sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CHICAGO/GRÃOS NO LIMITE DE ALTA APÓS RELATÓRIO DO USDA.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam no limite de alta nesta sexta-feira, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido as estimativas de produção, produtividade e estoques finais do ciclo 2010/11 no seu relatório mensal de oferta e demanda do mês de outubro.
O mercado é influenciado não apenas pelos dados otimistas, mas também pelos fortes ganhos do milho, disse Rich Nelson, diretor de pesquisa da Allendale, em Illinois. "A soja agora está em uma disputa por acres com o milho e, se não conseguir manter o terreno, o mercado está em situação ainda pior com uma perspectiva de oferta mais apertada, após o USDA ter reduzido as projeções da safra e dos estoques finais", afirmou Nelson.
A previsão já apontava que o milho 'roubaria' cerca de 2 milhões de acres da soja no próximo ano, e a expectativa de menos ofertas somente reforça a necessidade de os preços da oleaginosa subirem em linha com os do mercado vizinho. O contrato novembro opera no limite de alta de 70 cents, com variação positiva de 6,57%, cotado a US$ 11,35 por bushel.
O USDA previu uma safra recorde de 92,750 milhões de toneladas, com produtividade de 44,4 bushels por acre. Contudo, os números ficam abaixo da estimativa média de analistas de 95 milhões de tons e 45 bushels por acre e dos 94,8 milhões de tons e 44,7 bushels por acre previstos no mês passado pelo governo.
"A soja é provavelmente uma surpresa mais otimista do que o USDA ter reduzido a produtividade do milho para 155,8 bushels por acre", afirmou Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics and Consulting."Eu acho que o mercado esperava uma diminuição na área colhida, mas não um declínio na produtividade tão cedo", acrescentou Zuzolo.

USDA INFLUENCA AÇÕES DO SETOR DE AGRONEGÓCIOS.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu hoje as estimativas de produção e produtividade das safras de grãos no relatório mensal de oferta e demanda, surpreendendo traders dos mercados de commodities e influenciando as ações de companhias do setor de agronegócios. Na Bolsa de Chicago os contratos futuros da soja, do milho e do trigo abriram no limite diário de alta de 70, 30 e 60 cents, respectivamente, nesta sexta-feira. "Surpresa é pouco", disse Jason Britt, presidente da Central State Commodities, uma corretora do Kansas. "É muito incomum da parte do USDA reduzir tanto a produtividade do milho." O governo diminuiu a estimativa da produtividade da safra de milho no ciclo 2010/11 de 162,5 bushels por acre para 155,8 bushels por acre.
Expectativas de que a alta nos preços dos grãos incentivará os produtores a investir mais em equipamentos, fertilizantes e sementes impulsionavam os papéis do segmento de agronegócios. As ações de fabricantes de maquinários, como Deere (+5,5%), CNH Global (6,2%) e Agco Corp. (+0,86%), tinham valorização, bem como as de companhias que comercializam sementes e fertilizantes, como Monsanto (+4,75%) e Potash (2,2%). Processadoras de grãos, incluindo a Archer Daniels Midland (0,82%) e a Bunge (2,77%), também eram beneficiadas pelo relatório mensal, já que ofertas mais apertadas as permitem também elevar seus preços.
Na contramão, os papéis de empresas do setor de carnes recuavam, à medida que o aumento nos preços dos grãos implica em custos de produção maiores. As ações da Tyson Foods caíam 8% e as da Smithfield perdiam 5,7%.
Analistas disseram que as projeções desta sexta-feira reascendem preocupações de que o mercado precisa de preços mais altos para desencorajar a demanda e evitar uma crise de alimentos. O relatório também pode ter outras repercussões, considerando que o governo ainda não se pronunciou com relação à proposta de elevar o porcentual de etanol que pode ser misturado à gasolina de 10% para 15%. "Isso pode intensificar o debate acerca da elevação das misturas de etanol e de 'alimentos versus etanol'", afirmou Britt.

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