sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CHINA/SOJA ESTENDE RALI PREOCUPADA COM ESTIAGEM E OFERTAS.

Os futuros da soja terminaram com alta pela terceira sessão seguida na Bolsa de Commodities de Dalian, impulsionados por uma severa seca que prejudica as lavouras de trigo, o que provavelmente terá impacto na área dedicada ao plantio da oleaginosa. O mercado contrariou a tendência de baixa das cotações na Bolsa de Chicago. O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com valorização de 0,2% nesta sexta-feira, a 4.662 yuans por tonelada (6,59 yuans = US$ 1).
A estiagem que impulsionou os futuros do trigo para um nível recorde na quinta-feira ainda é vista como um fator otimista para os preços, afirmou Yu Ruiguang, analista da Tianqi Futures Co. "Sem dúvida, é lógico ver altas no preço da soja", disse ele. De acordo com o analista, a oleaginosa provavelmente terá que ceder terras para o arroz e o milho, após o governo chinês ter recentemente introduzido políticas para estimular a produção dos outros grãos, enquanto a de soja não é tida como prioridade.
Processadoras têm recorrido fortemente às importações, e os produtores não estão dispostos a plantar mais acres, já que as margens obtidas com a oleaginosa não são tão lucrativas quanto as do milho, acrescentou Yu. A crescente demanda e as incertezas com relação às ofertas podem puxar os preços da soja para cima no longo prazo, segundo o analista.
A China produziu cerca de 15 milhões de toneladas em 2010, apenas 0,7% acima do volume colhido em 2009, informou a consultoria Chinese Grain Network, que pertence à estatal China Grain Reserves Corp, na terça-feira. Enquanto isso, a demanda local deve subir 8,3% em 2010/11, sinalizando que mais importações serão necessárias, revelou a consultoria.

SOJA: DEMANDA CHINESA ELEVA PRESSÃO SOBRE OFERTA GLOBAL.

A demanda chinesa por soja importada está aumentando a pressão sobre a oferta global exportável, que deve ficar aquém de uma estimativa do governo norte-americano, conduzindo os preços para um novo rali, disse o Rabobank em um relatório divulgado nesta sexta-feira. Na Bolsa de Chicago os futuros da oleaginosa dispararam 18% nos últimos três meses, enquanto o governo adota várias medidas para ampliar as ofertas no mercado doméstico e conter as pressões inflacionárias.
O Rabobank estima que a produção combinada dos três maiores exportadores de soja do mundo - Estados Unidos, Brasil e Argentina - deve recuar nove milhões de toneladas neste ano. "Na nossa visão, isso reduzirá a disponibilidade global de soja para exportação em mais de quatro milhões de toneladas em relação à projeção atual [do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos] de 98,7 milhões de toneladas", informou o banco.
A China importou 5,5 milhões de toneladas em novembro e 5,4 milhões em dezembro. No ano passado, as importações de soja cresceram 29%, atingindo um recorde de 54,8 milhões de toneladas. O volume importado nos dois últimos meses de 2010 são "bem superiores ao ritmo mensal de 4,75 milhões de toneladas necessário para atingir as 57 milhões de toneladas previstas pelo USDA para temporada 2010/11", afirmou o Rabobank. Dados oficiais referentes ao mês de janeiro serão divulgados na próxima semana.

GRÃOS/CBOT- REALIZAÇÃO DE LUCROS.

Os futuros da soja fecharam em queda nesta quinta feira na bolsa de Chicago, pressionados pelas vendas motivadas pela realização de lucros e pelo fortalecimento do dólar.
O contrato março, de maior liquidez, recuou 18 centavos, ou 1,2%, para fechar cotado a US$ 14,33 por bushel. O novembro, referente à safra nova, perdeu 11,50 centavos, ou 0,8%, para US$ 13,8550 por bushel.
O mercado acabou devolvendo os ganhos de quarta-feira. A alta do dólar, a fraqueza das exportações semanais da safra antiga e o fato de o milho não ter subido com força foram os fatores que levaram os traders a reduzir a exposição ao risco. Um dólar mais forte é baixista para as commodities já que a maioria delas é negociada na moeda norte-americana, o que as torna mais caras para compradores estrangeiros.
Incapaz de atrair compras após dados neutros sobre a oferta e a demanda por parte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a soja conseguiu se descolar do milho depois de ter atingido na véspera a máxima de dois anos e meio na esteira do cereal.
O cancelamento de vendas da safra antiga para a China e destinos desconhecidos foi considerado como um sinal baixista de que a China está cada vez mais confortável com suas compras de longo prazo, disse John Kleist, analista da e-BOT Trading. A demanda do país asiático, maior comprador mundial, ajudou a impulsionar os preços da soja para máximas de dois anos e meio devido a preocupações de que a forte demanda do país estaria acabando com a oferta norte-americana.
O USDA divulgou que as exportações semanais atingiram um total de 971,1 mil toneladas na semana encerrada em 3 de fevereiro, sendo apenas 20,8 mil para entrega no ano comercial 2010/11. Esse volume de vendas foi o menor para 2010/11 e representa uma queda de 97% em relação à média de quatro semanas.
Os produtos derivados também fecharam em queda, devolvendo a maior parte dos ganhos do dia anterior. O óleo de soja registrou realização de lucros e o contrato março caiu 70 pontos, ou 1,2%, para 59,04 centavos por libra-peso.
O farelo também acompanhou a soja, mas sofreu pressão ainda das preocupações com um desaquecimento da demanda, disseram analistas. O março recuou US$ 6,10, ou 1,26%, para fechar em US$ 382,50 por tonelada.

MILHO FECHA ESTÁVEL COM SUSTENTAÇÃO DA DEMANDA
Os preços futuros do milho terminaram o dia quase estáveis na Bolsa de Chicago, ainda sustentados pela expectativa de oferta apertada e com fortes exportações na semana. Os contratos com vencimento em março tiveram alta de 0,50 cent ou 0,07% e fecharam a US$ 6,9850/bushel. "Todo mundo está com medo de vender milho", disse o analista Arlan Suderman, da revista Farm Futures.
Embora o trigo e a soja tenham caído por causa da alta do dólar, o milho se manteve firme um dia depois de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido sua previsão para os estoques finais 2010/11. O governo espera que a relação entre oferta e consumo atinja nível crítico.
Muitos analistas enxergam um salto dos preços para US$ 7/bushel. As vendas semanas aumentaram e superaram 1 milhão de toneladas pela segunda semana consecutiva, minimizando o argumento de alguns traders de que os preços altos estão limitando o consumo.
Suderman avalia que a firme exportação indica "compras de pânico" entre países que querem garantir a oferta.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CÂMBIO ESTABILIZARÁ ENTRE R$ 1,65 E R$ 1,75 EM 2011.

O economista da LCA Francisco Pessoa acredita que o governo está disposto a tomar as medidas necessárias, caso seja preciso, para conter a queda do dólar. "A moeda norte-americana deve oscilar entre R$ 1,65 e R$ 1,75 neste ano. "Não há espaço para uma valorização maior, pois o governo parece disposto a adotar mais medidas, inclusive novos aumentos de IOF, se for necessário", afirmou, durante entrevista à AE TV, da Agência Estado, nesta quinta-feira.
Pessoa acredita que até o fim do ano o Federal Reserve (banco central americano), mude sua retórica, afirmando que um dia a política monetária voltará a ser restritiva e isso deve aumentar a atratividade do dólar. "Isso dá um piso para a valorização do real", disse.
Com relação a taxa básica de juros no País, o economista avalia que será necessário elevá-la em um ponto porcentual, para 12,25% até o final do ano. "As medidas macroprudenciais e o corte no Orçamento são suficientes para manter a inflação nos trilhos, ainda que no médio prazo", disse.

RIO GRANDE DO SUL/MILHO: COLHEITA ATINGE 26%.

A colheita da safra de milho avançou 2% nesta semana no Rio Grande do Sul e atinge 26% da área de 1,1 milhão de hectares, informa a Emater. O pequeno avanço se deve às chuvas que atingiram o Estado e prejudicaram os trabalhos. A umidade, no entanto, foi benéfica para as lavouras em fase de floração (10% do total) e de enchimento de grão (30%).
Dulphe Pinheiro Machado Neto, agrônomo da Emater, ressalta que a colheita está acima da média para igual período do ano passado, quando 24% da área estava colhida, e que a expectativa é de bons resultados na lavoura, que continua a apresentar bons rendimentos.
Ao produtor, os preços do milho voltaram a reagir nesta semana, chegando a R$ 23,44/saca, segundo a Emater. A valorização é de 2,6% em uma semana e de 37,64% no período de um ano. Para Machado Neto, mesmo com o avanço da colheita, a demanda pelo produto sustenta os preços.

