sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

SOJA/MT INICIA COLHEITA, ATINGIU 0,3% DA ÁREA PLANTADA.

A colheita da safra 2010/11 de soja em Mato Grosso, principal produtor brasileiro, deu a largada nesta semana em alguns pontos do Estado. De acordo com o primeiro levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado hoje, 0,3% da área semeada com a oleaginosa foi colhida.
O Imea informou que a primeira região a iniciar os trabalhos foi a Médio-Norte, onde 0,5% da safra foi colhida até ontem. A região mais adiantada é a Oeste, com 0,7%, porque alguns produtores optaram pelo plantio da soja precoce visando plantar em seguida o algodão.
Outra região do Estado que já deu início à colheita foi a Sudeste, com 0,1% da área colhida. O Imea estima a produção de Mato Grosso em 18,7 milhões de toneladas, em uma área de 6,2 milhões de hectares.
O plantio desta safra mato-grossense começou com duas semanas de atraso devido à estiagem, e com isso a colheita está 1,2% atrasada em relação ao ciclo anterior. "É normal que o Estado tenha poucas áreas colhidas em janeiro. Anormal foi o ano passado, porque choveu bastante e conseguimos antecipar. Vai dar essa diferença alta (em relação ao ano passado) também na próxima semana", explicou à Agência Estado Maria Amélia Tirloni, analista de grãos do Imea. Segundo ela, ainda não foi possível fazer um levantamento sobre a produtividade porque a área colhida ainda é muito pequena.
Agora, a preocupação é com a expectativa de chuva exatamente no momento em que os trabalhos deverão se intensificar, a partir de meados deste mês. Um volume de chuvas acima do normal faz com que o peso do grão diminua e a produtividade caia.

MALÁSIA/ÓLEO DE PALMA CAI EM AJUSTE AO ÓLEO DE SOJA.

As cotações do óleo de palma cru encerraram com baixa na Bolsa de Derivativos da Malásia, conforme traders realizaram lucros após um recente rali dos preços e a redução do desconto frente ao óleo de soja. O contrato março, o mais negociado, fechou com desvalorização de 103 ringgits, ou 2,7%, a 3.761 ringgits por tonelada, após ter operado entre 3.759 e 3.847 ringgits por tonelada (3,07 ringgits = US$ 1).
Participantes do mercado disseram que a fraqueza do óleo de soja no pregão eletrônico acentuou a pressão de vendas na Bolsa de Derivativos da Malásia. O diferencial de preço entre os dois tipos de óleo caiu para cerca de US$ 18 a tonelada, ante nível habitual de US$ 100 a tonelada, o que pode prejudicar a participação de mercado do óleo de palma. "O spread menor entre os dois torna o óleo de palma mais caro, e isso pode inspirar mais vendas no mercado", complementou um executivo de uma trading de óleos vegetais de Mumbai.
Ainda assim, persistentes preocupações com a produção de soja na Argentina e as lavouras de palma no Sudeste Asiático podem estimular um outro rali na próxima semana, segundo um analista de um banco de investimentos de Cingapura. Os preços do óleo de palma subiram para o mais alto patamar em 34 meses no começo desta semana.
Traders estimam que os embarques do produto atingiram 400 mil toneladas nos 10 primeiros dias de janeiro. As inspetoras de cargas Intertek Agri Services e SGS projetam as exportações em 298.005 toneladas e 351.598 toneladas, respectivamente. Ambas divulgaram as previsões na segunda-feira.
O número de contratos abertos foi de 90.806 lotes, ante 89.274 lotes na sessão passada. Ao todo, 30.156 lotes foram negociados hoje, acima de 20.333 lotes na quinta-feira. Um lote equivale a 25 toneladas.

SOJA/CHINA REALIZA LUCROS COM TEMOR DA POLÍTICA MONETÁRIA.

Os futuros da soja terminaram com forte queda na Bolsa de Commodities de Dalian, sucumbindo às vendas especulativas associadas a preocupações com medidas de aperto monetário e à firmeza do dólar. O contrato janeiro fechou com baixa de 1,2% nesta sexta-feira, cotado a 4.475 yuans por tonelada, após ter operado entre 4.423 e 4.510 yuans por tonelada (6,629 yuans = US$ 1).
A direção dos preços em Dalian depende principalmente do desempenho das cotações na Bolsa de Chicago mas preocupações com um possível aperto das políticas domésticas continuarão pressionando o mercado antes do Ano Novo Lunar, pico da temporada de consumo de óleos comestíveis, afirmou Yu Ruiguang, analista da Tianqi Futures, localizada em Heilongjiang. "O mercado é extremamente sensível a sinais de que o governo está apertando as políticas", disse ele, acrescentando que rumores sobre um aumento dos contratos futuros assustaram muitos investidores.
Traders e processadoras apostam em uma temporada agitada, e têm ampliado os preços dos óleos comestíveis no varejo e no atacado, mas tais elevações também aumentam o risco de uma resposta do governo na forma de restrições temporárias de preço ou instruções diretas de congelamento.
A China vendeu hoje 92% das 98.334 toneladas de óleo de canola oferecidas em um leilão das reservas estatais por um valor médio de 9.682 yuans por tonelada, alta de 4% na comparação com uma licitação similar feita em 21 de dezembro.

CHINA IMPORTA 216 MIL TONS DE ÓLEO DE PALMA.
A China importou em dezembro 216 mil toneladas de óleo de palma da Malásia, cerca de metade do volume adquirido em novembro, informou hoje o Centro Nacional de Informação de Óleos e Grãos do país (CNGOIC).
Embora o consumo do produto normalmente diminua no inverno, a produção malaia caiu em novembro e dezembro, enquanto a China comprou mais ofertas da Indonésia, maior produtor de óleo de palma do mundo.
De acordo com o CNGOIC, a Malásia vendeu 3,7 milhões de toneladas para China em 2010, quase 12% menos ante 2009. "Parece que menos óleo de palma foi importado [da Malásia] no segundo semestre [de 2010]", disse o centro.

CHINA PODE LEILOAR 300 MIL TONS DE ÓLEO DE SOJA P/ PROCESSADORAS.
A China pode em breve leiloar 300 mil toneladas de óleo de soja bruto para processadoras de grãos designadas, informou o Centro Nacional de Informação de Óleos e Grãos da China. O país busca conter os preços dos alimentos e tem interesse especial na forte alta do óleo de cozinha, especialmente antes do Ano Novo Lunar, pico da temporada de consumo.
Citando notícias não especificadas, o CNGOIC disse que o governo exigirá que o óleo de soja seja imediatamente distribuído no varejo depois do processamento. "A política para controlar o mercado de óleos comestíveis ainda está em andamento, e os preços podem ser corrigidos no curto prazo", afirmou o centro em um relatório, sem entrar em detalhes.

GRÃOS: CHICAGO REALIZA LUCROS E FECHA EM QUEDA

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em queda pressionados pela realização de lucros, devolvendo a maior parte dos ganhos da sessão anterior. O contrato março, de maior liquidez, recuou 15,50 centavos, ou 1,1%, para US$ 13,78 por bushel."O tempo melhor na Argentina, exportações semanais EUA fracas e novas mínimas de três semanas no petróleo provocaram um retrocesso no mercado de grãos, após a alta de quarta feira.Traders reduziram a exposição ao risco na ausência de novas notícias que dessem sustentação ao mercado, relutantes em puxar mais os preços, que já estão em níveis historicamente altos. Os futuros avançaram recentemente por compras recordes da China, o maior importador mundial de soja, e pelas preocupações com a produção da Argentina, terceiro maior exportador.
O volume de precipitação na manhã de quinta feira no cinturão produtor da Argentina parece ter sido bom e, mais importante, a cobertura foi melhor do que o mercado provavelmente estava esperando. Previsões de curto prazo indicam mais chuvas para fim de semana.
Os traders permanecem cautelosos em relação ao clima na América do Sul e, com sinais de enfraquecimento da demanda por exportação, os futuros não mostraram atrativos para os compradores. Além disso, a queda no petróleo provocou vendas generalizadas nos futuros de grãos. O petróleo influencia os grãos já que estes são usados na produção de biocombustíveis.
Os derivados também recuaram em linha com a fraqueza da soja. A falta de notícias que dessem suporte abriu as portas para que os preços caíssem, disseram analistas.
O contrato março do óleo de soja caiu 35 pontos, ou 0,6%, para 57,41 centavos por libra-peso. O março do farelo recuou US$ 3,90, ou 1%, para fechar cotado a US$ 369,10 por tonelada.

MILHO FECHA COM PERDAS DIANTE DE REDUÇÃO DA DEMANDA NOS EUA
Preocupações com a demanda para exportação mais fraca do que o esperado pesaram sobre os preços futuros do milho na . Os contratos com vencimento em março, os mais líquidos, recuaram 17,25 cents ou 2,79% e fecharam a US$ 6,02/bushel. Além disso, traders embolsaram lucros e pressionaram as cotações dos grãos.
O mercado reverteu o percurso de quarat feira, quando subiu 1,8%. Na segunda-feira, havia registrado máximas em 29 meses. O mercado saltou com preocupações relacionadas ao tempo seco na Argentina e à possibilidade de crescimento da demanda pelo cereal dos Estados Unidos.
Mas os dados semanais de exportação divulgados nos Estados Unidos, referentes à semana encerrada em 30 de dezembro, não alimentaram as expectativas de demanda. As vendas somaram 369 mil toneladas, abaixo das expectativas, de 400 a 800 mil toneladas, e 52% inferiores à média de quatro semanas anteriores.
Tom Leffler, da corretora Leffler Commodities, declarou que "as exportações foram decepcionantes hoje". Mas ele ponderou que "enquanto houver preocupações com a queda da produção (global), as pessoas não ficarão baixistas demais".

