sexta-feira, 2 de julho de 2010

MILHO SAFRINHA : COLHEITA EM MT ATINGE 41,1%.

O ritmo da colheita do milho safrinha em Mato Grosso neste ano está 20,3 % mais adiantado em relação à igual período do ano passado, segundo levantamento semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
Segundo o Imea, nesta semana a colheita atingiu 41,1% dos 2,002 milhões de hectares cultivados, enquanto no mesmo período do ano passado 20,8% da área havia sido colhida. O volume retirado das lavouras até agora é estimado em 3,445 milhões de toneladas, levando em conta a projeção do Imea de produção de 8,383 milhões de toneladas.
A expectativa é grande em relação às lavouras de milho que começam a ser colhidas nesta semana, pois foram plantadas mais tarde e sofreram mais os efeitos da forte estiagem durante abril e maio. Um produtor explica que a avaliação visual não permite dimensionar as perdas provocadas pela falta de chuvas, o que será possível apenas após a colheita. No último levantamento feito pelo Imea, os técnicos constataram que em Lucas do Rio Verde, as primeiras lavouras produziram 90 sacas de milho por hectare e agora o rendimento está em 85 sacas.
Nesta semana colheita evoluiu 16,3% em relação a anterior, com volume estimado em 1,366 milhão de toneladas. A região do médio-norte de Mato Grosso, maior produtora do Estado, registra colheita de 46,6% da área cultivada, que equivale a 1,934 milhão de toneladas. Na região sudeste, onde a colheita está mais atrasada, os trabalhos atingiram 31,5% da área plantada, com produção de 560 mil toneladas.


EVOLUÇÃO DA COLHEITA DE MILHO EM MATO GROSSO
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                   SAFRA 2009/10            EVOLUÇÃO DA COLHEITA
                  ÁREA   PRODUÇÃO   2/JUL/09   1/JUL/10 VARIAÇÃO
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Noroeste       113.250    444.527     13,80%     33,10%   19,30%
Norte                8.700      32.745    125,30%     52,90%   27,60%
Nordeste        76.000    303.814     13,00%      48,50%   35,50%
Médio-norte 982.820  4.151.998    129,80%     46,60%   16,80%
Oeste           296.900  1.239.934    123,30%     38,00%   14,70%
Centro-sul    106.000    432.560     13,30%      39,20%   25,90%
Sudeste       418.400  1.778.365       5,60%     31,50%   25,90%
Mato Grosso 2.002.070  8.383.943  120,80%   41,10%   20,30%
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

SAFRA 2010/11: CONSUMO DE INSUMOS CRESCE E LOGÍSTICA PREOCUPA.

A indústria de fertilizantes trabalha com perspectiva de boa demanda na safra 2010/11, mas especialistas e executivos destacam que a rentabilidade ligeiramente menor na safra 2009/10 e a concentração das compras no segundo semestre podem puxar os custos logísticos no período. "Os preços de algumas commodities e dos fertilizantes estão mais baixos, mas foram recuos compatíveis. A soja, por exemplo, apesar da queda, ainda mantém a marca de US$ 9/bushel em Chicago", avalia Carlos Eduardo Florence, o diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (Ama-Brasil).
Para o executivo, a situação do produtor nesta temporada não é ruim, por conta da disponibilidade de linhas para o financiamento agrícola. A expectativa da indústria é de que o setor retorne à sazonalidade histórica, com 65% a 70% das vendas concentradas no segundo semestre.
Neste cenário, a demanda pode ser afetada por custos mais altos para transportar os fertilizantes. "O custo da matéria-prima ficou estável nos últimos três meses, e não deve subir mais, mas compras no segundo semestre sofrerão o impacto de preços mais altos de frete. Quem está distante, certamente, sentirá mais o efeito deste movimento", observa.
O diretor comercial da Galvani, Celso Fajardo, destaca que o setor trabalha com a perspectiva de fortalecimento do mercado neste ano, especialmente para algodão e cana-de-açúcar, culturas que operam com preços firmes. "Se tudo correr bem, a tendência é mesmo superar 22,47 milhões de toneladas comercializadas no ano passado, podendo chegar a 23,5 milhões de toneladas", estima. Para atender a este crescimento na demanda por fertilizantes, haverá necessidade de mais suprimento, o que puxará as importações ao longo do ano. O problema, diz ele, é que a concentração das compras no segundo semestre pode acarretar custos logísticos mais altos também para a indústria de insumos.
Importação - O número mais recente da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) aponta firme crescimento das importações de fertilizantes intermediários, utilizados na mistura para a formulação do produto. Até abril, houve um acréscimo de mais de 200% nas compras externas destes insumos. Tal movimento é favorecido pelos preços estáveis da matéria-prima no mercado internacional. Acompanhamento da Ama-Brasil indica valores estáveis nos últimos três meses e próximo de níveis históricos do setor: em torno de US$ 400/tonelada para o cloreto de potássio, US$ 490/tonelada para o monoamônio fosfato (MAP) e US$ 290/tonelada para a ureia.
O superintendente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Claudio Teoro, que reúne 4.900 associados em 12 municípios concentrados no sudoeste de Goiás, também trabalha com um cenário positivo para este ano. "Em 2009/10, o produtor já diminuiu a adubação. Agora ele está consciente de que não há espaço para reduzir mais, se não quiser comprometer a produtividade", afirma.
Defensivos - A perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola acima de 5% neste ano é a base para as projeções otimistas da indústria de defensivos agrícolas no ciclo 2010/11. "Estimativas iniciais indicam crescimento da ordem de 4% no ano, mas, diante das relações de troca mais favoráveis para os produtores, este porcentual pode chegar a 7%", afirma o diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).
De acordo com o executivo, levantamentos realizados pelo setor mostram redução nos custos do insumo neste começo de ano, mantendo movimento já registrado em 2009. Avaliação da indústria, a partir de levantamento feito em abril pelo Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA), aponta uma queda de 12% a 17% nos preços de uma cesta com os produtos mais utilizados nas lavouras de soja, milho, cana e algodão, culturas que respondem por 75% das vendas no setor.
"O consumo de defensivos é diretamente proporcional à produção e à produtividade. Os níveis atuais indicam que o agricultor tende a usar toda a tecnologia disponível para garantir uma boa safra", afirma José Roberto Da Ros, vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). "Esperamos expansão neste ano porque estas são as sinalizações dos principais órgãos do setor", afirma ele, citando cenários traçados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o IEA.
O vice-presidente da unidade de proteção de cultivos da Basf no Brasil, Eduardo Leduc, é mais cauteloso. Segundo ele, o alto nível dos estoques e os baixos preços do milho e do trigo, duas culturas que fazem rotação com a soja, podem influenciar na rentabilidade agrícola. Na avaliação de Leduc, os produtores devem fazer operações de hedge e travar os custos de produção para ficarem menos vulneráveis às oscilações de preço no mercado.
Mesmo assim, Leduc considera que o surgimento de ervas daninhas mais resistentes e a maior incidência de doenças fúngicas, especialmente no Sul do País, devem sustentar a demanda por defensivos neste ano. Outro segmento que deve apresentar bom desempenho na nova safra é o de tratamento de sementes. "O investimento em genética produz sementes com alto potencial de produtividade que precisam ser protegidas", afirma. Fator que preocupa o executivo, a exemplo do que já ocorre no caso dos fertilizantes, é o gargalo logístico que o setor pode enfrentar se postergar demais as compras de insumos no segundo semestre.