CHINA/SOJA SOBE MOTIVADA POR SECA E RELATÓRIO EUA

Os futuros da soja terminaram com alta pelo segundo dia consecutivo desde que a reabertura da Bolsa de Commodities de Dalian.
O mercado acompanha o rali generalizado das commodities agrícolas, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido em seu relatório mensal a projeção dos estoques finais de milho. Uma severa estiagem, que afeta cerca de 7,73 milhões de hectares dedicados ao plantio da safra de trigo de inverno, também influencia positivamente os preços.
Nesta quinta-feira, o contrato referencial do trigo avançou quase 1%, atingindo um novo recorde de 3.036 yuans por tonelada (6,59 yuans = US$ 1), após ganhos perto de 6% ontem. O contrato janeiro da soja fechou com alta de 1,7%, a 4.653 yuans por tonelada, seguindo uma valorização de 1,2% na Bolsa de Chicago.
O relatório do USDA projetou as ofertas de milho no final da temporada 2010/11 em 675 milhões de bushels, volume abaixo dos 745 milhões de bushels previstos em janeiro e bem inferior à expectativa de analistas. A revisão da estimativa elevou as cotações do grão na CBOT para o maior nível em 31 meses, a US$ 6,98 por bushel. "Nós prevemos que uma oferta apertada de milho norte-americano sustente os preços da soja no longo prazo", disse a Shanghai Cifco Futures em uma nota, acrescentando que o milho disputa acres com a oleaginosa nos Estados Unidos.
O desempenho da soja, contudo, foi contido pelo limitado efeito do fenômeno La Niña na produção da Argentina. A safra argentina foi revisada para baixo pelo USDA, em um milhão de toneladas, para 49,5 milhões de toneladas, enquanto a brasileira teve aumento de igual proporção.
O mercado também foi motivado pela decisão do governo chinês de gastar mais para assegurar a produção de grãos e elevar em até 22% o preço mínimo de compra para o arroz neste ano, além de ampliar os estoques agrícolas.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SOJA/MT: PRODUTORES INVESTEM NA CONVERSÃO DE PASTAGENS.

Os produtores rurais de Mato Grosso investiram nesta safra cerca de R$ 131,6 milhões na conversão de 98 mil hectares de pastagens em áreas apropriadas ao cultivo da soja. A conversão das pastagens foi responsável por metade do aumento de 196,05 mil hectares na área cultivada com soja em Mato Grosso nesta safra. Os outros 50% referem-se à expansão do plantio em áreas arenosas, que já haviam sido utilizadas para o cultivo da soja, mas, em função dos preços baixos, que comprometiam a rentabilidade, foram deixadas de lado nas últimas safras.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, o investimento na conversão de pastagens foi possível por causa dos preços atrativos da soja e nos mercados internacional e doméstico. Ele observa que a conversão só não foi maior porque os custos são altos e exige aportes significativos de capital. Outro fator limitante foi a recuperação dos preços do algodão, que levou grandes agricultores a expandir a área cultivada da pluma.
Silveira estima que os agricultores de Mato Grosso precisariam do aporte de R$ 12 bilhões para tornar 9,1 milhões de hectares de pastagens em condições aptas para o cultivo de grãos. Ele cita cálculos do Imea, que projetam o custo de conversão em R$ 1.335 por hectare, valor 36% acima do custo operacional de uma área já utilizada na produção de soja, que é de R$ 982 por hectare. Na conversão, os gastos com correção de calcário são três vezes superiores e as despesas com adubação duplicam.
O presidente da Aprosoja/MT afirma que 36% dos 27 milhões de hectares de pastagens existentes atualmente em Mato Grosso, cerca de 13 milhões de hectares, apresentam condições de solo para o cultivo de grãos e declividade máxima de 12%, o que possibilita o acesso das plantadeiras e colheitadeiras.
O último levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimou o cultivo de soja nesta safra em 6,413 milhões de hectares, com um crescimento de 196 mil hectares (3,2%) em relação ao ciclo passado. A atual estimativa de área é 267,2 mil hectares superior (4,3%) à projetada em outubro do ano passado (6,146 milhão de hectares). Na ocasião, as perspectivas eram de retração de 71 mil hectares (1%) em relação à safra passada, por causa do atraso no plantio, provocado pela falta de chuvas, e da perspectiva de expansão do cultivo do algodão.
A região onde houve maior aumento na área cultivada de algodão foi o médio-norte, onde o plantio aumentou 53,4 mil hectares (+70%), para 130 mil hectares. A soja avançou 105,4 mil hectares (4,3%), para 2,571 milhões de hectares. Em outubro, quando o início do plantio estava atrasado, o Imea estimava que a área de soja médio-norte cairia 30 mil hectares (1,2%).
A perda mais significativa na área de soja ocorreu na região oeste, onde houve retração de 18 mil hectares (2%), para 948,2 mil hectares. No oeste, onde cresce o arrendamento de terras por parte dos grandes grupos, o cultivo de algodão aumentou em 85,3 mil hectares (94,6%), para 175,5 mil hectares. O destaque é Sapezal, que se tornou o maior produtor do Estado, com aumento de 94,6% no cultivo de algodão, para 89 mil hectares, apesar de a área de soja ter encolhido apenas 10 mil hectares, para 360 mil hectares.
A maior expansão no cultivo do algodão ocorreu na região sudeste de Mato Grosso, que responde por 46,5% da área cultivada com a pluma. O plantio no sudeste aumentou 93,3 mil hectares (44%), para 306,3 mil hectares. No geral a área cultivada com algodão em Mato Grosso aumentou em 251,9 mil hectares (60,1%), para 671,1 mil hectares, conforme o levantamento do Imea de janeiro.

SOJA : BRASIL TERÁ DE ABRIR ÁREA PARA ATENDER DEMANDA.