TRIGO DEVOLVE GANHOS RECENTES E FECHA EM BAIXA DE 2,4%
O mercado futuro de trigo devolveu ganhos recentes, obtidos inclusive quando se registrou máximas em 28 meses, e terminou o dia em baixa nos Estados Unidos. As preocupações com danos nas safras por causa do frio são menores neste momento.
Na Bolsa de Chicago os contratos com vencimento em março recuaram 19,25 cents ou 2,38% e fecharam a US$ 7,89/bushel. Na Bolsa de Kansas City o mesmo vencimento encerrou com perdas de 14,75 cents ou 1,69%, cotado a US$ 8,5850/bushel.
Ontem os futuros avançaram com outras commodities e rumores sobre as baixas temperaturas. Os mercados futuros de grãos tiveram grande volume de vendas, além do petróleo e do ouro. Segundo o presidente da corretora Leffler Commodities, Tom Leffler, todos os mercados de grãos estavam prestes a ver realização de lucros, depois de "um enorme salto". Ele avalia que as cotações podem cair ainda mais.
Traders estiveram ansiosos porque muitos esperam que grandes fundos de índice vendam contratos a partir de sexta-feira, como parte do reposicionamento anual nos mercados de commodities.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ETANOL/EUA: SENADORES QUESTIONAM MISTURA NA GASOLINA.

Senadores dos Estados Unidos enviaram uma carta à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), manifestando-se contrariamente à recente decisão do governo de autorizar uma mistura maior de etanol na gasolina.
Os senadores Susan Collins (Partido Republicano, de Maine), Benjamin Cardin (Republicano, de Maryland), James Inhofe (Republicano, de Oklahoma) e outros afirmam que o etanol pode danificar os motores não adaptados a essa mudança e pedem à EPA que reconsidere a medida adotada em outubro de 2010, que permitiu a elevação da mistura de 10% para 15% de etanol na gasolina, para veículos fabricados a partir de 2007.
Nos próximos dias, a EPA deve decidir se permite a mistura com 15% de etanol (E15) para carros fabricados a partir de 2001. Mesmo assim, a elevação permanece proibida para os veículos mais antigos.
Os senadores alegam que há 200 milhões de motores nos Estados Unidos - inclusive barcos, motosserras e outros equipamentos não usados para transporte - e que não podem funcionar com mais etanol. "Problemas ou mal funcionamento de motores em aviões, embarcações e ferramentas de energia colocam os consumidores em risco considerável", diz a carta.
Produtores de etanol acreditam que os consumidores serão capazes de distinguir entre diferentes misturas e usar o combustível apropriado para seus veículos. No início desta semana, foi desenvolvida uma etiqueta de alerta para bombas de gasolina.
Segundo a porta-voz do grupo de lobby dos produtores Growth Energy, Stephanie Dreyer, "se houver qualquer oposição à validade do E15 neste momento, podemos apresentar os testes". Ela afirma que "a EPA não está tomando essa decisão levianamente".
De qualquer forma, há uma crescente oposição aos níveis atuais de etanol na gasolina. Petroleiras, fabricantes de veículos e refinarias recorreram à Justiça para reverter a regra da EPA. O questionamento mais recente ocorreu no início desta semana, quando a Associação Nacional de Petroquímica e Refinarias desafiou o E15 nos tribunais.
Muitas companhias de alimentos também são contrárias ao E15. Como o milho é a principal matéria-prima do etanol nos Estados Unidos, grupos da indústria afirmam que o aumento da demanda pelo combustível impulsiona a cotação do milho e, consequentemente, os preços dos alimentos.

GRÃOS: INFORMA REDUZ ESTIMATIVA PARA SAFRA NA ARGENTINA.

A empresa de análises privadas Informa Economics reduziu nesta quinta-feira sua estimativa para produção de milho na Argentina, segundo maior exportador mundial do grão. O motivo é o clima quente, com irregularidade de chuvas. A Informa avalia que a Argentina produzirá 23,75 milhões de toneladas. Antes, previa 24,4 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a safra argentina em 25 milhões de toneladas.
A Informa manteve sua projeção para a safra de soja da Argentina em 52,8 milhões de toneladas, acima da previsão do USDA, de 52 milhões de toneladas. A soja é plantada depois do milho e ainda não entrou em seu mais importante período de desenvolvimento, como é o caso do cereal.
Brasil
A Informa estimou a produção de soja no Brasil, segundo maior exportador mundial da commodity, em 69,3 milhões de toneladas. O USDA espera 67,5 milhões de toneladas, conforme dados de dezembro. Participantes do mercado estão preocupados com a possibilidade de o calor e a estiagem prejudicarem as lavouras de grãos no Norte da Argentina e no Sul do Brasil.

Austrália
Os analistas da Informa estimam que a safra de trigo da Austrália totalizará 26 milhões de toneladas, o que representa volume maior do que as 25,5 milhões de toneladas previstas pelo USDA em dezembro. O Leste da Austrália sofreu com chuvas pesadas que interromperam a produção de trigo e o transporte de grãos, além de afetar a qualidade das safras.
O USDA atualiza suas estimativas de oferta e demanda na quarta-feira, 12 de janeiro.

ARGENTINA: CHUVA AMENIZA ESTIAGEM MAS PRODUÇÃO DEVE CAIR.

As chuvas dos últimos dias em regiões produtoras de soja e de milho da Argentina aliviaram os efeitos da forte estiagem, mas tanto o governo quanto especialistas do setor privado mantêm suas previsões de queda no volume a ser colhido. O fenômeno climático La Niña reduziu o volume de chuva e comprometeu a umidade do solo necessária para o desenvolvimento dos cultivos, trazendo preocupação para produtores e exportadores. A Argentina é o principal exportador mundial de farelo e óleo de soja, o terceiro em soja em grão e o segundo em milho.
"As chuvas produziram um pequeno alívio, mas os rendimentos da safra 2010/11 já estão comprometidos e ficarão abaixo no normal", disse o diretor da consultoria de Climatologia Aplicada, José Luis Aiello. Segundo ele, cerca de 40% da área com soja se encontra em uma "situação complicada", enquanto que entre 30% a 35% das lavouras de milho foram afetadas. "A quantidade de água que caiu foi insuficiente para favorecer o plantio porque não cobriu o volume necessário para uma recomposição adequada dos solos", ressaltou Aiello. Ele disse que as regiões produtoras requerem entre 100 a 130 milímetros de água nesta época do ano, mas as zonas mais carentes tiveram precipitações de aproximadamente 20 a 50 milímetros.
O Ministério de Agricultura disse acreditar que as chuvas permitirão que a implantação de soja atinja 18,5 milhões de hectares, pouco abaixo da projeção inicial de 18,7 milhões de hectares. O governo ainda mantém a projeção de 52 milhões de t de soja, conforme estimativas lançadas no início da safra. Porém, o subsecretário de Agricultura, Oscar Solís, já reconheceu que o milho deve chegar a apenas 20 milhões de t, bem distante dos 26 milhões de t projetados anteriormente.

CÂMBIO: CAUTELA É A PALAVRA DO DIA.

Horas depois de o Banco Central anunciar medidas prudenciais que dificultam a aposta dos bancos no mercado cambial, o novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, lançou diversos alertas sobre a trajetória futura do câmbio. Ao lembrar que o regime de câmbio no Brasil é flutuante, ele afirmou que a palavra de ordem ao tratar do câmbio é, agora, “cautela”. “Também dizíamos que era preciso ter cautela com o câmbio em 2008, quando o câmbio acabou se ajustando rapidamente. Isso pegou muita gente desprevenida”, disse Tombini, que ressuscitou discurso do BC que alerta que o câmbio é flutuante e pode oscilar para cima ou para baixo. “Temos um sistema de câmbio flutuante que funciona bem no Brasil porque flutua para os dois lados”.
Tombini citou que a cautela é necessária especialmente para quem pensa em contrair dívidas em moeda estrangeira. “Empresas e indivíduos precisam ter cautela quando tomar compromisso em moeda estrangeira. A tendência de curto prazo não necessariamente vai continuar pelo horizonte”, disse durante a primeira entrevista.

CÂMBIO-GOVERNO ALTERA RETENÇÃO DO COMPULSÓRIO DOS BANCOS.