SAFRA 2010/11: MERCADO PREVÊ LEVE CRESCIMENTO DA ÁREA DE SOJA.

Apesar de os preços estarem hoje menos favoráveis do que no ano passa e da expectativa de grande safra no maior produtor mundial - os Estados Unidos -, analistas de soja consideram que os produtores brasileiros plantarão área ao menos semelhante à da safra 2009/2010, senão ligeiramente maior, em 2010/2011. "Esperamos uma área igual ou até mesmo um pouco maior. Com a expansão de algumas áreas novas e a migração de parte do milho para a soja, a área de plantio pode ser até 5% maior", prevê Glauco Monte, analista da FCStone.
Questões como câmbio, preços e nível de oferta seguem como fatores de incerteza. "Os produtores estão atrasando a decisão sobre plantio. Eles esperam um quadro mais claro, mais consolidado, sobre o nível da produção nos Estados Unidos. E estão atrasando também a compra de fertilizantes, como aconteceu no ano passado, quando quem comprou mais tarde, conseguiu preço melhor", disse Fernando Pimentel, analista da Agrosecurity. "Neste ano, a situação é outra: as indústrias de fertilizantes estão menos estocadas", acrescentou o analista, referindo-se ao risco embutido na repetição desta estratégia.
"O câmbio é uma incógnita muito importante, mas acreditamos que, se houver perdas em uma ponta, podem ser compensadas na outra - se Chicago recuar, é possível que haja um offset do câmbio", explicou Pimentel. A expectativa do alto nível de produção da safra atualmente em desenvolvimento nos Estados Unidos é outro fator fundamental. "Analisando estritamente no contexto de oferta e demanda, é de se esperar que haja um pouquinho de sobreoferta, se a safra dos EUA terminar dentro do que se espera. Esperamos que a soja em Chicago fique nessa faixa de US$ 8,50 a US$ 9,50 por bushel até o início da próxima safra nos Estados Unidos, a partir de maio", acrescentou o analista da Agrosecurity.
"No que diz respeito ao mercado físico, o produtor brasileiro vai seguir plantando soja. Pode haver uma migração marginal de soja apara algodão, na Bahia e em Mato Grosso, da ordem de 200 mil hectares no total, e no Paraná, uma pequena migração de milho para soja no verão", disse Pimentel. "Se a safra forte nos Estados Unidos se confirmar, o produtor do Cerrado deve investir menos em tecnologia, especialmente em adubação", acrescentou.
No Paraná, a migração de parte do milho para soja é dada como certa. "Aqui, tivemos uma safrinha muito boa, com um grande excedente de milho. Apesar de o preço da soja ter também recuado, ainda está melhor do que o do milho", disse Washington Terra, analista da WA Corretora de Cereais, de Maringá (PR). "É difícil falar com precisão porque ainda estamos longe do início do período de plantio de soja no Paraná, que começa em outubro, com a soja precoce, e em novembro, o plantio deve aumentar em função do menor interesse pelo milho. A soja tem mais liquidez e carrega valor para o futuro."

SAFRA 2010/11: MARGEM DE LUCRO CAIRÁ, MESMO COM REDUÇÃO DE CUSTO.