A crescente demanda mundial por soja vem colocando o Brasil em uma posição de destaque como fornecedor da oleaginosa. Para ter mais produto e atender a essa procura, o aumento da área cultivada é considerada por analistas a melhor opção no curto prazo, já que eventuais novidades em biotecnologia, capazes de elevar a produtividade em áreas já ocupadas, ainda devem demorar a chegar ao mercado. Ampliar a lavoura de soja significa não só avançar sobre áreas de pastagens, como está se vendo em Mato Grosso, mas também abrir novas áreas, dizem as fontes.
De acordo com Amélio Dall´Agnol, pesquisador-chefe de comunicação e negócios da Embrapa Soja, dos três maiores produtores mundiais o Brasil é o que tem as melhores condições para atender à demanda impulsionada principalmente pelo apetite voraz da China. Os Estados Unidos, maiores produtores, já enfrentam uma forte disputa por área principalmente entre soja e milho. No país, é grande a demanda pelo cereal, matéria-prima do etanol. Já a Argentina, segundo Dall'Agnol, só expandiria a área da oleaginosa se o preço se mantiver alto, porque as regiões para onde o plantio pode avançar precisariam de maior aplicação de fertilizantes e representam maior risco.
"No Brasil temos muita área disponível apta para produção, e que pode ser facilmente incorporada ao processo produtivo. Nos últimos 11 anos, a média anual de aumento de produção foi de mais de 8 milhões de toneladas, e nem por isso está sobrando soja", disse Dall´Agnol à Agência Estado. Desde a safra 2000/01, a área cultivada com soja cresceu 10 milhões de hectares. Para atender à demanda crescente, André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, diz que o Brasil precisa expandir a lavoura do grão em mais 8 milhões de hectares nos próximos 10 anos. Isso elevaria o total semeado de 24,1 milhões de hectares na atual temporada para 32 milhões de ha. O Ministério da Agricultura projeta a área de soja em 2019/2020 em 26,8 milhões de hectares.
"É ingênuo pensar que não precisamos de novas áreas. Hoje, a cultura da soja está perto do limite de produtividade possível de se obter. Há necessidade de se produzir mais, de ampliar a área de produção", defendeu Pessôa, para quem o País não dará conta de atender à demanda internacional sem a abertura de novas lavouras. Segundo ele, enquanto no milho a produtividade brasileira ainda está longe das maiores vistas no mundo, na soja, o produtor nacional está "perto do estado da arte", ao tirar das lavouras o mesmo volume de soja - ou até mais - que os concorrentes norte-americanos.
De acordo com dados divulgados hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade das lavouras de soja brasileira deve chegar a 2.943 quilos por hectare. Já o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório também divulgado hoje, diz que o produtor do país deve retirar 2.925 quilos de grão em um hectare. No milho, por exemplo, o produtor brasileiro produz 4.158 quilos por hectare (média considerando a primeira e a segunda safra), menos da metade dos colegas americanos, que colhem 9.590 quilos por hectare.
Cerrado - O plantio de soja já vem ocupando áreas de pastagens, como aconteceu nesta safra em Mato Grosso. Mas na opinião dos consultores, a produção brasileira não poderá crescer sem o uso de novas áreas, destacadamente as do Cerrado. Esse movimento, entretanto, depende de os preços permanecerem em patamares elevados como os vistos atualmente, devido ao alto investimento para a implantação de novas lavouras. De acordo com Dall´Agnol, dos 207 milhões de hectares do Cerrado, 130 milhões são agricultáveis. Cerca de 20 milhões de ha são utilizados atualmente para a agricultura.
"Se os preços compensarem, o produtor pode facilmente dobrar, triplicar a área de soja, sem derrubar a floresta amazônica", disse Dall'Agnol.
"A área está crescendo todos os anos, só que o custo de produção também. Então o produtor só abre áreas novas quando tem certeza de que vai vender a um preço bom. E é isso que está acontecendo neste ano", acrescenta.
A soja negociada em Chicago está em torno de US$ 14, nos maiores níveis em dois anos e meio, devido à demanda forte e ao aperto da oferta. Com esse preço, o produtor não recupera no primeiro ano o custo que teve para derrubar a vegetação nativa, corrigir o solo e transformar a região em área agricultável. Nas contas de Dall´Agnol, esse processo custaria em torno de R$ 2.500 a R$ 3.000 e o produtor ainda gastaria mais R$ 1.500 para instalar a lavoura.
"Colhendo 50 sacas por hectare e vendendo a R$ 40 a saca, que é o preço praticado hoje no Centro-Oeste, daria R$ 2 mil por hectare. Ou seja, é preciso dois anos colhendo bem para cobrir essa conta. Não é fácil para o produtor decidir abrir uma grande área se não tiver uma perspectiva de bons preços, então ele vai aos poucos", disse o pesquisador, lembrando que a lei permite que 80% da vegetação do Cerrado seja transformada em lavoura, contra 20% da Amazônia.
André Pessôa, da Agroconsult, destaca um ponto: o bom momento também para a pecuária de corte. Os altos preços da arroba do boi estimulam a pecuária atualmente e podem limitar a liberação de áreas de pastagens para o plantio de soja. "Além disso, recuperar o pasto degradado está ficando caro", acrescenta sobre a necessidade de preparar o terreno para receber a oleaginosa.
Biotecnologia - Enquanto isso, as soluções em biotecnologia criadas exclusivamente para aumentar a produtividade devem demorar.
Atualmente esse resultado é indireto, já que as variedades transgênicas de soja disponíveis no mercado e a maior parte dos estudos atuais são voltados para a resistência a herbicidas, a insetos ou à seca.
"Nenhuma dessas tecnologias aumenta diretamente a produtividade, mas sim de forma indireta devido ao melhor controle das ervas daninhas, à redução dos custos e do uso de inseticidas. Não é que falte interesse em melhorar a produtividade, mas essa é uma característica muito complexa. Estamos apenas na ponta do iceberg (dos estudos nessa área) e ainda há muita coisa evoluindo", disse Alexandre Nepomuceno, pesquisador da Embrapa Soja.
Segundo ele, que também é membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o único estudo atualmente conhecido no mercado para uma soja geneticamente modificada de alto rendimento é da Monsanto. A empresa já pediu a liberação para testes em condições de campo, mas não há qualquer previsão para resultados iniciais.
"Vamos ter que esperar mais dois, três anos para ver os resultados desse estudo da Monsanto", disse Nepomuceno. A Monsanto não dá mais detalhes sobre esse estudo e também não fala em prazos.

SOJA/EUA: USDA MANTÉM ESTIMATIVA DE ESTOQUES FINAIS EM 10/11

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve inalterada a estimativa de estoques finais do país na safra 2010/11 em 140 milhões de bushels (3,8 milhões de toneladas). Além disso, manteve também sem alterações a previsão de produção e de área plantada em seu relatório mensal de oferta e demanda, divulgado hoje.
A estimativa da produção 2010/11 foi estimada em 3,329 bilhões de bushels, graças a uma produtividade de 43,5 bushels por acre. Já a área plantada foi mantida em 77,4 milhões de acres.
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        ESTIMATIVAS DE OFERTA E DEMANDA DE SOJA DOS EUA
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Safra                  2009/2010                 2010/2011
Estimativas       janeiro     fevereiro     janeiro     fevereiro
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Área - em milhões de acres
   Plantada        77,5          77,5        77,4        77,4
   Colhida         76,4          76,4        76,6        76,6
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Produtividade por acre colhido - em bushels
                   44,0          44,0        43,5        43,5
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                 Números em milhões de bushels
Estoque inicial     138           138         151         151
Produção          3.359         3.359       3.329       3.329
Importações          15            15          15          15
  Oferta total    3.512         3.512       3.495       3.495
Esmagamento   1.752         1.752       1.655       1.655
Exportações     1.501         1.501       1.590       1.590
Sementes             90            90          88          88
Uso residual         18            18          22          22
  Uso total        3.361         3.361       3.355       3.355
Estoques finais   151           151         140         140
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Preço médio pago ao produtor - em US$ por bushel
                   9,59          9,59  11,20-12,20 11,20-12,20  
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MILHO/EUA: USDA REDUZ PROJEÇÃO DE ESTOQUES FINAIS EM 2010/11

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa do estoque final da safra 2010/11 de 745 milhões de bushels (18,92 mi de t) para 675 milhões de bushels (17,14 mi de t) no relatório mensal de oferta e demanda divulgado nesta quarta-feira.
O ajuste reflete um aumento na projeção da demanda total para 13,5 bilhões de bushels (342,9 mi de t), ante 13,43 bilhões de bushels (341,12 mi de t) previstas em janeiro, enquanto as estimativas da produção e da produtividade nesta temporada foram mantidas em 12,447 bilhões de bushels (316,15 mi de t) e 152,8 bushels por acre (3,9 toneladas), respectivamente.
A expectativa com relação aos embarques de milho ficou inalterada em 1,95 bilhão de bushels (49,53 mi de t).
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      Estimativas de oferta e demanda de milho dos EUA
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Safra                       2009/2010                 2010/2011
Estimativas      janeiro     fevereiro     janeiro   fevereiro
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Área (em milhões de acres)
   Plantada         86,4          86,4        88,2        88,2
   Colhida          79,5          79,5        81,4        81,4
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Produtividade por acre colhido - em bushels
                   164,7         164,7       152,8       152,8
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                Números em milhões de bushels
Oferta:
Estoque inicial      1.673         1.673       1.708       1.708  
Produção             13.092        13.092      12.447      12.447
Importações            8             8          20          20   
Oferta total         14.774        14.774      14.175      14.175 
Demanda
Ração/residual       5.140         5.140       5.200       5.200
Alimentação/sem.  5.939         5.939       6.280       6.350 
Álcool combustível 4.568         4.568       4.900       4.950
Total doméstico   11.079        11.079      11.480      11.550 
Exportações          1.987         1.987       1.950       1.950
Demanda total     13.066        13.066      13.430      13.500
Estoques finais    1.708         1.708         745         675
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Preço médio pago ao produtor - em US$ por bushel
                    3,55          3,55   4,90-5,70   5,05-5,75 

