sexta-feira, 3 de junho de 2011

MILHO: CHICAGO FECHA EM BAIXA COM FRACA DEMANDA PARA EXPORTAÇÃO

Pressionados por outros mercados e pela fraca demanda para exportação, os preços futuros do milho caíram hoje na Bolsa de Chicago. Os contratos mais líquidos, com vencimento em julho, fecharam em baixa de 12,50 cents ou 1,63%, cotados a US$ 7,54/bushel.
Dados fracos no relatório de emprego dos Estados Unidos mostraram um cenário nebuloso para a economia, o que não é bom sinal para a demanda por commodities. Analistas acrescentaram que o relatório semanal de exportações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrou vendas decepcionantes.
O mercado recuou depois de dois dias de ganhos expressivos por causa de preocupações com a safra. Embora essas preocupações persistam, o clima em muitas áreas onde a safra foi plantada é favorável. Em meio às perdas recentes, o contrato dezembro, que reflete a oferta da nova safra, superou o julho pelo segundo dia consecutivo. "Você não pode dizer que o milho dos Estados Unidos parece barato", disse o analista Chad Henderson, da corretora Prime Agricultural Consultants. Os preços subiram durante o último ano, com forte demanda reduzindo os estoques, estimados no menor nível em 15 anos antes da próxima colheita, no outono do Hemisfério Norte.
Traders preveem que os preços permanecerão altos, por causa das preocupações com a parte da safra que pode não ser colhida por causa do clima adverso.

GRÃOS/RÚSSIA: PROPOSTA SOBRE TARIFAS DE EXPORTAÇÃO PREOCUPA TRADERS.

Traders de grãos da Rússia temem que as exportações deste ano possam ser contidas pelo fato de que o Banco Central propôs a adoção de tarifas sobre os embarques, numa tentativa de conter a inflação doméstica nos preços dos alimentos. O presidente do Banco Central russo, Sergei Ignatyev, propôs na quinta-feira a adoção de um sistema flexível de tarifas, similar ao usado para produtos de petróleo, que podem ser ajustados todo mês, dependendo dos preços nos mercados internacionais.
Alguns traders disseram que qualquer nova tarifa pode tirar sua competitividade no mercado internacional. Um deles afirmou que sua companhia já está usando uma estratégia de compra "conservadora", em virtude dos temores de que não conseguirá vender tanto para os clientes internacionais quanto esperava.
No início desta semana, Ignatyev declarou que a retomada das exportações de grãos da Rússia, previstas para reiniciar em 1º de julho, representa a única e maior ameaça inflacionária à economia do país. A inflação anual se mantinha a 9,7%, em 23 de maio, e os preços em alta são tidos como uma questão essencial para as eleições do ano que vem.
Nos seis dias posteriores ao anúncio do primeiro-ministro Vladimir Putin de que a suspensão das exportações seria retirada, os preços do trigo para moagem de quarto grau na região exportadora do sul da Rússia subiram de US$ 25 a US$ 35 para US$ 220,70/t, de acordo com o centro de pesquisas SovEcon, em Moscou.
O ministério de desenvolvimento econômico informou que as tarifas seriam economicamente justificáveis. Mas autoridades do ministério não esperam que uma retomada das exportações de grãos resultem num salto maior dos preços nem que eles permaneçam consistentemente elevados como depois da seca do ano passado. "Se qualquer tarifa de exportação for estabelecida, vai reduzir dramaticamente os preços domésticos, que estão de acordo com a política do governo de manter a inflação de alimentos sob controle", declarou um trader suíço de grãos com operações na Rússia. "Se os preços aumentarem mais simplesmente porque os produtores seguraram as vendas, sentimos que as tarifas de exportação podem se tornar um assunto sério."

SOJA: ATRASO DO PLANTIO AMPLIA TEMORES COM OFERTA.

Os futuros da soja fecharam em alta hoje na bolsa de Chicago sustentados pelas preocupações dos traders de que as chuvas vão impedir o plantio, mantendo os estoques apertados. O contrato julho subiu 7,50 centavos, ou 0,53%, para fechar cotado a US$ 14,1450 por bushel.
Estados da região das Planícies, como a Dakota do Norte, devem continuar enfrentando condições de umidade após semanas de atrasos nos trabalhos de campo. "Existe uma convicção crescente de que os produtores não vão chegar perto de plantar a área que o mercado esperava", disse Jim Gerlach, presidente da A/C Trading.
A alta dos preços à vista deu mais sustentação aos futuros, uma vez que as processadoras estão em busca de soja, destacou Gerlach.
Os futuros do farelo também subiram em linha com o grão, devido à preocupação com a oferta. Processadoras estão pagando preços mais altos pela soja por causa do aperto das reservas. "Se você não consegue os grãos, não dá para fazer farelo", disse Gerlach. O contrato julho do farelo avançou US$ 2,40, ou 0,66%, e terminou a US$ 368,40 por tonelada.
Já o óleo de soja terminou em queda, uma vez que as reservas são abundantes. O julho perdeu 18 pontos, ou 0,31%, para 58,73 centavos por libra-peso.

