sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MILHO: ATRASO NO PLANTIO DA SAFRINHA EM MT

O plantio da segunda safra de milho em Mato Grosso atingiu nesta sexta-feira 1,2% da área de 1,77 milhão de hectares projetados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), extensão 9,3% menor que a cultivada em 2010. No mesmo período do ano passado o plantio atingia 11,8% da área. Este é o primeiro levantamento de cultivo de safrinha realizado pelo órgão neste ciclo e os dados confirmam a percepção de agentes do mercado a respeito do atraso na semeadura do grão.
Essa situação já era esperada, segundo Maria Amélia Tirloni, analista de grãos do Imea, pois o plantio da soja precoce ocorreu mais tarde, entre 15 e 20 de outubro do ano passado. Um ano antes, na safra 2009/2010, a semeadura concentrou-se em setembro.
Quanto à redução de área da safrinha, a analista afirmou que parte dos produtores optou pelo algodão em detrimento do milho, que tem se mostrado mais rentável mesmo com os preços sustentados do cereal. Maria Amélia explica que o ideal é que o plantio da segunda safra do grão seja feito até 20 de fevereiro. "Pode ser que os produtores se arrisquem e plantem depois disso, mas não sabemos se teremos chuva suficiente para plantar no intervalo indicado", disse a analista.
O Imea deverá apresentar uma nova estimativa para a segunda safra de milho na próxima semana, incluindo projeções de produtividade e produção. O instituto ainda trabalha com números projetados em dezembro, que preveem queda de 9,3% na área ocupada pelo milho no Estado na safrinha. Na safrinha 2010 foram produzidas 8,4 milhões de toneladas.

SOJA-MT/COLHEITA AVANÇA FAVORECENDO ALGODÃO.

A chuva deu uma trégua nesta semana e a colheita da soja em Mato Grosso avançou para 2,8% da área semeada até ontem, contra 1,3% na semana anterior, de acordo com relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado hoje. Os trabalhos continuam bastante atrasados em relação à temporada passada, quando nesta época do ano 9,9% por área já tinha sido colhida, mas o avanço favoreceu o plantio do algodão.
A região mais adiantada na colheita da soja é a oeste do Estado, com 5,7% da área colhida, onde o destaque fica para o município de Sapezal, que já realizou os trabalhos em 8% da área estimada em 360 mil hectares. A segunda área mais adiantada é a sudeste, com 2,9% das lavouras colhidas. Segundo o Imea, as duas se destacam pois são regiões produtoras de algodão, cujo plantio da segunda safra começa assim que a soja é colhida.
A maior região produtora do Estado, médio-norte, colheu 2,4% de sua área prevista em 2,45 milhões de hectares. O norte colheu 2% da área, seguida do centro-sul com 1,5%, nordeste com 1,4% e noroeste com 1,3%. A área total de plantio no Estado é estimada pelo Imea em 6,2 milhões de hectares, com expectativa de produção de 18,7 milhões de toneladas.
Segundo Maria Amélia Tirloni, analista de grãos do Imea, o produtor vem aproveitando os intervalos nas chuvas para fazer as aplicações de dessecantes necessárias nas lavouras de soja e garantir a colheita, abrindo espaço para o plantio do algodão. O atraso nos trabalhos de colheita no Estado já era esperado, uma vez que o plantio foi retardado devido à estiagem na época."O produtor está se programando, quando a chuva dá uma folga ele desseca a soja para plantar algodão, que é a prioridade", disse ela, explicando que as previsões climáticas, entretanto, inspiram atenção, uma vez que a perspectiva é de chuvas por um bom tempo. "O que preocupa é que a chuva atrapalha a programação normal do produtor. Se está muito úmido ou literalmente chovendo, não há como fazer aplicações, mas há intervalos que estão permitindo o trabalho."
Com o avanço da colheita da soja, o plantio da safra 2010/11 de algodão também foi beneficiado e saltou de 71% na semana passada para 84% da área prevista em 595,2 mil hectares.
A região oeste, principal produtora com um total neste ano de 141,8 mil hectares, é a mais atrasada, com 67% da área plantada. O plantio na região sudeste, segunda maior produtora com 289,9 mil hectares, chegou a 85% da área. As únicas regiões que já encerraram os trabalhos são a noroeste e norte, as menores produtoras, que juntas respondem por 6.130 hectares.
"Principalmente na região sudeste, em Campo Verde e Primavera do Leste, tivemos dias bem ensolarados, e nesta semana o plantio correu bem", disse Maria Amélia.

JAPÃO-COMMODITIES: PREÇOS ESTÃO MAIS ELEVADOS DO QUE DEVERIAM.

O ministro de Economia japonês, Kaoru Yosano, disse nesta sexta-feira que os preços das commodities estão mais elevados do que deveriam, sugerindo que o país pode considerar abordar tal questão na próxima reunião do G-20, em Paris. "Não é favorável se os fluxos especulativos são uma parte do motivo por trás da alta dos preços das commodities", afirmou ele em uma coletiva de imprensa.
Segundo Yosano, as medidas de flexibilização monetária adotadas pelo banco central japonês podem estar encorajando os investidores a aplicar capital  especulativo nas commodities, em vez de outros ativos.
Sua visão, se compartilhada por todo o governo, sugere que o Japão pode avaliar a introdução do assunto na próxima cúpula de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais de países do G-20, embora ele mesmo não participe da reunião.
Yosano também defendeu o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, que na quinta-feira disse estar "indisponível" ao ser questionado sobre o rebaixamento da classificação de risco do Japão pelo Standard & Poor's, dando a impressão de estar mal informado sobre as implicações do corte no rating. "O premiê estava no parlamento japonês por cinco ou seis horas, sinceramente respondendo às dúvidas dos parlamentares. A coletiva de imprensa foi logo após a sessão parlamentar, e é completamente compreensível que ele não soubesse o que aconteceu no início no dia", afirmou Yosano.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

RABOBANK COMPRA 49% DO BANCO SICREDI

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje a associação do Rabo Financial Institutions Development (Rabobank), da Holanda, no Banco Cooperativo Sicredi (Bansicredi), via participação direta no capital social. O banco holandês, que é uma das maiores instituições financeiras do mundo no setor de cooperativas, vai adquirir até 49% do Bansicredi. Como o banco é estrangeiro, a lei brasileira exige a aprovação do presidente da República, depois do aval do CMN.
Segundo o chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Edson Feltrim, o grupo Rabobank já tem duas instituições no Brasil. Uma é o Banco Múltiplo Rabobank, com sede em São Paulo e que atua em operações de financiamento de produtores agrícolas. O outro banco, com sede em Porto Alegre, é o De Lage Landen, que atua no financiamento de equipamentos agrícolas.

SOJA/ARGENTINA: BOLSA DE CEREAIS MANTÉM ESTIMATIVA DE 47 MI/TONS

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires manteve hoje sua estimativa para a safra de soja da Argentina em 47 milhões de toneladas, mesmo após as chuvas dos últimos 15 dias que aliviaram o estresse hídrico das lavouras. "As precipitações continuam sendo de intensidade variável", justificou a bolsa, destacando que "os lotes semeados mais cedo e adiantados em sua evolução apresentam produtividades reduzidas, como consequência de um menor desenvolvimento da planta e grande aborto de flores e vagens". Por outro lado, continuou, "há muitos lotes que não receberam chuvas oportunas, nem de bom volume e mantêm um atraso significativo em seu crescimento e desenvolvimento".
A recuperação dos volumes hídricos retira, no curto prazo, a sustentação que o clima dava aos preços da commodity porque afasta as preocupações com o efeito do fenômeno La Niña na produção local. "É possível que as excelentes chuvas na Argentina tenham freado a alta dos preços da soja e seus derivados, mas no mercado sempre há algum motivo para altas e baixas", disse à Agência Estado o técnico Esteban Copati, da Bolsa de Cereais. O plantio da soja na Argentina atinge 99,6% da área de 18,5 milhões de hectares estimados para a atual safra.
Milho e trigo - A bolsa manteve a projeção também para a safra de milho, que deve atingir 19,5 milhões de toneladas. As lavouras já foram implantadas em 99,2% da área projetada de 3,150 milhões de hectares. Já o trigo tem a colheita encerrada na Argentina, com volume de 15 milhões de t, 90% superior ao colhido no ano passado, de 7,9 milhões de t. Segundo o relatório, o desempenho se deve ao incremento na área e aos bons rendimentos em áreas produtoras, beneficiados pelo clima.