CBOT/SOJA SE RECUPERA POR PREOCUPAÇÃO COM OFERTA

Os futuros da soja recuperaram-se da perda inicial e fecharam em alta hoje na bolsa de Chicago, com suporte da oferta apertada em meio a uma demanda robusta.
O contrato março, de maior liquidez, subiu 9,75 centavos, ou 0,7%, para fechar cotado a US$ 14,3425 por bushel. O novembro, referente à nova safra, ganhou 11,50 centavos, ou 0,8%, para US$ 13,7750.
O mercado operou inicialmente em queda devido a temores de que a demanda da China pudesse recuar em meio às políticas governamentais para controlar a inflação. Entretanto, o mercado rapidamente deixou isso de lado, uma vez que a projeção de estoques em níveis precariamente baixos no final da temporada nos EUA e sinais de que o apetite da China não sofrerá alterações atraíram compradores, disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group.
A demanda da China, maior importador mundial da oleaginosa, ajudou a elevar os futuros para os maiores patamares em dois anos e meio devido às preocupações de que essa demanda estaria esgotando a oferta global.
Scoville acrescentou que o mercado ainda encontra suporte na necessidade de racionar o uso de soja e na batalha por área entre a oleaginosa e o milho nos EUA. Isso deve continuar a sustentar os preços até que se tenha uma ideia melhor sobre se os produtores norte-americanos conseguirão produzir o suficiente para reabastecer os estoques.
O mercado também operou na expectativa do relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) vai divulgará hoje.
Analistas e traders preveem que o USDA estimará os estoques finais de soja do país em 3,67 milhões de toneladas. Se a projeção estiver correta, os estoques seriam 5 milhões de bushels ou 3,6% menores do que a leitura feita pelo USDA em janeiro. As previsões dos analistas variaram de 105 a 150 milhões de bushels. A média dos estoques de passagem de soja nos últimos cinco anos é de 303 milhões de bushels.
A maioria dos analistas concorda que um eventual corte nas estimativas de estoque será provocado por um aumento das exportações. A forte demanda continua sendo um fator de sustentação ao mercado, limitando as quedas.
Entretanto, a possibilidade de uma safra recorde no Brasil e a estabilização da safra Argentina devido a chuvas oportunas limitaram os avanços.
Os produtos derivados também fecharam em alta, em linha com a soja, depois de terem sido negociados tanto em território negativo quanto positivo. O contrato março do óleo subiu 36 pontos, ou 0,6%, para encerrar a 58,77 centavos por libra-peso. O março do farelo ganhou US$ 3,30, ou 0,9%, para US$ 385,70 por tonelada.

MILHO FECHA ESTÁVEL APESAR DA PRESSÃO DOS JUROS NA CHINA
Os preços futuros do milho terminaram o dia quase estáveis na Bolsa de Chicago. A elevação da taxa de juros na China pressionou as cotações, mas houve um ajuste de posições dos traders antes do relatório de safra do governo norte-americano. Além disso, a valorização do trigo ajudou a limitar as perdas do milho. Os contratos com vencimento em março, os mais líquidos, caíram 1,0 cent ou 0,15% e fecharam a US$ 6,7375/bushel.
O milho foi pressionado depois que o banco central da China afirmou, na terça-feira, que vai elevar as taxas de juros de depósito e empréstimo de referência em 0,25% com efeito a partir de quarta-feira, em seu mais novo movimento para apertar a liquidez e controlar a inflação.
O anúncio pesou sobre as commodities em geral durante a noite. Traders temem que a alta dos juros chineses possa afetar a economia do país e desacelerar as importações de produtos dos Estados Unidos. Os preços internacionais do milho estão no seu nível mais elevado desde o recorde de 2008 e traders estão ansiosos, pois qualquer notícia negativa pode provocar uma correção, segundo analistas.
Traders não esperam grandes mudanças nas estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que saem nesta amanhã de quarta feira, mas há grandes chances de a agência do governo reduzir projeções de oferta e confirmar a menor oferta em 15 anos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

GRÃOS/USDA: ANALISTAS ESPERAM REDUÇÃO NA PROJEÇÃO DE ESTOQUES DOS EUA

Analistas e traders consultados pela agência Dow Jones esperam que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduza sua previsão para os estoques domésticos de soja no relatório de oferta e demanda que divulgará amanhã, às 11h30, pois a demanda para exportação permanece forte.
Em média, eles preveem que o USDA estimará os estoques finais de soja do país em 135 milhões de bushels (3,67 milhões de toneladas). Se a projeção estiver correta, os estoques seriam 5 milhões de bushels ou 3,6% menores do que a leitura feita pelo USDA em janeiro. As previsões dos analistas variaram de 105 a 150 milhões de bushels. A média dos estoques de passagem de soja nos últimos cinco anos é de 303 milhões de bushels
A maioria dos analistas concorda que um eventual corte nas estimativas de estoque será provocado por um aumento das exportações, mesmo que a demanda dos processadores de soja nos Estados Unidos seja mais fraca. O esmagamento de soja produz óleo de cozinha e ração animal.
"Uma forte exportação da safra antiga somada a mais sinais de processamento doméstico devem levantar a questão sobre como os Estados Unidos evitarão ficar sem soja antes da colheita da nova safra começar", disse o analista Bryce Knorr, da revista Farm Futures. A China é o maior importador de soja e a demanda tende a desacelerar no início de fevereiro, durante as celebrações do Ano Novo Lunar.
Atualmente, o USDA estima o aumento das exportações em 6% na comparação com 2009/10, mas Nelson avalia que os dados de embarque sugerem aumento de 10% nas exportações. Em janeiro, o USDA estimou as exportações 2010/11 em 1,590 bilhões de bushels (43,27 milhões de toneladas).
Anne Frick, analista da corretora Prudential Bache, avalia que a visão do USDA sobre as exportações atualmente é muito alta e a previsão para o processamento doméstico é muito baixa. A expectativa geral dos analistas é de que o USDA elevará sua estimativa para projeção da safra do Brasil e do mundo.
MILHO; ANALISTAS PREVEEM ESTOQUES MENORES E DEMANDA FORTE Analistas e traders consultados pela agência Dow Jones esperam redução nas estimativas de oferta de milho dos Estados Unidos no relatório mensal do governo americano.
No entanto, eles preveem que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fará um ajuste pequeno na projeção dos estoques de passagem. Em média, os analistas avaliam que o governo estimará os estoques finais de milho do país em 736 milhões de bushels (18,7 milhões de toneladas).
Se a projeção estiver correta, os estoques serão um pouco inferiores à previsão divulgada em janeiro, de 745 milhões de bushels (18,92 milhões de toneladas) e bastante abaixo dos estoques finais do ciclo anterior, que somaram 1,708 bilhão de bushels (43,38 milhões de toneladas). As previsões individuais dos analistas ficaram entre 645 e 795 milhões de bushels. Apenas uma projeção foi menor do que 700 milhões de bushels.
A expectativa é de que os dados do USDA reflitam maior demanda por etanol, mas que pode ser compensada por uma queda nas exportações ou na demanda por milho para produção de rações. Mais de um terço da safra de milho dos Estados Unidos é usada na fabricação de etanol. "Não vimos uma desaceleração", comentou o presidente da corretora U.S. Commodities, Don Roose.
Roose elevou sua estimativa de consumo de milho para etanol em 25 milhões de bushels para o atuam ano-safra. O analista Jerry Gidel, da North America Risk Management Services, avalia que o aumento será ainda mais expressivo, de 50 milhões de bushels de milho para etanol.
TRIGO/USDA MANTERÁ PROJEÇÃO DE DEMANDA Traders e analistas consultados pela agência Dow Jones esperam que USDA mantenha sua projeção para as exportações de trigo no relatório mensal de oferta e demanda.
Segundo os observadores do mercado, mesmo com o recente aumento das compras de países do Oriente Médio e do Norte da África, o USDA deve aguardar para ver se a demanda permanece forte. No mês passado, aumentou a projeção das exportações em 4%, para 1,3 bilhão de bushels (35,38 milhões de toneladas). A previsão de janeiro já está quase 48% acima do ano anterior.
Em média, os analistas avaliam que o USDA estimará os estoques finais de trigo em 810 milhões de bushels (22,05 milhões de toneladas), 1% abaixo da previsão de janeiro. Mais da metade dos analistas consultados entende que não haverá mudanças em relação ao mês passado.
Traders observarão os sinais de oferta e exportação dos Estados Unidos, em meio a preocupações com os preços elevados dos alimentos."Depois de aumentar os dados de exportação no mês passado, não se espera mudanças na demanda por trigo dos Estados Unidos ou nos níveis dos estoques finais", disse o analista Jerry Gidel, da corretora North America Risk Management Services.
Os analistas entendem que o USDA pode reduzir a estimativa de produção da Austrália em 1 ou 2 milhões de toneladas em relação a janeiro, quando previu 25 milhões de toneladas. O motivo seria o excesso de chuvas no país. O governo australiano avalia a safra local em 26,8 milhões de toneladas, mas analistas consideram o número alto demais.
O analista Shawn McCambridge, da Prudential Bache, espera que o USDA eleve sua estimativa para a safra de trigo da Argentina em 500 mil a 1 milhão de toneladas ante o mês passado, quando previa 14 milhões de toneladas, alinhando-a às estimativas locais. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires prevê 15 milhões de toneladas.

