é capaz de frear a demanda, mostraram dados divulgados hoje pela Autoridade de Cultivo Local de Cereais do Reino Unido (HGCA, na sigla em inglês).
A produção mundial de trigo deve cair para 643 milhões de toneladas, queda de 29 milhões de toneladas frente à previsão anterior, enquanto a demanda deve continuar relativamente robusta em 661 milhões de toneladas, disse Jack Watts, analista sênior da entidade, durante uma conferência em Londres.
Contudo, significativos estoques globais - particularmente nos Estados Unidos, que detêm 13% da oferta mundial - devem atenuar o déficit deste ano e evitar uma repetição da crise ocorrida em 2007/08, explicou Watts. A proibição dos embarques de grãos pela Rússia e problemas climáticos em outros países exportadores conduziram os preços dos alimentos em setembro para o nível mais alto em 25 anos, de acordo com o índice medido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
"No papel, ao menos os Estados Unidos podem lidar com esta demanda, mas não sabemos quanto mudou a logística" desde 2007, quando o país intensificou as exportações para minimizar os efeitos de uma escassa produção global, afirmou ele. Em 2010/11, os Estados Unidos também devem elevar os embarques para compensar um déficit mundial de ofertas, mas o comércio internacional, em geral, deve recuar 7 milhões de toneladas, para 119 milhões de toneladas.
O recente avanço dos preços do trigo - o cereal saltou para as máximas em quase dois anos e meio na Bolsa de Paris em setembro - também tornou as exportações norte-americanas mais competitivas no cenário mundial, apesar de sofrerem uma desvantagem de US$ 12 relacionada às taxas de frete, segundo Watts.

SAFRA 2010/11: AGRAFNP ELEVA ESTIMATIVA DA SOJA E REDUZ MILHO.

A consultoria AgraFNP elevou hoje a estimativa para a produção de soja e reduziu a projeção para a colheita de milho no Brasil na safra de verão 2010/11. Em seu terceiro levantamento para o período, a empresa fez pequenos ajustes na projeção de plantio nas áreas chamadas de nova fronteira da oleaginosa, compreendida por Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia (Mapitoba) e no Rio Grande do Sul, onde o grão deve avançar sobre áreas de milho.
A produção de soja foi prevista em 67,2 milhões de toneladas, aumento de 600 mil t (0,9%) sobre as 66,6 milhões de t de agosto. O volume, contudo, ainda é 2% menor que o da temporada anterior. A estimativa de área plantada subiu de 23,85 milhões para 23,96 milhões de hectares, extensão 2,1% maior que na safra 2009/10. De acordo com a AgraFNP, na safra anterior a produtividade da soja chegou perto de níveis recordes por causa do clima ideal. Já na temporada atual, o fenômeno La Niña, que provoca irregularidade nas chuvas durante a primavera e no verão, deverá levar a um rendimento menor.
De acordo com o analista da AgraFNP Aedson Pereira, o principal ajuste ante o levantamento anterior foi feito no Mapitoba, onde o plantio de soja deverá crescer 8% ante o ciclo anterior. "Essa região tem recebido muitos investimentos e é onde o plantio mais vai crescer no País", afirmou. Os quatro Estados deverão cultivar 2,4 milhões de hectares em 2010/11. Segundo ele, as vendas antecipadas estão aceleradas ali, o que denota a intenção de elevar o plantio. "Os produtores do Mapitoba já venderam 30% da produção. Na mesma época do ano passado, esse índice chegava a 15%", conta. Para Mato Grosso e Paraná, os dois maiores produtores nacionais, não houve ajustes relevantes. A consultoria fez pequenas reduções nas áreas de Goiás e Mato Grosso do Sul, por causa do avanço da cana.
Quanto ao milho, a consultoria revisou os números ligeiramente para baixo ante o levantamento anterior, e agora estima área de 7,1 milhões de hectares e produção de 28,7 milhões de toneladas na temporada de verão, reduções de 16% e 8%, respectivamente, ante 2009/10. Segundo Pereira, a recuperação dos preços do milho não veio a tempo de mudar a intenção de plantio, especialmente no Sul do País.
"Será o menor plantio de milho verão dos últimos anos", disse. A AgraFNP estima que no Rio Grande do Sul a área do grão deverá recuar 10%. "Embora o cereal seja prioritário no Estado por causa da demanda do setor de carnes e pela necessidade de rotatividade do solo, a soja será mais rentável nessa temporada", disse o analista.
Para o algodão a consultoria manteve a estimativa de área e produção em 1,07 milhão de hectares (+28% na comparação a safra anterior) e produção de 1,6 milhão de toneladas (+38%).
Conab - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga na próxima quinta-feira (7) a primeira estimativa de intenção de plantio da safra de grãos 2010/11. Ontem, a consultoria Céleres também diminuiu a estimativa de plantio de milho e elevou a de soja. Para o grão, a empresa previu 7,637 milhões de hectares e produção de 29,901 milhões de toneladas, queda de 5,9% e 7,9%, respectivamente ante a safra 2009/10. Para a soja, foram estimados 23,616 milhões de hectares e 69,096 milhões de toneladas, incrementos de 1,2% e 0,9% sobre o ciclo anterior.

