quinta-feira, 19 de maio de 2011

SOJA: MERCADO FECHA ESTÁVEL APESAR DE COMPRAS DA CHINA.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam próximos dos níveis do dia anterior, em meio a dados que levantaram incertezas sobre a demanda entre os participantes do mercado. O contrato julho terminou estável, cotado a US$ 13,7950 por bushel.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje que exportadores privados fecharam acordos para vender 110 mil toneladas de soja para a China, maior importador mundial, com entrega após 31 de agosto. Essa aquisição acaba com um período de ausência da China do mercado, já que o país asiático tinha se voltado para a América do Sul. A China agora está voltando aos EUA, disse Alan Bugler, da Bugler Marketing & Management.
Entretanto, as vendas semanais até 12 de maio foram baixas. Segundo o USDA, os EUA venderam apenas 166.100 toneladas de soja da safra 2010/11, e 100 toneladas para 2011/12.
Já os produtos derivados fecharam com leve alta, ampliando os ganhos recentes devido às preocupações com a oferta. O farelo chegou a atingir a maior cotação desde 1 de abril, mas em seguida o contrato julho reduziu os ganhos, terminando a US$ 361,40 por tonelada, alta de US$ 0,40 ou 0,11%. O óleo de soja atingiu a máxima de duas semanas e meia, e fechou com ganho de 16 pontos, ou 0,28%, cotado a 57,46 centavos por libra-peso.

SAFRA AGRÍCOLA E ECONOMIA DO PAÍS JUSTIFICAM ENTRADA DE DÓLAR

A intensificação dos embarques relacionados à safra agrícola e à contínua atratividade da economia brasileira aos olhos dos investidores internacionais está por trás da retomada do crescimento da entrada de dólares no País em maio, segundo avaliações internas do governo. O fluxo cambial em maio até o último dia 13 foi positivo em US$ 8,8 bilhões, bem acima do verificado em abril, quando a entrada líquida de dólares foi de US$ 1,5 bilhão.
No mês passado, o fluxo de divisas para o Brasil teve uma queda brusca, refletindo as medidas tomadas pelo Ministério da Fazenda e Banco Central, como a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em créditos de até dois anos tomados no exterior e a limitação da aposta de valorização do real feita pelos bancos. Naquele mês, a conta financeira registrou um saldo negativo de US$ 1,8 bilhão, invertendo a tendência dos meses anteriores.
Em maio, contudo, o fluxo financeiro voltou a vir com força (registrando saldo positivo de US$ 4,5 bilhões), embora o desempenho do segmento comercial também tenha sido notável. Os números divulgados ontem pelo BC não mostram detalhamento da origem dos recursos no câmbio financeiro, mas fontes apontaram que crédito de longo prazo e investimento estrangeiro direto (IED) deram boa contribuição para esse resultado. Também há uma avaliação de que as medidas adotadas pelo governo continuam inibindo o ingresso do capital tipicamente especulativo, indesejado pelo governo porque gera maior risco de instabilidade econômica. E de que o arrefecimento da atividade econômica que está em curso vai ajudar a conter o ímpeto por tomada de crédito no exterior.
A despeito das medidas para conter os excessos no mercado de câmbio, o governo avalia que o Brasil, pela combinação de solidez macroeconômica, democracia consolidada e perspectiva de crescimento, continua sendo um polo de atração de dinheiro estrangeiro, quadro que é reforçado pela abundante liquidez internacional.
De qualquer forma, o governo, embora esteja em um momento mais de acompanhamento e avaliação dos efeitos das ações já tomadas, continua preocupado em monitorar os fluxos, já que o forte ingresso de dólares gera risco de expansão excessiva do crédito no País, o que alimentaria a inflação. Também gera riscos de uma exposição perigosa de empresas nacionais ao dólar, diante da queda da moeda ante o real, fator que pode agravar situações de crise financeira, como ocorreu no fim de 2008. "Sempre é bom lembrar que o câmbio é flutuante e que o dólar pode cair, mas também subir. É preciso ter cautela e proteger-se dos riscos cambiais", disse uma fonte do governo.
Além da retomada das entradas na conta financeira, outra fonte da área econômica destaca que os ingressos no segmento comercial também superam com folga os verificados nos primeiros meses de 2011, e até os registrados no mesmo período dos anos anteriores. A combinação da sazonalidade no setor agrícola com o próprio crescimento das exportações favoreceu o desempenho desse segmento, desde abril, puxando os números especialmente dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC), que em abril foram muito fortes e em maio têm tido desempenho positivo também.
O superávit comercial (exportações maiores que importações) foi de US$ 4,25 bilhões nos dez primeiros dias úteis de maio. "No segundo trimestre começa a venda da safra, mas ainda assim o movimento é forte", disse uma fonte.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

GRÃOS/EUA: LINN GROUP ESTIMA ÁREA DE MILHO 3% MENOR.