GRÃOS/PARANÁ: CHUVAS PREOCUPAM E ATRASAM COLHEITA.

As chuvas que atingem o Paraná, segundo maior produtor nacional de soja, preocupam o produtor e já atrasam a colheita no Estado. Segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado, a coleta da soja foi realizada até ontem em 1% da área prevista, contra média dos últimos três anos de 4%. "As chuvas vêm começando a atrapalhar um pouco a colheita de uma maneira geral no Estado. O atraso (nos trabalhos) se deve basicamente às chuvas", afirmou à Agência Estado a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, explicando que as cidades de Toledo e Cascavel são as mais avançadas, com respectivamente 3% e 1% das lavouras colhidas.
Do total da área estimada em 4,5 milhões de hectares, 95% das lavouras estão em condições consideradas boas e o restante em situação média. A estimativa do Deral é de uma produção no Estado de 13,8 milhões de toneladas.
Segundo dados da Climatempo Meteorologia, a semana começou com muita chuva na região de Maringá, no norte do Paraná, com precipitações que correspondem a quase metade da chuva normal para o mês de fevereiro.
A previsão é de que o Estado poderá acumular de 100 a 150 milímetros de chuva até domingo (13), o que representa quase toda a chuva média de fevereiro. As pancadas serão frequentes e tendem a se intensificar a partir de quinta-feira, quando outra frente fria avançará sobre o Sul do Brasil, de acordo com a Climatempo.
O excesso de umidade provoca preocupações também em relação ao surgimento de doenças. De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem o Estado é o que registra o maior número de ocorrências de ferrugem, 233, contra 251 na mesma época da safra passada.
Comercialização - A negociação antecipada da safra 2010/11 de soja no Paraná atingiu 20% da produção até ontem, avanço de 1% em relação à semana anterior, segundo o levantamento do Deral.

MILHO; COLHEITA ATRASADA.
As chuvas que atingem o Paraná há dez dias têm prejudicado a colheita da safra de milho verão, estimada no Estado em 5,3 milhões de toneladas. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, o produto foi retirado de apenas 0,3% da área, ante média de 7% nos últimos três anos. Neste ciclo, os paranaenses cultivaram 735 mil hectares com o cereal. "Boa parte da área está situada no centro-sul, região em que o plantio já acontece mais tardiamente. Além disso, há a dificuldade da chuva, que impede o produtor de retirar o produto do campo", diz Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Deral. A colheita do milho no Paraná se concentra, neste momento, em Cornélio Procópio, Francisco Beltrão e Londrina.
O plantio da segunda safra de milho (safrinha) também registra atraso em virtude do mau tempo. Conforme o Deral, o plantio aumentou um ponto porcentual na semana, atingindo 5% da área estimada em 1,5 milhão de hectares. A média dos últimos três anos para o período é de 11%. O atraso na safra de soja atrelado às chuvas dos últimos dias explica a situação, segundo Margorete. Caso a projeção de área se confirme, o Paraná deve produzir 6,6 milhões de toneladas de milho segunda safra. Em relação às vendas antecipadas de milho, o Deral informa avança um ponto porcentual na semana, chegando a 3% do total.
Muita chuva - Conforme Marco Antônio Santos, engenheiro agrônomo da Somar Meteorologia, nos primeiros oito dias de fevereiro choveu 100 milímetros na região centro-oeste do Estado, 50% a mais do que o normal para o período. Em janeiro, foram registrados 200 mm, de 30 mm a 50 mm acima da média. No centro-sul do Paraná, do começo de fevereiro até agora, foram registrados 50 mm de chuva, 10 mm a 20 mm a mais do que o normal para o período. Já em janeiro, a precipitação foi de 250 mm, 80 mm a mais a que média.

GRÃOS: SOCIÉTÉ GENERALE VÊ PREÇOS E DEMANDA SUBINDO.

Os preços do trigo devem encerrar este ano acima de US$ 9 por bushel, conforme a oferta continua inferior à demanda, apesar da recuperação da produção mundial, estimou ontem o Société Generale. Nas primeiras projeções para temporada 2011/12, o banco francês disse prever que a safra global subirá para 670 milhões de toneladas, ante 644 milhões de toneladas em 2010/11, basicamente devido à melhora da produção na Rússia e na Europa.
Ainda assim, o Société Generale elevou a perspectiva de preço do quarto trimestre deste ano em relação à previsão anterior de US$ 7,26 por bushel, e informou que a relação mundial oferta/demanda deve cair 0,7 ponto porcentual, para 25,8%.
"A contínua tendência de queda dos estoques mundiais, o eventual fracasso da safra dos Estados Unidos, as fracas perspectivas de colheita do Oriente Médio e a possibilidade de a China importar trigo sustentam os preços", justificou Emmanuel Jayet, analista do banco. Em geral, as cotações dos grãos devem permanecer "em um nível elevado até o final do ano", já que a produção deixa os mercados com um superávit global de ofertas "relativamente limitado" de 16 milhões de toneladas, acrescentou ele.
Soja - A soja encara fundamentos particularmente altistas e deve continuar em déficit durante 2011/12. Mesmo com a produção mundial subindo para 261 milhões de toneladas, ante 255 milhões de toneladas no ano-safra anterior, Jayet disse que a demanda deve crescer mais rapidamente, alcançando 269 milhões de toneladas, ante 155 milhões de toneladas em 2010/11. Ele estima os preços da oleaginosa nos Estados Unidos em US$ 15,80 por bushel no final de 2011, à medida que "os estoques globais recuarão para o nível mais apertado em quase 15 anos."
Milho - O milho deve se beneficiar dos atuais níveis de preço elevados, com uma produção excedente de 26 milhões de toneladas, conforme a expansão do plantio impulsiona a demanda para 874 milhões de toneladas em 2011/12. Apesar disso, as cotações em Chicago devem mirar US$ 5,90 por bushel no final do quarto trimestre deste ano, mais de 10% abaixo do patamar atual, mas ainda próximo das máximas históricas. "Dado o persistente aperto no complexo de grãos, e o fato de que o mercado norte-americano de milho, em particular, deve continuar apertado, nós acreditamos que a perspectiva dos fundamentos não justifica uma queda acentuada dos preços", afirmou Jayet.

CHINA ELEVA TAXAS DE EMPRÉSTIMO E DE DEPÓSITO EM 0,25%

O Banco do Povo da China (PBOC, banco central) informou que vai elevar as taxas de juros de depósito e empréstimo de referência em 0,25% com efeito a partir de quarta-feira, em seu mais novo movimento para apertar a liquidez e controlar a inflação.
Em um comunicado, o PBOC afirmou que vai elevar a taxa de empréstimo de um ano em yuan para 6,06%, de 5,81%, e a taxa de depósito de um ano em yuan para 3,00%, de 2,75%.
A medida é tomada depois de o PBOC elevar as taxas de juros pela primeira vez em quase três anos no dia 19 de outubro do ano passado. Os juros foram elevados novamente na China em 25 de dezembro. Esses aumentos tiveram efeito a partir de 20 de outubro e 26 de dezembro.

CBOT/GRÃOS: REALIZAÇÃO DE LUCROS PRESSIONA FUTUROS.