COMMODITIES: FRANÇA AUMENTA PRESSÃO POR REGULAÇÃO DO MERCADO.

A França aumenta a pressão por maior regulação no mercado de commodities. Ao liderar o G-20 neste ano, o presidente francês Nicolas Sarkozy colocou o tema da disparada dos preços dos alimentos e da energia em posição central da agenda. As primeiras discussões acontecem em 18 e 19/2, na reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, em Paris.
Depois de ter anunciado a agenda na semana passada, Sarkozy voltou ao tema hoje, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Ele disse que a questão não é impedir que países produtores de alimentos, como o Brasil, se beneficiem da alta dos preços. "O que estou dizendo é: ei, tenha cuidado, se há um aumento exponencial dos preços geralmente há uma queda exponencial dos preços (posteriormente)", afirmou durante discurso. Ele defende um aperto regulatório no mercado de commodities para conter a especulação com alimentos e energia. "Precisamos de regulação porque isso significa transparência."
Sarkozy citou o movimento no mercado de cacau no ano passado como exemplo de situação inaceitável. A tonelada do cacau disparou para a maior cotação desde 1977 em julho de 2010, quando o fundo de hedge Armajaro Holdings comprou quase todo o cacau disponível no mercado europeu.
O tema pode gerar controvérsia com os países produtores que se beneficiam da alta das matérias-primas, até porque a França mantém subsídios a seus agricultores que desagradam aos países em desenvolvimento. "Vai ser um jogo de forças", acredita o presidente da Embraer, Frederico Curado. "O Brasil tem todo o direito de defender sua posição, não podemos perder esse bom momento."
Para ele, sem o benefício das commodities, a crise no País teria sido mais grave. Em contrapartida, Curado não deixa de alertar para a possibilidade de desequilíbrio na balança comercial brasileira, em razão do déficit dos produtos manufaturados versus o superávit dos produtos básicos.

PREÇOS AINDA TÊM ESPAÇO PARA SUBIR.

Após atingir o maior nível em dois anos há duas semanas - em US$ 14,2250 por bushel -, a cotação da soja tem oscilado pouco abaixo dos US$ 14 na Bolsa de Chicago, patamar quase 50% acima do registrado na mesma época do ano passado. A despeito desse desempenho notável, o valor da oleaginosa ainda tem espaço para subir. "Não diria que vimos os maiores preços do ano na soja. Talvez tenhamos visto no milho", avaliou André Pessôa, diretor da Agroconsult.
Ele considera que há uma expectativa de redução no plantio nos Estados Unidos na safra 2011/12, em favor do milho e do algodão. Se realizada, deixará os estoques da oleaginosa ainda mais apertados do que já estão. "Hoje, em praticamente todos os estados norte-americanos que produzem grãos, a soja perde espaço para o milho e para o algodão", por causa da rentabilidade menor, afirma. Ele lembra que nos EUA não há espaço para aumento de área agrícola.
Enquanto isso, a safra de milho e soja 2010/11 já está definida naquele país. Isso deixa a oferta mundial de curto prazo nas mãos de Brasil e Argentina. Mas enquanto em um as coisas vão bem, no vizinho há problemas. "Se no milho há um pequeno espaço para quebra de safra, na soja não existe nenhum", pondera. "Temos possibilidade de ver preços mais altos na oleaginosa ao longo do ano."
Durante a fase de colheita da soja no Brasil, as cotações podem ser sazonalmente pressionadas, mas Pessôa não vê espaço para quedas muito maiores que 10% nos piores momentos, o que deixaria os preços ainda em patamares razoáveis.

PRODUTIVIDADE DEVERÁ SER RECORDE EM 2010/11.

Os problemas causados pelo fenômeno La Niña no início do plantio da safra de grãos 2010/11, em outubro do ano passado, não impedirão que as lavouras de soja brasileiras registrem produtividade recorde no período, de acordo com André Pessôa, diretor da Agroconsult. "Temos chance de ver um rendimento médio nacional de 50 sacas por hectare. Foi o que nos fez rever nossa estimativa", afirmou. A consultoria elevou hoje seu número para a produção nacional da oleaginosa, para o recorde de 70,3 milhões de toneladas.
As principais revisões para cima com relação à estimativa anterior foram feitas nas projeções do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "A estiagem que ocorreu na metade sul do Rio Grande do Sul afetou mais as áreas de pastagens e de arroz", afirmou durante apresentação do Rally da Safra 2011, expedição técnica na qual 120 profissionais do agronegócio percorrerão 55 mil quilômetros pelas áreas produtoras do País.
Pessôa ponderou que, neste momento, apenas um eventual excesso de chuvas durante a colheita ameaça uma produção recorde de soja. "As janelas para a colheita estarão apertadas, mas o produtor está preparado para isso". Há também menos risco de perdas por causa da ferrugem neste ano.
Milho - A produção de milho verão alcançará 32,6 milhões de toneladas, de acordo com a Agroconsult, mas esse volume ainda pode ser revisto para cima. "A surpresa que podemos ter no milho é para cima. As lavouras enfrentam pouco risco daqui para frente. A produção da safra verão já está bem definida", afirmou Pessôa. "O clima não está bom, mas as lavouras estão excelentes."
Embora ainda não tenha um levantamento recente a respeito da safrinha, Pessôa vê os produtores mais dispostos a tomar risco neste ano, por causa dos bons preços, e prevê na maioria das áreas uma extensão de plantio igual à do ano passado. Ele conta que, geralmente, o cultivo é feito até o dia 10 de março, mas neste ano o trabalho de campo deve se estender até o final daquele mês. No Paraná, São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul a área de safrinha pode subir até 10%. Goiás deve manter a mesma área, no mínimo. Em Mato Grosso a redução deve ser discreta.
Expedição - O Rally da Safra, organizado pela Agroconsult, chega à oitava edição neste ano e percorrerá mais de 55 mil quilômetros para colher cerca de 1,3 mil amostras nos principais polos de produção de milho e soja do País. A expedição percorrerá 11 Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão. Os dados coletados representam 98% da área cultivada de soja e 80% da área com milho no País.
Duas novidades no rally deste ano será o levantamento das condições das estradas com a parceria da Esalq-Log. Haverá também um levantamento das perdas durante a colheita da soja, com metodologia criada pela Embrapa Soja.

SOJA: EUA PROCESSARAM 4,165 MI DE TONELADAS.