GRÃOS/EUA: COLHEITA DE MILHO E SOJA AVANÇA RAPIDAMENTE

Os produtores do meio-oeste dos Estados Unidos estão colhendo rapidamente as safras de milho e soja, mas as atenções estão claramente se voltando mais para as lavouras de soja, segundo o relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Enquanto isso, a colheita de trigo de primavera está terminando e o plantio de trigo de inverno evolui em ritmo avançado. O mercado vem se preocupando pouco com as condições da safra neste momento, especialmente no caso do milho, cuja maturação já chegou a 93%.
Soja
Cerca de 37% da safra de soja foi colhida até domingo, ante 14% no mesmo momento do ano passado e 28% na média em cinco anos. Traders esperavam que a evolução ficasse entre 37% e 42%. Em Illinois, 50% da safra foi colhida, ante média de 28%. Em Indiana, 63% da safra foi colhida, ante 22% de média. Iowa, por sua vez, removeu 38% da safra, perto da média de 37%. A colheita chegou a 29% das lavouras de soja de Minnesota, menos do que a média em cinco anos, de 36%, mas acima dos 23% observados há uma semana.
Os agricultores estão avançando muito, recuperando o tempo perdido com as chuvas que interromperam os trabalhos no campo, segundo o analista Jerry Gidel, da corretora North America Risk Management Services.
O USDA informou que 64% da safra de soja foi avaliada como boa a excelente, o que significa aumento de 1 ponto porcentual ante a semana anterior. A avaliação costuma cair nesta época do ano. Cerca de 88% da safra registrava queda de folhas até domingo, mais do que os 77% obtidos um ano atrás e acima da média de 85% nos últimos cinco anos.
Milho
O relatório do USDA informou que 37% da safra de milho foi colhida até domingo, ante 27% na semana passada e média de 21% para este momento do ano. Traders esperavam que a porcentagem ficasse entre 38% e 44%.
Segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, declarou que a leve redução da expectativa de colheita não é um fator principal, já que muitos produtores passaram a colher soja. A soja é mais sensível a danos climáticos e mais suscetível a perdas no campo do que o milho, conforme McCambridge.
Entre os Estados que apresentam ritmo acelerado de colheita está Illinois, onde 74% da safra foi colhida, ente média de 31%. Indiana colheu 64% das lavouras, ante média de 18%. A colheita chegou a 19% da safra de milho de Iowa, enquanto a média é de 9%. O USDA afirmou que 93% da safra de milho alcançou maturidade, ante 54% no mesmo instante do ano passado e média de 79% nos últimos cinco anos.
Trigo
Aproximadamente 95% da safra de trigo de primavera foi colhida, ante 89% na semana passada, de acordo com o USDA. No mesmo momento do ano anterior, a colheita havia sido concluída em 97% dos campos, enquanto a média é de 99%.
Gidel explicou que a safra de trigo de primavera se aproxima do fim. O padrão de clima mais seco na última semana permitiu que os produtores avançassem 16 pontos porcentuais na colheita em Montana.
O USDA relatou que 53% da safra de trigo de inverno havia sido plantada até domingo, ante 53% um ano antes. A média em cinco anos para esta época é de 54%. Segundo McCambridge, os produtores americanos estão plantando a safra de inverno em ritmo acelerado, tirando proveito do clima mais seco.
O USDA afirmou que 22% da safra emergiu, ante 26% um ano atrás, enquanto a média é de 25%. O baixo nível de emergência não é uma preocupação neste momento, mas algumas áreas têm problemas de seca e precisam de chuvas para que a safra entre no período de dormência, segundo McCambridge.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