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em queda nesta segunda feira, pressionados pela realização de lucros, uma vez que traders optaram por reduzir a exposição ao risco antes da divulgação na quarta-feira do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O contrato março, de maior liquidez, recuou 9 centavos, ou 0,6%, para fechar cotado a US$ 14,2450 por bushel. O novembro, referente à nova safra, perdeu 3 centavos, ou 0,2%, para US$ 13,66 por bushel.
A incerteza sobre a produção da América do Sul, com a perspectiva de que uma safra maior no Brasil do que o previsto inicialmente vai compensar qualquer queda na estimativa da Argentina, levou traders a reduzir a exposição ao risco.
A expectativa geral entre os analistas é de que o USDA vai elevar sua projeção para a produção brasileira. Mas as chuvas favoráveis elevaram o nível de incerteza sobre a produção argentina, e analistas tentam descobrir se as precipitações melhoraram a rentabilidade ou apenas reduziram as perdas.
O mercado não registrou nenhuma notícia nova que sustentasse a alta observada na abertura do pregão, uma vez que a China só deve retornar ao mercado após o feriado do Ano Novo Lunar, que acaba na quarta-feira. O país asiático é o maior importador mundial de soja.
Entretanto, o mercado mantém a tendência altista uma pois a perspectiva é que o USDA vai reduzir ainda mais a projeção para os estoques finais do país, que já estão em níveis precariamente baixos.
A forte demanda continua sendo o pilar de sustentação do mercado, limitando as quedas já que os participantes estão preocupados com a já apertada oferta.
O relatório de inspeções semanais dos embarques de grãos nos EUA durante a semana encerrada na última quinta-feira (dia 3) registrou 41,33 milhões de bushels de soja, acima do esperado. Os dados da semana passada foram revisados para cima em 13 milhões de bushels, para 42,77 milhões.
Os produtos derivados também fecharam em queda. O óleo de soja sofreu pressão do petróleo e o contrato março caiu 57 pontos, 1%, para fechar a 58,41 centavos por libra-peso.  O farelo de soja também registrou realização de lucros e o março retrocedeu US$ 0,80, ou 0,2%, para US$ 382,40 por tonelada.

MILHO RECUA DO MAIOR NÍVEL EM 30 MESES E FECHA COM PERDAS
Participantes do mercado de milho embolsaram lucros nesta segunda-feira e pressionaram as cotações da commodity negociada na Bolsa de Chicago. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em março caiu 3,75 cents ou 0,55% e fechou a US$ 6,7475/bushel. O movimento ocorreu depois que os futuros alcançaram o maior nível em 30 meses, a US$ 6,8125/bushel.
Traders tiraram as fichas da mesa antes da divulgação dos dados de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na quarta-feira. A espera aumenta a incerteza no mercado.
No entanto, a expectativa é de que o USDA confirme a situação de oferta extremamente baixa do cereal. "Não acho que os ganhos se manterão até o relatório e tampouco que as quebras durarão", disse o analista Tim Hannagan, da PFG Best.
O milho continua competindo com a soja por área plantada, cujos preços também estão no patamar mais alto em dois anos. Também concorre com o algodão, que na semana passada alcançou o maior preço em 140 anos. As discussões sobre os estoques estreitos dos Estados Unidos sustentaram o mercado.

TRIGO/EUA ATINGE MÁXIMAS EM 30 MESES COM NOVA DEMANDA INTERNACIONAL
Os preços futuros do trigo alcançara máximas em 30 meses nesta segunda-feira, com um novo fortalecimento da demanda no Oriente Médio e no Norte da África, inclusive no Egito. Na Bolsa de Chicago os contratos mais negociados, com vencimento em março, tiveram valorização de 5,0 cents ou 0,59% e fecharam a US$ 8,5875/bushel. Na Bolsa de Kansas City o mesmo vencimento saltou 10,75 cents ou 1,14% e fechou a US$ 9,5350/bushel.
Durante o fim de semana, o Egito comprou 170 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos, da Argentina e da Austrália, depois de quase um mês longe do mercado internacional. A compra robusteceu a confiança dos participantes em que a demanda do país permanecerá forte, apesar dos protestos políticos no Egito.
Aparentemente, essa aquisição despertou compras de outros países na região, onde os preços dos alimentos vêm subindo. Turquia, Argélia e Iraque abriram licitação de compra de trigo, segundo traders. "De repente há uma onda na demanda", comentou o analista Tim Hannagan, da corretora PFG Best.
Entretanto, a expectativa é de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mantenha sua projeção para as exportações de trigo no relatório mensal de safra que será divulgado na quarta-feira. Provavelmente o governo esperará para ver se a demanda permanece forte depois de ter aumentado a previsão das exportações em 4%, para 1,3 bilhão de bushels, no relatório do mês passado.

ALGODÃO/NY FECHA EM ALTA DE 4%.
Os preços futuros do algodão atingiram o novo limite de alta em Nova York, durante a sessão desta segunda-feira. Na semana passada, a bolsa anunciou a alteração do limite de 400 para 700 pontos. Os lotes mais negociados, para entrega em março, recuaram um pouco antes do fechamento e terminaram com ganhos de 665 pontos ou 3,96%, cotados a 174,51 cents/lb. Preocupações com a oferta global, diante da firme demanda, voltaram a puxar os preços.
No sábado, o Conselho Nacional de Algodão dos EUA previu que a área cultivada no país deverá crescer 14%, para 5 milhões de hectares. Isso pode render 4,2 milhões de toneladas da fibra, ou 200 mil t mais que no ano passado. Mas analistas acreditam que o aumento não será suficiente para recompor os estoques do país diante da forte demanda internacional pela fibra, em especial da China.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

SOJA/CÉLERES- SAFRA SERÁ 69,8 MILHÕES DE TONS

A safra 2010/11 de soja do Brasil deve atingir um recorde de 69,8 milhões de toneladas, de acordo com estimativa da Céleres divulgada hoje, ante previsão anterior de 68,1 milhões de toneladas.
A Céleres elevou sua previsão devido ao clima favorável no País, o que ampliou a produtividade das lavouras. Se confirmados os números, a produção ficará agora 1,9% acima do recorde anterior de 68,5 milhões de toneladas obtido em 2009/10, nos cálculos da consultoria. "Mesmo com o atraso nos trabalhos de plantio da soja, notamos que haverá o segundo registro consecutivo de safra recorde no Brasil. Por se tratar de um ano de La Niña, o clima no decorrer dessa safra acabou sendo mais favorável do que o esperado", disse a Céleres em comunicado.
A Céleres fez um leve ajuste na sua estimativa de área, passando de 23,7 milhões de hectares na previsão anterior para 23,9 milhões, um ganho de 2,5% em relação ao plantio observado na temporada anterior. Já a produtividade está estimada em 2.917 quilos por hectare, alta em relação aos 2.873 quilos previstos anteriormente, mas 0,7% abaixo dos 2.936 quilos registrados em 2009/10.
Em relação à produção, os principais ajustes se deram nas previsões para o Mato Grosso (+717 mil t, para um total de 19,474 milhões), Rio Grande do Sul (+410 mil t, para 9,635 milhões), Paraná (+273 mil t, para 14,012 mi), Mato Grosso do Sul (+70 mil t, para 5,139 mi) e Goiás (+60 mil t, para 7,518 mi).
Colheita - Segundo o levantamento da Céleres, o Brasil colheu 7% de sua produção até a semana passada, contra 10% na mesma época da temporada passada. Poucos Estados já deram início aos trabalhos, com destaque para o Mato Grosso, que colheu 15% das lavouras, e Goiás, com 10%.
"Notamos que indústrias e tradings estão praticando compras antecipadas, já se prevenindo de um contexto de preços elevados em meados de 2011, com pagamento de ágio sobre os preços que serão pagos na época da colheita", informou o relatório.
Comercialização - A consultoria estima ainda que 49% da produção brasileira já foi comprometida para venda, contra 47% na semana passada e 26% no mesmo período do ano passado.

MILHO: CÉLERES ESTIMA SAFRA EM 53,4 MILHÕES DE TONELADAS.
A consultoria Céleres revisou hoje sua estimativa para a safra de milho do País para 53,4 milhões de toneladas, sendo 31,032 milhões de toneladas na safra verão. O ajuste se deve à boa produtividade - 4,092 mil quilos por hectare - em áreas onde o milho já está sendo colhido. O volume nesta primeira safra é 3,6% maior que o esperado em janeiro, mas 6,6% menor que o de 2009/10.
Para a safrinha 2010/11, a Céleres também reviu seus números para cima, com base no estímulo que os preços remuneradores dão ao plantio.
A área deve atingir 5,4 milhões hectares, alta de 8,1% em relação a 2009/10. A produtividade média projetada é de 4,1 mil kg/ha, alta de 7,3% em comparação a 2009/10. A produção da safrinha deve atingir 22,445 milhões de toneladas, alta de 16% em relação a 2009/10.
Colheita - O levantamento da Céleres indica que a colheita da safra verão de milho chega a 5,2% da área nesta semana. O Paraná tem apenas 1% da área colhida, o que representa atraso de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior. Já o Rio Grande do Sul colheu 22% da área.