A indústria norte-americana processou 4,165 milhões de toneladas de soja em dezembro ante 4,,219 milhões de t em novembro e 4,71 milhões de t em igual período de 2009. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pelo Census Bureau, agência do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Os estoques da oleaginosa na indústria subiram para 3,507 milhões de toneladas no período, ante 3,347 milhões de toneladas no mês anterior e 2,938 milhões de toneladas em dezembro de 2009.
A produção de farelo de soja atingiu 3,397 milhões de toneladas curtas (3,08 milhões de t) no último mês, volume inferior ao de novembro e ao registrado no mesmo intervalo de 2009. Os estoques do produto somaram 473.213 toneladas curtas (429.292 t) em dezembro, mais que 445.037 toneladas curtas (403.731 t) no mês anterior, mas abaixo das 533.578 toneladas curtas (484.054 t) apuradas em igual período de 2009.
A produção de óleo de soja diminuiu para 1,74 bilhão por libra-peso (788.958 t) em dezembro, enquanto os estoques aumentaram para 1,576 bilhão por libra-peso (714.870 t).

              PROCESSAMENTO DE SOJA NOS EUA
-----------------------------------------------------------
                                       dez/10      nov/10      dez/09
------------------------------------------------------------
Soja - em toneladas curtas
Esmagamento             4.591.507   4.651.751   5.194.127        
Estoques na indústria   3.865.966   3.689.877   3.238.894                   
-----------------------------------------------------------
Farelo de soja - em toneladas curtas
Produção                3.397.354   3.447.649   3.785.027                   
Estoques                  473.213     445.037     533.578                       
-----------------------------------------------------------
Óleo de soja - em mil por libra-peso
Produção                1.739.355   1.771.201   1.898.259
Estoques                1.576.020   1.485.849   1.333.880  
Produtividade               11,36       11,42       10,96 
-----------------------------------------------------------
Estoques iniciais nas indústrias - em mil por libra-peso
Óleo de soja            3.468.843   3.295.695   3.103.495                       
-----------------------------------------------------------

GRÃOS: PREÇO GLOBAL DEVE SUBIR PARA FREAR DEMANDA.

Os mercados globais de grãos apresentam um cenário mais preocupante que durante a crise de alimentos de 2007/08 devido ao forte aperto das ofertas, e os preços precisarão subir na próxima temporada para segurar a demanda, informou nesta quinta-feira o Morgan Stanley. "Nossa avaliação nos deixa mais preocupados do que estivemos nos últimos cinco anos", revelou o banco em um relatório.
O Morgan Stanley aumentou a estimativa do preço do milho no ano comercial 2010/11 em 50 cents, para US$ 6,50/bushel, e a da soja em 225 cents, para US$ 14/bushel. O banco prevê que as cotações avancem para US$ 7 e US$ 15/bushel, respectivamente, na próxima temporada, na tentativa de frear a demanda por grãos.
Considerando que preços maiores estimulam a expansão das lavouras, o Morgan Stanley espera que o milho recue ligeiramente em 2012/13, mas apenas para US$ 6/bushel. O trigo também deve participar da disputa por terras, alcançando US$ 7,50/bushel em 2010/11, US$ 8,50/bushel em 2011/12 e US$ 8/bushel em 2012/13, segundo o banco."Interrupções no abastecimento podem impulsionar os preços significativamente acima das nossas expectativas, já que os estoques nos países exportadores estão perto das mínimas vistas em 2007/08 e a crescente preocupação com a inflação deve encorajar ações políticas", explicou o Morgan Stanley.

COMMODITIES: ESPECULAÇÃO PODE PROVOCAR MAIS REGULAÇÃO

A elevação dos preços globais das commodities vem sendo conduzida, em parte, por especuladores. Isso pode acabar despertando uma onda de medidas regulatórias por parte dos governos de diversos países que buscam controlar os preços de alimentos básicos e evitar bolhas já vistas em outros mercados.
As cotações de muitas commodities certamente subiram em resposta a recentes rupturas no abastecimento e à crescente demanda. Mas é o impacto maior do que o normal provocado pelos investidores que especulam com commodities - alavancados por baixas taxas de juros - que poderia provocar bolhas insustentáveis em alguns mercados, irritar consumidores e alertar os políticos para o risco da negociação de derivativos. O fato de que os preços das commodities estão subindo tão cedo, depois de um salto similar em 2008, poderia indicar que alguns mercados estão descolados demais dos fundamentos de oferta e demanda, colocando em risco o crescimento econômico.
Muitos governos de países desenvolvidos estão estimulando controles de preços de alimentos para combater a inflação e repelir o tipo de descontentamento que provocou protestos violentos na crise alimentar de 2008. A França, que atualmente está na presidência do Grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), vem pressionando os mercados por mais regulação e transparência no comércio de commodities, inclusive em derivativos.
O vice-ministro de Finanças para Relações Internacionais do Japão, Rintaro Tamaki, afirmou na semana passada que o país "compartilha da opinião de que a flutuação dos preços das commodities foi algumas vezes excessiva e desestabiliza o crescimento da economia".
Nas bolsas de contratos futuros nos Estados Unidos, maior exportador mundial de grãos, o saldo comprado dos especuladores em 14 principais contratos derivativos de agricultura atingiu um recorde de 104 milhões de toneladas em novembro, de acordo com um relatório do ANZ Banking Group. Ficou bastante acima do pico anterior, de 78 milhões de toneladas, registrado em março de 2008.
Trata-se de uma grande mudança em relação ao ano passado, quando os especuladores tinham posição líquida de venda nos futuros agrícolas dos Estados Unidos. Assim, a Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), nos Estados Unidos, está avaliando impor limites sobre a especulação, inclusive restrições para o número de contratos que uma companhia pode deter.
O excesso de especulação de "turistas de investimento" agrava a instabilidade dos mercados, mandando sinais que não estão embasados nos fundamentos, afirma o secretário para o Grupo Intergovernamental de Grãos na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Abdolreza Abbassian.
De acordo com o presidente da trading japonesa Unipac Grain, Nobuyuki Chino, os preços do trigo nos Estados Unidos ficariam mais perto dos US$ 6/bushel se não houvesse interesse especulativo. Nesta quarta-feira, o contrato março fechou a US$ 8,5650/bushel. Chino diz que o milho deveria ser negociado em torno dos US$ 5/bushel. Hoje, fechou a US$ 6,5775/bushel. A soja, por sua vez, poderia operar próxima a US$ 13,20/bushel. Hoje, fechou a US$ 13,8550/bushel. Outros analistas entendem que é difícil quantificar o prêmio resultante da especulação.
A consultora da FAO Ann Berg observa que há "alguns estudos sugerindo que a especulação adicionou de 20% a 30% nos preços do mercado (futuro), mas eles nunca são justificados". Segundo ela, "o que você pode dizer é que os mercados futuros às vezes funcionam com prêmio substancial em relação ao mercado à vista".
Essas notícias são boas para os investidores que apostam na elevação dos preços dos alimentos. Mas, para os consumidores, especialmente em países mais pobres, a consequência pode ser desastrosa. Por isso, os governos podem querer direcionar os preços dos alimentos ou atuar contra os especuladores.
As bolsas de derivativos da Ásia estão ganhando participação no mercado nos últimos anos e cresce o interesse dos investidores que querem aplicar seu dinheiro em produtos de derivativos na região. Nesse caso, eles não têm o aborrecimento de ter ou estocar commodities físicas.
Na Índia, por exemplo, o valor acumulado das negociações de futuros de commodities nos nove meses encerrados em dezembro subiu 50%, para 82,7 trilhões de rupias (US$ 1,81 trilhão), de acordo com dados da Forward Markets Commission, reguladora das operações com contratos futuros no país. No passado, o governo indiano chegou a suspender transações com futuros em itens politicamente sensíveis. E as autoridades ainda relutam em suspender controles de exportação, apesar do crescimento dos estoques domésticos.
Na China, depois que os preços de algodão, açúcar, borracha e milho alcançaram níveis recorde em novembro, o governo solicitou às bolsas de contratos futuros que elevassem as margens de negociação, em alguns casos em mais de 10%.