IOF PARA CAPITAL EXTERNO SOBE PARA 4%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acaba de anunciar a elevação da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para os investimentos estrangeiros em renda fixa. A medida vale a partir de 5/10. Segundo o ministro, o objetivo é evitar a valorização excessiva do real que causam prejuízos para as exportações brasileiras. De acordo com Mantega, a iniciativa não atinge os investimentos em Bolsa nem os investimentos estrangeiros diretos (IED). "Essa medida reforça a decisão adotada há um ano pelo governo", disse o ministro. No ano passado, o governo instituiu a alíquota de 2% no IOF para investimentos estrangeiros em renda fixa e ações.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que não vê no momento necessidade de intervenção no mercado futuro de câmbio. Ao ser indagado que a elevação do IOF sobre aplicações de recursos estrangeiros em renda fixa não afeta as operações de arbitragem que são feitas no exterior e, portanto, não resultam em fluxo de dólares para o País, Mantega disse que "de alguma maneira sempre tem algum fechamento de câmbio feito aqui nessas operações".
O ministro também avaliou que a decisão de elevar o IOF ocorreu porque a pressão de alta do real continuou mesmo após a liquidação da capitalização da Petrobras. "Achei que iria parar", disse Mantega, destacando que essa pressão continuou, por isso, a decisão de elevar o IOF para o capital externo em renda fixa.
Mantega disse que o Brasil hoje tem atraído muitos recursos estrangeiros para aplicações em renda fixa, com os juros mais altos aqui, enquanto o resto do mundo tem taxas de juros mais baixas. Isso faz com que um investidor pegue recursos no Japão, que tem taxas de juros mais baixas, e aplique no Brasil, onde a taxa de juros básica é de 10,75% ao ano. Ele destacou que o investidor ganha com o diferencial de juros e agora essa diferença com o IOF de 4% será menor. Mantega disse que a medida reduz as vantagens embutidas nas operações conhecidas como carry-trade.

CHICAGO/MILHO FECHA EM ALTA COM COMPRAS DE CONSUMIDORES FINAIS.

Os preços futuros do milho subiram nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT) e contrariaram o comportamento da maioria das commodities no mercado internacional. O mercado se recuperou de parte das perdas expressivas registradas na semana passada. As cotações se estabilizaram com compras de consumidores finais e vendas de fundos especulativos. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em dezembro avançou 5,75 cents ou 1,23% e fechou a US$ 4,7150/bushel.
Os futuros se recuperaram inspirados por compras com base em critérios técnicos, na medida em que o mercado não foi capaz de desafiar o suporte na área dos US$ 4,50/bushel. Segundo o analista Sterling Smith, da corretora Country Hedging, esse patamar deixou os vendedores ansiosos, assim como atraiu compras comerciais. "A habilidade do mercado de virar para o terreno positivo, depois de registrar perdas no início do dia e dando continuidade ao fechamento no limite de baixa na sexta-feira, foi um bom sinal para os produtores. Podemos ter encontrado um piso no curto prazo", acrescentou Smith.
Os preços escorregaram para níveis que também atraíram os consumidores finais. O mercado vem antecipando a expectativa de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduza tanto as estimativas de produção quanto as de produtividade, baseado em relatos de menor rendimento no começo da colheita. Enquanto isso, a melhora nas margens do etanol nas últimas sessões atraiu consumidores finais que também compraram.
No entanto, os avanços foram limitados pelos efeitos do relatório trimestral de estoques divulgado pelo USDA na semana passada, indicando oferta 20% maior do que se esperava. Além disso, o mercado passa por um momento de pressão sazonal da colheita, atualmente em 37% ante 27% na semana anterior e 9% no mesmo periodo em 2009, apontou USDA nesta seguna feira.

CHICAGO/SOJA FECHA COM PEQUENA QUEDA E DIREÇÃO INDEFINIDA.