DESACELERAÇÃO MUNDIAL DEVE PROLONGAR APRECIAÇÃO DO REAL

A economia brasileira deve conviver com taxa de câmbio apreciada e o dólar testando novas mínimas, situando-se entre R$ 1,55 e R$ 1,65, por mais tempo do que se esperava. A avaliação, feita por economistas ouvidos pela Agência Estado, é resultado do desalento com a recuperação da economia norte-americana, que está levando a revisões para baixo nas estimativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do País e estendeu o timing para o início do desmonte das medidas de afrouxamento monetário e para a retomada da alta das taxas de juros pelo Federal Reserve.
"No contexto de decepção com a retomada da expansão econômica dos EUA, muda a perspectiva de câmbio. Isso porque o diferencial de juros é fundamental para a trajetória das moedas e a percepção é de que a alta das taxas nos EUA deve ser postergada. Além disso, há a avaliação de que a taxa Selic ainda deve subir um pouco mais, aumentando a distância entre os juros doméstico e o internacional", disse o estrategista da CM Capital, Luciano Rostagno, que pensa em revisar de R$ 1,60 para R$ 1,55 a projeção para o dólar ao fim de 2011.
No início do ano, segundo a economista da Link Investimentos, Marianna Costa, os especialistas do mercado financeiro esperavam que o crescimento do PIB dos EUA ficasse ao redor de 4% este ano. Mas essa previsão foi esmorecendo e, agora, o PIB está estimado em 3% ou menos, para a maioria. Ao mesmo tempo, o mercado foi tornando mais distante a perspectiva para o início do aperto monetário nos EUA.
Enquanto em janeiro se falava em alta de juro entre o final deste ano e o começo de 2012, agora, a largada está sendo aguardada somente para o fim do segundo trimestre ou até para a segunda metade do ano que vem.
"Temos visto indicadores fracos ao longo do último mês e forma-se a ideia de que a consolidação da expansão da economia dos EUA só ocorrerá entre o fim do primeiro semestre e o decorrer da segunda metade de 2012", disse Marianna, referindo-se à possibilidade de o Fed elevar o juro básico norte-americano. Para ela, se há um risco nesse cenário, é de que tudo fique ainda pior. O economista sênior do Esib Brasil, Flávio Serrano, concorda e afirma que "a expectativa mudou e o Fed deve ficar inerte até meados do ano que vem".
A projeção da economista da Link para a cotação do dólar no decorrer de 2011 é idêntica à de Rostagno, entre R$ 1,55 e R$ 1,60. Já o economista sênior do Esib Brasil aguarda uma variação um pouco maior, de R$ 1,56 a R$ 1,65, com o dólar encerrando o ano em R$ 1,60. "O que vamos ver é um prolongamento na condição do real valorizado em 2011", disse.
Serrano destaca, no entanto, que a mudança nas perspectivas para o aperto monetário norte-americano terá impacto ainda maior no câmbio ao final de 2012. A sua estimativa para esse período, que era de R$ 1,65, deve ser ajustada para R$ 1,60. Na mesma linha, Rostagno, que projetava a mesma cotação de R$ 1,65, agora fala em "algo um pouco abaixo disso, entre R$ 1,60 e R$ 1,65".
Já o economista da MCM Consultores, Antonio Madeira, compartilha da ideia de que o juro dos EUA só deve subir em meados do ano que vem, provavelmente no segundo trimestre, mas não alterou projeção para o dólar, que é de R$ 1,60 ao fim de 2011. Ele é otimista quanto à recuperação da economia global e avalia que a desaceleração recente "pode ser revertida". Para Madeira, o mundo está sentindo os efeitos da tragédia japonesa. "O efeito foi forte, mas esperamos que o Japão se recupere no segundo semestre e isso deve ajudar", disse.
Mesmo diante desse quadro, os economistas não esperam fortes atuações do Banco Central no câmbio, como foi visto no início deste ano.
Tornou-se consenso que o foco no combate à inflação deixou a equipe econômica mais tolerante com o real valorizado. "Conforme a inflação foi se aproximando do teto da meta, houve maior complacência com a apreciação do real. Talvez venham a defender um patamar de R$ 1,55, se o dólar tentar romper isso", arriscou Rostagno.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

GRÃOS NA CBOT FECHA EM ALTA POR PREOCUPAÇÃO COM PLANTIO.

Os futuros da soja fecharam hoje na máxima de nove semanas na bolsa de Chicago sustentados pelas preocupações de que o plantio nos Estados Unidos ficará aquém das expectativas. O contrato julho subiu 20,75 centavos, ou 1,50%, para fechar cotado a US$ 14,07 por bushel.
O plantio começou lento devido à alta umidade e permanece atrasado em regiões do leste do Meio-Oeste e no norte das Planícies, segundo analistas. Os ganhos foram acelerados quando o contrato julho, o mais próximo, provocou ordens de venda pré-registradas ao superar a máxima da semana passada de US$ 13,9825 por bushel.
Os produtos derivados também terminaram com ganhos, devido às preocupações com o aperto da oferta em meio à lentidão do plantio. As processadoras estão fazendo ofertas pela soja mesmo que as "margens ainda estejam fracas na indústria de esmagamento", disse MaxYield Cooperative. "Compradores têm vendas que precisam cobrir com o grão, não importa a que custo".
O contrato julho do farelo de soja subiu US$ 5,30, ou 1,47%, e fechou cotado a US$ 366 por tonelada. O mesmo vencimento do óleo ganhou 48 pontos, ou 0,82%, para 58,91 centavos por libra-peso.

MILHO SOBE EM MEIO A PREOCUPAÇÕES COM A OFERTA
Os preços futuros do milho esticaram o rali recente e encerraram a quinta-feira em alta na Bolsa de Chicago ainda com preocupações relacionadas à oferta. Os contratos com vencimento em julho, os mais negociados, fecharam com valorização de 8,0 cents ou 1,05%, cotados a US$ 7,6650/bushel.
Novas preocupações relacionadas à perda de área agrícola nos alagamentos do Rio Missouri se somaram à área que ainda não foi plantada no leste do Cinturão do Milho, por causa do clima úmido. Analistas disseram que seria necessária uma safra recorde para abastecer os estoques baixos dos Estados Unidos, o que parece ser muito improvável.
O mercado também reduziu o spread entre os contratos da antiga e da nova safra. O vencimento dezembro avançou para US$ 7,66/bushel.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

SOJA: EMBARQUES SOBEM 4,2% EM MAIO.

As exportações brasileiras de soja em grão atingiram 5,305 milhões de toneladas em maio, ante 5,696 milhões no mesmo mês de 2010 e acima das 5,089 milhões de toneladas embarcadas em abril. A receita com as vendas ao exterior em maio atingiu US$ 2,558 bilhões, valor pouco acima dos US$ 2,417 bilhões verificados em abril e ante US$ 2,089 em maio do ano passado. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
No acumulado do ano, as exportações dos grãos somam 13,594 milhões de toneladas.
Segundo o MDIC, as exportações de farelo de soja em maio somaram 1,542 milhão de toneladas, volume acima das 1,251 milhão de toneladas embarcas em abril e das 1,496 milhão no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano foram embarcadas 5,393 milhões de toneladas.
A receita das exportações do farelo em maio atingiram US$ 608,8 milhões, valor superior aos US$ 533,9 milhões no mês anterior e aos US$ 455,4 milhões do mesmo mês do ano passado.
As exportações de óleo de soja bruto atingiram 165,2 mil toneladas em maio, volume bem superior em relação às 59,5 mil toneladas de abril e acima das 102,1 mil t de maio do ano passado, com o acumulado em 2011 chegando a 568,6 mil toneladas. A receita da exportação do óleo no mês passado ficou em US$ 198,7 milhões, ante US$ 74,4 milhões em abril e US$ 81,9 milhões em maio de 2010.

SOJA: INCERTEZA SOBRE ÁREA DE PLANTIO ELEVA PREÇOS NA CBOT.

Os futuros da soja fecharam em alta hoje na bolsa de Chicago sustentados pelas incertezas com a área a ser plantada frente ao aperto da oferta. O contrato julho subiu 10,25 centavos, ou 0,74%, para fechar a US$ 13,8625 por bushel.
O avanço lento do plantio no leste do Meio-Oeste mantém uma nuvem de dúvidas sobre o mercado. Traders avaliam o risco de haver troca de área do milho para soja ou de terras serem deixadas de lado, uma vez que o ritmo de plantio continua bem atrás dos níveis históricos. Produtores também pesam a opção de receber o seguro, deixar a terra ociosa ou enfrentar perdas.
A perspectiva de um retorno com força da demanda no ano comercial 2011/12 aumenta ainda mais a pressão sobre os produtores para que produzam safras abundantes.
Entre os produtos derivados, o farelo terminou em alta em linha com a soja. A incerteza sobre a produção deste ano e a oferta elevam os temores de que haverá a necessidade de conter a demanda para processamento, dizem analistas. O contrato julho ganhou US$ 5,40, ou 1,52%, e fechou a US$ 360,70 por tonelada.
Já o óleo de soja terminou em queda, incapaz de sustentar os avanços iniciais em meio à influência negativa do enfraquecimento do petróleo. O petróleo influencia o óleo de soja pois este é usado na produção de combustíveis renováveis. O vencimento julho recuou 0,10%, cotado a 58,43 centavos por libra-peso.

MILHO: PLANTIO PREOCUPA TRADERS QUE ADICIONAM PRÊMIO DE RISCO NOS PREÇOS.
Compras com base nas preocupações relacionadas ao plantio de milho nos Estados Unidos, que está atrasado e pode resultar uma redução da área plantada e da produtividade no leste da região Meio-Oeste, puxaram os preços do grão hoje na Bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em julho, os mais movimentados, subiram 11,0 cents ou 1,47% e fecharam cotados a US$ 7,5850/bushel.
Os compradores de grãos temem que produtores não cultivarão área tão ampla quanto previam, por causa do excesso de umidade no leste do Cinturão do Milho. Produtores precisam colher uma ampla safra para reabastecer os estoques, que devem ser os menores em 15 anos por causa da forte demanda.
A incerteza sobre o plantio de milho no país é um foco no mercado e se soma a um cenário de oferta apertada, que já dava suporte, segundo o analista John Kleist, da Ebottrading.com. O relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado ontem, mostrou que 86% da safra do país foi plantada, ante média de 95% em cinco anos para este momento.
Kleist explicou que os consumidores de grãos serão forçados a pagar mais para garantir o abastecimento, mas produtores relutam em vender.
A demanda para exportação e o firme consumo para produção de etanol e alimentos devem manter a oferta apertada no verão, disse Kleist. Além disso, o mercado se recuperou de perdas da véspera, conforme traders embutiram prêmio de risco nas cotações.

SOJA - SAFRA 2011/12 NO MATO GROSSO DEVE CRESCER 5%.

A boa relação de troca entre os preços dos insumos e da saca de soja, que é a melhor para o produtor conforme série histórica do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), deve incentivar a expansão da área cultivada em Mato Grosso na safra 2011/12. O Imea prevê um aumento de 320 mil hectares (5%) no plantio da oleaginosa, que começa na segunda quinzena de setembro, assim que encerrar o prazo do vazio sanitário estabelecido para controle da ferrugem asiática. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, é mais otimista e aposta num aumento de 500 mil hectares na área plantada, que foi de 6,4 milhões de hectares na safra passada.
A boa rentabilidade proporcionada pela colheita da safra recorde de 20,5 milhões de toneladas e os altos preços obtidos na comercialização deste ano impulsionaram os negócios relativos à safra 2011/12. Segundo o Imea, os agricultores venderam até maio 18% da produção, que será colhida no próximo ano, e compraram 80% do fertilizante que será entregue nas vésperas do início do plantio. O ritmo de venda antecipada da safra é recorde. Nas compras de insumos feitas por meio de operações de troca, o preço médio da soja vendida para entrega após a colheita está em R$ 33/saca, valor 41% acima dos R$ 23 observados nas negociações realizadas nos primeiros cinco meses do ano passado.
O levantamento do Imea mostra que nas negociações dos produtores com tradings e revendas de insumos, no acumulado deste ano, a relação de troca ficou em 22,8 sacas de soja para aquisição do pacote composto por fertilizante, sementes e adubo para o cultivo de 1 hectare. Nos primeiros cinco meses do passado eram necessárias 26,9 sacas de soja para comprar o pacote. A alta do preço da soja proporcionou uma melhora de 23% na relação de troca, apesar do aumento de 8% no preço do pacote de insumos, que passou de R$ 699 de janeiro a maio do ano passado para R$ 775 no mesmo período deste ano.
O maior aumento de preços dos insumos ocorreu para as sementes, que representam 12% do custo operacional de produção da soja.
Segundo o Imea, no acumulado deste ano os preços das sementes subiram 35%. Os fertilizantes, que têm participação de 45% no custo de produção, tiveram alta de preços de 15%. Já os preços dos defensivos agrícolas, que respondem por 25% do custo operacional, caíram 12%.
O diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte, afirmou que a expansão da área de soja deve ocorrer na conversão de pastagens degradadas.
Ele calcula que com o custo de conversão 26 sacas de soja por hectare e o gasto de 22,8 sacas por hectare com o pacote de insumos, já no primeiro ano o produtor conseguiria quase empatar o investimento, com a colheita de 45 sacas por hectare. Ele estima que no terceiro ano de cultivo o saldo seria positivo.
Um dos fatores que estimulam a conversão de pastagens é a limitação à abertura de novas áreas, em virtude das restrições ao desmatamento e da dificuldade de se obter licenças para a derrubada da mata, de acordo com o direito de exploração de 35% da área da propriedade, estabelecido pelo Código Florestal. Duarte diz que a lógica econômica seria a abertura de novas áreas para expandir o plantio, mas atualmente em Mato Grosso não existe clima para novos desmatamentos, pois os produtores estão assustados com as ações de controle impostas pelo governo federal, que atua na região norte com o reforço da Força de Segurança Nacional e do Exército.
A alta dos preços da soja e a melhora na relação de troca também afetou o mercado de arrendamento de terras. Duarte afirma que há dois anos as terras em áreas consolidadas eram arrendadas por 6 sacas de soja por hectare e no ano passado o valor passou para 8 sacas. Para a próxima safra, no caso dos contratos novos, os proprietários estão pedindo 10 sacas de soja por hectare. Um dos casos mais comentados em Mato Grosso ocorreu em Campo Novo do Parecis, onde um produtor arrendou uma área para plantio de algodão e recebeu 20 sacas de soja por hectare. O aumento do valor do arrendamento é outro fator que deve impulsionar a conversão de pastagens em áreas de lavouras.
Marcelo Duarte prevê que a boa rentabilidade obtida neste ano proporcionará um aumento da participação de capital próprio dos agricultores no financiamento da safra. Um levantamento feito pelo Aprosoja no fim do ano passado mostrou que na safra 2010/11 a participação de capital próprio dos agricultores correspondeu a 37% do volume total de recursos utilizados no custeio. Os bancos tiveram participação de 21% e as revendas em conjunto com fabricantes de insumos financiaram 33%. As tradings, que há dois anos respondiam por metade do financiamento da safra, no ano passado responderam por apenas 8,7%.

terça-feira, 31 de maio de 2011

GRÃOS NA CBOT FECHAM EM QUEDA.

Os futuros da soja fecharam em queda hoje na bolsa de Chicago acompanhando a fraqueza do milho e do trigo e pressionados pela percepção de que a oleaginosa não herdará tanta área inicialmente destinada ao milho como se imaginava. O contrato julho caiu 3,75 centavos, ou 0,27%, e fechou cotado a US$ 13,76 por bushel.
O mercado de soja sucumbiu às fortes quedas do trigo e milho, em meio ao clima favorável ao plantio do cereal no leste do Meio-Oeste nesta semana, o que reduz a possibilidade de um aumento na área plantada com soja, disse Mike Zuzolo, da Global Commodity Analytics and Consulting.
O enfraquecimento da demanda colocou mais pressão sobre a oleaginosa, mas ao mesmo tempo a fraqueza do dólar limitou as quedas.
Os produtos derivados também terminaram com perdas, em linha com a soja e em um dia de reposicionamento de final de mês. Entretanto, o suporte do dólar mais fraco e a alta do petróleo limitaram as quedas.
O contrato julho do óleo recuou 12 pontos, ou 0,20%, para fechar a 58,49 centavos por libra-peso. O mesmo vencimento do farelo perdeu US$ 0,30, ou 0,08%, cotado a US$ 355,30 por tonelada.

MILHO FECHA EM BAIXA NA EXPECTATIVA DE EMBARQUES NA RÚSSIA
A retomada das exportações de grãos pela Rússia, anunciada ontem, aumentou as chances de queda da demanda internacional pelos cereais dos Estados Unidos e pesou nas cotações da Bolsa de Chicago nesta terça-feira. Os contratos de milho mais negociados, com vencimento em julho, fecharam em baixa de 11,0 cents ou 1,45%, cotados a US$ 7,4750/bushel.
A expectativa é de que a Rússia volte a exportar mais grãos a partir de 1º de julho, especialmente trigo, para compradores asiáticos, o que deve substituir o milho como ração animal. "A ideia mais popular é a de que a Rússia tem muito trigo de baixa qualidade, que pode vender para o extremo Oriente", disse o analista Sid Love, da corretora Kropf & Love Consulting.
Além disso, traders observaram vendas de fundo neste fim de mês e diante de previsões que indicam melhora do clima em áreas do Meio-Oeste, o que pesa nos preços.
Entretanto, o dólar se desvalorizou hoje frente a uma cesta de outras moedas, por conta de dados fracos sobre a confiança do consumidor nos Estados Unidos, e deu algum suporte à maioria das commodities.

MILHO: CHINA VAI DOBRAR IMPORTAÇÃO EM 2011.

A China deve pelo menos dobrar a importação de milho neste ano por causa da recuperação da indústria de carne suína, que se recupera de uma crise provocada por casos de febre aftosa em anos passados, avaliou Chenjun Pan, especialista em pesquisa sobre alimentos e agribusiness do Rabobank International.
"É difícil estimar o volume exato das importações, mas deverá ser bem maior que o do ano passado", disse a analista. Em 2010, a China comprou 1,6 milhão de toneladas do grão, segundo o Rabobank, volume 17 vezes maior que o importado em 2009 e o maior em 15 anos. Em 2011, até abril, o país adquiriu um milhão de toneladas.
O milho é um importante componente da ração de suínos, cujo rebanho deve aumentar 1% na China, para 458 milhões de cabeças neste ano. "A pressão da demanda por milho tem origem nas grandes granjas de suínos que estão entrando no mercado. As pequenas estão deixando a atividade", disse a analista. Além disso, os pequenos produtores usam mais produtos alternativos para alimentar os porcos, como subprodutos de arroz e trigo. Já nas fazendas comerciais, o milho é o principal insumo.
A demanda pelo grão aumenta junto com o consumo de soja, cujas importações seguem, em sua maior parte, para a produção de ração. Cerca de 70% do consumo de soja do país é coberto via importação, uma fatia que deverá aumentar nos próximos anos, afirmou Pan.
Na outra ponta, o consumo doméstico de carne suína deve crescer, puxado pelo aumento da renda nas áreas rurais. "Na zona urbana, a demanda tornou-se praticamente inelástica e é não afetada por flutuações de preços", afirmou a analista.
A China deve consumir 51 milhões de toneladas de carne suína em 2011, ante 50 milhões em 2010. Já o consumo de carne bovina deve cair ligeiramente para 6,5 milhões de t, de 6,53 milhões de t no ano passado, por causa do aumento do preço.
Produção - O Conselho Internacional de Grãos (IGC) estimou hoje que a China deverá produzir 170 milhões de toneladas de milho em 2011/12, 3% mais que as 165 milhões de t da atual safra. "A área plantada terá crescimento marginal, com produtores trocando soja por milho em resposta ao aumento de demanda e aos preços favoráveis do milho", disse a entidade em seu relatório mensal sobre o mercado de grãos.
O IGC estima que as importações ficarão em 2 milhões de t, o mesmo volume de 2010/11. "Embora a demanda de importação chinesa seja difícil de prever, a confirmação da compra de um milhão de toneladas pela Sinograin (estatal que gerencia estoques no país) sugere que a disponibilidade de grão diminuiu no país".
Os estoques iniciais de milho - em outubro - deverão ser de 57 milhões de t no país e devem chegar ao final da safra - em setembro de 2012 - em 58,4 milhões de t.

SOJA/CHINA-PRESSÃO DA OFERTA DIMINUI e FECHA COM PEQUENA ALTA.

As cotações da soja fecharam com alta tímida na Dalian Commodity Exchange, na China, diante de sinais de melhora na demanda pela oleaginosa no mercado doméstico. O contrato janeiro subiu 3 yuans para 4.458 yuans por tonelada.  "A demanda por soja tem se estabilizado por causa da demanda das indústrias de ração, que estão recompondo estoques diante do aumento da produção de suínos, embora a pressão da oferta, dos grandes estoques de soja, ainda não tenha cessado completamente", disse em nota o Centro de Informações de Grãos e Óleos da China. As margens das processadoras também estão começando e se recuperar, disse a entidade.
O Ministério de Comércio da China estimou hoje que as importações da oleaginosa em maio podem alcançar 5,43 milhões de toneladas. Se realizadas, será o nível mais alto de compras do ano, um volume 40% maior que o de abril e 24% maior que o do mesmo período do ano anterior.

CHINA VAI IMPORTAR 40% MAIS EM MAIO ANTE ABRIL.
A China deve importar 5,43 milhões de toneladas de soja em maio, de acordo com estimativa do Ministério do Comércio, divulgada hoje. Se realizado, o volume será o maior do ano e 40% maior que comprado em abril. Na comparação com maio de 2010 o aumento será de 24%.
A estimativa do Ministério foi baseada em informações fornecidas pelos importadores no período entre 1 e 15 de maio. O governo ainda previu que, em junho, as compras serão de 4,8 milhões de toneladas de soja.
Já as importações de soja deverão ficar em 40,5 mil t em maio e 199,4 mil t em junho. As de óleo de palma, em 261,8 mil t em maio e 105,3 mil t em junho.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

MT/MILHO: PRODUTORES VENDERAM 55% DA SAFRINHA.

Os produtores rurais de Mato Grosso já comercializaram 55% da safrinha de milho que começa a ser colhida na próxima semana. A estimativa é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que deve divulgar na próxima semana uma nova estimativa de produção, que será inferior às 7,5 milhões de toneladas projetadas no levantamento divulgado no início deste mês. Os produtores estimam a quebra da produção entre 20% a 40%, por causa da falta de chuvas que prejudicou as lavouras semeadas após o dia 20 de março, quando fechou a janela do período ideal de plantio.
Otávio Celidonio, superintendente do Imea, observa que o nível de comercialização nesta safra está bem acima dos 9,9% registrados em igual período do ano passado. Segundo ele, a comercialização só não está mais adiantada por causa da insegurança dos agricultores em relação ao volume que será colhido. É o caso do produtor Leonildo Bares, de Sinop, que preferiu reduzir a suas vendas a correr o risco de não ter mercadoria para entrega após a colheita. Os preços obtidos até agora variam entre R$ 14 a R$ 18 por saca, bem acima dos R$ 8 oferecidos pelos compradores no primeiro semestre do ano passado.
Soja - No boletim semanal divulgado hoje, o Imea relata que os produtores de Mato Grosso anteciparam as vendas de 18% da soja que começa a ser semeada na segunda quinzena de setembro deste ano, caso as condições climáticas sejam favoráveis. No ano passado, em função do atraso das chuvas o plantio só deslanchou a partir da primeira semana de outubro.
Otavio Celidonio comenta que a comercialização é "tão precoce que faltam números comparativos para o mesmo período das safras passadas". Ele observa que o nível de 15% de comercialização da safra passada só foi registrado em julho. Um dos fatores que alavancaram as vendas, diz ele, é o alto preço da saca da soja no mercado futuro. A antecipação das compra dos insumos, para escapar de possíveis aumentos de preços, também contribui para o aumento da comercialização da soja, por meio do sistema de trocas.
Segundo ele, os produtores de soja, principalmente os que fazem sucessão com algodão, estão aproveitando a capitalização proporcionada pela ótima colheita da oleaginosa e dos bons travamentos futuros na venda da pluma para apostar em operações de trocas à vista dos grãos armazenados por produtos como sementes, fertilizantes e defensivos para a safra 2011/12.

SOJA/CÉLERES: COMERCIALIZAÇÃO ATINGE 67% DA SAFRA 2010/11.

Os sojicultores brasileiros negociaram até o final da semana passada 67% da safra 2010/11, um avanço na semana de dois pontos porcentuais e à frente dos 59% vendidos no ciclo passado, informou hoje a Céleres em seu relatório semanal.
A Céleres estima a safra brasileira, cujos trabalhos de colheita foram encerrados, em 72,5 milhões de toneladas. O Estado mais avançado na comercialização é Mato Grosso, com 88% da produção vendida. O Paraná, segundo maior produtor atrás de Mato Grosso, negociou 61% de sua safra, e o Rio Grande do Sul, 41%.
Os preços da soja no mercado doméstico disponível encerraram a semana com ganhos de 0,7% nas praças pesquisadas pela consultoria. No intervalo de 30 dias, as cotações registraram ganhos de 2,2%.
No porto de Paranaguá, o mercado de prêmio de exportação reportou alta no ágio sobre as cotações negociadas em Chicago. Para julho de 2011, os prêmios na compra e na venda ficaram respectivamente em US$ 0,14 por bushel (alta de 6 pontos) e US$ 0,18 por bushel (alta de 5 pontos). "Tal recuperação tem claros sinais de que a China voltou a comprar soja do Brasil", disse a Céleres. A saca da soja em Paranaguá terminou a sexta-feira cotada a US$ 30,50 por saca, alta de 2% em relação à semana precedente.
Segundo a Céleres, o produtor de soja vem se concentrando em antecipar o planejamento da safra 2011/12, uma vez que a relação dos preços entre o insumo e o grão ainda se mostra favorável ao produtor devido ao bom patamar de preços. A consultoria destaca que, para a indústria, também tem sido interessante garantir matéria-prima para esmagamento.