A empresa norte-americana de pesquisa e corretagem Linn Group estimou nesta quarta-feira que os produtores dos Estados Unidos cultivarão área quase 3% menor do que a prevista pelo governo, por causa das chuvas que atrasam os trabalhos de plantio. O Linn Group afirmou que "enchentes e chuvas persistentes adiaram o início da temporada de plantio 2011 nos Estados Unidos e continuam sendo um problema todos os dias".
A empresa estimou a área plantada com milho em 89,5 milhões de acres (36,22 milhões de hectares), abaixo da estimativa divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em março, de 92,2 milhões de acres (37,31 milhões de hectares). A expectativa ainda é de que a área seja maior do que a do ano passado, que totalizou 88,2 milhões de acres.
O Linn Group estimou a área plantada com soja em 75,1 milhões de acres (28,93 milhões de hectares), inferior à prevista pelo USDA, que espera um total de 76,6 milhões de acres (30,99 milhões de hectares). No ano passado, o plantio de soja somou 77,4 milhões de acres.
A área plantada com trigo de primavera foi estimada pelo Linn Group em 14 milhões de acres (5,66 milhões de hectares), ante estimativa de 14,4 milhões de acres do USDA (5,82 milhões de hectares), mas acima dos 13,7 milhões de acres cultivados no ano passado. Os dados do USDA serão atualizados em junho.

COMMODITIES: POTENCIAL DE ALTA
Os preços das commodities têm muito potencial de alta, apesar das preocupações com o impacto econômico do possível fim da política de afrouxamento monetário dos Estados Unidos no próximo mês ou da elevação da taxa de juros na China. A avaliação é do diretor de gerenciamento de pesquisa em commodities do banco britânico Barclays Capital, Kevin Norrish. Ele afirmou hoje que a apreciação das commodities desde 2009 ainda se encontra em estágio inicial se comparada a ciclos anteriores. Os preços das commodities caíram cerca de 10% a partir do pico mais recente, mas ainda estão cerca de 80% mais altos do que em janeiro de 2009.
A rápida melhora na demanda está pressionando a oferta, apertada pela falta de investimentos durante a crise financeira global. Os estoques de petróleo no mundo diminuíram para nível próximo ao registrado em julho de 2008 e a capacidade de reposição equivale a menos de 4% da demanda global. "Fatores que absorvem choques são poucos, mas o potencial de choques ainda é muito grande", disse Norrish.
O Barclays estima que o crescimento econômico global será superior a 4% neste ano e no próximo, o que Norrish afirma estar em linha com a maioria das estimativas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento de 4,4% em 2011. "Desafio as pessoas a serem pessimistas para as commodities se estiverem olhando para esse tipo de cenário de crescimento econômico", comentou.
Entre os riscos para o crescimento econômico estão a conclusão de uma segunda rodada da política de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, marcada para fim de junho; e uma eventual elevação excessiva da taxa de juros na China, enquanto o país tenta controlar a inflação.
Norrish argumenta que o fato de o Federal Reserve (Fed) impulsionar a liquidez dos mercados ao comprar títulos desacelera a demanda por commodities que se baseia nos fundamentos. Ele avalia que a política será desfeita gradualmente, sem planos imediatos de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos. O Fed, disse Norrish, cometeu um erro no que diz respeito à inflação até agora e não deve perder o foco no apoio ao crescimento econômico.
Sobre a China, a analista do Barclays Yingxi Yu afirmou que a pressão inflacionária deve desacelerar no segundo semestre, na media em que fizerem efeito algumas medidas de aperto monetário adotadas recentemente. "Os consumidores chineses são muito sensíveis aos preços de metais básicos, mas a demanda ainda está lá", declarou.
O Barclays estima que cobre, alumínio, petróleo e eletricidade serão as mercadorias mais fortes neste ano. O banco espera que os preços do cobre atinjam US$ 12.000/t no quarto trimestre de 2011. O contrato do cobre para três meses negociado na London Metal Exchange atualmente é negociado acima de US$ 9.000/t. Norrish entende que um aperto na oferta de petróleo é quase inevitável, mas não acredita que isso ocorrerá no segundo semestre deste ano ou no seguinte.
"Se não houver eventos geopolíticos no Oriente Médio ou na África no segundo semestre deste ano, os preços devem se estabilizar num intervalo mais baixo, em torno de US$ 110 o barril", projetou Norrish. "Mas em algum momento uma elevação maior é inevitável. Portanto, temos recomendado dezembro de 2015 como uma boa compra, segurando posições de longo prazo no petróleo."