As cotações da soja fecharam com pequena queda na Chicago Board Of Trade (CBOT), em um mercado de lado, que operou sem convicção tanto na baixa quanto na alta. O contrato novembro perdeu 3 cents (0,3%), para fechar em US$ 10,54 por bushel.
Depois das fortes quedas das últimas duas sessões, o mercado encontrou algum suporte em compras de consumidores finais, segundo traders. Mas isso não foi suficiente para elevar os preços diante do avanço da colheita nos Estados Unidos, onde os produtores reportam altos níveis de produtividade. O Departamento de Agricultura do país (USDA) informou que 37% da safra foram colhidos, ante 14% no ano passado e 28% na média de cinco safras anteriores. O número ficou dentro do esperado. Na semana passada, a colheita atingia 17% da área. E o trabalho de campo deve continuar acelerado por causa do bom tempo. A T-Storm Weather prevê tempo seco nas áreas produtoras de soja pelos próximos dez dias.
A valorização do dólar também teve seu papel ao pressionar os mercados de commodities denominadas nessa moeda, tornando-as mais caros para os importadores.
Nos derivados, o farelo subiu junto com a cotação do milho. Ambos competem no mercado de ração. O óleo recuou com participantes se desfazendo de operações de spread entre óleo e farelo.

CHICAGO-MILHO SE RECUPERA DE PERDAS RECENTES.

Os contratos futuros de milho estão se mantendo firmes na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira e se recuperam de parte das perdas registradas na sessão anterior, quando o mercado fechou no limite de baixa. Compras baseadas em critérios técnicos e de consumidores finais dão suporte neste momento. Os lotes para entrega em dezembro subiam 5,0 cents, cotados a US$ 4,71 25/bushel.
O mercado está se estabilizando depois da forte desvalorização recente, na medida em que o contrato dezembro encontra suporte acima dos US$ 4,50/bushel. Analistas disseram que essa é uma importante área de recuperação, onde os traders cobriram posições vendidas. Compras de consumidores finais ajudaram na recuperação, com discussões acerca da melhora nas margens do etanol nas últimas sessões.
Além disso, alguns traders preferem adotar postura mais cautelosa nesta semana, à espera de uma possível redução nas estimativas de produção e produtividade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que saem na sexta-feira.

SOJA- INFORMATIVO SEMANAL CÉLERES.