O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta, dia 6, uma medida para redimensionar a posição de câmbio vendida das instituições financeiras. A medida aperfeiçoa os instrumentos de regulação existentes e contribui para manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Com a medida, o BC pretende melhorar o funcionamento do mercado de câmbio à vista e reduzir as posições vendidas, que em dezembro passado alcançaram o valor de US$ 16,8 bilhões.
A circular publicada hoje no Sisbacen determina que as instituições financeiras deverão recolher ao Banco Central, sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões, ou o patrimônio de referência (PR).
Conforme a nota, esse depósito compulsório será recolhido em espécie e não será remunerado. Segundo o BC, as instituições terão 90 dias para se adequar à nova regra e a medida terá efeitos a partir do dia 4 de abril.
Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo brasileiro não permitirá que o dólar "derreta", ou seja, continue em queda. Segundo o ministro, o dólar barato prejudica as condições de competitividade das empresas brasileiras, por deixar as exportações mais caras e as importações mais baratas.

CONAB/MILHO DEVE DIMINUIR 7,5%, PARA 31,5 MI DE TONS

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a estimativa da produção de milho de primeira safra em 2010/11 para 31,511 milhões de toneladas em seu quarto levantamento de safra, divulgado hoje. Em dezembro, a estatal previa 31,347 milhões de tons. Apesar da revisão positiva, o volume ainda será 7,5% menor que o da safra 2009/10, de 34,079 milhões de tons.
A safra total de milho esperada para 2010/11 é de 52,723 milhões de toneladas, queda de 5,8% ante 55,968 milhões de tons do ano anterior. A produtividade média prevista para a primeira safra de milho é 4.236 kg/ha, 4,0% menor que a da safra 2009/10, que alcançou 4.316 kg/ha.
A área cultivada com milho primeira safra 2010/11, deve ficar em 7,393 milhão hectares, extensão 3,7% menor que a área cultivada na primeira safra 2009/10, que foi de 7,724 milhões de ha.
A Conab ressalta que o plantio do milho primeira safra ocorreu de forma mais lenta que na safra passada, devido à irregularidade das chuvas.
No Rio Grande do Sul, que semeia mais cedo, os produtores tiveram que interromper a semeadura em vários momentos, devido a falta de umidade no solo tendo e as lavouras registram estágios de desenvolvimento diferenciados. A falta de chuva dos últimos dias já causa perdas, principalmente no centro do Estado e na metade sul.
Em Minas Gerais e Goiás, as lavouras tem desenvolvimento normal depois do início do período chuvoso, recuperando os danos causados pela falta de umidade no solo, que atrasou o início da semeadura.

CONAB/SOJA PRODUÇÃO REDUZ 0,2% PARA 68,6 MI DE TONS

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve a estimativa da produção de soja na safra 2010/11 em 68,55 milhões de toneladas, queda de 0,2% ante a produção de 68,68 milhões de t produzidas em 2009/10, no quarto levantamento divulgado hoje.
A área plantada teve incremento de 2,6% em 2010/11, para 24,08 milhões de hectares. A extensão é recorde, superando a maior até então, da safra 2004/05, de 23,3 milhões de hectares. O incremento na área cultivada ocorreu em todas as unidades da federação, com destaque para Mato Grosso onde se prevê um crescimento de 147,3 mil hectares, seguido do Paraná, 128,1 mil hectares, do Rio Grande do Sul, 79,5 mil hectares e do Estado de Goiás, com crescimento de 56,1 mil hectares.
A Conab informou que, de modo geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, exceção de regiões pontuais como as da fronteira sudoeste e sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas continuam escassas. Na semana da pesquisa, na maioria das lavouras predominavam os estágios de desenvolvimento vegetativo e início de floração. No Estado do Paraná, aonde o plantio nesta safra teve início nos primeiros dias do mês de outubro, as lavouras estão mais avançadas, com cerca de 45% em floração e 8% já na fase de formação de grãos.
Na região Centro-Oeste, as chuvas vêm ocorrendo de forma regular e bem distribuídas. O mesmo acontece nos Estados produtoras do Nordeste, região de Cerrado,especificamente no oeste da Bahia, sul do Piauí e do Maranhão, informou a estatal.

MILHO SAFRINHA: PREÇO ESTIMULARÁ PLANTIO.

A valorização do milho nos últimos meses de 2010 será um estímulo para o plantio da segunda safra neste ano. Em algumas regiões, no entanto, o atraso de mais de um mês na implantação das lavouras de verão limitará o cultivo da safrinha do cereal. É o caso do Centro-Oeste, onde a segunda safra de milho deveria ser cultivada ainda em janeiro, mas a colheita da primeira safra se estenderá. Produtores devem, então, optar pelo cultivo do algodão, que pode ser semeado mais tarde. Neste caso, o preço também é atrativo. A pluma se valorizou 90% em 2010. A estimativa é de que a área de milho cairá até 7% no Centro-Oeste.
No Parará, por outro lado, a área tende a crescer, compensando a redução verificada na primeira safra, quando a soja teve prioridade. Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), destaca que o investimento em tecnologia deverá resultar em bom potencial produtivo. "Teremos uma safra boa, com preço bom", diz. Para ele, se os preços do milho continuarem no patamar de R$ 23,00/saca no norte do Estado e R$ 26,00/saca no sul paranaense haverá estímulo até para crescimento da safra verão 2011/12.
Valorização - Somente no segundo semestre de 2010 o preço médio recebido pelo produtor de milho do Paraná subiu 48,7% - de R$ 13,07/saca para R$ 19,43/saca. Em Sorriso, no médio-norte mato-grossense, a valorização de fevereiro a dezembro atingiu 140% - passando de R$ 6,00 para R$ 14,50/saca, reflexo do enxugamento da oferta da safra, escoada por meio dos leilões de escoamento de produto (PEP).
Em 2011, os preços devem continuar sustentados por causa da oferta mais ajustada, já que, além da menor área cultivada no verão, o estoque de passagem deve ser menor em função do grande volume de milho exportado em 2010. A previsão é de estoques de 11,173 milhões de toneladas neste início de ano, e de 9,632 milhões de tons no final de 2011, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O consumo interno também deve crescer, passando de 46,2 milhões para 46,5 milhões de tons. Tudo isso, mais uma safra total 6% menor - caindo de 56 milhões de tons para 52,5 milhões de tons, segundo a estatal -, contribui para o indicativo de cotações mais firmes em 2011.
Mato Grosso - Um dos fatores que deve colaborar para reduzir a oferta do grão é a queda de 10% a 15% na área da safrinha de Mato Grosso, segundo a Agrosecurity, por conta do atraso na safra verão. O Estado é o maior produtor de safrinha, e em 2010 colheu 7,7 milhões de toneladas, segundo a Conab. A consultoria aponta, ainda, que em Lucas do Rio Verde a queda na área pode ser ainda mais expressiva e chegar a 30%. Já a consultoria AgraFNP prevê uma redução de 7% na segunda safra de Mato Grosso, de 1,9 milhão de hectares para 1,7 mi/ha. Para o País como um todo, a Agrosecurity estima redução de 4% na área de safrinha, passando de 5,242 milhões de hectares para 5,033 milhões de hectares.
Cenário externo - Os preços também tendem a se manter firmes no mercado internacional. A preocupação com a redução da safra de milho dos Estados Unidos e o aumento do porcentual de adição de etanol à gasolina, de 10% para 15% naquele país, provocaram um aumento de mais de 30% nas cotações do milho em 2010. "O mercado não tem espaço para quebra de safra. Qualquer aumento da demanda, o mercado deve precificar para cima", analisa Flávio Oliveira, corretor da Terra Futuros, de São Paulo (SP).
Para o consultor em commodities Ricardo Lorenzet, da XP Investimentos, do Rio de Janeiro (RJ), ainda haverá um bom suporte nos preços internacionais do milho no primeiro trimestre de 2011. Segundo ele, a perspectiva de aumento das importações chinesas do cereal e a maior demanda por ração devem elevar o consumo no ano. Além disso, se as cotações internacionais caírem poderá haver uma redução de área plantada com o grão nos Estados Unidos, maior produtor mundial. "Os americanos vão até precisar aumentar a área para suprir a demanda do etanol", acredita.

MEDIDAS CAMBIAIS ESTÃO NA RETA FINAL.