Uma safra de custos mais baixos, mas com margens de lucro menores para os produtores por causa da queda dos preços dos grãos e da competição internacional. É este o panorama traçado para o ciclo 2010/11 por especialistas consultados pela Agência Estado. "O resultado da safra não será ruim, mas, com as margens mais apertadas pela queda de preços, não será um céu de brigadeiro", afirmou Francis Kinder, analista de commodities da consultoria AgraFNP.
Embora as estimativas de área variem, é consenso que as despesas serão menores, mas também que os produtores vão embolsar menos na próxima safra. Na soja, por exemplo, o custo de produção deve recuar entre 5% e 6%, de acordo com projeção da Agroconsult. Mas a margem de lucro deve ceder entre 18% e 40%. No milho, a redução dos ganhos deve chegar a 12%.
"A soja tem fundamentos baixistas, com mais uma grande safra nos Estados Unidos e, no Brasil, um câmbio apreciado. Isso vai ajudar a pressionar as cotações da oleaginosa", afirmou Fábio Meneghin, analista da Agroconsult. No caso do milho, o problema é interno. Os baixos preços vistos na safra 2009/10 não devem se recuperar diante da grande oferta ainda existente do produto, que continuará a puxar para baixo o valor do cereal. Kinder, da AgraFNP, estima que os estoques de passagem do atual ciclo deverão crescer para 12,4 milhões de toneladas, de 11 milhões de t em 2008/09.
O algodão, por sua vez, será um ponto fora da curva no cenário das principais commodities brasileiras. Com preços altos e demandas interna e externa fortes, ambos os analistas preveem aumentos expressivos na área plantada do País em 2010/11, 28% no caso da Agroconsult, 39% no da AgraFNP.
Estimativa da Agroconsult indica que a área total de grãos deve crescer de 47,509 milhões em 2009/10 para 48,144 milhões de hectares em 2010/11. A produção deverá ser recorde, com 148,131 milhões de toneladas, ante 147,694 milhões de t em 2009/10, um aumento de 0,3%. A área de verão deve crescer 2%, para 38 milhões de hectares, de 37,2 milhões de hectares. A área de inverno deve recuar 1,7%, de 10,285 milhões, para 10,113 milhões de hectares.
Margens - Bem-vinda, a queda de custos não deverá compensar a redução dos preços dos grãos. Estimativas da Agroconsult levam em conta que a cotação média da soja em 2010/11 será de US$ 8,75/bushel. O dólar foi estimado em R$ 1,90 ao final de 2010. Isso deve resultar em preços médios de R$ 25,00 a saca de 60 quilos da oleaginosa em Mato Grosso, e R$ 31,3/saca no Paraná. Ontem, o contrato janeiro da soja negociada na Bolsa de Chicago fechou em US$ 9,1225/bushel. No caso do milho, o preço médio em Mato Grosso deverá ser de R$ 9,80 por saca de 60 quilos e, no Paraná, de R$ 15,80 por saca, de atuais R$ 10,50 e R$ 16,50, respectivamente.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a margem do produtor de soja deverá ser 40% menor, ou R$ 222 por hectare em 2010/11, considerando uma produtividade de 53 sacas/ha, ante R$ 366/ha em 2009/10, com 51 sacas/ha. "Eles vão colher mais e embolsar menos", comentou Fábio Meneghin. No Paraná, a margem da oleaginosa deve ficar em R$ 450 (produtividade de 50 sacas por ha), ante R$ 550 na safra passada (com produtividade de 52,5 sacas), queda de 18%.
As margens do milho também estarão menores. No Paraná, elas devem diminuir 12%, de R$ 813/ha na safra 2009/10, para R$ 716/ha em 2010/11. Em Mato Grosso, a safrinha do milho deve ter margem negativa de R$ 122 por ha, mas com a subvenção do governo de R$ 275/ha, avaliada com base nos leilões em apoio à comercialização, deve ter um saldo positivo de R$ 154/ha. Em 2009/10, a safrinha teve saldo positivo de R$ 14/ha.
Mundo - Os analistas consideraram que a turbulência no mercado financeiro internacional não deve afetar tanto as commodities agrícolas, cuja demanda deve continuar forte. Por outro lado, fornecedores mundiais importantes como Estados Unidos e Argentina terão safras expressivas, não permitindo uma valorização significativa das cotações.
Na sexta-feira passada, o ministro de Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, anunciou que a produção de grãos do país atingirá recorde de 100 milhões de toneladas. Nos EUA, o Departamento de Agricultura (USDA) informou ontem que a área de soja deverá bater o recorde de 78,9 milhões de acres (31,93 milhões de hectares) e a de milho deverá crescer para 87,9 milhões de acres (35,57 milhões de hectares) em 2010/11; ambas terão incremento de 2% ante a safra anterior. No caso do algodão, o plantio deverá aumentar expressivos 19%, para 10,9 milhões de acres (4,41 milhões de hectares).

SAFRA 2010/11: ESTIMATIVA DE NOVO RECORDE NA PRODUÇÃO DE GRÃOS.

A produção de grãos da safra 2010/11 poderá superar ligeiramente o recorde do atual ciclo, se as condições climáticas permitirem. De acordo com estimativa da Agroconsult, a área plantada total deverá crescer 1,3%, para 48,14 milhões de hectares, de 47,51 milhões de ha cultivados em 2009/10. A produção deverá chegar a 148,131 milhões de toneladas, ante 147,694 milhões de t na mesma base de comparação. A área de verão foi estimada em 38,03 milhões de hectares, um aumento de 2,2% sobre os 37,22 milhões de ha do ciclo anterior. A de inverno, contudo, deve recuar 1,7%, de 10,28 milhões, para 10,11 milhões de ha.
Responsável por mais de um terço da produção de grãos, a soja deverá ter uma área parecida com a deste ano. A Agroconsult prevê aumento de 1,5%, ou 355 mil hectares, para 23,704 milhões/ha. A produção, contudo, deve recuar 0,6% para 68,422 milhões de tonelada devido a ajustes na produtividade de estados como o Paraná, onde a relação deverá recuar de 52,5 sacas/ha para 50 sacas/ha. Para Mato Grosso, a estimativa é de produtividade média de 53 sacas/ha, de 51 sacas/ha na safra atual.
"A soja tem fundamentos baixistas, com mais uma grande safra nos Estados Unidos e o câmbio apreciado. Isso deve ajudar a pressionar as cotações da oleaginosa. Ainda assim haverá aumento de plantio sobre áreas de milho", comentou Fábio Meneghin, analista da consultoria. Ele avalia que o plantio vai crescer mais em áreas novas, onde há injeção de capital estrangeiro, como Bahia (+50 mil ha), Maranhão (+50 mil ha) e Piauí (+20 mil ha). No Sul, área de soja vai crescer mais em cima do milho.
A Agroconsult reduziu sua estimativa inicial de 8,4 milhões de hectares para a área plantada com milho de verão, para 7,96 milhões/ha.
Ainda assim, será um aumento de 1,4% ante a safra anterior. A produção, contudo, deve recuar 5,8%, a 32,062 milhões de toneladas. A área de milho safrinha deve aumentar 1,4%, a 5,33 milhões de ha, com produção 5,4% maior, em 21,13 milhões de toneladas. Para Meneghin, esse aumento da safrinha apesar dos baixos preços do cereal tem relação direta com a força política dos produtores do Mato Grosso junto ao governo, que deve garantir a eles a continuidade dos leilões de subsídio à comercialização. "A política de subsídio tem dado resultado. Eles têm ganho um saldo de R$ 150 por hectare por conta dessa política. Não é pouco", avaliou.
Ao contrário da Agroconsult, a consultoria AgraFNP prevê redução nas áreas dos principais grãos em 2010/11. No caso da soja, a estimativa é de uma leve redução de 0,9%, ou 200 mil hectares, para 22 milhões de ha. No milho, a retração será mais forte: 7%, ou 900 mil hectares, para 12,1 milhões de ha. "O cenário para o cereal está muito complicado", afirmou o analista de commodities Francis Kinder. "O milho safrinha deve ser substituído pelo algodão em Mato Grosso e, no Paraná, cederá lugar à soja", afirmou. Ele estima redução de 10% no plantio de milho em Mato Grosso, para 1,8 milhão de ha. No algodão, sua projeção é de aumento de 39% na área em 2010/11 para 1,15 milhão de hectares. Mato Grosso deverá ampliar as lavouras em 35%.
Estrela - O algodão, aliás, deve ser a estrela das commodities agrícolas brasileiras na safra 2010/11, com preços em alta e demandas interna e externas aquecidas, afirma Marcos Rubin, especialista da Agroconsult neste mercado. Mesmo a forte expansão de 19% da área cultivada nos Estados Unidos, como mostrou ontem o governo norte-americano, não deve arrefecer as cotações. "Em 2010/11, a situação entre oferta e demanda continuará bastante ajustada e, os preços, elevados", disse. O produtor fixou 25% da produção da próxima safra a valores altos. "Haverá boa rentabilidade novamente e os custos ficarão estáveis. Vários fatores positivos estão convergindo para um bom ano para os cotonicultores", afirmou.
Essas condições favoráveis devem elevar o plantio do algodão em 28,5% na safra 2010/11, para 1,09 milhão de hectares no País. A produção em caroço e em pluma deverá crescer, ambas, 36%, para 2,404 milhões e 1,705 milhão de toneladas respectivamente, estima a Agroconsult.
Cautela - O governo federal ainda não divulgou estimativa oficial da safra 2010/11, mas já mostrou estar cauteloso quanto aos resultados do próximo ciclo. No dia 8 de junho, quando divulgou a mais recente estimativa para a safra 2009/10, o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, disse que o próximo ciclo dificilmente terá o mesmo vigor da atual. "Não sei se teremos essa generosidade da natureza em 2011. Sabemos que o clima oscila muito e podemos ter um comportamento diferenciado", disse. Na ocasião, contudo, ele salientou que o momento está muito favorável ao plantio. A Conab divulgará a primeira estimativa da safra 2010/11 no dia 7 de outubro.

SAFRA 2010/11: PREÇO DA PLUMA AUMENTARÁ ÁREA DE PLANTIO EM MATO GROSSO.

A perspectiva para a safra 2010/11 em Mato Grosso é de manutenção da área plantada para a maioria das culturas, com leve recuo no cultivo de soja, em função da baixa rentabilidade proporcionada pela oleaginosa neste ano, e aumento no plantio de algodão, devido à recuperação dos preços da pluma. O diretor executivo da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, prevê também a repetição do padrão tecnológico registrado na safra passada, levando em conta os custos e a expectativa de que os preços se mantenham nos patamares atuais.
Além da rentabilidade da soja, que, apesar de positiva, foi a menor dos últimos três anos, outro fator que influenciará a decisão de plantio da safra 2010/11 são as perspectivas ruins para a comercialização de milho. Paludo explica que os produtores mato-grossenses aumentaram a área plantada de safrinha, mas estão colhendo menos cereal por hectare, por causa da quebra provocada pela estiagem. Com a área maior a produção se manteve estável e a oferta vem deprimindo os preços. Por isso, diz ele, a safra 2010/11 começou num ritmo devagar, tanto na compra de insumos como nas vendas antecipadas da soja, em relação aos últimos dois anos.
Em relação ao milho, Seneri Paludo considera prematuro fazer previsões, pois as tradings começam a fechar os pacotes de troca do cereal por insumos a partir de setembro. Na opinião do dirigente, a comercialização do milho nos próximos dois meses será determinante para a tomada de decisão em relação ao plantio da próxima safra.
Área menor para a soja - A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) prevê uma redução de 2% da área plantada de soja na próxima safra, para 6,09 milhões de hectares. Segundo a Aprosoja, os produtores devem deixar de plantar em solos que, além de exigir mais investimentos e ter maior risco, proporcionam retorno menor. Um aspecto que a Aprosoja destaca é a necessidade de maior participação de capital próprio dos agricultores para bancar o plantio, por causa da menor oferta de crédito por parte das tradings.
Um estudo elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que as tradings que respondiam por 50% do financiamento da safra de soja em Mato Grosso, na safra 2010/11 devem responder por apenas 25%. Em contrapartida, os recursos próprios dos agricultores que há dois anos correspondiam a 22% dos gastos com a lavoura, nesta safra deve atingir 37%. O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, observa que a retração do crédito por parte das tradings, que começou com a menor oferta de financiamento em espécie, agora chegou às operações de troca.
Algodão - Na safra 2009/10 a área plantada com algodão cresceu 17% em Mato Grosso, para 416,7 mil hectares, impulsionada pela recuperação dos preços da pluma, a partir do final do ano passado. Na safra 2008/09, a área havia retraído 33% em relação à anterior, para 355,6 mil hectares. A perspectiva é de retomada do plantio para atingir o recorde de 529,6 mil hectares registrado na safra 2007/08.

SAFRA 2010/11: ALGODÃO DEVE AVANÇAR SOBRE ÁREA DE MILHO E SOJA

1º - O cenário de oferta apertada no mercado mundial de algodão aponta para preços remuneradores na safra 2010/11, que se inicia. "A expectativa é positiva para a nova safra", informa o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), João Carlos Jacobsen. O Estado da Bahia tem hoje uma das maiores produtividades do mundo, de cerca de 270 arrobas por hectare, superando os Estados Unidos, maior produtor e exportador da fibra.
Conforme Jacobsen, a alta dos preços futuros do algodão na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) se deve, em grande parte, à redução dos estoques mundiais do produto, provocada por problemas pontuais em importantes países produtores, como China e Estados Unidos. Os preços subiram de 10% a 15% em relação ao ano passado e a tendência é de o mercado brasileiro acompanhar o ritmo, melhorando a margem de lucro dos cotonicultores.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac), o estoque mundial final de pluma na safra 2008/09 era de 13,5 milhões de t, recuou para 11 milhões na safra seguinte e a expectativa é de nova queda em 2010/11. Jacobsen informa que os Estados Unidos, principal exportador mundial, reduziu a área de plantio nos últimos anos, por causa da concorrência com o milho para etanol e da discussão sobre a eliminação dos subsídios aos produtores.
Na China, a produção custa a crescer acima de 7 milhões de t, em virtude da elevação dos custos de produção. Em contrapartida, a demanda chinesa segue "voraz". Para a safra 2009/10, a estimativa é de que as aquisições alcancem 2,1 milhões de toneladas, segundo o USDA, e, para a safra 2010/11, de que a demanda fique em 2,4 milhões de toneladas, de acordo com o Icac.
"Na Bahia, em particular no oeste do Estado, a tendência é de o produtor migrar para o algodão, já que milho e soja estão com preços deprimidos", diz Jacobsen. De acordo com ele, a área de plantio com algodão no Estado pode crescer de 20% a 25%, para cerca de 310 mil hectares, retomando nível da safra 2008/09. "Produtores que saíram da atividade devem retornar, aproveitando a infraestrutura já existente", comenta.
O Brasil deve produzir na safra 2009/10 cerca de 1,2 milhão de t de pluma, concentrado em Mato Grosso, Goiás e Bahia (perto de 90% do total). O consumo está projetado em 1 milhão de t. O presidente da Abapa relata que a indústria têxtil está preocupada com a oferta apertada e pretende se reunir com os produtores na próxima quarta-feira (7), em São Paulo. "A ideia é criar estratégia para manter o setor abastecido", diz Jacobsen, que deve participar do encontro.
O preço mínimo de garantia do algodão é de R$ 44,60 a arroba, posto em São Paulo. Atualmente, a cotação de mercado está um pouco acima, mas é preciso considerar os custos com transporte, da ordem de 15%. "Por enquanto, está empatando, mas o preço tende a cair mais, conforme avança a colheita", ressalta Jacobsen.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

CBOT/GRÃOS : SOJA, GANHOS DA ABERTURA CESSARAM NO FECHAMENTO.

Os contratos futuros de soja fecharam predominantemente em queda com os contratos referentes à nova safra devolvendo os ganhos de um rali na abertura do dia. Ajustes em operações de spread e estimativas baixistas da área plantada informadas no relatório trimestral do USDA deram o tom na sessão. Os vencimentos de julho, referentes à safra velha, fecharam em alta de 1,25 cent, ou 0,1%, a US$ 9,4850 por bushel, enquanto os de agosto recuaram 0,50 cent, a US$ 9,3100/bushel, e os de novembro - os mais líquidos, referentes à nova safra - fecharam em baixa de 9,50 cents, ou 1%, a US$ 9,0250/bushel.
Uma surpresa altista no relatório do USDA sobre o milho levou ao desmonte de spreads referentes a posições compradas nos contratos novembro da soja e a posições vendidas nos contratos dezembro do milho. Recentemente este spread soja/milho atingiu os prêmios mais altos dos últimos seis meses, ante perspectivas baixistas para os estoques e a área plantada de milho.
Os contratos de novembro recuaram sob pressão dos traders que corrigiram o spread, com projeções de plantio do milho acima do esperado e na ausência de ameaças climáticas no curto prazo, disse Mario Balletto, analista do Citigroup em Chicago.
Houve ampliação do diferencial entre os contratos de julho e os vencimentos seguintes - os estoques menores do que o esperado e a falta de entregas físicas referentes ao contrato de julho funcionaram como um lembrete de que os estoques continuam restritos, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics and Consulting.
Os contratos de setembro, por sua vez, foram afetados pela melhora das condições climáticas no Delta, o que deve melhorar a produtividade em área considerada como um tampão que supre a lacuna entre os estoques da safra antiga e a chegada da nova safra . Em 1º de junho, os estoques de soja eram de 571 milhões de bushels, abaixo da estimativa média de 592 milhões de bushels, bem como do piso das estimativas dos analistas ouvidos pela Dow Jones. O USDA estimou, no relatório divulgado hoje, que a área plantada da safra 2010/2011 será recorde, de 78,868 milhões de acres, acima da estimativa média dos analistas, de 78,292 milhões de acres.
Nesta quinta-feira, o relatório semanal do USDA sobre exportações será divulgado às 9h30 (horário de Brasília). Analistas ouvidos pela Dow Jones estimam que as vendas de soja na semana encerrada em 24 de junho fiquem entre 300 mil e 600 mil toneladas; as de farelo, entre 50 mil e 150 mil toneladas, e as de óleo de soja, entre 5 mil e 20 mil toneladas.

MILHO

Os preços futuros do milho dispararam hoje na Bolsa de Chicago em reação provocada pelos relatórios de área plantada e estoques do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os contratos com vencimento em dezembro, os mais negociados, fecharam com ganhos de 29,50 cents ou 8,58%, cotados a US$ 3,7350/bushel. No seu melhor momento registraram US$ 3,74/bushel, no limite diário de 30 cents.
De acordo com as últimas estimativas do USDA, a quantidade de milho estocada nas fazendas e propriedades comerciais totalizou 109,474 milhões de toneladas em 1º de junho. Embora seja 1,1% a mais do que há um ano, o dado está 7,62 milhões de tons abaixo das expectativas dos analistas. Principal produtor mundial de milho, os Estados Unidos colheram 332,7 milhões de tons no ano passado.
O rali ocorre apenas um dia depois de o grão ter registrado as mínimas em nove meses, por conta do clima favorável em áreas de produção americanas. Segundo o analista Lewis Hagedorn, do J.P. Morgan, as dados de estoques e área plantada "representam uma surpresa altista significativa para o mercado de milho". O USDA informou estimar que a área do milho neste ano será de 87,872 milhões de acres, também abaixo das expectativas. Juntos, os dois relatórios reduziram a perspectiva de oferta em cerca de 12,7 milhões de toneladas.
Analistas disseram que os dados de estoques foram mais surpreendentes do que os de área plantada. Alguns declararam que os dados confirmaram o que vinham dizendo há meses: por causa da baixa qualidade da safar 2009/10, os produtores de etanol e confinamento tiveram de consumir mais para atender às suas necessidades.

SOJA/USDA: PLANTIO DEVE ALCANÇAR 78,9 MI/ACRES EM 2010/11.

Os Estados Unidos devem cultivar uma área recorde de 78,9 milhões de acres (31,93 milhões de hectares) de soja em 2010/11, alta de 2% em relação ao ano passado. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em um relatório sobre as perspectivas de plantio neste ano.
Na comparação com 2009, Iowa, Kansas, Minnesota e Nebraska devem expandir as lavouras em 300 mil acres ou mais. Por outro lado, Arkansas e Carolina do Norte deve registrar o maior declínio no plantio, semeando 270 mil e 250 mil acres a menos, respectivamente. Kansas, Nebraska, Nova York e Pensilvânia devem cultivar uma área recorde.

ESTOQUES : Os estoques de soja dos Estados Unidos somavam 571,017 milhões de bushels (15,54 milhões de toneladas) em 1º de junho de 2010, ante 596,159 milhões de bushels (16,23 milhões de toneladas) no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Agricultura -USDA, em seu relatório trimestral de estoques.

MILHO

A área semeada com milho deve atingir 87,9 milhões de acres (35,57 milhões de hectares) em 2010/11, estimou USDA. O dado representa alta de 2% em relação ao ano passado. Segundo o USDA, Illinois e Kansas foram os estados que mais expandiram as lavouras, plantando cada um 600 mil acres a mais do que em 2009/10. O cultivo de milho também aumentou em Indiana, Missouri e Ohio. Já Iowa registrou o maior declínio, com 400 mil acres a menos, enquanto Nebraska e Dakota do Sul reduziram o plantio em 350 mil acres cada.

ESTOQUES : Os estoques de milho nos Estados Unidos somavam 4,31 bilhões de bushels (109,47 milhões de toneladas) em 1º de junho de 2010, ante 4,26 bilhões de bushels (108,24 milhões de toneladas) em igual período do ano passado.

terça-feira, 29 de junho de 2010

CHINA AUMENTA COMPRA ÓLEO DE SOJA DO BRASIL.

A China termina o mês de junho sem eliminar as barreiras ao óleo de soja argentino e com compras do produto ao Brasil. "A China comprou de 400 a 500 mil toneladas de óleo de soja do Brasil, dos quais um total estimado de 260 mil toneladas será exportado em junho e outras 150 mil t em julho", informou hoje a publicação especializada Oil World. A compra do produto brasileiro ocorre em plena disputa comercial entre a China e a Argentina, seu principal fornecedor de óleo de soja.
Na última sexta-feira, o ministro de Agricultura da Argentina, Julian Dominguez, disse que os embarques com destino ao país asiático começaram a ser normalizados. No entanto, as vendas continuam paralisadas à espera de uma solução para o conflito comercial. O assunto só deve ter algum avanço durante a viagem que a presidente Cristina Kirchner vai fazer à China de 12 a 16 de julho. A reunião com o colega chinês Hu Jintao está programada para o dia 13.
Na próxima quinta-feira, completam-se três meses do bloqueio chinês ao óleo de soja argentino, em represália às barreiras que o governo Kirchner vem impondo às importações desde outubro de 2008. A Argentina já enviou duas missões negociadoras à China para tentar reverter o boicote, mas as discussões envolveram outros produtos que os chineses querem exportar sem obstáculos. Além disso, a China alega que a Argentina aplica medidas antidumping contra 18 produtos chineses.

SOJA SAFRA 2010/11 - 10% da safra foi vendido.