3º acompanhamento de safra: ajustes foram realizados para o número de intenção de plantio da safra 2010/11 No 3º acompanhamento mensal da safra 2010/11, ajustes pontuais foram efetuados para as estimativas de intenção de área semeada, o que impactou em incremento na estimativa de produção. Os principais números deste acompanhamento são:
Área: Intenção de plantio de 23.616 mil ha, 1,2% a menos do que o estimado no acompanhamento anterior;
Produtividade: Estimativa de produtividade em 2.926 kg/ha, valor este fixo pelo menos até o final do ano e início de janeiro, quando os dados começam a contar com pesquisa de campo;
Produção: Estimativa de produção de 69.096 mil tons, 1,8% acima do reportado nos relatórios de agosto e outubro/10. Em relação ao ano passado, a atual estimativa registra crescimento de 0,9% para a safra 2010/11.
As únicas alterações realizadas até o momento, em relação ao relatório do mês passado, se deram para as estimativas de plantio no estado de Mato Grosso (+322 mil ha) e Goiás (+102 mil ha), onde os trabalhos de plantio estão começando e produtor já tem um pouco mais de certeza quanto ao volume a cultiva na safra 2010/11.
Chuvas afastam temporariamente a preocupação com clima seco, mas produtor ainda aguarda com cautela a recomposição da umidade no solo
No final de setembro/10, as chuvas voltaram a molhar o solo das principais regiões produtoras de soja no Brasil, o que aliviou parte das preocupações com a seca no início da janela de cultivo da nova safra.
Todavia, uma informação importante a ser acompanhada pelo produtor rural refere-se ao armazenamento de água no solo. Através de pesquisas, constatamos que para que se iniciem os trabalhos de plantio da soja, é recomendável que o solo tenha armazenado, em média, de 60 a 90 milímetros de água.
Portanto, não basta aguardar por um dia dechuva dentro desse volume e começar o cultivo da soja, pede-se que o produtor espere entorno de três dias com chuvas nesse patamar de precipitação.
No mapa do Balanço de Água no Solo, do Centro de Previsão de Tempo e Estados Climáticos (CPTEC/INPE), observa-se as principais informações reunidas quanto à disponibilidade de umidade no solo. Mesmo com as recentes chuvas, as informações acima mostram que ainda há um déficit de umidade no solo principalmente no estado de Mato Grosso – maior produtor nacional de soja e o primeiro a começar os trabalhos de plantio –, com volume de água no solo abaixo de 60 mm. Mesmo nessa situação, alguns produtores já começaram a plantar soja no estado, porém o volume total não chega a 1%.
Visto nesse contexto, acreditamos que o plantio da safra 2010/11 deve reportar atraso na média nacional de pelo menos de uma semana. Todavia, até o momento tal informação não gera tanto alarde em decorrência do alto padrão tecnológico utilizado pelos produtores no processo de semeadura.
Ritmo de comercialização da safra velha registrou 91% e estima-se que 19% da projeção de produção já tenha compromisso de venda.
No mais recente acompanhamento de evolução das vendas da produção de soja no Brasil, realizado pela Céleres®, estimou-se que 91% da safra velha já tenha sido comercializada, ante 90% da semana passada e 93% do ano anterior.
Quanto às vendas da nova safra de soja, a recente tendência de alta nos preços domésticos do produto resultou em maior volume de venda. Desta forma, até agora os produtores já venderam 19% da atual estimativa de produção para a campanha 2010/11.
Internacional Na semana passada, as cotações internacionais da soja negociada na Bolsa de Chicago, perderam o patamar de US$ 11,00/bushel. Os contratos futuros com referencia para a próxima safra sulamericana foram os que menos caíram, por conta das incertezas quanto ao comportamento climático neste continente.
No curto prazo, a posição Novembro/10 terminou a semana valendo US$ 10,57/bushel, com queda de 69 pontos em relação à semana anterior. Contudo, no intervalo de trinta dias ainda apresenta ganho de 51,5 pontos.
A cotação futura da posição Maio/11 registrou queda 65,75 pontos no ínterim de uma semana, terminando os negócios da última sexta-feira a US$ 10,78¼/bushel – um dos contratos que tiveram o fechamento mais próximo do patamar de US$ 11,00/bushel.
Os principais fundamentos quedirecionaram as cotações externas da soja, em Chicago, foram: declínio dos preços de milho (estoques acima do esperado pelo mercado), ritmo acelerado dos trabalhos de colheita da soja nos EUA, volta das chuvas no Brasil e fuga de capital especulativo de origem financeira. A demanda firme, por parte da China, é o fator que ainda atua na inibição de maiores retrações nos preços internacionais da soja.
Doméstico
Em linha com as perdas registradas para as cotações externas, os preços da saca de soja reportaram queda ao final da semana precedente. A variável que deu suporte para os preços internos foi o prêmio de exportação, o qual já aponta ágio próximo de US$ 1,00/bushel para março/11.
Em pesquisa, observou-se que os preços da soja no mercado disponível terminaram a semana com queda de 0,4% em reais. Em relação ao intervalo de trinta dias, as cotações do produto ganho de 4,4%.
Quanto às cotações dos prêmios de exportação, até a última sexta-feira, verificou-se ágio sobre as cotações de Chicago. Para a venda em março/11, o prêmio sobre Chicago ficou em US$ 0,90/bushel.
A nossa leitura da estratégia de comercialização da soja permanece inalterada em relação à semana anterior.
Para os estoques da safra velha, entendemos que a despeito do recuou observado nesta semana em Chicago, existem condições para que os preços se sustentem no mercado interno até a entrada da próxima safra. Assim, as vendas dos eventuais saldos remanescentes devem ser feitas de forma cautelosa, apenas para suprir capital de giro para o curto prazo.
Para os negócios antecipados da safra nova, entendemos que existem condições de mercado para a sustentação das cotações num patamar próximo, ou mesmo ligeiramente acima dos US$ 11/bushel, com base nos vencimentos março e maio de 2011. Assim, as vendas antecipadas devem ser feitas com base nesse patamar de preços.
A nossa maior preocupação para as vendas antecipadas é o atual movimento de fortalecimento do Real, o que nos leva a recomendar aos produtores que optem firmemente por travar preços para a safra em Reais e não em dólares. Em não havendo a possibilidade de travar em Reais, é imprescindível lançar mão de ferramentas de proteção contra a atual tendência de queda do Dólar no mercado interno.
Em última instância, vale a máxima de manter a relação de paridade de moedas entre os compromissos e as receitas. Na essência, não importa muito vender em dólares ou reais. O que importa é que a moeda da receita esteja compatível com o montante de dívidas, e na mesma moeda.

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