CHINA/SOJA SE RECUPERA GUIADA POR CBOT.

Os futuros da soja terminaram com leve alta na Bolsa de Commodities de Dalian, em recuperação motivada por um rali generalizado das commodities agrícolas e pelos ganhos da Bolsa de Chicago. Contudo, os preços foram limitados por preocupações com a política monetária da China e pelo esvaziamento do mercado antes do Ano Novo Lunar.
O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com valorização de 0,3% nesta quinta-feira, cotado a 4.454 yuans por tonelada (6,58 yuans = US$ 1). O grão teve um desempenho aquém dos óleos de palma e de soja, que avançaram cerca de 1,5% e 1,3%, respectivamente. O volume de negócios foi de apenas 70.682 lotes, nível mais baixo até agora neste ano.
Na CBOT, o mesmo vencimento encerrou com ganho de 11 cents (0,8%) na quarta-feira, a US$ 13,8550 por bushel, influenciado pela firmeza do milho e do trigo, enquanto a expectativa de uma redução da área plantada em 2011 foi suficiente para ofuscar a influência negativa de chuvas na Argentina.
Investidores devem continuar liquidando posições e deixando o mercado nos próximos três dias de negociação, que antecedem o feriado do Ano Novo Lunar, e o sentimento do mercado segue fraco, disse Zhao Yan, analista da Everbright Futures Co.
As Bolsas de Commodities de Dalian e Zhengzhou permanecerão fechadas entre 2 a 8 de fevereiro. As operações serão retomadas no dia 9.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MILHO-COLHEITA TARDIA DA SOJA LIMITARÁ SAFRINHA.

A colheita tardia da safra de verão de soja - após o atraso no plantio da cultura em virtude da estiagem do ano passado - vai limitar a expansão da área da safrinha de milho em Mato Grosso, na avaliação do diretor da Agromen Tecnologia, Rolando Alegria. "O plantio e a colheita da soja, que foram tardios, vão gerar uma janela muito pequena para o plantio da safrinha de milho", disse o executivo à Agência Estado.
Mas se a área pode não crescer muito, os bons preços pagos pelo grão devem pelo menos manter a mesma extensão de plantio. "Havia uma expectativa ruim (de preços) até quatro ou cinco meses atrás, mas os bons preços para o milho (a partir do segundo semestre) vão ao menos sustentar a manutenção da área cultivada", afirmou Alegria, mexicano que desde meados do ano passado comanda a Agromen, braço da Dow AgroSciences. Devem ser cultivados entre 5 milhões e 5,2 milhões de hectares com a safra de milho de inverno no País, na avaliação da companhia.
Para a próxima safra verão, a 2011/2012, Alegria vê uma competição por área entre milho e soja. "Os preços do milho estão bons, mas os da soja estão excelentes", ponderou.
O cultivo da safrinha neste ano deve consolidar o plantio de híbridos transgênicos de milho, que devem atingir 60% de toda oferta da Agromen Tecnologia, ante apenas 15% no período anterior. "No ano passado, a tecnologia Herculex ainda começava, pois tinha sido lançada na safra verão 2009/2010", lembrou Alegria. "Além disso, desenvolvemos variedades específicas para serem cultivadas na safrinha, cujas condições climáticas são mais restritivas", completou.
Investimentos - Sem divulgar números, o diretor da Agromen Tecnologia revelou que a companhia fará pesados investimentos no País para dobrar a capacidade de produção em três anos e também ampliar em 100% sua fatia no mercado de sementes de milho em cinco anos. Essa fatia sempre girou em torno de 10% de market share, ou seja, a companhia quer chegar a 20% do mercado. "Vamos ampliar as atuais unidades e construir outras para atingirmos o objetivo até 2013", afirmou Alegria.
O executivo considera ainda que a aquisição da Agromen Tecnologia junto à Agromen Sementes Agrícolas, no final de julho de 2007, "foi um bom investimento da Dow". "O cenário para o milho é bom, com aumento da demanda para o consumo no mercado interno e ainda com boas perspectivas para a exportação do Brasil em 2011", afirmou Alegria.
Apesar de as previsões apontarem para uma exportação de 6 milhões de toneladas de milho na safra 2010/2011, Alegria acredita que esse volume pode ser maior e chegar perto das 10 milhões de t comercializadas pelo País na safra anterior. "O único limitador é o mercado interno de frangos e suínos que pode gerar uma demanda capaz de impedir uma maior exportação", concluiu.

INSUMOS: PRODUTOR TERÁ SOJA DE MÚLTIPLA RESISTÊNCIA EM 11/12

Os produtores brasileiros de soja devem se beneficiar dos avanços da pesquisa sobre o controle de importantes pragas e doenças da cultura a partir da safra 2011/12. Depois da experiência com o lançamento de uma semente de soja convencional resistente à ferrugem, há dois anos, a Embrapa Soja e a Fundação Mato Grosso agora desenvolvem sementes que sejam tolerantes à doença, mas que também seja transgênica, resistente ao herbicida glifosato. O novo insumo deve ser disponibilizado para plantio já na próxima safra 2011/12. Ao mesmo tempo, ambas as empresas de pesquisa trabalham no desenvolvimento de sementes que sejam tolerantes à ferrugem e, ao mesmo tempo, a nematoides. Esta deve estar disponível a partir de 2012.
No longo prazo, a ideia é ter isso tudo em apenas uma semente de soja - tolerância a ferrugem, nematoides e glifosato. Pesquisadores públicos e privados estão juntos no desenvolvimento de cultivares que agregam múltiplas resistências em apenas um produto, de olho nas necessidades cada vez mais complexas dos produtores brasileiros, em especial os do Cerrado.
A expectativa é de que os novos produtos sejam rapidamente absorvidos pelo mercado. "A ocorrência de nematoides é um problema grave em Mato Grosso", explica Sérgio Suzuki, pesquisador da Tropical Melhoramento & Genética (TMG), parceira da Fundação MT, e um dos integrantes do chamado projeto Inox, que desenvolveu a primeira semente de soja resistente à ferrugem, lançada em 2009/10. Segundo ele, a praga restringiu a área de abrangência da soja resistente apenas à ferrugem, por isso a decisão de agregar outras tecnologias à mesma semente.
Nematoide é um verme de solo, minúsculo, que entra nas raízes e dificulta a absorção de água e nutrientes. Estima-se que 90% das áreas de soja de Mato Grosso tenham o problema. A semente resistente a nematoide/ferrugem deve estar disponível em 2012.
Antes disso, porém, a Fundação pretende lançar, já para o plantio da safra 2011/12, uma semente - transgênica - que além da ferrugem também seja resistente ao glifosato. "Como o uso do transgênico cresceu no Cerrado, decidimos lançar uma versão geneticamente modificada da semente, com resistência ao glifosato", afirmou Suzuki.
A Embrapa Soja vai no mesmo caminho. Na atual safra 2010/11 estão sendo colhidas as primeiras lavouras plantadas com a cultivar não transgênica resistente à ferrugem desenvolvida pela empresa estatal de pesquisa. Ali também cultivares resistentes ao herbicida glifosato e ao nematoide estão sendo criadas, segundo o pesquisador Odilon Lemos de Mello Filho. Ainda não há um prazo definido para liberação para o mercado.
Além das sementes resistentes, as unidades Cerrado e Soja da Embrapa Cerrado também esperam disponibilizar uma variedade superprecoce da oleaginosa, com um ciclo entre 90 e 100 dias, ou seja, até 30% menor que os das variedades atuais. De acordo com Sebastião Pedro da Silva Neto, coordenador de pesquisa com soja da Embrapa Cerrado, esse tipo de semente permite que o produtor tenha uma janela maior para o plantio da safrinha de milho ou de algodão, além de incentivar o cultivo de outros produtos como sorgo e trigo, sem auxílio de irrigação. "Quem planta a safra hoje tem que enfrentar o risco climático", diz. "Todo o Centro-Oeste do País tem potencial para ter duas safras".
Silva Neto ressalta que o desenvolvimento desse tipo de semente atende uma demanda dos produtores do Cerrado. "Hoje em dia custo das lavouras está muito alto, o produtor precisa girar rápido o capital. Além disso, a nova semente estimula a rotação de cultura, que é saudável para o campo porque corta o ciclo de pragas e forma mais palha para o plantio direto".
Resultados - A chamada soja Inox, da Fundação MT, foi plantada em cerca de 150 mil hectares na primeira safra em que foi lançada, em 2009/10. No atual ciclo, a área de plantio recuou para 100 mil hectares, por causa de problemas na produção da semente. Os resultados apurados, contudo, foram satisfatórios, afirmou Suzuki. "Não esperávamos zerar a aplicação de fungicidas para ferrugem. Sabíamos que a semente permitiria um controle melhor da doença e reduziria as aplicações a uma ou duas por ciclo. Isso aconteceu. Levantamentos feitos junto aos produtores mostraram que eles ficaram satisfeitos com o desempenho do insumo. No campo, a semente provou ser eficiente", afirmou.
Mello Filho, da Embrapa, a vantagem do produto é o melhor controle das lavouras. "O avanço do fungo na lavoura fica mais lento, isso facilita o manejo", afirmou. Como a semente da Embrapa começou a ser comercializada apenas em 2010/11, a empresa ainda não tem dados consolidados sobre o desempenho do insumo, mas o pesquisador atesta que, em algumas lavouras, ciclo pode ser encerrado sem a aplicação de fungicidas.