O governo é novo, mas a discussão das medidas cambiais para conter a valorização do real está na pauta há algum tempo e foi um tema relevante na transição para o governo Dilma Rousseff. Na época, a presidente pediu silêncio da equipe porque não queria fazer marola no mercado financeiro às vésperas de sua posse. Mas, agora, o debate das medidas entrou na reta final. Entre as "infinitas" alternativas citadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, está a possibilidade de o governo fazer uma espécie de regra cruzada: os novos ingressos de capitais podem sofrer uma taxação maior do IOF e, adicionalmente, terem um período de permanência no País, com a adoção da temida quarentena.
Essa alternativa é drástica e sua adoção dependerá da aprovação de Dilma Rousseff, depois de considerações sobre o nível de volatilidade, a posição do mercado em dólares e o potencial de ingresso de capitais na busca de um melhor rendimento no Brasil. O governo tem a preocupação de não quebrar as chamadas regras contratuais. A discussão, no entanto, existe a partir do seguinte raciocínio: quem já ingressou estaria fora da nova tributação e da eventual medida de restrição à saída. Os novos investimentos, se adotada a medida, já estariam enquadrados nas novas regras de pesada taxação e prazo para saída do capital.
Os técnicos afirmam que numa escalada, da medida mais simples a mais heterodoxa (como a imposição da quarentena), está a possibilidade de aplicar uma fortíssima elevação da alíquota do IOF. "O governo pode jogar a alíquota para as alturas", disse uma fonte à Agência Estado. Atualmente, o ingresso de capitais para investimento em renda fixa (títulos públicos) é taxado em 6% e para as aplicações em Bolsa o imposto é de 2%. Essa medida é definida como "mais palatável" neste momento, por não significar uma mudança brusca de rumo na tentativa de evitar uma excessiva valorização do real. "A lógica que prevaleceu até agora é não impor qualquer restrição à saída de capitais", disse uma fonte.
A forte volatilidade do dólar não é um problema apenas da economia brasileira. A moeda está volátil em todo o mundo. No ano passado, durante fóruns internacionais, os países tentaram organizar uma ação coordenada, o que não funcionou. E o que prevaleceu foi a ação isolada. O Brasil optou pela maior taxação via IOF. Guido Mantega, no entanto, sempre cultivou a proposta de que, no limite, o governo deveria adotar a quarentena porque o Brasil tem uma economia saudável e sustenta maior atratividade de capitais, principalmente com eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas.
Os investidores, no entanto, também deixaram claro por meio de seus interlocutores no mercado internacional, que não viam com bons olhos uma intervenção à base da quarentena. Definiam essa alternativa como uma intervenção suja no câmbio. Para eles, a medida "mais salutar" nas atuais circunstâncias de uma guerra cambial é a brusca elevação do IOF. "Isso todo mundo aceita. Fica claro que quem quiser entrar vai pagar caro", citou uma fonte.
Em meio às tentativas de equilibrar a cotação do câmbio, o governo também vai atuar na ponta diretamente com os setores mais prejudicados. Por isso, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, no discurso de posse, defendeu medidas específicas para estimular o setor exportador, o que foi confirmado por Mantega. O forte seriam as novas desonerações. Ao lado dessas alternativas há, ainda, o efeito benéfico de um ajuste fiscal "de verdade", porque reduziria a pressão da taxa de juros para acomodar a inflação na meta de 4,5% este ano. Ou seja, o governo faria uma retração do seu consumo e, em troca, o Banco Central ter uma mão mais leve na dosagem de aumento dos juros. Parte da atratividade do mercado brasileiro está na alta taxa de juro para remuneração de capitais.
Mantega está com os dois instrumentos em mãos. Os estudos preliminares sugerem que o corte de gastos não serão inferiores a R$ 35 bilhões. Algumas análises citam um corte de R$ 55 bilhões, considerando a eliminação dos R$ 20 bilhões de aumento de receita contabilizado pelo Congresso. Há, no entanto, um descompasso, que é político, para a finalização dos cortes: as disputas por cargos. Dilma determinou um rigoroso controle na definição de cargos do secundo escalão, o que provocou a reação imediata dos aliados, principalmente do PMDB e do PT. Essa equação não está resolvida, o que dificulta a definição dos cortes, que não serão lineares.

GRÃOS/CHICAGO VOLTA A SE PREOCUPAR COM ARGENTINA.

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago recuperaram-se ontem após dois dias de queda, uma vez que os traders continuam preocupados com o clima desfavorável na Argentina, importante exportador da oleaginosa.
O contrato janeiro, mais próximo, fechou com alta de 25 centavos, ou 1,8%, cotado a US$ 13,86 por bushel, máxima de três dias. O março, de maior liquidez, subiu 24 centavos, ou 1,8%, para US$ 13,9350 por bushel. No dia 31 de dezembro, o mercado fechou a US$ 13,9375, maior nível desde 31 de julho de 2008.
O mercado se recuperou depois que as vendas generalizadas durante a sessão de terça feira fizeram os preços cair 3,5% ante a máxima de segunda-feira, disseram analistas. Os futuros da soja avançaram recentemente devido às compras recordes da China, o maior importador mundial, e às preocupações com a Argentina, terceiro maior exportador."O milho e a soja sofreram um pouco com um exagero na realização de lucros", disse Sean McGillivrat, vice-presidente da Great Pacific Trading Company.
O panorama a longo prazo para a soja é "bastante altista" devido à forte demanda global e às preocupações com a oferta, disse Anne Frick, analista da Prudential Bache. A estiagem nas áreas produtoras de soja da Argentina parece ter sido positiva para os preços hoje, disse ela.
Leves chuvas em algumas regiões de soja e milho da Argentina nos próximos dias provavelmente não serão suficientes para aliviar a estiagem, de acordo com a Telvent DTN.
Os futuros da soja alcançaram o recorde acima de US$ 16,50 por bushel em julho de 2008, quando o mercado foi afetado por problemas na América do Sul aliados a preocupações climáticas nos EUA, o maior exportador mundial.
Os derivados da soja também subiram em linha com a soja, em recuperação após o recuo recente. O contrato março do farelo avançou US$ 5,20, ou 1,4%, para fechar cotado a US$ 373 por tonelada. O março do óleo ganhou 91 pontos, ou 1,6%, para 57,76 centavos por libra-peso.

MILHO CHICAGO SEGUE E FECHA COM VALORIZAÇÃO
Os preços futuros do milho saltaram nesta quarta-feira, com suporte do mercado de soja, que avançou com preocupações relacionadas ao clima na América do Sul. Os contratos mais líquidos, com vencimento em março, fecharam com valorização de 10,75 cents ou 1,77%, cotados a US$ 6,1925/bushel.
Previsões do tempo indicam clima seco na Argentina nos próximos sete a dez dias. Isso puxou as cotações da soja e influenciou o milho."O milho realmente avançou quando a soja avançou", observou um analista da bolsa. Ocorreram chuvas durante a noite em áreas de produção da Argentina e foram benéficas para as lavouras, "mas elas precisam de mais".
As commodities em geral tiveram suporte do relatório de emprego divulgado hoje nos Estados Unidos, que foi melhor do que o esperado. Analistas disseram que o prospecto de melhora na economia é bom sinal sobre a demanda por commodities, que já tem sido forte tanto para o milho quanto para outros produtos agrícolas.
Além disso, Smith notou que houve poucas vendas de produtores no rali.
Agora, traders e analistas aguardam os dados de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga no dia 12 de janeiro. Muitos esperam que os indicadores deem suporte aos preços.

TRIGO REAGE COM INFLUÊNCIAS DO CLIMA
Os preços do trigo subiram com força no mercado americano, diante de preocupações com o clima e influências positivas de outras commodities. Os futuros atingiram máximas em 28 meses.
Na Bolsa de Chicago os contratos com vencimento em março fecharam com valorização de 19,0 cents ou 2,41%, cotados a US$ 8,0825/bushel. Trata-se do maior preço de fechamento para o primeiro vencimento desde o fim de agosto de 2008.
Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento avançou 24,0 cents ou 2,83% e terminaram a US$ 8,7325/bushel.
O que alimentou os ganhos do trigo foram os rumores de que a oferta pode não acompanhar o ritmo da demanda global, com as enchentes na Austrália e ameaças de que as baixas temperaturas possam afetar a safra dos Estados Unidos.
As commodities em geral tiveram um forte fechamento em 2010, de modo que caíram no inicio da semana e ontem encontraram algum suporte nos dados de emprego dos Estados Unidos, melhores do que o esperado.
Permanecem, ainda, as preocupações com a safra de trigo duro de inverno cultivada nas Planícies dos Estados Unidos e que será colhida no início do verão do Hemisfério Norte. As lavouras tiveram um começo ruim, quando plantadas em meio ao tempo seco no outono.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

MT/SOJA: RISCO DE CHUVA NA COLHEITA PREOCUPA PRODUTORES.

Os produtores de soja de Mato Grosso, que iniciaram o plantio com duas semanas de atraso devido a estiagem, voltam a monitorar o clima às vésperas do início da colheita. Desta vez a preocupação é com a expectativa de chuva exatamente no momento em que os trabalhos deverão se intensificar, a partir de meados deste mês. "Está chovendo significativamente desde o Natal. Tem chovido quase diariamente, e isso já está inspirando uma preocupação, pois dificulta as aplicações necessárias durante o desenvolvimento", alertou Maria Amelia Tirloni, analista de grãos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Se o volume de chuvas superar o índice normal para o início de fevereiro, quando a colheita ganha força, o peso do grão diminui e a produtividade pode cair. "Este vai ser um ano delicadíssimo para falar de produtividade", completou ela.
Laercio Pedro Lenz, produtor de Sorriso, é um dos que já estão preocupados. Ele afirma que o atraso no plantio não afetou de maneira significativa as lavouras, mas diz que há previsão de 700 mm de chuva para o mês de fevereiro, quando o normal é cerca de 300 mm. "Se isso se confirmar, vai complicar a colheita; passa da hora e a soja estraga. O que faltou (chuva) em dezembro parece que vem em fevereiro", disse ele, que prevê iniciar a retirada da soja de suas lavouras a partir do dia 25.
Em algumas regiões de Mato Grosso já se colhe soja, como nos municípios de Tapurah, Sorriso e Sapezal, mas a área é pouco significativa. Nesses locais, quem começou os trabalhos está se preparando para implantar algodão ou contou com irrigação no início do plantio e saiu na frente dos outros produtores.
Tradicionalmente, Lucas do Rio Verde lidera os trabalhos de colheita e a expectativa no município é de que ela comece após o dia 15. Entretanto, a estiagem no início do plantio pode ter provocado uma perda de até 3% na área destinada ao grão, segundo o secretário da Agricultura da cidade, ante os 240 mil hectares na temporada passada. Edu Pascoski explica que alguns produtores que tinham compromissos com o algodão não conseguiram plantar a soja precoce.
Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), realizou um tour pelo Estado recentemente e conta que as lavouras não estão tão bonitas quanto se esperava. "Não acho que estão maravilhosas. Vi muita lavoura ruim, porque em ano mais seco ela fica um pouco mais feia. Como atrasou muito, elas tendem a ficar mais bonitas a partir de 20 janeiro", disse ele.
Isso, entretanto, não quer dizer que a produtividade será menor e, segundo ele, o Estado pode até superar a expectativa. "Em ano mais seco a soja enraíza mais, tem potencial maior e produz mais." O Imea estima a produção do Estado em 18,7 milhões de toneladas, em uma área de 6,2 milhões de hectares.