A cerca de dois meses e meio para o início do plantio do ciclo 10/11, os sojicultores mato-grossenses já conseguiram negociar 10% da safra de soja por meio dos contratos futuros, segundo levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT). No ano passado, nesta mesma época, os negócios não passavam de 5% da produção estimada para 09/10.
Para os analistas de mercado, os bons preços dos últimos 15 dias, com a soja cotada a US$ 9,70/bushel, favoreceram as vendas futuras no mercado internacional. “Os produtores aproveitaram o bom momento dos preços e travaram contratos visando a próxima safra, que ainda é uma incógnita”, frisa o diretor administrativo da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro.
A primeira estimativa sobre intenção de plantio, divulgada na semana passada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), aponta queda de 1,98% da área plantada de soja, que deverá recuar de 6,21 milhões de hectares para 6,09 milhões de hectares. Todas as regiões, à exceção do nordeste mato-grossense, deverão apresentar queda na área cultivada.
Com a queda dos preços da soja na semana passada (US$ 9,30/bushel), o mercado voltou a esfriar e os negócios estão praticamente estagnados. “O produtor está atento ao comportamento do mercado e toma as decisões de acordo com as oscilações dos preços da soja”, aponta Fávaro. Ele diz que mesmo com a estagnação momentânea dos negócios futuros, as vendas este ano estão bem mais adiantadas do que em 2009, nesta mesma época, quando não passavam de 5%.
Os analistas recomendam cautela por parte dos produtores, principalmente em relação à safra mundial de soja, que este ano deverá alcançar novo recorde. “Os produtores devem ficar atentos às previsões climáticas internacionais e às perspectivas de colheita das safras norte-americana e chinesa. Se não houver nenhuma surpresa, teremos uma supersafra elevando os estoques e puxando os preços para baixo no mercado internacional”.
PRESSÃO - No Brasil, a colheita deverá ficar em torno de 64 milhões de toneladas, das quais 18,7 milhões virão de Mato Grosso. Os Estados Unidos devem colher cerca de 92 milhões de toneladas.
Para Carlos Favaro, os preços em 2010 vão sofrer pressão devido à boa safra nos estados produtores brasileiros e à super-oferta prevista das safras norte-americana e argentina. A produção argentina deverá saltar de 32 milhões de toneladas para 53 milhões de toneladas. É este aumento de safra que tende a exercer pressão baixista sobre as cotações futuras nos primeiros meses do ano.
Os importadores chineses acreditam que as boas safras de Brasil e Argentina podem levar a um grande recuo nos preços da soja em Chicago, que costuma refletir o desempenho das exportações norte-americanas. “Devemos estar atentos para o risco de uma super-oferta mundial, já que o mercado espera um incremento de estoque”, lembra Favaro.
A safra deverá pular de 210 milhões de toneladas para 253 milhões de toneladas. Este aumento tende a exercer pressão baixista sobre as cotações futuras nos primeiros meses do ano que vem.
A produção da safra sul-americana de soja 09/10 deve ser 30,5 milhões de toneladas maiores do que a registrada na safra passada, o que significará um crescimento de 34,6% nos estoques mundiais do grão.
Os analistas entendem que a demanda mundial deve crescer 6%, mas não será suficiente para enxugar toda a oferta adicional de soja. “Para que tudo isso se confirme, teremos de confirmar as estimativas de safra recorde na América do Sul, o que elevaria a oferta mundial para um nível bastante superior à demanda projetada em 09/10”, aponta Favaro.

GRÃOS/EUA: EMPOBRECIMENTO DAS SAFRAS DE MILHO E SOJA.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu nesta segunda-feira sua avaliação para as safras de milho e soja no relatório semanal de acompanhamento. A condição da safra de trigo de primavera foi mantida, enquanto a colheita de trigo de inverno avançou para a média desta época do ano depois de um começo lento.
Milho
O USDA informou que 73% da safra de milho apresentava condição de boa a excelente no domingo, dois pontos porcentuais em relação à semana passada e um ponto porcentual acima de um ano atrás. Traders esperavam ver redução de um ou dois pontos ante a semana anterior, por causa do excesso de umidade em partes do Meio-Oeste americano.
No Estado de Iowa, a parcela boa a excelente caiu para 72% ante 75% na semana passada, enquanto Indiana teve queda de 68% para 65%. Em Illinois, 67% da safra foi considerada boa a excelente, em comparação com 69% na semana passada. O USDA informou que 7% da safra formou espigas, acima da média de 5% para esta época do ano. O clima seco e quente teria favorecido o desenvolvimento, segundo analistas.
Soja
De acordo com o USDA, 67% da safra de soja apresenta condição boa a excelente, menos do que na semana passada, que registrou 69%. Há um ano, a porcentagem chegava a 68%. Traders esperavam queda de um a três pontos porcentuais frente à semana passada.
No Estado de Indiana, a avaliação caiu de 67% para 62% de bom a excelente, enquanto Iowa registrou redução de 69% para 66%. O motivo seria o excesso de chuvas, segundo analistas. No Delta do Mississippi, a safra também se deteriorou. No Arkansas, a avaliação passou de 61% para 50% em uma semana. O clima quente e seco foi desfavorável para as plantas em desenvolvimento nessa região.
Cerca de 97% da safra de soja dos Estados Unidos havia sido plantada e 93% emergiu, dentro das médias para este período do ano. Aproximadamente 9% da safra floresceu, um ponto porcentual acima da média.
Trigo de inverno
As colheitas de trigo de inverno tiveram sólido progresso na última semana e 38% da safra foi colhida, um ponto porcentual acima da média, conforme dados do USDA. Uma semana atrás, 17% da safra havia sido colhida, menos do que a média de 23%.
No Estado do Kansas, tipicamente o maior produtor do país, 55% da safra foi colhida, nível acima da média de 52%. As chuvas atrasaram os trabalhos de campo no Texas, onde apenas 58% da safra foi colhida, ante 73% de média. No Estado e Illinois, onde a safra é bem menor do que a do ano passado, a colheita chegou a 64% as lavouras, mais do que a média de 57%.
Os Estados na região central e nas Planícies do Sul, como Kansas e Texas, produzem trigo duro de inverno (HRW), usado para fazer pão. O trigo brando (SRW) é produzido especialmente no Meio-Oeste e na região do Delta.
Trigo de primavera
O USDA manteve sua avaliação de boa a excelente para a safra de trigo de primavera em 84%, mais do que os 76% registrados há um ano. Na Dakota do Norte, principal Estado produtor de trigo de primavera, a avaliação foi elevada de 85% para 87%. O trigo duro de primavera (HRS), produzido nas Planícies do Norte, é avaliado por seu alto teor proteico e geralmente é misturado com variedades de qualidade mais baixa. Segundo o USDA, 29% da safra perfilou, menos do que a média de 34%. Na Dakota do Norte, onde o plantio foi atrasado pela umidade, 22% da safra perfilou, enquanto a média é de 28%.