FERTILIZANTES: INDÚSTRIA ESTÁ OTIMISTA COM FORTE DEMANDA GLOBAL

As companhias de fertilizantes estão otimistas com a crescente demanda global pelos produtos, que parece crescer de 2% a 3% por ano. Um dos principais investidores no setor é a mineradora brasileira Vale, que espera despender US$ 12 bilhões nos próximos sete a dez anos para impulsionar a produção de fertilizantes dos 10 milhões de toneladas atuais para cerca de 26 milhões de toneladas. "Acreditamos que será um grande negócio", disse o gerente geral de comércio e vendas globais, Edson Souki, em uma conferência realizada ontem em Lima.
Os fundamentos são sólidos, segundo Souki, e incluem o forte crescimento da renda nos mercados emergentes, a urbanização e a consequente pressão sobre a terra disponível para cultivo. Os três pilares da indústria de fertilizantes são potássio, nitrogênio (originado na amônia e na ureia) e fósforo. O maior risco para a indústria é a volatilidade dos preços, segundo autoridades da indústria. Outra grande dúvida está no mercado chinês, ainda muito desconhecido.
O vice-presidente de marketing da Canpotex na América Latina, Max de Armendi, maior distribuidora global de potássio, comentou que 2010 foi um ano de "recuperação" da indústria. Para ele, o futuro é "positivo", pois a demanda média por potássio deve crescer 9% anualmente no curto prazo. A Canpotex pertence à Agrium, à Mosaic e à Potash.
Armendi acrescentou que o otimismo para os fertilizantes se baseia na demanda crescente por proteína animal de alta qualidade e por óleos vegetais. Outros fatores impulsionam a demanda, como o aumento do consumo de alimentos na China e na Índia, assim como as necessidades do setor de biocombustíveis.
"A produtividade das safras precisa crescer", disse Armendi, citando a previsão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de que a demanda aumentará 1,5% por ano, nos próximos 30 anos.
O analista Andy Jung, da unidade de pesquisa em commodities CRU, descreveu a China como "um monstro de consumo", mas ponderou que representa uma quantidade "desconhecida" de demanda, pois decisões tarifárias controlam o mercado. Elas visam a manter os fertilizantes no mercado interno ou enviá-los à exportação, conforme for mais conveniente. Jung comentou que a elevação dos preços dos alimentos chegou para ficar, mas a flutuação de preços deve favorecer a indústria de fertilizantes.
Perguntado sobre o cenário de curto prazo para os preços dos alimentos, Patrick Heffer, da Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes, afirmou que a alta deve continuar "pelo menos até abril ou maio", quando começar a temporada de plantio 2011 no Hemisfério Norte. Depois disso, ele avalia que os preços dependerão das condições climáticas e dos prospectos de produtividade.
James Mann, do grupo Farmers of North America, que representa cerca de 20 mil produtores, alertou que, se as margens de lucro do agricultor forem comprimidas pela elevação dos preços dos fertilizantes, a motivação dos produtores familiares para o cultivo de alimentos pode ser prejudicada. Segundo Mann, a agricultura familiar representa 90% do total no mundo.

COMMODITIES: GLENCORE PLANEJA LANÇAR AÇÕES.

A trading de commodities Glencore International AG tem planos de listar ações em Hong Kong e Londres, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, de acordo com o Wall Street Journal. Uma delas observou que a dupla oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) pode levantar entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões. O acordo é esperado entre abril e junho, se as condições do mercado permitirem, afirmaram as fontes.
A decisão representa um marco para a Glencore, que tem sido operada por um grupo de parceiros desde a sua fundação 37 anos atrás. A firma, cujo escritório fica em Baar, na Suíça, planeja listar simultaneamente suas ações em Hong Kong e Londres, disseram várias pessoas a par da situação. Uma parte do IPO será reservada a investidores institucionais e a outra será destinada a investidores de varejo em Hong Kong, informaram as fontes.
Na terça-feira, o jornal francês Les Echos informou que a Glencore teria solicitado a três bancos - Morgan Stanley, Credit Suisse e Citigroup - que estudassem uma listagem tripla de ações no segundo trimestre. Além de Londres, a trading estaria planejando um IPO em Cingapura e, possivelmente, em Hong Kong, mas uma decisão ainda não havia sido tomada, revelou a publicação francesa, sem citar fontes.
A alta dos preços das commodities elevou o valor da Glencore para US$ 47 bilhões a US$ 51 bilhões em julho do ano passado, ante US$ 35 bilhões em 2009, informou o jornal francês. Recentemente, a trading também manteve negociações com a Louis Dreyfus para explorar uma relação entre as duas companhias, acrescentou o Les Echos.

SOJA/EUA INFORMOU VENDA DE 227 MIL T PARA CHINA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje a venda de 227 mil toneladas de soja para China. Do volume total, 60 mil toneladas serão entregues neste ano comercial e 167 mil toneladas em 2011/12, segundo o USDA. Exportadores norte-americanos devem informar ao governo vendas de 100 mil toneladas ou mais feitas em um único dia para um mesmo destino até o dia útil seguinte. Qualquer volume inferior deve ser relatado semanalmente.

CHINA/SOJA FECHA EM BAIXA COM PERDAS NA CBOT.