CHICAGO/GRÃOS OPERAM EM BAIXA GENERALIZADA.

Participantes do mercado de soja embolsam lucros e pressionam hoje as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT). Os futuros atingiram o menor nível em uma semana. Os contratos com vencimento em março caíam 16,50 cents para US$ 13,62/bushel. A mínima até o momento foi US$ 13,58/bushel.
O mercado não foi capaz de atrair compradores para esticar os ganhos obtidos no pregão eletrônico, durante a noite. A cautela dos traders se deve à incerteza sobre a produção da Argentina, onde as temperaturas estão mais amenas em algumas áreas, atraindo os vendedores a Chicago.
Traders também estão reduzindo sua exposição ao risco antes da divulgação dos dados mensais de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Analistas acrescentaram que fundos de índice se reposicionam, reduzindo sua posição de compra no mercado.

MILHO ESTICA PERDAS DE ONTEM
As cotações do milho estão estendendo nesta terça-feira as perdas observadas ontem com pressão da continuidade da realização de lucros, após um salto do mercado para as máximas em 29 meses na segunda-feira. Os contratos com vencimento em março, os mais líquidos, cederam 12,0 cents ou 1,93%, para US$ 6,0850/bushel. Expectativas de chuva e temperaturas mais amenas na Argentina diminuem as preocupações com eventuais danos na safra de milho.

TRIGO TRABALHA COM PERDAS DEPOIS DE ALTA RECENTE
Os preços futuros do trigo caminham em território negativo hoje no mercado americano, depois de terem atingido o maior nível desde agosto de 2008, na segunda-feira.
Na Bolsa de Chicago os contratos com vencimento em março operam em baixa de 2,75 cents ou 0,34%, a US$ 8,0275/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento cedia 1,0 cent ou 0,12%, para US$ 8,62/bushel.
Vendas em outros mercados, como os de milho e soja, pressionam o trigo neste momento, segundo analistas. Traders estão embolsando lucros em todos os mercados, após ganhos recentes.

GRÃOS: DEMANDA MAIOR QUE OFERTA SUSTENTA MERCADOS EM 2011

Demanda em alta, oferta apertada e excesso de dólares em circulação apontam para mais um ano de preços sustentados no mercado internacional de grãos e também de algumas soft commodities em 2011. Será o momento de tentar recuperar estoques perdidos por conta de eventos climáticos extremos em 2010 - seca no Leste Europeu, inundações na Ásia e agora na Austrália - enquanto se busca atender o crescente apetite por alimentos dos países emergentes, liderados pela China. "O mercado tem uma perspectiva extremamente altista", avalia Vinicius Ito, analista da corretora Newedge, em Nova York.
Mais que a especulação, são questões estruturais que devem manter o valor dos produtos agrícolas em alta. Em relatório divulgado em 1º de dezembro, a Organização para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) estimou preços dos grãos mais altos até setembro de 2011, por causa da queda nos estoques. "Um desenvolvimento importante e novo nesses mercados é que, ao contrário dos ralis anteriores, quando os preços subiam durante um ou dois meses e depois caíam, agora eles ficam em níveis elevados por um período muito mais longo de tempo", alertou Abdolreza Abbassian, secretário do Grupo Intergovernamental sobre Grãos para Alimentação, da FAO.
Nos três principais grãos - soja, milho e trigo - o consumo vai empatar ou superar a produção em 2010/11. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de soja deverá ser de 257,36 milhões de toneladas, para um consumo de 254,67 milhões de tons. No milho, a produção deverá chegar a 818,52 milhões de t, para uma demanda de 837,31 milhões. No trigo, a produção é estimada em 642,89 milhões de t, e o consumo, em 665,79 milhões de t. Embora os analistas considerem que os estoques mundiais de trigo sejam mais folgados que os dos outros grãos, a baixa qualidade de parte da produção deve fazer com que o volume destinado à alimentação humana seja menor que o previsto.
No caso da soja, um dos principais itens da pauta de exportação do Brasil, a perspectiva é de produção menor nos Estados Unidos em 2011/12, por causa da concorrência com o milho. No Brasil e na Argentina, segundo e terceiro maior produtor, a safra 2010/11, que será colhida no primeiro trimestre, tem tido leves revisões para baixo por causa do La Niña. Enquanto isso, as compras chinesas não param de crescer e apesar de o país ter elevado o juro mais uma vez em dezembro, a leitura é de que a demanda do país seguirá forte.
É preciso também lembrar que a Rússia, após a pior seca das últimas décadas, ao mesmo tempo em que suspendeu suas exportações de trigo dá mostras de que precisará importar milho dos vizinhos. Na Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de trigo, chuvas reduzem a qualidade do cereal em lavouras já prejudicadas pelo clima na época do plantio. Nos últimos dias de 2010, as chuvas torrenciais que inundaram uma área equivalente à Alemanha e à França no país devem prejudicar o transporte do cereal.
Ito aponta que o mercado futuro da Bolsa de Chicago já está há algum tempo precificando esse déficit de oferta no mundo, no que os especialistas chamam de backwardation, ou seja, os preços dos contratos mais curtos ficam mais altos que o dos contratos mais longos. Isso também é chamado de mercado invertido. Em Chicago, o contrato do milho com vencimento em maio de 2011 valia US$ 6,29 em 31 de dezembro, enquanto o maio de 2012 era cotado por US$ 5,74. Na soja, o contrato março 2011 valia US$ 14,03 e o março 2012, US$ 13,0750 por bushel. "Isso quer dizer que o mercado está incentivando o agricultor a aumentar a produção neste momento", interpreta Ito.
Além dos fundamentos positivos dos grãos e também das soft commodities como o café e o açúcar, o dólar mais barato tem dado impulso às commodities. E isso deve continuar enquanto o Federal Reserve, banco central norte-americano, continuar a injetar mais dinheiro na economia, pressionando a moeda.
Em dezembro houve períodos de forte alta do dólar ante outros pares, como o euro. Supondo que esse movimento continue, o câmbio até poderia ser uma âncora para os preços das commodities agrícolas. Mas a possibilidade de recuo expressivo é remota justamente por causa dos fundamentos estruturais dos mercados de grãos. "Além disso, as taxas de juros próximas de zero e o afrouxamento quantitativo nos EUA, que pode ser inflacionário, devem continuar a atrair fundos para as commodities, historicamente utilizadas como proteção contra a inflação", avalia o analista da Newedge.

CHINA/GRÃOS: PRODUTIVIDADE PREOCUPA E IMPORTAÇÃO É A SOLUÇÃO

O crescimento da produtividade no setor de grãos da China deve desacelerar nos próximos anos, e o milho é um "óbvio candidato" para o aumento das importações, informou o banco Standard Chartered em uma nota nesta terça-feira.
Mudanças na produção chinesa de grãos, mesmo em porcentuais pequenos, resultam em grandes alterações de volumes e valores no comércio global de alimentos. Embora variedades geneticamente modificadas possam aliviar um pouco da sensação de aperto na oferta, as importações ainda devem continuar sendo a solução para demanda por grãos da China. "Nós estamos preocupados com os grãos", disse Stephen Green, economista do Standard Chartered. "Tememos que serão prejudicados pela incapacidade de cultivar as terras rápido o suficiente com uma força de trabalho cada vez mais velha e uma escassez de água cada vez pior no norte da China."
O país insiste que mantém 120 milhões de hectares ou mais de terras aráveis, mas Green levantou dúvidas. "É provável que a extensão das áreas agrícolas continue em declínio, apesar das estatísticas oficiais", escreveu ele. Também é possível que a maior parte dos ganhos de produtividade provenientes do uso de fertilizantes já tenha sido registrada, acrescentou o economista.
No entanto, melhorias tecnologias, especialização, gastos do governo com pesquisa e uma liberdade maior para os produtores decidirem o que cultivar contribuíram com uma produtividade maior em algumas plantações, particularmente de vegetais e frutas, que requerem menos terras e trabalho.

CHINA/SOJA TERMINA EM ALTA POR DEMANDA.

Os futuros da soja fecharam em alta na Bolsa de Commodities de Dalian, no primeiro dia de negócios de 2011, acompanhando os fortes ganhos do óleo de palma nos mercados externos e a crescente demanda por óleo de soja com a aproximação do Ano Novo Lunar, pico da temporada de consumo.
O contrato setembro, o mais negociado, encerrou com valorização de 4 yuans, cotado a 4.535 yuans por tonelada, após ter operado entre 4.506 e 4.588 yuans por tonelada (6,608 yuans = US$ 1).
Na Bolsa de Derivativos da Malásia, as cotações do óleo de palma subiram para o maior nível em mais de 33 meses, guiadas por preocupações de que a oferta cairá depois de chuvas interromperem a colheita na Indonésia e na Malásia, principais países produtores.
Em um pregão com poucos negócios após um feriado de três dias, os investidores ignoraram o forte declínio da soja na Bolsa de Chicago que recuou na segunda-feira devido à previsão de chuvas na Argentina.
Uma perspectiva positiva para demanda antes do Ano Novo Lunar, em fevereiro, impulsionou os preços do óleo de soja no mercado à vista, afirmou o analista da Everbright Futures, Zhao Yan. Contudo, os preços da oleaginosa foram limitados por preocupações com políticas de aperto monetário, considerando que o governo prometeu combater a inflação por meio da liberação dos estoques de grãos e óleos comestíveis. Na próxima sexta-feira, o país leiloará 100 mil toneladas de óleos comestíveis, a primeira licitação de 2011.
O índice de preços ao consumidor chinês saltou 5,1% em novembro - maior patamar em 28 meses -, ainda que Pequim tenha reprimido atividades especulativas e adotado medidas para controlar a oferta de crédito.
Os preços futuros da soja na China acumularam alta de cerca de 13% em 2010, ante apreciação de mais de 30% na CBOT.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CHICAGO/SOJA FECHA EM QUEDA COM PREVISÃO DE CHUVA NA ARGENTINA

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago recuaram depois de atingirem a máxima (u$14,09 bu vencimento março), de 29 meses hoje, pressionados pelas previsões de que as chuvas vão aliviar o estresse das lavouras na Argentina, importante exportador da oleaginosa. O contrato janeiro da soja, primeiro vencimento, encerrou com queda de 23,50 centavos, ou 1,7%, cotado a US$ 13,7025 por bushel, depois de atingir a máxima de US$ 13,9950 -o maior valor para o primeiro contrato desde agosto de 2008. O março, de maior liquidez, caiu 24 centavos, ou 1,7%, para US$ 13,79.
O que pesou sobre o mercado foi a expectativa de que os produtores argentinos terão um alívio do clima quente e seco que vinha dando suporte aos preços recentemente. Áreas produtoras do sul deverão receber boas chuvas na terça e quarta-feiras e podem ter pancadas no próximo final de semana, disse John Dee, presidente da Global Weather Monitoring. A Argentina é o terceiro maior exportador de soja em grãos e o principal de produtos derivados.
Os futuros da soja subiram regularmente no ano passado com o forte apetite da China, maior importador de soja do mundo, mas o mercado acelerou os ganhos nas últimas semanas devido ao clima quente e seco na Argentina. A forte demanda global e problemas de produção na América do Sul colocam mais pressão sobre os EUA, maior exportador, para que produzam uma ampla safra em 2011. "O maior risco no momento é de vermos realização de lucros", disse Arlan Suderman, analista da Farm Futures.
Os derivados da soja fecharam em queda hoje, em meio à realização de lucros. O contrato março do farelo caiu US$ 4,90, ou 1,3%, para US$ 369 por tonelada. O março do óleo recuou 67 pontos, ou 1,1%, cotado a 57,70 centavos por libra-peso.

MILHO: CHUVAS NA ARGENTINA ACELERA REALIZAÇÃO DE LUCROS.
Chuvas em áreas de produção de grãos da Argentina estimularam realização de lucros na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira, pressionando as cotações dos contratos futuros de milho. Os lotes para entrega em março, os mais movimentados, terminaram o dia em baixa de 8,50 cents ou 1,35%, cotados a US$ 6,2050/bushel.
Segundo o analista da Northstar Commodity, Mark Schultz, participantes do mercado voltaram do fim de semana de feriado esperando encontrar sinais de menos calor e chances de chuva nas previsões do tempo da Argentina. Isso diminuiu as preocupações com a safra da América do Sul.
Assim, traders embolsaram lucros recentes e pressionaram as cotações. Schultz declarou que, com os preços em alta de quase 20% nas últimas seis semanas, os participantes também estão questionando a demanda. Para produtores de carne bovina e suína, "não funciona alimentar com milho neste momento".
Apesar das preocupações com a irregularidade de chuvas na Argentina, a Bolsa de Rosário praticamente manteve sua estimativa de produção da safra de milho. A estimada é de 21,3 milhões de toneladas, ante previsão de 21 a 22 milhões de toneladas divulgada anteriormente.
Cerca de 89% do plantio de milho foi finalizado no país, mas o tempo seco e as expectativas de chuva abaixo da média ao longo do verão reduziram os prospectos de rendimento.

MILHO: EXPORTAÇÃO BRASILEIRA BATE RECORDE DE 10,8 MILHÕES/TONS

As exportações brasileiras de milho totalizaram 10,8 milhões de toneladas em 2010, volume 39% maior que as 7,76 milhões de tons embarcadas no ano anterior, de acordo com dados compilados a partir de informações divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo a Secex, em dezembro as exportações do cereal atingiram 1,925 milhão de toneladas, 5,5% mais que as 1,825 milhão de tons embarcadas em novembro. Na comparação com as 1,238 milhão de toneladas de dezembro de 2009 o aumento foi de 55,5%. A comercialização do cereal ganhou impulso no segundo semestre de 2010 após a realização dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). No ano, a receita dos embarques foi de US$ 2,157 bilhões, 51,4% mais que os US$ 1,424 bilhão de 2009.
Em dezembro, a receita das exportações totalizou US$ 441,8 milhões, com um preço médio de US$ 229,5 por tonelada, ante US$ 401,7 milhões, com preço médio de US$ 220,1/t em novembro. Em dezembro de 2009, a receita foi de US$ 222,8 milhões, com preço médio de US$ 180/tons.

DÓLAR CAI PARA MENOR VALOR DESDE 1º/09/2008

Um novo ano começou, mas o cenário para o mercado de câmbio doméstico parece o mesmo visto na última semana de 2010. O dólar continuou se desvalorizando ante o real, influenciado, sobretudo, pela retomada do apetite por aplicações de risco, como as bolsas de valores. No fechamento, a moeda norte-americana no balcão valia R$ 1,650, em queda de 0,84%. Esse é o menor patamar desde o dia 1º de setembro de 2008, antes da explosão da crise financeira internacional.
Segundo um operador, dezembro é tradicionalmente um mês de saída de dólares do Brasil, para que as empresas fechem seus balanços no exterior. "Mas os recursos voltam em janeiro", afirmou. Não obstante, segundo a mesma fonte, a conjuntura está positiva neste início de ano. "Assim, o apetite por risco cresce e pode estar vindo dólar para a Bovespa", lembra. O Ibovespa subiu 1,41%, aos 70.283,34 pontos.
Na BM&F, o dolar pronto também fechou no vermelho, em queda de 0,84%, a R$ 1,6490. O volume de negócios registrado na clearing de câmbio da BM&F foi de US$ 2,752 bilhões, com cerca de US$ 2,432 bilhões concentrados em D+2. O dólar futuro com vencimento em fevereiro caia a R$ 1,658 (-0,84%), tendo movimentado US$ 12,842 bilhões. No total, os sete contratos negociados até as 16h37 - todos em baixa -, movimentaram US$ 12,928 bilhões.
O Banco Central voltou a fazer dois leilões de compra de dólares hoje. No primeiro deles, já no início da tarde, a taxa de corte foi de R$ 1,6520. Quase no fechamento do pregão, o BC voltou ao mercado e a taxa de corte foi de R$ 1,6498.
Os dados positivos vindos do exterior apenas reforçaram o sentimento positivo que predominava desde o início do dia e as bolsas internacionais operam em alta. Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo informou que os gastos com construção subiram pelo terceiro mês consecutivo em novembro. Os gastos com construção avançaram 0,4%, ante a previsão de alta de 0,2%. O euro estava praticamente estável ante a moeda norte-americana, a US$ 1,3381, de US$ 1,3385 no fim da tarde de sexta-feira. O dólar avançava a 81,59 ienes, de 81,16 na sexta-feira.

CLIMA DEFINIRÁ SAFRA E RITMO DE COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA.

Os produtores brasileiros, que começaram o plantio da soja de olho no céu, por causa do atraso das chuvas, permanecerão atentos ao clima até o final da colheita, preocupados com os efeitos do fenômeno climático La Niña. As previsões são de chuva no período da colheita no Centro-Oeste e estiagem na região Sul, fatores que podem provocar quebra da produtividade das lavouras.
Os agricultores ainda guardam lembrança da última passagem do La Niña, na safra 2008/09, quando o Brasil produziu 57,2 milhões de toneladas de soja, volume abaixo da expectativa inicial de colheita de 60 milhões de toneladas. Naquela safra, as regiões Sul e Centro-Oeste registraram forte estiagem e o Nordeste, chuva em excesso. A safra seguinte atingiu o recorde de 68,7 milhões e, em 2010/11, a expectativa é de produção de 68,5 milhões de toneladas, segundo o levantamento de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Enquanto em Mato Grosso a estiagem atrasou o plantio em duas semanas, no Rio Grande do Sul o clima foi favorável e os produtores gaúchos correram contra o tempo. "A pressa deve à expectativa em relação ao La Niña", afirmou Ricardo Núncio, assessor técnico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), o terceiro maior produtor brasileiro.
Sustentação pelo clima - O aspecto positivo é que as preocupações com o clima na América do Sul estão contribuindo para dar sustentação aos preços da soja na Bolsa de Chicago, pois o mundo depende cada vez mais da safra sul-americana para atender à crescente demanda mundial, que avança num ritmo mais acelerado que a produção. Segundo os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), nos últimos dois anos a produção mundial de soja cresceu 24% e atingiu 257,36 milhões de toneladas, enquanto as exportações aumentaram 26%, para 97,15 milhões de toneladas.
Somente a China aumentou suas importações de soja em 39% nos últimos dois anos, para 57 milhões de toneladas. A expectativa dos traders é de que a China continue sendo um forte comprador. O país asiático tem comprado soja a um ritmo recorde em 2010 para usar como ração, visando a atender à demanda de uma crescente classe média, que consome cada vez mais proteína animal.
A voracidade da demanda chinesa impediu que a colheita da safra recorde de 91,85 milhões de toneladas de soja nos Estados Unidos pressionasse os preços da soja no mercado internacional. Os relatórios do USDA mostram que em apenas três meses do atual ano safra norte-americano, que começou em setembro, as exportações atingiram 32,7 milhões de toneladas, que correspondem a 75% das 43,4 milhões de toneladas previstas até agosto do próximo ano. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de soja, vindo em segundo lugar o Brasil e, em terceiro, a Argentina.
No início do atual ano-safra, em agosto, a corretora Newedge trabalhava com a perspectiva de preços na Bolsa de Chicago na faixa de US$ 10 por bushel. O forte ritmo das exportações norte-americanas, que impulsionou as cotações dos futuros, levou a corretora a rever suas projeções e agora prevê preços entre US$ 10,50 a US$ 13,50 ao longo da safra.
Como grande parte da soja norte-americana está comercializada, nos próximos meses os preços da soja no mercado internacional oscilarão ao sabor do clima na América do Sul, "pois, como é ano de La Niña, existe a expectativa de acontecer uma estiagem, e qualquer quebra de produção mexe com o mercado", diz Otmar Hubner, agrônomo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Estado que é o segundo maior produtor. Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), lembra que o período mais crítico para a lavoura é no começo do ano. "A preocupação é que (a estiagem) não aconteça em janeiro, em que a suscetibilidade das lavouras é maior, na fase de florescimento. Existe uma preocupação muito grande porque seria o ano de o produtor ganhar dinheiro com a soja por conta dos preços."
Comercialização - Os altos preços da soja na Bolsa de Chicago às vésperas do plantio da safra 2010/11 animaram os produtores brasileiros, principalmente de Mato Grosso. Eles comercializaram antecipadamente um volume maior do que o normal. Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até novembro 57,4% da safra já estava comercializada, 27,4 % acima do registrado no mesmo mês do ano passado, quando as vendas atingiram 30% da produção esperada.
Em nível nacional, os produtores venderam até novembro 34% da safra de soja, ante 20% em igual período do ano anterior, conforme o analista da consultoria AgraFNP Aedson Pereira. "A gente vivenciou momentos de preços bem elevados, que, além de cobrir os custos, davam também margens muito boas, porque o preço do fertilizante estava mais em conta e o pacote tecnológico, mais barato", diz ele. Pereira estima que os custos de produção nesta safra estão entre 6% e 10% mais baixos.
Tradicionalmente, em função das chuvas de setembro Mato Grosso lidera a largada no plantio e colheita de soja no Brasil, o que não ocorreu em 2010 por causa do atraso das chuvas. Como a distância dos portos e os problemas logísticos encarecem os custos dos insumos e reduzem as margens na comercialização, os agricultores mato-grossenses, que cultivam em grandes áreas, dependem das vendas antecipada para bancar o plantio. Um levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) mostra que os agricultores financiam com recursos próprios 34% dos gastos com a lavoura. O restante é bancado pelos bancos (21%), revendas de insumos (33%) e tradings (8,7%).
Já os sojicultores do Paraná e do Rio Grande do Sul, mais capitalizados, com melhor estrutura de armazenagem e acesso a crédito, trabalham com a perspectiva de preços firmes na época da colheita, e tendem a administrar a comercialização. "Talvez venda em torno de 30% da safra na época da colheita e os outros 70% ao longo do ano, conforme a evolução do preço internacional. Perder dinheiro não vai, mas o produtor é conservador, prefere ver como vai se comportar o clima em janeiro e fevereiro", disse Núncio, da Fecoagro.
Atrasos - Em Mato Grosso, o atraso o plantio vai reduzir em 25% a disponibilidade de soja para comercialização neste mês de janeiro, de 4 milhões para 1 milhão de toneladas. Tradicionalmente, os produtores do Estado iniciam a colheita logo após o Natal e aproveitam os bons preços do início do ano, mas nesta safra a previsão é que os trabalhos se acelerem a partir da terceira semana de janeiro.
O analista Aedson Pereira, da AgraFNP, observa que uma das grandes preocupações dos importadores que compram soja no Brasil é com a entrega. "Mas não acredito em quebra de contrato, porque, por mais que demore, o que estiver pronto será entregue", disse ele, lembrando que, por conta da instabilidade climática, o produtor provavelmente fixou sua entrega mais para a frente do que o normal, para ter mais tempo para cumprir os contratos.

CHICAGO/SOJA TRABALHA EM BAIXA COM PREVISÃO DE CHUVA NA ARGENTINA

Os preços internacionais da soja estão recuando nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago depois de alcançarem máximas em 28 meses. Previsões de curto prazo indicam que as chuvas reduzirão a pressão climática sobre a safra da Argentina. Os contratos com vencimento em março operam em baixa de 10,0 cents ou 0,71%, a US$ 13,93/bushel.
Preocupações com o calor e a irregularidade de chuvas na Argentina têm dado suporte aos futuros recentemente. As áreas de produção do Sul terão "chuvas bastante adequadas" na terça-feira e na quarta-feira, segundo o presidente da Global Weather, John Dee. Mas a umidade pode voltar a diminuir na próxima semana.

ARGENTINA: SECA REDUZ 7,5 MI/TONS DA SAFRA DE SOJA.

A forte estiagem que atinge a Argentina já compromete a produção em 50% das áreas produtoras de milho e soja do país. O cenário é preocupante também para a produção de leite e carne. Em novembro, a consultoria Agritrend previa uma colheita de 25,5 milhões de toneladas de milho e de 55 milhões de t de soja. Agora, a estimativa caiu para 23 milhões de t de milho e 47,5 milhões de t de soja. "Há um grande temor de que se repita o panorama climático da safra 2008/09, quando o rendimento foi muito baixo e produtores de soja e milho quebraram", disse o vice-presidente do Movimento Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (Crea), Juan Balbín.
O fenômeno climático La Niña vem ganhando mais força nas últimas semanas, reduzindo drasticamente o volume de chuvas. No sul de Córdoba, por exemplo, a situação passou de inundações no início de 2010 a uma dura seca nesse começo de 2011. Balbín ressalta que outros países produtores enfrentam adversidades climáticas - frio intenso nos Estados Unidos e inundações na Austrália - o que o deve impactar na produção global. "Hoje não temos uma resposta para isso, mas o que está claro é que ultimamente o risco empresarial e as possibilidades de quebra aumentaram significativamente", lamentou.
Segundo ele, a região argentina mais atingida pelos efeitos do La Niña é a central, a mais produtiva do país, e onde podem se repetir os rendimentos registrados em 2008/09, de 500 quilos de soja por hectare. "As alterações climáticas trazem uma perspectiva de novos preços das matérias-primas e um horizonte muito complicado para a alimentação do mundo e para os agricultores, porque serão muitos os que vão semear e colher uma quantidade insuficiente para pagar os gastos. Muitos podem não ter colheita", diz Balbín.
Os agricultores argentinos tiveram safras com altos rendimentos e preços remuneradores até a safra de 2008/09, cuja colheita foi seriamente afetada pela pior seca dos últimos 50 anos. As perdas deixaram dívidas para muitos produtores, que ainda não terminaram de pagá-las, segundo levantamento do Crea. "Se o rendimento da atual safra for baixo, vários produtores poderão falir porque muitos insumos foram comprados a crédito, que será pago com a colheita, pensando em rendimentos médios", alertou Balbín. Para o especialista, se o cenário se confirmar, produtores poderão cancelar investimentos para a próxima safra.
Quem também perde é o Fisco. Até novembro, as estimativas da consultoria Agritrend para as exportações de todos os cultivos eram de US$ 31,362 bilhões, o que renderia US$ 9,109 bilhões de retenções para o governo. Agora, a projeção é de exportações de US$ 30,530 bilhões, com arrecadação de US$ 8,830 bilhões.

CLIMA/FRENTE FRIA PROVOCA CHUVA NO BRASIL.

A primeira semana de 2011 deve apresentar uma condição tropical com chuvas na maior parte do País, em virtude da atuação de uma frente fria sobre o litoral da Região Sudeste. Um sistema de baixa pressão no interior, que transporta a umidade da Amazônia até o Sul do Brasil, também contribui para a ocorrência de chuvas isoladas nos próximos dias. As informações são da Somar Meteorologia, em seu primeiro boletim semanal de 2011.
O sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury, comenta, no entanto, que a tendência para o mês de janeiro é de chuvas concentradas sobre as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte, o que representa um padrão típico de verão.
Já para o Sul do Brasil, mesmo depois de dezembro ter sido relativamente chuvoso, por causa da presença do La Niña, a expectativa é de que as águas diminuam em janeiro, inclusive com o risco de alguns episódios de estiagens (12 a 15 dias sem chuva). No caso do sul do Rio Grande do Sul, que já enfrenta problema de seca desde outubro, mesmo com alguns episódios de chuvas nesta semana, a projeção é que o problema da falta de água se agrave ainda mais no decorrer deste mês.
2010 - De acordo com a Somar, o ano de 2010 termina com uma boa condição de umidade no solo em grande parte do País. As chuvas da última semana de dezembro se concentraram nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e o sul/oeste da Região Nordeste. O Sul do Brasil enfrentou um período de pouca chuva. As chuvas de dezembro, apesar de alguma irregularidade e má distribuição, de um modo geral representam uma condição satisfatória para o desenvolvimento das lavouras de verão, pastagens e recuperação hídrica. A exceção fica com o norte do Nordeste que vive a sua estação seca e o extremo sul do Rio Grande do Sul, que desde outubro enfrenta um período de escassez de chuva por causa do fenômeno La Niña.
Os índices de Água Disponível do Solo, no geral, mostram uma excelente condição de umidade do solo (acima de 90%) em grande parte do Brasil. Apenas no extremo sul do Rio Grande do Sul e no norte do Nordeste do Brasil é que o solo apresenta condições críticas de umidade do solo (abaixo de 20%).
Argentina - A última semana de dezembro confirmou o padrão de poucas chuvas irregulares e mal distribuídas sobre o território argentino. Apenas no extremo norte e próximo da Cordilheira dos Andes, entre a províncias de Salta e até Mendoza, o acumulado de chuvas na semana foi um pouco melhor, variando entre 35 e 50 mm.
Segundo a Somar, a previsão para a primeira semana de 2011 é de alguns episódios de chuvas isoladas. Isso deve ocorrer por causa da passagem de uma frente fria, associada a sistema de baixa pressão, que transporta umidade da Amazônia até a região central da Argentina.
No entanto, mesmo com a previsão de chuvas para esta semana, em virtude da presença do La Niña, a tendência é de que janeiro continue com um padrão de pouca chuva, inclusive com alguns episódios de estiagens (12 a 15 dias), o que deve agravar o problema de falta de água em algumas regiões, mantendo o risco para o desenvolvimento e produção das lavouras de verão.

PRODUTOR DE GRÃOS VAI RECUPERAR RENDA EM 2011 E 2012

A alta dos preços internacionais, provocada pelo aperto na oferta e elevação na demanda, deve garantir uma boa remuneração ao produtor brasileiro no primeiro semestre de 2011, quando a comercialização da safra 2010/11 ainda estiver em curso. Já no planejamento do ciclo 2011/12, que começará a ser cultivado em setembro, o produtor verá preços de insumos mais altos, mas a perspectiva ainda será de renda elevada, segundo analistas do setor.
Embora mais altos em 2011, os preços dos insumos não chegarão aos picos históricos registrados em 2008, na avaliação de André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult. Ele descarta um descontrole de preços de fertilizantes e defensivos. "Na próxima safra temos menos especulação e fundamentos mais sólidos que em 2008", disse. Por esse motivo e por causa da expectativa de manutenção dos altos preços dos grãos no mercado internacional, o analista acredita que a rentabilidade deve seguir favorável até o próximo ano. "Devemos atingir um pico de renda em 2011. E o ganho do produtor deve continuar bom até pelo menos 2012", afirma Pessôa. Para ele, a dúvida em 2010/11 fica para a produtividade da safra de verão. O fenômeno climático La Niña prejudicou o início do plantio da soja no Centro-Oeste e tem provocado uma estiagem no Rio Grande do Sul. O cultivo da safrinha de milho no início deste ano também pode ser adiado pelo atraso na implantação da soja, sob o risco de uma produtividade menor.
Insumos - Para Alexandre Mendonça de Barros, da MBAgro, o custo do pacote de insumos deverá crescer cerca de 20% para a safra 2011/12 por causa do aumento da demanda no Hemisfério Norte. "Já estamos vendo preços maiores dos fertilizantes no mercado internacional".
Segundo dados apresentados por ele durante o evento "Expectativas do Agronegócio para 2011", promovido em dezembro pelo Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp, o preço do MAP, um fertilizante fosfatado, muito utilizado na agricultura, subiu de US$ 350 para US$ 600 por tonelada neste ano. O valor do cloreto saiu de US$ 380 para US$ 500 nos últimos quatro meses. Em 2008, o MAP chegou a ser negociado por US$ 1.200 e o cloreto, por US$ 800 por tonelada.
Pessôa estima que a entrega de fertilizantes aos produtores brasileiros vai crescer para 25,2 milhões de toneladas em 2011, ante 24,2 milhões de toneladas neste ano. A compra de defensivos deverá alcançar US$ 7,2 bilhões em 2011, comparado com US$ 6,9 bilhões em 2010.
Fernando Pimentel, analista e sócio da Agrosecurity, avalia que o setor de insumos deve recompor os ganhos nos próximos meses. Isso porque quando a alta dos preços ocorreu, no segundo semestre de 2010, as compras de insumos já estavam feitas. "A indústria vai ajustar suas margens em 2011. Quem vai dizer a intensidade desse acerto será o mercado. Mas o custo vai subir com certeza", diz. A despeito disso, ele também está otimista: "2011/12 continuará a ser um bom ano para o produtor."
Rentabilidade - Fernando Muraro, da AgRural, diz que a rentabilidade em 2010/11 deve ser a segunda melhor da história para os produtores brasileiros de soja e milho. "Só perderão para 2008", diz. Em Mato Grosso, contudo, ele prevê renda recorde na soja de US$ 300 por hectare, em média. Em Cascavel (PR), praça usada por ele como referência, esse valor vai a R$ 880 por hectare (US$ 520/t, aproximadamente). No milho, a rentabilidade pode chegar a R$ 1.050,00 por hectare no Paraná, em média. "A tendência no milho é melhor que para a soja em 2011.
Os Estados Unidos têm estoques muito restritos e o Brasil vai terminar a safra 2010/10 com seis a sete milhões de toneladas em estoque. Será o menor volume armazenado em três anos", calcula. Com a forte retração na área plantada no País, o mercado estará mais apertado no próximo ano. Na média do ano, dependendodo tamanho da safrinha, o milho teria preços de R$ 24 a R$ 25 a saca de 60 quilos em Santos e Paranaguá. "Isso liquidaria R$ 16/saca em Mato Grosso, um preço remunerador", diz.
A taxa de câmbio deve seguir estabilizada nos atuais níveis até o período de colheita e comercialização da safra de grãos 2010/2011, de acordo com Mendonça de Barros, da MBAgro. Ele estima câmbio entre R$ 1,70 e R$ 1,75 no primeiro trimestre de 2011.

MALÁSIA-ÓLEO DE PALMA SOBE COM CLÍMA.

Os futuros do óleo de palma cru atingiram o maior patamar em 34 meses na Bolsa de Derivativos da Malásia, impulsionados por temores sobre danos à safra de soja da Argentina e fortes chuvas nas regiões produtoras de palma do Sudeste Asiático.
O contrato março, o mais negociado, fechou com valorização de 64 ringgits, ou 1,7%, a 3.852 ringgits por tonelada, após ter alcançado 3.861 ringgits por tonelada, o mais alto nível desde março de 2008 (3,067 ringgits = US$ 1). O mercado esteve fechado na sexta-feira por conta de um feriado local.
Os preços do óleo de palma avançaram nesta segunda-feira, alinhados aos mercados acionários e de commodities da região, em meio a expectativas de que a recuperação econômica global prosseguirá em 2011, estimulando a demanda por matérias-primas. A commodity deve estender os ganhos no restante da semana, segundo traders, à medida que compradores podem se apressar para estocar óleos vegetais, temendo que um clima adverso na Argentina, Malásia e Indonésia reduzirá as ofertas mundiais.
"Rumores de inundações na Malásia e um declínio de 10% na produção malaia podem elevar os preços para o nível de resistência de 3.950 ringgits por tonelada", disse um trader de Cingapura. Traders e analistas reduziram as projeções da safra de soja da Argentina, conforme as lavouras recentemente semeadas foram afetadas por uma seca. A produção argentina pode cair 17% em 2010/11, para 43 milhões de toneladas.
O número de contratos abertos na Bolsa de Derivativos da Malásia atingiu 88.544 lotes, ante 87.737 lotes na quinta-feira. Um lote equivale a 25 toneladas.

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