GRÃOS/CHICAGO- SOJA SEM DIREÇÃO DEFINIDA E MILHO REGISTRA MÍNIMA EM 8 MESES.

Os contratos futuros de soja fecharam sem direção única nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). O desmonte de spreads de alta e as preocupações relacionadas à queda nas avaliações de qualidade impulsionaram os contratos referentes à nova safra.
Os contratos de julho recuaram 2 cents, ou 0,2%, para US$ 9,5500 por bushel, os de agosto recuaram 0,5 cent, para US$ 9,4050/bushel, e os de novembro, os mais líquidos no momento, referentes à nova safra, fecharam em alta de 6,50 cents, ou 0,7%, a US$ 9,1850. Os contratos referentes às colheitas previstas para o outono dos Estados Unidos foram sustentados na sessão pelos traders, ainda atentos ao potencial da safra e a quedas nas perspectivas da área plantada, em função das fortes chuvas no mês de junho.
O mercado está um pouco tímido com as condições da safra, em meio a temores maiores de que o clima úmido afetou mais as áreas de soja do que as de milho, em estágio mais avançado de desenvolvimento, disse um analista de Indiana. A safra de soja ainda tem um longo caminho antes de atingir o período crítico de desenvolvimento, de forma que o mercado está mantendo algum prêmio de risco, na sequência das condições climáticas voláteis que prevaleceram em junho.
As perspectivas de queda nas avaliações de qualidade da nova safra deram suporte aos preços na sessão de hoje, na medida em que os analistas estimavam que as avaliações de boa a excelente recuariam de um a três pontos porcentuais no relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado depois do fechamento do mercado. O relatório do USDA indicou que 67% da nova safra apresenta condição de boa a excelente, dois pontos abaixo do verificado na semana passada - e, portanto, dentro das estimativas dos analistas.
Os contratos mais próximos, por sua vez, foram pressionados pelo desmonte dos spreads de alta, na medida em que os traders abandonam as posições de julho antes do primeiro dia de entrega física, nesta quarta-feira. No entanto, os declínios foram limitados pela firmeza dos mercados à vista e pela pouca disponibilidade de estoques, já que os produtores continuam relutantes em vendê-los, disse John Kleist, corretor e analista da Allendale.
As perspectivas climáticas favoráveis, no curto prazo, restringiram a tendência de alta nos contratos futuros referentes à nova safra. O volume de negócios também foi baixo na sessão desta segunda feira, em que prevaleceu uma leve consolidação de posições antes da divulgação dos relatórios trimestrais do USDA , nesta quarta-feira, sobre a área de plantio e os estoques

MILHO

Os preços futuros do milho caíram pela sexta sessão consecutiva, terminando no seu menor nível desde outubro, conforme o clima favorável segue alimentando discussões sobre safra recorde. Os contratos mais negociados, com vencimento em dezembro, terminaram em queda de 7,75 cents ou 2,15%, cotados a US$ 3,5275/bushel. Estima-se que fundos tenham vendido de 12 mil contratos.O mercado rompeu a antiga mínima de US$ 3,35/bushel, mantendo o momentum técnico baixista que o conduziu para a trajetória atual.
Analistas disseram que o principal fator negativo para os preços foram as previsões do tempo indicando ambiente seco ao longo do Cinturão nesta semana (condição ideal para corrigir o excesso de umidade observado em junho ao longo de muitas regiões). Depois de um rápido início da temporada de plantio, muitos traders falam, agora, em produtividade recorde.
O analista Chad Henderson, da corretora Prime Agricultural Consultants, disse que "a percepção em Chicago é de que tudo vai bem e a safra de está a caminho". Apesar de algumas preocupações com chuvas, nos últimos dois anos o Cinturão teve momentos de muita umidade e safras fortes.
Traders seguiram cautelosos antes da divulgação dos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na quarta-feira, sobre área plantada e estoques.

MILHO : PREÇOS EM MATO GROSSO PRESSIONADOS POR ESTOQUES DE PASSAGEM.

Os altos estoques de passagem de milho, em torno de 3 milhões de toneladas, referentes às aquisições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pressionam os preços do cereal em Mato Grosso. O comentário foi feito por técnicos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), no boletim semanal sobre a cultura do milho divulgado ontem segunda feira.
Segundo os analistas do Imea, os baixos preços têm desanimado os agricultores, que aguardam melhores propostas de compra, seja nos leilões de prêmios para escoamento da safra feitos pelo governo ou nas aquisições dos consumidores internos. Eles observam que os preços atuais em Sorriso correspondem à metade dos valores praticados em igual período do ano passado e a um terço dos registrados em 2008.
No boletim, os técnicos comentam o último acompanhamento de colheita de milho divulgado pelo Imea na quinta-feira da semana passada, quando 24,8% da área havia sido colhida, contra 11,1% de igual período do ano passado. Eles consideram que a evolução semanal de 12,7% na colheita segue em linha com os anos anteriores. As regiões mais adiantadas são o Norte, com 32,9%; o Médio-Norte, com 31,1%; e o Nordeste, com 30,2%.
O levantamento do Imea mostra que as médias de produtividade já começam a diminuir, à medida que a colheita avança, refletindo o impacto da estiagem nas lavouras semeadas mais tarde. Em Campo Verde, a produtividade caiu de 110 sacas, da semana anterior, para 95 sacas na semana passada. Em Lucas do Rio Verde, as médias caíram de 90 para 85 sacas.
Os técnicos comentam que em Lucas do Rio Verde, onde os trabalhos de colheita estão mais adiantados, o cereal já começou a ser "estocado" a céu aberto por causa da falta de espaço nos armazéns, mesmo com a queda na produtividade. "Parece ter se tornado uma prática comum para esta época do ano, resultado da combinação de baixos preços e fluxo de armazenagem", avaliam os técnicos.

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