Os futuros da soja terminaram com forte queda na Bolsa de Commodities de Dalian, conforme investidores embolsaram lucros, influenciados pelas perdas no pregão eletrônico da Bolsa de Chicago e por preocupações com a política monetária da China.
O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com baixa de 2,4% nesta quarta-feira, cotado a 4.440 yuans por tonelada (6,58 yuans = US$ 1). O grão, contudo, se saiu melhor que os óleos de palma e de soja, que caíram 3,5% e 3,3%, respectivamente. Os óleos comestíveis são o principal alvo do governo nos esforços de acompanhamento de preços durante o feriado.
Investidores estão vendendo posições para reduzir a exposição ao risco antes de uma pausa de sete dias, que começa em 2 de fevereiro, afirmou Huang Xiao, analista da Capital Futures Co. As vendas são parte de uma correção técnica alavancada pela aproximação do Ano Novo Lunar e por incertezas sobre a política de aperto monetário do governo, após um estável aumento dos preços nas últimas semanas graças em meio à sólida demanda global e aos temores sobre uma seca na Argentina, explicou Huang.
Um dólar mais firme e um crescimento econômico menor que o esperado no Reino Unido também pressionaram o sentimento na sessão eletrônica da CBOT, segundo ele. Além disso, chuvas começaram a melhorar as condições de desenvolvimento da safra argentina em algumas áreas do país.
O período do feriado coincide com o pico da temporada de consumo, mas o mercado à vista não fornece suporte, já que o governo tem tratado a estabilidade dos preços como prioridade, liberando parte das reservas de soja e de óleos comestíveis para garantir ofertas adequadas.

BANCOS ELEVAM JUROS SOBRE EMPRÉSTIMOS.
Alguns bancos da China elevaram fortemente as taxas cobradas sobre empréstimos para controlar o crescimento do crédito, em seguida a um acentuado aumento nos novos empréstimos neste mês, afirmou o China Securities Journal, citando fontes do setor.
Segundo o jornal, as taxas de empréstimos cobradas por um banco estatal de tomadores de empréstimos do setor industrial que são altamente poluentes ou possuem excesso de capacidade são 45% mais altas do que a taxa de empréstimo de referência do governo, enquanto as taxas sobre imóveis são ao menos 10% mais altas.
Outro banco comercial elevou as taxas de juros sobre empréstimos para pequenas e médias empresas em cerca de 40%, mas a demanda por crédito continua forte, disse o jornal.
Os bancos geralmente oferecem taxas mais baixas do que a de referencia do governo para atrair clientes corporativos. No entanto, agora as instituições estão tentando limitar o crédito porque já usaram quase toda a cota permitida para janeiro.
O governo da China tem tomado diversas medidas para frear a expansão do crédito no país, como parte dos esforços para limitar a alta da inflação.

MILHO: CHINA PODE IMPORTAR ATÉ 7 MI T DOS EUA EM 2011.
A China pode importar toda a sua cota de 7 milhões de toneladas de milho norte-americano neste ano, em resposta à pressão cada vez maior da demanda por parte da indústria pecuária, afirmou nesta quarta-feira Thomas Dorr, presidente do Conselho de Grãos dos Estados Unidos.
Segundo ele, a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ainda pode atingir 3 milhões de toneladas, embora o governo chinês tenha aberto uma investigação antidumping em dezembro, elevando as tensões no comércio bilateral de commodities agrícolas.
Os embarques de DDGs norte-americanos - subproduto do etanol à base de milho usado principalmente como ração animal - para China subiram quase cinco vezes entre 2009 e 2010.
Enquanto Pequim lida com a questão da segurança alimentar, o que Dorr classificou como uma legítima e "responsável" preocupação política, o crescimento anual de quase 8% da indústria de ração animal intensificou o consumo de milho e de grãos secos de destilaria no país asiático. "Eu não ficaria surpreso se a China importasse as 7,4 milhões de toneladas da cota tarifária de milho neste ano", explicou ele.
A demanda por DDGs dos Estados Unidos, no entanto, "desacelerou consideravelmente" após as investigações antidumping do governo chinês, revelou Dorr. Sem elas, a China poderia ter importado 6 milhões de toneladas, o dobro em relação a 2010.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CHICAGO/MILHO CAI COM DESACELERAÇÃO DA DEMANDA

Os preços futuros do milho recuam nesta terça-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Às 15h27, os contratos mais negociados, com vencimento em março, caíam 11,0 cents ou 1,56% e operavam a US$ 6,44/bushel. Preocupações com a desaceleração da demanda também pesam nas cotações. Traders tiram fichas da mesa por causa da decepção com as exportações dos Estados Unidos na semana, segundo um analista. Além disso, a corretora FCStone afirmou que as margens de lucro do etanol e das rações para gado estão em declínio.

SOJA/EUA RELATA VENDA DE 2,74 MI T PARA CHINA.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje a venda de 2,74 milhões de toneladas para China no ano comercial 2011/12, e  venda de 114 mil toneladas de soja para Taiwan, no ano comercial 2010/11, que começou em 1º de setembro.  Exportadores norte-americanos devem comunicar ao USDA vendas de 100 mil toneladas ou mais feitas em um único dia para um mesmo destino até o dia útil seguinte. Qualquer volume inferior deve ser relatado semanalmente.

MALÁSIA/ÓLEO DE PALMA CAI POR TEMOR SOBRE CHINA

Os futuros do óleo de palma cru fecharam com perdas na Bolsa de Derivativos da Malásia, conforme investidores embolsaram lucros após um recente rali dos preços, influenciados por vendas generalizadas no complexo de commodities em meio a temores de que a China pode anunciar novas medidas de aperto monetário. As perdas do óleo de soja na Bolsa de Commodities de Dalian e na Bolsa de Chicago também puxaram o óleo de palma para baixo.
O contrato abril, o mais negociado, encerrou com baixa de 48 ringgits, ou 1,2%, a 3.703 ringgits por tonelada, após ter operado no intervalo entre 3.690 e 3.743 por tonelada (3,05 ringgits = US$ 1). Ontem, o contrato avançou para o nível mais alto em duas semanas.
Os preços do óleo de palma recuaram nesta terça-feira, apesar da estável demanda por exportações. As vendas externas da Malásia nos 25 primeiros dias deste mês subiram 5,7% em relação ao mesmo intervalo de dezembro, de acordo com a inspetora de cargas Intertek Agri Services. Já a SGS informou que a projeção dos embarques para o período de 1º a 25 de janeiro caiu 2,1% na comparação mensal, a 1,02 milhão de toneladas.
Traders esperam liquidar posições de maior risco nos próximos dias, ainda que os fundamentos sejam positivos, devido às preocupações com novas políticas monetárias na China e à elevação das margens de negociação na Bolsa de Derivativos da Malásia durante o feriado do Ano Novo Lunar, na semana que vem. A medida adotada pela bolsa visa a limitar a volatilidade dos preços. "A fraqueza generalizada dos mercados de commodities agrícolas e indicadores técnicos estão sinalizando mais vendas no mercado de óleo de palma. O rali pode acabar, se o mercado cair abaixo de 3.600 ringgits por tonelada", afirmou um executivo sênior do OSK Investment Bank, em Kuala Lumpur.
O número de contratos abertos foi de 87.619 lotes, ante 85.235 lotes na segunda-feira. Ao todo, 24.436 lotes foram negociados hoje, acima de 23.570 lotes na sessão passada. Um lote equivale a 25 toneladas.

