quinta-feira, 1 de julho de 2010

SAFRA 2010/11: ALGODÃO DEVE AVANÇAR SOBRE ÁREA DE MILHO E SOJA

1º - O cenário de oferta apertada no mercado mundial de algodão aponta para preços remuneradores na safra 2010/11, que se inicia. "A expectativa é positiva para a nova safra", informa o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), João Carlos Jacobsen. O Estado da Bahia tem hoje uma das maiores produtividades do mundo, de cerca de 270 arrobas por hectare, superando os Estados Unidos, maior produtor e exportador da fibra.
Conforme Jacobsen, a alta dos preços futuros do algodão na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) se deve, em grande parte, à redução dos estoques mundiais do produto, provocada por problemas pontuais em importantes países produtores, como China e Estados Unidos. Os preços subiram de 10% a 15% em relação ao ano passado e a tendência é de o mercado brasileiro acompanhar o ritmo, melhorando a margem de lucro dos cotonicultores.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac), o estoque mundial final de pluma na safra 2008/09 era de 13,5 milhões de t, recuou para 11 milhões na safra seguinte e a expectativa é de nova queda em 2010/11. Jacobsen informa que os Estados Unidos, principal exportador mundial, reduziu a área de plantio nos últimos anos, por causa da concorrência com o milho para etanol e da discussão sobre a eliminação dos subsídios aos produtores.
Na China, a produção custa a crescer acima de 7 milhões de t, em virtude da elevação dos custos de produção. Em contrapartida, a demanda chinesa segue "voraz". Para a safra 2009/10, a estimativa é de que as aquisições alcancem 2,1 milhões de toneladas, segundo o USDA, e, para a safra 2010/11, de que a demanda fique em 2,4 milhões de toneladas, de acordo com o Icac.
"Na Bahia, em particular no oeste do Estado, a tendência é de o produtor migrar para o algodão, já que milho e soja estão com preços deprimidos", diz Jacobsen. De acordo com ele, a área de plantio com algodão no Estado pode crescer de 20% a 25%, para cerca de 310 mil hectares, retomando nível da safra 2008/09. "Produtores que saíram da atividade devem retornar, aproveitando a infraestrutura já existente", comenta.
O Brasil deve produzir na safra 2009/10 cerca de 1,2 milhão de t de pluma, concentrado em Mato Grosso, Goiás e Bahia (perto de 90% do total). O consumo está projetado em 1 milhão de t. O presidente da Abapa relata que a indústria têxtil está preocupada com a oferta apertada e pretende se reunir com os produtores na próxima quarta-feira (7), em São Paulo. "A ideia é criar estratégia para manter o setor abastecido", diz Jacobsen, que deve participar do encontro.
O preço mínimo de garantia do algodão é de R$ 44,60 a arroba, posto em São Paulo. Atualmente, a cotação de mercado está um pouco acima, mas é preciso considerar os custos com transporte, da ordem de 15%. "Por enquanto, está empatando, mas o preço tende a cair mais, conforme avança a colheita", ressalta Jacobsen.

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