SOJA/AGRURAL ELEVA PREVISÃO DE SAFRA PARA 71,2 MI TONS

A AgRural elevou hoje sua estimativa para a safra 2010/11 de soja do Brasil para um recorde de 71,2 milhões de toneladas, contra estimativa em janeiro de 69,6 milhões, devido ao alto potencial produtivo observado nas lavouras de todo o País.
Se confirmada a estimativa, a produção brasileira ficará acima daquela registrada na temporada passada, de 68,7 milhões de toneladas, e que até então era o maior volume registrado na história. A previsão da AgRural é a maior entre as principais consultorias privadas e fica também acima das 68,5 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A área de plantio foi mantida em 24,12 milhões de hectares, mas a produtividade passou de 48,1 sacas por hectare na previsão anterior para 49,2 sacas, o que também será mais um recorde ao superar a produtividade de 48,8 sacas da safra passada. "O número reforça as primeiras projeções da AgRural, que já indicava tendência de produção recorde ao reconhecer que o fenômeno La Niña, apesar de oferecer riscos, não significa necessariamente quebra de safra", disse a consultoria em seu comunicado.
A AgRural elevou as estimativas de produtividade do Paraná (51,7 sacas por hectare), Rio Grande do Sul (40 sacas), Mato Grosso do Sul (48 sacas) e Bahia (51 sacas). Já a previsão para o Mato Grosso, maior produtor nacional, ficou inalterada em 53 sacas.
Entretanto, a consultoria destaca que Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul ainda podem enfrentar problemas relativos ao excesso de chuvas na colheita.
Comercialização - Com os preços da soja em níveis historicamente altos, a comercialização antecipada da soja atingiu até o final de janeiro 51% da produção esperada, contra 43% em dezembro e 31% no mesmo mês do ano passado, segundo o levantamento da AgRural.
Mato Grosso segue na dianteira com 71% da safra comercializada, contra 62% em dezembro e 54% em janeiro de 2010. No Paraná, segundo maior produtor nacional, a negociação antecipada já atingiu 35% da safra, ante 28% em dezembro e 15% no mesmo mês do ano passado.
Por sua vez o Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor, comercializou antecipadamente 26% da safra, seis pontos porcentuais a mais que em dezembro e 16 pontos acima do que foi registrado em janeiro de 2010.

CLIMA/SOMAR: FRENTES FRIAS CONCENTRADAS NO SUL DO PAÍS

As frentes frias devem continuar atuando mais sobre o Sul do Brasil nesta semana, associadas às águas aquecidas do Oceano Atlântico próximas da costa da região. Isso deve favorecer a ocorrência de chuvas significativas e concentradas entre Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, conforme avaliação da Somar Meteorologia, em seu boletim semanal.Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Goiás devem manter condição de pouca água e predomínio de sol. Volumes isolados devem ocorrer no período da tarde, típicos do verão.
A Somar observa, porém, que esse padrão de clima que perdurou nas últimas semanas deve mudar a partir do próximo fim de semana, quando as frentes frias voltam a atuar entre São Paulo e Rio de Janeiro. "As chuvas voltam a se concentrar nesses Estados e também em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Para próxima semana também há previsão de chuva para a Bahia", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.A previsão para os Estados do Sul na segunda quinzena de fevereiro é de redução das chuvas e do calor, principalmente no Rio Grande do Sul, enquanto o Paraná ainda vai alternar períodos mais chuvosos com períodos mais secos.
Já a parte norte do Nordeste (incluindo sertão e agreste), em virtude da atuação de mais um sistema meteorológico conhecido como Vórtice Ciclônico, continua sendo beneficiada com alguns episódios de água, principalmente no norte do Maranhão, Piauí, Ceará e no Rio Grande do Norte.
1ª semana de fevereiro
Segundo a Somar, o padrão de comportamento climático observado ao longo da segunda quinzena de janeiro repetiu-se ao longo da primeira semana de fevereiro, o que agrava a situação da falta de chuva em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e parte (leste/nordeste) de Goiás.
A combinação de frente fria "bloqueada" no Sul do País e um sistema de baixa pressão nos altos níveis (Vórtice Ciclônico) sobre o Nordeste tem sido responsável pela condição de chuvas nas últimas semanas. Na semana passada, as águas se concentraram sobre os Estados do Sul do Brasil e também sobre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Os índices de Água Disponível no Solo já refletem a mudança do padrão das chuvas observado nas últimas semanas. As condições são excelentes (superior a 90%) desde o norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo. Em contrapartida, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas apresentam baixos índices de água no solo.
Argentina
O padrão climático foi típico de verão na Argentina, na primeira semana de fevereiro. Os episódios de chuvas, na sua maioria, ocorrem em virtude de sistemas tropicais. "Por isso, os maiores volumes de chuva mais uma vez ficaram concentrados sobre o norte da Argentina", informa Etchichury.
Nas principais regiões produtoras da Argentina, incluindo as Províncias de Buenos Aires, Córdoba, Entre Rios e Santa Fé, as chuvas ainda não garantem uma regularização, mas ajudam a amenizar as condições da estiagem. De acordo com a Somar, o norte da Província de Santa Fé foi a região em as lavouras mais se beneficiaram com as águas das últimas duas semanas.
Assim como na semana passada, esta semana também começa com o deslocamento de uma nova frente fria sobre a Província de Buenos Aires e com volumes pluviométricos sobre a região central. "No restante do país, o tempo não muda muito em relação ao observado nos últimos dias, devendo ocorrer apenas alguns episódios de chuvas isoladas principalmente no norte do país. Em virtude da entrada de um sistema da alta pressão, o calor deve diminuir no decorrer da semana", informa Etchichury.
Para a segunda quinzena de fevereiro a tendência é de um período de pouca água sobre grande parte do território argentino. Isso porque, nesse período, as frentes frias associadas às condições tropicais (umidade da Amazônia) voltam a atuar mais sobre o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil.

PERSPECTIVA: GRÃOS NA EXPECTATIVA DE DADOS DO USDA.

Os mercados futuros de soja e milho negociados na Bolsa de Chicago iniciam a semana sob as dúvidas em relação ao relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará na quarta-feira. A expectativa é de mais uma redução nas previsões de estoques finais de ambos os grãos.
Analistas consultados pela Dow Jones preveem que o USDA vai reduzir sua estimativa de estoques finais de soja nesta temporada para 135 milhões de bushels, em comparação com previsão em janeiro de 140 milhões de bushels. Para o milho, a previsão é de 736 milhões, ante 745 milhões na estimativa anterior, já tida como os menores estoques em 15 anos, o que deixa o mercado sensível a qualquer sinal da demanda. "O USDA está tentando fazer um ajuste da demanda em doses homeopáticas. Ele está encurralado, porque sabe que não tem soja nos EUA, mas não pode colocar isso na sua planilha por medo de o mercado explodir. E o milho é a mesma coisa", avalia Vinicius Ito, da corretora Newedge.
O futuros da soja terminaram a sexta-feira sem direção comum, após uma semana de forte oscilação. Os contratos mais próximos sofreram pressão de um movimento de realização de lucros, enquanto a preocupação com a oferta sustentou os vencimentos mais distantes. O contrato março, de maior liquidez, recuou 2 centavos, ou 0,1%, para fechar cotado a US$ 14,3350 por bushel.
Já as cotações do milho encerraram a semana no maior nível em 30 meses na CBOT. O contrato com vencimento em março, o mais negociado, fechou com valorização de 16,0 centavos ou 2,42, cotado a US$ 6,7850 por bushel.
Além do USDA, traders discutem a demanda da Ásia depois que o Conselho de Grãos dos Estados Unidos, um grupo da indústria, projetou que a China vai importar até 9 milhões de toneladas de milho neste ano para abastecer os estoques. A estimativa está bastante acima daquela do USDA, que a avalia em 1 milhão de toneladas.
"Fala-se que o estoque de milho da China estaria próximo de 5% do uso, o que seria muito baixo. Esse é um tipo de venda que, se confirmada, diz que a China voltaria a ser um grande importador de milho como não se vê desde 1994", completou Ito.
Por sua vez, os preços futuros do trigo caíram na sexta-feira com preocupações de que os tumultos no Egito possam prejudicar a demanda no maior importador mundial do grão. Essas incertezas devem continuar influenciando o mercado nesta semana. Na Bolsa de Chicago os contratos com vencimento em março, os mais negociados, caíram 5,25 centavos, ou 0,61%, e fecharam a US$ 8,5375/bushel.

PREÇO DA TERRA BATE RECORDE NO BRASIL

De carona não só no boom dos preços dos alimentos, que atingiram em janeiro as maiores cotações em 21 anos no mundo, o valor das terras no Brasil disparou. No fim de 2010, o preço médio da terra alcançou níveis recordes e a maior valorização anual desde 2008, revela pesquisa Informa Economics/FNP, obtida co exclusividade pelo ‘Estado’.
No Sudeste, Nordeste e Norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do Sul do País, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no Centro-Oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare.
As mais caras
Mas as terras mais valiosas do País estão no Sul e Sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano.
O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos.
Na média do País, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%. “Todos os segmentos do agronegócio estão bons”, afirma a agrônoma Jacqueline Bierhals, gerente da consultoria e responsável pela pesquisa. Ela observa que a valorização das terras foi desencadeada pela explosão dos preços agropecuários, mas houve outros ingredientes que potencializaram a alta.
Com mais dinheiro no bolso, em razão dos resultados positivos das últimas safras, os produtores de médio e pequeno portes voltaram a investir, expandindo as áreas de produção e impulsionando os preços das terras. “Hoje o produtor não tem mais necessidade de pôr o imóvel à venda para pagar os funcionários.”
Ela cita Santa Catarina, onde predominam as pequenas propriedades, como o Estado com a maior valorização média do preço da terra em 12 meses, de 22%
A tendência de alta mais intensa em áreas menores é confirmada por Atilio Benedini Neto, da Benedini Imóveis, que atua na região de Ribeirão Preto. “Hoje os grandes compradores de terras são os médios e pequenos produtores que, capitalizados, compram cinco alqueires para expandir a produção.” Áreas menores são vendidas rapidamente, diz.
Só neste ano ele já fechou três negócios e a velocidade de vendas não é maior porque a oferta de terras na região é escassa. “O mercado é comprador.”
Minério e energia. Também o avanço de atividades que exigem áreas extensas, como exploração mineral e parques eólicos, por exemplo, passou a disputar e valorizar a terra voltada para o agronegócio, diz Jacqueline.
No ranking de valorização de terras, depois de Santa Catarina e do Amapá (20%) está o Rio Grande do Norte, com aumento médio de 16% do preços em 12 meses. Segundo Jacqueline, fazendas de camarão, exploração de salinas, parques eólicos e atuação da Petrobrás valorizaram as terras do litoral.
Um exemplo da valorização das terras do agronegócio impulsionada por outras atividades ocorre no Cerrado mineiro, onde se produz café. Em Patrocínio (MG), o hectare saiu de R$ 15 mil para R$ 25 mil em um ano, segundo o corretor Damião Cosme Machado, da Imobiliária Central. Além do aumento de 80% do preço do café em 12 meses, ele aponta a chegada da Vale na região, comprando 3 mil hectares para exploração de minérios como fator de alta do preço da terra.
Corretor há 20 anos, Machado diz que nunca viu o preço subir tanto em tão pouco tempo. “O preço da terra é recorde e o do café também.” De seis meses para cá, ele vendeu quatro fazendas para cafeicultores da região, uma delas à vista. Pequenos e médios sustentam alta
Nem mesmo o maior rigor imposto pelo governo na compra de terras por estrangeiros esfriou o mercado imobiliário rural. Desde agosto de 2010, foram mudadas as regras de aquisição de terras por estrangeiros. Em alguns casos, dependendo da localização e da área, é necessário até autorização do Congresso Nacional para que o negócio seja fechado.
“Hoje os fundos estrangeiros de investimento em terras estão fora do mercado, mas continuam estudando alternativas e prospectando negócios na Bahia e em São Paulo”, diz Jacqueline Bierhals, gerente da consultoria Informa Economics / FNP.
A expectativa de Jacqueline era que a maior restrição a estrangeiros tivesse reflexo no mercado, com recuo nos preços das terras. Mas isso não ocorreu e as cotações continuaram subindo, sustentadas pelas aquisições de pequenos e médios produtores nacionais, de olho nas boas perspectivas do agronegócio.
Na região dos municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, polo produtor de soja, milho, café e algodão, o número de produtores americanos interessados em comprar terras diminuiu, diz o gerente da Cooperativa Agropecuária do Oeste da Bahia, Toninho Assunção. A perda de interesse dos estrangeiros pela região começou antes da mudança nas regras para compra. “Com a crise de 2008, a procura por parte dos americanos diminuiu”, lembra Assunção, acrescentando que os chineses continuam visitando a região, mas não fecham negócio.
A valorização, na faixa de 60% das terras agrícolas no último ano na região, foi sustentada pelos produtores brasileiros, pela escassez de terras à venda e pela própria alta do grão. Assunção explica que, como muitos negócios são indexados em sacas de soja por hectare, nos últimos tempos houve não só aumento do preço da soja em reais como em número de sacas por hectare.
Esse movimento também ocorreu no oeste do Paraná, na região de Cascavel. Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, a cooperativa local, diz que o preço da saca de soja subiu de R$ 32 para R$ 45 em 12 meses na região e o número de sacas do produto por hectare aumentou, de 600 para 800 sacas. Para ele, o aumento de 80% na cotação da terra não é uma bolha especulativa. “O consumo mundial de soja cresceu e um parte desse aumento é uma recuperação de preços após a crise de 2008.” As informações são da edição de domingo do jornal O Estado de S. Paulo.

RALLY DA SAFRA/MT ENCERRA 1ª ETAPA: PRODUTIVIDADE E ALTA TECNOLOGIA

O Rally da Safra encerrou nesta tarde em Cuiabá a primeira etapa da expedição. A Equipe 1 percorreu desde a segunda-feira (31) cerca de cinco mil quilômetros pelos municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sapezal, no norte de Mato Grosso, Tangará da Serra, no sudoeste do Estado, a partir de Cuiabá, para onde retornou hoje. Visitou áreas de soja precoce, que representam cerca de 30% do total cultivado em Mato Grosso, de cerca 6,2 milhões de hectares. Em março, os agricultores mato-grossenses vão colher a soja normal e tardia, e uma outra equipe do Rally da Safra retornará ao Estado, principal produtor de soja do País, com cerca de 19 milhões de tons.
Nesta primeira visita às regiões produtoras constatou-se que o clima foi bastante favorável ao desenvolvimento das lavouras de soja precoce, embora no médio-norte as chuvas tenham atrasado, o que, no entanto, não deve comprometer a produtividade. O ataque de pragas e doenças foi bem controlado por meio de aplicações preventivas de produtos químicos.
Apesar da avaliação positiva ainda não há estimativa sobre a produtividade. Mas os técnicos e produtores esperam que o rendimento da soja precoce supere a média do ano passado, o que deve puxar o resultado total no Estado - há expectativa também de boa produção para safra normal e tardia. A Agroconsult, promotora do Rally da Safra, prevê uma produção recorde de soja no Brasil este ano, com 70,3 milhões de tons.
Aumento da tecnologia - A expedição verificou também que o agricultor tem apostado em alta tecnologia. A agricultura de precisão, com utilização de satélites, ganha cada vez mais espaço entre os agricultores mato-grossenses. As colheitadeiras são de última geração. Esses investimentos confirmam a teoria da Agroconsult de que um novo ciclo de expansão da atividade agrícola está em processo no Brasil, voltada mais para o uso de tecnologia e otimização das áreas existentes do que para a abertura de novas áreas.
O Rally da Safra constatou que os agricultores já comercializaram boa parte da produção, entre 60% e 70% do total. A saca foi vendida inicialmente entre US$ 14,00 e US$ 16,00, atingindo agora US$ 20,00 a US$ 22,00 a saca, acompanhando o desempenho dos contratos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT). "Os preços dos grãos e do algodão estão excepcionais, o agricultor está confiante e a expectativa é de boa rentabilidade para soja, algodão e milho", disse o engenheiro agrônomo André Debastiani, da Agroconsult.
Amostras - A Equipe 1 do Rally da Safra coletou mais de cem amostras de lavoura de soja precoce durante a semana. A partir da próxima segunda-feira, a Equipe 2 partirá de Cuiabá, desta vez em direção ao leste do Estado, onde está Primavera do Leste, seguindo depois para Alto Garças, Jataí e Rio Verde, em Goiás. Até 27 de março, várias equipes percorrerão cerca de 55 mil quilômetros em 11 Estados - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão. Os dados coletados representam 98% da área cultivada de soja e 80% da área com milho em todo Brasil.

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