CHINA/SOJA TERMINA COM LEVE BAIXA POR REALIZAÇÃO DE LUCROS

Os futuros da soja terminaram com leve baixa na Bolsa de Commodities de Dalian, em uma sessão com poucos negócios e marcada por realização de lucros, conforme investidores temem novas políticas de aperto monetário na China.
O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com baixa de 0,8% nesta terça-feira, cotado a 4.547 yuans por tonelada. A commodity, contudo, se saiu melhor que os óleos de palma e de soja, que perderam 1,7% e 1,3%, respectivamente. Os óleos comestíveis serão o principal alvo do governo chinês no acompanhamento de preços durante o feriado.
A queda da oleaginosa no pregão eletrônico da Bolsa de Chicago por causa do embolso de lucros e de um clima melhor na Argentina também influenciou os preços domésticos. As negociações no mercado físico da soja desaceleraram, conforme algumas processadoras montaram estoques confortáveis para o feriado, enquanto traders e produtores suspenderam as compras e as vendas, informou a Capital Futures em uma nota.
A alta da soja importada e a restrição do preço dos óleos comestíveis pelo governo trouxeram prejuízos para as processadoras locais, forçando muitas delas a paralisar as operações e aguardar uma possível recuperação dos preços, segundo analistas. O óleo de soja aumentou cerca de 900 yuans por tonelada, ou mais de 10%, para cerca de 10.500 yuans por tonelada, desde o começo de dezembro de 2010, de acordo com a Zheshang Futures Co., que monitora os mercados de óleos comestíveis.
Compradores estão lentamente recorrendo às ofertas domésticas em meio à aceleração dos preços dos grãos importados nas últimas semanas. A China vendeu 5 mil toneladas das 279.378 toneladas de soja das reservas estatais leiloadas nesta terça-feira. Este é o primeiro leilão a atrair interessados desde que o governo central retomou as vendas no mês passado.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

SOJA/CÉLERES: COMERCIALIZAÇÃO ATINGE 45% DA SAFRA.

A comercialização antecipada da safra de soja 2010/11 do Brasil atingiu 45% da produção estimada em 68,1 milhões de toneladas, avanço de 1% em relação à semana anterior e ante 25% na mesma época da temporada passada, de acordo com relatório divulgado hoje pela Céleres.
Segundo a consultoria, a ligeira queda nos preços domésticos, em linha com as cotações de curto prazo no mercado internacional, explica o pequeno avanço na comercialização. Na semana passada, os preços oscilaram bastante, pressionados pelo tempo favorável na Argentina. A consultoria prevê, entretanto, que os preços devem se manter em patamares elevados.
Em seu último acompanhamento da safra, a Céleres estima que 12% das lavouras tenham atingido a etapa de maturação e estejam prontas para a colheita, contra apenas 3% na semana até 14 de janeiro e 7% na temporada passada. Já 37% das lavouras passaram para a fase de enchimento de grãos, contra 25% na semana anterior e 33% na mesma época da temporada 2009/10.
"A tarefa mais difícil para esse ano será acertar o melhor momento para vender grandes parcelas da produção. O cenário fundamental está sinalizando a cada dia novos pontos de alta para a formação do preço", avaliou a Céleres, destacando que os preços estão altos no momento em que começa a colheita no Brasil, época em que normalmente os valores de exportação costumam reportar deságio sobre os preços futuros de Chicago.
A soja vem sendo negociada na casa de US$ 14 por bushel na CBOT, valor que não era visto desde meados de 2008, o que, somado à firmeza da demanda interna e externa, resulta nos atuais patamares de preços pagos pela oleaginosa. Segundo as referências de venda via paridade de exportação, considerando a primeira posição negociada em Chicago, o preço em Passo Fundo chegou a R$ 49,63 por saca segundo a Céleres. "Porém, o que chama a atenção é que em alguns momentos o (preço) tão esperado R$ 50/saca foi alcançado", destacou a consultoria.
América do Sul - As preocupações com o tamanho das safras da América do Sul vêm dando sustentação às cotações da soja, principalmente frente às expectativas de estoques precariamente baixos nos Estados Unidos no final da temporada. Uma produção fraca na região desviaria a demanda para os Estados Unidos, maior exportador mundial.
Segundo a Céleres, mesmo com um incremento de 1% na área semeada na América do Sul, os rendimentos médios não devem repetir a marca de 2.883 quilos por hectare, caindo para 2.680 quilos no ciclo atual. Já a estimativa de demanda total de soja na América do Sul foi calculada em 132,5 milhões de toneladas, ante 125,5 milhões de t em 2009/10, enquanto a oferta foi mantida em 136,4 milhões de toneladas, considerando estoques iniciais de 11 milhões de toneladas.

GRÃOS/CHICAGO CAMINHA NOS DOIS SENTIDOS.

Os contratos futuros de soja estão sem direção comum nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago, oscilando nos dois sentidos com intensidade modesta. O primeiro contrato, com vencimento em março, recua 8,25 cents ou 0,30%, para US$ 14,04/bushel. O mercado tem suporte da demanda chinesa, mas há influência baixista dos prospectos para a safra da Argentina, que melhoram com previsão de chuvas. A queda dos preços do petróleo também pressiona as cotações da soja, segundo analistas. Os analistas comentaram, ainda, que o mercado teve realização de lucros após ganhos iniciais e virou para território negativo.

MILHO/CHICAGO OPERA EM LEVE BAIXA COM PREVISÃO DE CHUVA NA ARGENTINA
Os preços futuros do milho estão recuando levemente na Bolsa de Chicago com sinais de chuva em importantes áreas de produção da Argentina. O vencimento março caiu 2,0 cent ou 0,19%, para US$ 6,55/bushel.
Chuvas são esperadas na terça-feira e na quarta-feira em Córdoba, importante Estado produtor de milho e soja, de acordo com a Freese-Notis Weather. A umidade deve beneficiar áreas prejudicadas pela estiagem, embora o calor e o tempo seco já tenham causado danos irreversíveis ao milho, segundo analistas. A Argentina é o segundo maior exportador mundial de milho, atrás dos Estados Unidos.

TRIGO/EUA TRABALHA COM VALORIZAÇÃO DIANTE DE FORTE DEMANDA GLOBAL Os preços futuros do trigo estão avançando no mercado americano, a ponto de registrarem novas máximas em 29 meses em Kansas e Minneapolis. A forte demanda global puxa os preços.
Às 14h35, na Bolsa de Chicago, os contratos com vencimento em março, os mais negociados, subiu 7,50 cents ou 0,79%, para US$ 8,32/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento avançava 7,25 cents ou 0,81%, para US$ 9,0725/bushel.
Compradores estrangeiros adquiriram proteína de alta qualidade em meio a preocupações com os preços elevados e o aperto da oferta global de grãos. Na CBOT, o trigo atingiu até o momento a máxima de US$ 8,39/bushel, perto dos US$ 8,41/bushel registrados em agosto, quando a Rússia proibiu as exportações de grãos por causa dos problemas em sua safra.

CLIMA MUDA POUCO NA ÚLTIMA SEMANA DE JANEIRO.