CBOT/GRÃOS SOBEM SUSTENTADOS POR TEMOR CLIMÁTICO.

Os futuros da soja fecharam em alta hoje na CBOT sustentados pelas compras generalizadas em commodities. Segundo traders, a oleaginosa recebeu suporte ainda das fortes altas do milho, do trigo e do petróleo. O contrato julho da soja terminou com ganho de 38,50 centavos, ou 2,87%, cotado a US$ 13,7950 por bushel.
As preocupações com a safra deram impulso ao mercado, uma vez que o tempo úmido que atrasa o plantio do milho "pode também prejudicar o potencial de rendimento da soja se os atrasos continuarem", de acordo com a Doane Advisory Services.
A soja é plantada mais tarde do que o milho, mas as previsões de tempo úmido nos próximos dias indicam que "os atrasos no plantio da soja serão a próxima preocupação", de acordo com a corretora RJ O'Brien.
Os produtos derivados também fecharam com fortes ganhos em meio às compras de commodities e em linha com os ralis na soja, milho, trigo, petróleo e ouro. O contrato julho do farelo subiu US$ 10,60, ou 3,03%, para fechar a US$ 361 por tonelada. O mesmo vencimento do óleo avançou 126 pontos, ou 2,25%, cotado a 57,30 centavos por libra-peso.

MILHO FECHA PERTO DO LIMITE DE ALTA COM ATRASO NO PLANTIO
Os atrasos no plantio de milho nos Estados Unidos voltaram a impulsionar as cotações do cereal na Bolsa de Chicago. O temor maior é de que os estoques fiquem muito baixos antes da colheita que será realizada no outono do Hemisfério Norte. Posição mais líquida, o contrato com vencimento em julho subiu 29,50 cents ou 4,10% e fechou cotado a US$ 7,4975/bushel. Durante a sessão, atingiu o limite de alta de 30 cents, na máxima de 7,5025/bushel. Trigo e soja também subiram.
O excesso de chuvas vem atrapalhando o plantio de milho nos Estados Unidos, o que indica que a colheita provavelmente começará mais tarde do que o normal. Consumidores de grãos estão preocupados com o eventual atraso da entrada da safra, pois os a previsão é de que os estoques finais sejam os menores em 15 anos.
Segundo o vice-presidente de pesquisa da R.J. O'Brien, Rich Feltes, a situação de oferta do milho está "ficando mais séria", pois o plantio praticamente se arrasta.
A empresa norte-americana de pesquisa e corretagem Linn Group estimou nesta quarta-feira que os produtores dos Estados Unidos cultivarão área de milho quase 3% menor do que a prevista pelo governo, por causa das chuvas que atrasam os trabalhos de plantio.
O Linn Group afirmou que "enchentes e chuvas persistentes adiaram o início da temporada de plantio 2011 nos Estados Unidos e continuam sendo um problema todos os dias".
A empresa estimou a área plantada com milho em 89,5 milhões de acres (36,22 milhões de hectares), abaixo da estimativa divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em março, de 92,2 milhões de acres (37,31 milhões de hectares). A expectativa ainda é de que a área seja maior do que a do ano passado, que totalizou 88,2 milhões de acres.

TRIGO SOBE 7% COM EXPECTATIVA DE QUEDA NA PRODUÇÃO
Os preços futuros do trigo subiram com força hoje no mercado americano, puxados principalmente por causa da expectativa de que a produção global será menor do que se imaginava.
Na Bolsa de Chicago os contratos com vencimento em julho subiram 53,0 cents ou 6,94% e fecharam a US$ 8,17/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento avançou 43,50 cents ou 4,86% e terminou a US$ 9,38/bushel.
A consultoria Stratégie Grains descartou sua antiga previsão de crescimento da produção de trigo francesa, dizendo que a seca afetou o desenvolvimento das lavouras no país. Agora, prevê que a safra totalizará 35 milhões de toneladas em 2011, ante 35,6 milhões de toneladas em 2010. "Agora estamos recebendo a confirmação na Europa de que a safra pequena está ficando ainda menor", afirmou o presidente da corretora Global Commodity Analytics & Consulting, Mike Zuzolo.
Além disso, o excesso de chuvas desacelera o plantio de trigo de primavera dos Estados Unidos, impulsionando os preços locais, hoje especialmente em Minneapolis.

SOJA FECHA EM ALTA SUSTENTADO POR COMPRAS ESPECULATIVAS

Os futuros da soja encontraram suporte no final do dia depois de serem negociados tanto em território positivo quanto negativo, e fecharam em alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça feira. O contrato julho subiu 14,50 centavos, ou 1,09%, cotado a US$ 13,41 por bushel.
O mercado acompanhou os ganhos do milho e do trigo, sustentados pela preocupação com a oferta apertada particularmente neste momento de atraso do plantio no leste do Meio-Oeste, segundo analistas.
A redução das perdas do petróleo, a alta dos grãos e a incapacidade da soja de atrair vendedores no menor nível do intervalo recente de negociação deram sustentação no final do dia, uma vez que isso despertou compras especulativas, explicaram analistas.
Os produtos derivados também conseguiram se recuperar de perdas anteriores e terminaram em alta, em linha com a soja. O óleo foi ainda influenciado pela volatilidade nos futuros de energia, ganhando sustentação quando o petróleo conseguiu reduzir as perdas.
O contrato julho avançou 13 pontos, ou 0,23%, para 56,04 cents por libra-peso. O mesmo vencimento do farelo ganhou US$ 4,70, ou 1,36%, para fechar a US$ 350,40 por tonelada.

MILHO VOLTA A SUBIR FORTE EM MEIO A PREOCUPAÇÃO COM PLANTIO
As cotações do milho subiram com força novamente na Bolsa de Chicago, com alta puxada por preocupações relacionadas ao plantio nos Estados Unidos. Teme-se que os produtores norte-americanos plantem o cereal em área menor do que a pretendida. Os contratos com vencimento em julho, os mais negociados, saltaram 22,75 cents ou 3,26% e fecharam cotados a US$ 7,2025/bushel.
Produtores encontram dificuldades para plantar na área leste da região Meio-Oeste, por causa do excesso de umidade, e no norte das Grandes Planícies. Muitos podem desistir do cultivo de milho, a menos que o clima melhore.
Já se o milho for plantado tardiamente, a safra pode perder produtividade, pois terá de se desenvolver durante o pico do calor de verão. "Estamos ficando sem tempo", disse o analista Bill Gentry, da corretora Risk Management Commodities.

terça-feira, 17 de maio de 2011

FOSFATO: COMEÇA SONDAGENS EM MATO GROSSO.

A empresa do GM4, do Grupo Oportunit, iniciou ontem os trabalhos de sondagem para recolhimento de amostras do depósito de fosfato localizado em Mirassol D'Oeste (300 km a oeste de Cuiabá). Segundo nota da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato Grosso, o anúncio foi feito por Washington Rydz Rebouças Santana, diretor da empresa Bemisa Brasil Exploração Mineral, que integra o Grupo GM4. Rydz se reuniu na última sexta-feira com o secretário Pedro Nadaf.
Na nota, a assessoria de imprensa da secretaria relata que o diretor da Bemisa afirmou que o projeto de exploração do minério de fosfato é viável e que a empresa pretende encontrar na área mineralizada o bloco de maior concentração. As análises serão feitas no material recolhido nas sondagens, que atingirão 2 mil metros de profundidade. Rydz estima que até dois anos após a análise e levantamento da concentração serão desenvolvidas as ações para a exploração.
O diretor afirmou que o projeto está entre os prioritários executados pelo Grupo GM4 no País. A sondagem de 2.000 metros de profundidade corresponde a aproximadamente 25 furos. Após as reservas serem detectadas, a empresa começará a etapa de estudo de viabilidade do processo tecnológico para aproveitamento da rocha fosfática. No total serão 5 mil metros de perfuração, sendo que os outros 3 mil metros deverão ser perfurados no segundo semestre deste ano.
Pré-sal - Em setembro do ano passado, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), então candidato à reeleição, anunciou as descobertas de depósitos de 427 milhões de toneladas de fosfato e 11.500 bilhões de toneladas de ferro na Serra do Caeté, próximo a Mirassol D'Oeste. Entretanto, na nota sobre o início das sondagens a secretaria se restringe a relatar as prospecções do fosfato e não faz nenhuma menção aos depósitos de ferro, na época anunciados como o "pré-sal de Mato Grosso".

SOJA: BRASIL PODE GANHAR MERCADO SE SAFRA AMERICANA ATRASAR

O clima úmido que vem atrasando o plantio de milho e de soja nos Estados Unidos pode criar oportunidades para as exportações brasileiras da oleaginosa. "O Brasil pode ser beneficiado com um fluxo maior de exportação. Se a China voltar a comprar num ritmo mais forte e os EUA estiverem sem soja disponível, o Brasil tende a se beneficiar", avalia Ricardo Lorenzet, analista da XP Agro.
A safra norte-americana normalmente entra no mercado em setembro, mas nesta safra isso pode acontecer mais tarde. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que cerca de 22% da área estimada em 76,6 milhões de acres (31 milhões de hectares) foi plantada até domingo. No mesmo período do ano passado, 37% da área com soja havia sido semeada, e, na média de cinco anos, 31%. Em Iowa, 47% das lavouras foram cultivadas, acima da média de 38% para esta época. Mas o plantio de soja está abaixo do normal no leste do Meio-Oeste, sendo que Indiana tem 6% da área semeada, ante média de 30%. Em Ohio, apenas 3% foi plantada, ante média de 44%. Se a ampliação do período de entressafra nos EUA se confirmar neste ano, os compradores poderão buscar outras origens, como o Brasil, que no momento finaliza a colheita de uma safra recorde estimada em 73,6 milhões de toneladas.
Lorenzet destaca, entretanto, que para que o Brasil ganhe esse mercado é necessária demanda, atualmente fraca tanto no mercado interno norte-americano como para exportação em geral, principalmente devido ao afastamento da China. "Nos próximos dois a três meses será difícil ter um fluxo forte de demanda. A China comprou muita soja quando havia incertezas em relação à safra sul-americana. Agora, está embarcando o produto e consumindo estoques internos", completou Lorenzet.
Na semana passada, o USDA reduziu a estimativa de exportação na safra 2010/11, que termina em setembro, para 42,18 milhões de t, contra 43 milhões de tons anteriormente. A previsão de importação pela China caiu de 57 milhões de toneladas para 54,5 milhões de t. Para 2011/12, a estimativa de exportação total dos EUA é de 41,9 milhões de toneladas.
Daniele Siqueira, analista da AgRural, ressalva que para atender a um aumento potencial de mercado o Brasil precisa ter produto, e isso hoje não está assegurado. Normalmente, a América do Sul abastece o mercado mundial no primeiro semestre. "Se houver um atraso muito expressivo, o Brasil poderia exportar em setembro e outubro. Mas seria muito pouco, porque estaremos na entressafra. Não vai ser uma grande oportunidade de mercado, mas sempre ajuda", disse ela.
Por outro lado, o produtor brasileiro que ainda tiver alguma soja em mãos poderá se beneficiar de preços mais altos. A AgRural estima que 65% da safra 2010/11 brasileira já foi negociada. "Se o clima continuar ruim nos EUA a ponto de ameaçar áreas já plantadas com soja, a tendência é de preços firmes no mercado mundial", completou Daniele.
A analista, entretanto, lembra que os EUA têm a capacidade de avançar rapidamente com o plantio, e que adiar as negociações contando com o atraso da entrada da safra norte-americana no mercado não deve ser uma estratégia. "Quando o produtor brasileiro acompanha o mercado climático nos EUA, o ideal é que aproveite os ralis para escalonar as vendas. Quando a safra americana se definir em agosto, aí sim será o momento de fazer uma aposta."

DESENVOLVIMENTO DO PLANTIO/EUA: MILHO EVOLUI.

O plantio de milho avançou na região central e no oeste do Cinturão do Milho nos Estados Unidos ao longo da última semana, de acordo com o relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O clima quente e mais seco permitiu que o plantio fosse quase concluído em áreas do oeste.
Até domingo, 63% da safra de milho do país havia sido plantada, ante 40% na semana anterior. O ritmo está em linha com o esperado por analistas, que previam de 58% a 65%. Entretanto, a média para esta época do ano é de 75%.
No Estado de Iowa, principal produtor do país, 92% das lavouras de milho foram cultivadas, mais do que os 69% obtidos uma semana antes e acima da média em cinco anos, de 84%. Produtores cultivaram 69% da safra de Illinois, segundo maior Estado produtor do país, o que representa mais do que os 34% obtidos uma semana antes, e pouco atrás da média de 74%.
Produtores no leste da região Meio-Oeste, ao longo do Meio-Sul, continuaram a luta contra a umidade, segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache. Apenas 29% da safra de Indiana havia sido plantada até domingo, menos do que a média de 66% para este momento. Enquanto isso, 7% da safra de Ohio foi plantada, apenas cinco pontos porcentuais a mais do que na semana passada, e menos do que a média de 70%.
As condições ainda não chegaram a um ponto que produtores consideram viável migrar para outras culturas, mas nos Estados mais ao norte, como a Dakota do Norte, eles estão avaliando migrar para outras variedades de sementes de desenvolvimento mais curto, para garantir a maturação antes das geadas de outono, segundo McCambridge.
O desenvolvimento da safra também está inferior ao normal. De modo geral, 21% da safra de milho do país emergiu, ante 7% na semana passada e média de 39% para esta época do ano, de acordo com o USDA.

Soja
Cerca de 22% da safra de soja foi plantada até domingo, o que indica avanço em relação aos 7% da semana passada, mas abaixo da média de 31%. Em Iowa, 47% das lavouras foram cultivadas, acima da média de 38% para esta época. O plantio de soja está abaixo do normal no leste do Meio-Oeste, como ocorre com o milho, enquanto em Indiana 6% da área foi semeada, ante média de 30%. Em Ohio, apenas 3% foi plantada, ante média de 44% em cinco anos.
Trigo
O plantio de trigo de primavera avança lentamente, pois o tempo úmido continuou inibindo o cultivo no norte das Grandes Planícies. Cerca de 36% da safra de primavera foi plantada até domingo, ante 22% na semana passada, mas abaixo da média de 76%.
Na Dakota do Norte, maior produtor de trigo de primavera do país, os produtores plantaram 15% da safra, mais do que os 7% da semana passada, e abaixo da média de 68%. McCambridge declarou que o lento ritmo aumenta as preocupações, já que metade da safra de trigo de primavera é cultivada no Estado. Consumidores do grão estão preocupados com a possibilidade de os produtores plantarem área menor do que o previsto.
Enquanto isso, as condições da safra de trigo de inverno se deterioraram novamente por conta de estiagem severa nas áreas centrais e no sul das GrandesPlanícies. De modo geral, o trigo de inverno foi avaliado pelo USDA com 32% de condição boa a excelente, um ponto porcentual a menos do que na semana passada e ante 66% um ano atrás. Em Kansas, maior Estado produtor de trigo de inverno no país, a avaliação boa a excelente caiu de 18% para 15%.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

SOJA: FUNDAMENTOS FRACOS DERRUBAM O MERCADO.

Os futuros da soja fecharam em queda na bolsa de Chicago hoje, depois de terem sido negociados a maior parte do dia em alta. O enfraquecimento do petróleo e do milho pressionaram no final da sessão, e o contrato julho terminou cotado a US$ 13,2650 por bushel, queda de 3 centavos ou 0,23%.
A soja havia subido no início na esteira do milho, porém os ganhos foram maiores do que os fundamentos do grão sugerem, disse o analista da ebottrading.com John Kleist. O mercado não registra demanda suficiente para sustentar uma forte alta das cotações, uma vez que registra demanda menor tanto para exportação quanto interna em meio à crescente competição da safra recorde sul-americana.
Além disso, a possibilidade de os produtores optarem por plantar soja em algumas áreas que seriam inicialmente destinadas ao milho devido ao atraso no plantio do cereal aumenta a pressão sobre os preços da oleaginosa.
Entre os produtos derivados, a óleo de soja acompanhou o recuo do grão no final e também fechou em queda, mas os traders olharam ainda os mercados externos, já que o recuo do petróleo encorajou vendas no óleo. O contrato julho caiu 23 pontos, ou 0,41%, para terminar a 55,91 centavos por libra-peso.
Já o julho do farelo fechou com alta de US$ 0,30, ou 0,09%, cotado a US$ 345,70, embora os ganhos tenham se enfraquecido no final em linha com a soja.

INDÚSTRIA DOS EUA ESMAGOU MENOS EM ABRIL As indústrias norte-americanas processaram em abril 3,3 milhões de toneladas de soja, ante 3,66 mi de tons em março e 3,585 mi de t em igual período de 2010.
A produção de farelo e óleo de soja também caiu, como consequência do menor esmagamento. Os números foram divulgados hoje pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, sigla em inglês) dos Estados Unidos.

MILHO FECHA EM ALTA DE 2,3% COM PREOCUPAÇÕES NO PLANTIO
Os preços futuros do milho subiram com força nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago com alta puxada por preocupações relacionadas ao plantio, que provavelmente não chegou a uma área muito extensa por causa do excesso de umidade. Os contratos com vencimento em julho, os mais líquidos, avançaram 15,50 cents ou 2,27% e fecharam a US$ 6,9750/bushel.
As temperaturas amenas e as chuvas estão atrasando o plantio no norte das Grandes Planícies e na área leste do meio-oeste dos Estados Unidos, enquanto enchentes submergiram parte das terras agrícolas ao longo do rio Mississippi. "Quando você junta tudo, provavelmente falará facilmente de 1 milhão a 1,5 milhão" de acres que não serão cultivados, segundo o presidente da corretora The Money Farm, Mike Kruger.
Entretanto, produtores de algumas regiões fizeram grandes avanços no plantio de milho na semana passada. O clima está mais quente e seco em Illinois, onde o plantio pode ter avançado 34% em relação à semana passada, segundo o agrônomo Emerson Nafziger, da Universidade de Illinois.
A inspeção semanal de exportação de milho dos Estados Unidos superou as expectativas, mostrando forte demanda pelo grão. Isso também sustentou os preços. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 937,3 mil toneladas de milho foram inspecionados para exportação na semana encerrada em 12 de maio, o que representa 24% mais do que na semana anterior. As exportações avançaram depois da recente queda dos preços.

PERSPECTIVA: PLANTIO NOS EUA, FUNDOS E CÂMBIO PEDEM CAUTELA.

Após uma semana marcada pela volatilidade, os mercados de soja e milho devem adotar um tom de cautela a partir de hoje na Bolsa de Chicago. Os participantes vêm acompanhando com mais atenção a evolução do plantio nos Estados Unidos, mas a demanda, o movimento especulativo dos fundos e a oscilação do dólar também ganham destaque.
"Estamos vendo um mercado que, por um lado, não quer cair muito pois sabe que os Estados Unidos têm estoques baixos, prêmio de clima e porque o plantio começou atrasado. E por outro, não consegue subir porque os fundos estão liquidando posições compradas tanto de soja quanto de milho. Além disso, vimos um fortalecimento do dólar em maio que tirou um pouco do interesse das commodities", disse Vinicius Ito, da Newedge corretora.
Na sexta-feira, o contrato julho da soja caiu 13,25 centavos, ou 0,99%, e fechou cotado a US$ 13,2950 por bushel. A pressão veio da recuperação do dólar e vendas especulativas. Mas o enfraquecimento da demanda e a possibilidade de a soja ganhar área inicialmente destinada ao milho ampliam a fraqueza. Segundo Ito, a oleaginosa deve buscar uma estabilidade em torno de US$ 13,50 por bushel.
Já os contratos mais próximos do milho encontraram suporte no aumento das compras por consumidores internacionais após a queda recente - sul-coreanos realizaram na semana passada sua primeira aquisição em quase dois meses. O vencimento julho fechou em alta de 1,50 centavo, ou 0,22%, cotado a US$ 6,82 por bushel. Por outro lado, traders estão preocupados com a demanda, que pode esvaziar os estoques, já apertados. E os problemas climáticos que atrasam o plantio no país são uma constante.
"Como o milho está com o plantio muito atrasado, estou cético em pensar que vai cair muito mais. O cereal encontra suporte a US$ 6,50 e a expectativa é de que pode avançar para US$ 7. Mas vai depender da demanda no mercado físico", completou Ito.
O mercado de trigo encara agora rumores de que a Rússia pode retomar as exportações, segundo o analista da Newedge. Além disso, pesam sobre os preços as condições mais favoráveis nas Planícies para o cereal de primavera e a falta de competitividade do produto americano. Na última sessão, o contrato julho recuou 7,75 centavos, ou 1,05%, cotado a US$ 7,2775 por bushel.

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