SOMAR: TEMPERATURAS CAEM SEM RISCO DE DANOS COM GEADAS.

O mês de junho começa com tempo seco sobre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As temperaturas estão baixas no Sul, mas sem previsão de formação de geadas amplas, informa a Somar Meteorologia. Formação de geadas isoladas ficam restritas às regiões serranas e não representa risco para a safrinha de milho. "Inclusive, no decorrer da semana, a temperatura volta a se elevar gradualmente, com sensação de calor no período da tarde", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
O tempo deve mudar no Sul somente na segunda semana de junho, quando há previsão da chegada de uma nova frente fria, com possibilidade de chuvas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Nas áreas de milho safrinha do Paraná e de Mato Grosso do Sul, o tempo segue seco e há indicativo de chuvas somente no decorrer da segunda semana de junho. Etchichury ressalta que, pelo menos na primeira semana de junho, não há previsão de frio extremo e muito menos de formação de geadas no oeste do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul. "Há indicativo de uma onda de frio para a segunda semana do mês que vem porém, por enquanto, sem previsão de formação de geadas amplas", acrescenta.
De acordo com a Somar, no interior de São Paulo e de Minas Gerais, o tempo não muda em relação às últimas semanas. O mês de junho começa com tempo seco, o que favorece o avanço do corte e moagem da cana-de-açúcar. Em contrapartida, o clima prejudica a lavoura de milho safrinha do sul e oeste de São Paulo, onde em alguns municípios não choveu em todo o mês de maio.
Para as áreas de milho de Mato Grosso e Goiás, a semana deve ser mais uma vez de tempo seco e sem perspectiva de água, pois esses Estados já vivem o seu pleno período seca de inverno.
No Nordeste, a previsão para o decorrer do mês de junho é de redução das chuvas na parte norte, enquanto as águas passam a ficar mais concentradas na faixa leste da região, entre o litoral de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A semana
O mês de maio vai terminando com tempo totalmente seco sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Os maiores volumes de água se concentraram no extremo norte do Brasil. Nas áreas de milho safrinha de Mato Grosso, Goiás e de Minas Gerais praticamente não choveu ao longo de todo o mês.
Conforme a Somar, maio chega ao fim com redução significativa do porcentual de água disponível no solo, para valores inferiores a 30% no Sudeste, Centro-Oeste e no interior do Nordeste. O mês também foi de pouca chuva sobre as áreas de milho safrinha de Mato Grosso do Sul, Paraná e sul/oeste de São Paulo, o que também causa preocupação aos produtores. Nessas regiões, porém, o teor de umidade do solo ainda apresenta uma condição favorável, com índices de água disponível no solo em torno de 50%.
"A boa notícia para a lavoura de milho é que o mês de maio termina sem registro de frio extremo e nem geadas", observa Etchichury. Além disso, o mês mais seco favoreceu o corte e a moagem da cana-de-açúcar em São Paulo e em Minas Gerais.

Estados Unidos
Voltou a chover na semana passada no Meio-Oeste americano, com os maiores totais de chuva atingindo importantes Estados produtores de milho e soja, tais como: Missouri, Illinois, Indiana e Ohio, informa a Somar. "Mas daqui para frente as condições climáticas devem mudar e em junho deve prevalecer uma condição padrão mais típico da primavera americana, com redução das chuvas e elevação da temperatura", diz Etchichury.
A previsão para a primeira semana de junho é de predominância de tempo seco e elevação da temperatura sobre o Meio-oeste Americano. A previsão é de que a temperatura máxima (no período da tarde) possa ultrapassar a casa dos 30 graus. Nos Estados mais ao sul (Kentucky e Tennessee) o calor deve ser mais intenso, com temperaturas acima dos 35 graus, prevê a Somar.
No entanto, uma nova frente fria sobre as áreas produtoras de soja e milho dos Estados Unidos está prevista para a segunda semana junho. "Mesmo assim, daqui para frente, a tendência é que as frentes frias apresentem um deslocamento mais rápido e, portanto, o período de chuva tenha menor tempo de duração", comenta Etchichury. Os índices de umidade do solo se mantêm elevados e com excesso de umidade nas principais regiões produtoras, em virtude das chuvas da semana passada, combinadas com temperaturas ainda relativamente baixas.

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