A condição de chuva nesta última semana de janeiro deve apresentar pouca alteração em relação ao observado na semana passada. Segundo previsão da Somar Meteorologia, as frentes frias, associadas com águas aquecidas no Oceano Atlântico próximo da costa da Região Sul, favorecem a ocorrência de chuvas significativas e concentradas entre Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
"Há previsão de chuvas inclusive para o Rio Grande do Sul, cujos episódios devem ser irregulares e, em virtude do forte calor, muitas vezes podem vir acompanhados de tormentas e tempestades de vento", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, a previsão é de condição de pouca chuva e predomínio de sol na semana, com episódios isolados no período da tarde, típicos do verão. "Chamamos a atenção, porém, que esse padrão muda na primeira semana de fevereiro, quando as frentes frias voltam a atuar entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Com isso, as águas voltam a se concentrar nesses Estados e também em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, diminuindo em Santa Catarina e no Paraná", comenta Etchichury.
A parte norte do Nordeste (incluindo sertão e agreste), em virtude da atuação de um sistema meteorológico conhecido como Vórtice Ciclônico, continua sendo beneficiada com alguns episódios isolados de chuva. A situação, porém, ainda não representa a instalação definitiva do período de chuvas da região. Os volumes, aliás, diminuem na primeira semana de fevereiro.
Trégua
As chuvas deram uma trégua em Minas Gerais e no Rio de Janeiro na semana passada, facilitando assim os trabalhos de resgate e recuperação dos estragos causados no início do mês. Os maiores volumes na semana passada se concentraram no Sul do Brasil, principalmente no leste de Santa Catarina e do Paraná. Em alguns municípios o acumulado de chuva ultrapassou 250 mm em sete dias. O destaque fica para o município de São Francisco do Sul, que entre os dias 17 e 23 de janeiro teve índice pluviométrico de 500,6 mm.
Segundo a Somar, as águas da semana passada beneficiaram as lavouras do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e do norte do Rio Grande do Sul. Mesmo má distribuídas, as águas dão sustentação para o desenvolvimento das pastagens e das lavouras, principalmente soja, que entra na fase crítica de desenvolvimento.
Em Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Tocantins e sul do Maranhão os volumes de janeiro estão dentro de um padrão médio esperado para o mês, exceto alguns episódios de chuvas mais concentrados, que eventualmente ocorrem e causam problemas de manejo das lavouras. Em contrapartida, no sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Minas Gerais, Bahia e no sudeste do Piauí, a situação preocupa por causa da falta de água em janeiro.
O índice de água disponível no solo indica uma excelente condição de umidade do solo (maior do que 90%) em grande parte do Brasil. Apenas no extremo sul do Rio Grande do Sul e em partes do Nordeste do Brasil (Bahia, Sergipe e Alagoas) é que continuam condições críticas de umidade do solo (menor do que 20%).
Argentina
A semana passada foi marcada por episódios de chuvas muito irregulares e mal distribuídas na Argentina, que é um padrão típico do verão. "Só que desta vez as chuvas, mesmo irregulares, beneficiaram importantes regiões produtoras das Províncias de Buenos Aires, Entre Rios e Santa Fé, além do norte da Argentina", informa Etchichury. No entanto, embora as regiões beneficiadas tenham as condições da estiagem amenizadas, isso não representa uma mudança de padrão e muito menos de regularização, observa ele.
A previsão para esta semana não muda muito, devendo ocorrer apenas alguns episódios de chuvas isoladas, principalmente no norte da Argentina. O calor também continua intenso, com temperaturas da tarde variando entre 35 e 40 graus.
A tendência é que as águas diminuam ainda mais a partir da primeira semana de fevereiro, quando as frentes frias voltam a atuar mais sobre o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil. A Argentina deve voltar a enfrentar período de pouca água, ainda agravado pela presença do fenômeno La Niña, que deve atuar pelo menos até a metade de 2011.

PERSPECTIVA: MERCADO DE GRÃOS MONITORA INTENÇÃO DE PLANTIO NOS EUA.

A competição de preços entre a soja e o milho deverá ganhar mais destaque nesta semana na Bolsa de Chicago, conforme os produtores se preparam para decidir o que vão plantar e começam a definir as aquisições de insumos neste fim de mês. A disputa por área entre os dois grãos para a safra 2011/12 dos Estados Unidos foi acirrada pela expectativa de estoques de passagem precariamente baixos no fim da temporada. "O que o mercado mais vai olhar agora é a área de plantio nos EUA. O preço da soja tem de subir se o milho subir e vice-versa. Isso vai acontecer pelos próximos dois meses, porque o produtor tem de avisar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre o que vai plantar e contratar suas compras de insumo. Essa é uma época bem crucial, se um sobe o outro não pode ficar para trás", avaliou Vinicius Ito, da corretora Newedge.
Na semana passada, os contratos mais distantes da soja receberam sustentação em meio à tentativa de convencer os produtores norte-americanos a plantar uma área maior para reabastecer a oferta. Na sexta-feira, o contrato novembro, referente à nova safra, teve alta de 6,50 centavos, ou 0,5%, para fechar cotado a US$ 13,4825. Já o março, de maior liquidez, recuou 2 centavos, ou 0,1%, para fechar cotado a US$ 14,1225 por bushel, pressionado pelas chuvas na Argentina.
O milho, por sua vez, teve sustentação da forte demanda por exportação e das preocupações com o tamanho da área a ser plantada nos EUA. O contrato março avançou 3,25 centavos, e fechou a US$ 6,5725 por bushel.
Na opinião de Flávio Oliveira, da Terra Futuros, a irregularidade das chuvas na Argentina também é preocupante para o cereal. "O mercado é altista, continua sustentado pela Argentina. Uma safra de 19,5 milhões de toneladas vai transferir a demanda de exportação para o Brasil", disse ele, referindo-se à estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, que reduziu em 850 mil toneladas sua previsão na semana passada.
Na sexta-feira passada, a empresa de análises privadas Informa Economics elevou sua estimativa de área plantada com milho dos Estados Unidos em 2011/12 e reduziu a previsão para o plantio da soja, de acordo com a Dow Jones. A Informa estima que os produtores do país cultivarão 90,90 milhões de acres com milho (36,785 milhões de hectares). Em dezembro, esperava 90,76 milhões de acres (36,729 milhões de hectares). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o milho ocupará 88,2 milhões de acres (35,693 milhões de hectares).
Para o plantio de soja, a Informa prevê 76,65 milhões de acres (31,019 milhões de hectares), menos do que sua estimativa de dezembro, de 77,57 milhões de acres (31,391 milhões de hectares). O USDA estima a área plantada com soja em 77,7 milhões de acres (31,444 milhões de hectares).
O mercado de trigo também deve se manter firme, depois de as cotações terem atingido na sexta-feira o maior nível em 29 meses, diante de sinais de firme demanda para exportação do cereal dos Estados Unidos. O contrato março avançou 21 centavos, ou 2,61%, para fechar a US$ 8,2450 por bushel. A máxima da sessão foi de US$ 8,2950/bushel. "Tem demanda e poucos estoques no mundo. A Argélia e a Jordânia estão comprando, e a Rússia falou que não vai exportar nada até outubro", disse Ito. Importadores do Norte da África e do Oriente Médio entraram no mercado recentemente em busca da oferta dos Estados Unidos. Tunísia, Turquia e Jordânia compraram trigo norte-americano na semana passada, enquanto a Argélia fez uma grande aquisição no mercado global.

SOJA/CHINA FECHA EM LEVE ALTA POR DÓLAR FRACO E RALI DAS COMMODITIES.

Os futuros da soja fecharam em leve alta na Bolsa de Commodities de Dalian, estimulados pelo rali generalizado das commodities em meio à diminuição de temores relacionados às políticas de aperto monetário na China. O contrato janeiro, o mais negociado, encerrou com valorização de 0,7% nesta segunda-feira, a 4.582 yuans por tonelada (6,58 yuans = US$ 1). O grão registrou desempenho inferior ao dos óleos de palma e de soja, que avançaram cerca de 2%.
O governo chinês se calou sobre as políticas de aperto durante o final de semana, trazendo alívio aos investidores preocupados que o banco central do país possa adotar medidas para conter a inflação, como elevar a taxa de juro ou o compulsório bancário. Expectativas de inflação também encorajaram investimentos em commodities, disse Zhao Yan, analista da Everbright Futures Co.
Os óleos comestíveis se recuperaram na última quarta-feira, sustentados por sinais positivos, incluindo preocupações com a redução da produção de óleo de canola neste ano devido às baixas temperaturas no sul da China, bem como ao sentimento otimista antes do pico da temporada de consumo no Ano Novo Lunar, explicou Zhao. Um acordo de US$ 1,8 bilhão assinado durante a visita do presidente chinês, Hu Jintao, aos Estados Unidos para importar 3,07 milhões de toneladas de soja também estimulou os preços.
Pequim continuará liberando as reservas da oleaginosa, atualmente estimadas em torno de 6 milhões a 7 milhões de toneladas, para garantir as ofertas internas. Contudo, o governo central ainda não conseguiu vender nada desde que os leilões foram retomados no mês passado.

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas