sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CBOT/SOJA SEGUE RALI DO MILHO E FECHA EM ALTA.

Os contratos futuros da soja testaram as máximas de duas semanas e meia nesta sexta-feira na bolsa de Chicago impulsionados pelo rali dos mercados de grãos. O vencimento novembro, mais líquido, subiu 26 cents, ou 2,6%, para US$ 10,35/bushel. Esta posição chegou a testar a máxima de US$10,4125/bushel, maior valor registrado desde 18 de agosto.
O ajuste de posições antes do fim de semana prolongado, por conta do feriado do Dia do Trabalho, na segunda-feira nos Estados Unidos, também deu suporte ao mercado. A bolsa não funcionará no dia.
O presidente of Brugler Marketing & Management, Alan Brugler, observou que havia um "interesse de compra generalizado" no milho, trigo e no complexo soja, por causa da fraqueza do dólar e o fluxo de aportes dos fundos especulativos nestes mercados. Este segmento comprou cerca de seis mil lotes no dia. No milho, o volume de compras no pregão chegou a 25 mil lotes, resultando no forte fechamento do dia.
O vencimento mais negociado do milho, base dezembro, subiu quase 4%, para US$ 4,6450/bushel, por causa da expectativa de safra menor nos Estados Unidos. A forte alta puxou a soja, que precisa manter preços atrativos, uma vez que as duas commodities competem por área no país, observou Brian Hoops, presidente da Midwest Market Solutions.
A consultoria Informa Economics estimou hoje a safra final de milho dos Estados Unidos em 330,2 Milhões de toneladas, bem abaixo dos 339,47 milhões de tons previstos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no mês passado. A consultoria prevê uma produtividade final de 158,5 bushels por acre, ante 165 bushels por acre na projeção divulgada em agosto pelo governo, disseram traders. A Informa projetou a produção de soja em 39,540 milhões de tons, com produtividade média de 44,1 bushels por acre. No mês passado, a consultoria havia estimado a safra em 92,233 milhões de tons, com rendimento de 43,5 bushels. O USDA estima produção de 93,430 milhões de tons e produtividade de 44 bushels por acre.
Nos produtos, as cotações seguiram os ganhos generalizados de mercados vizinhos e ainda estimulados por compras técnicas, segundo traders. As compras de fundos totalizaram 2 mil lotes no farelo e 3 mil lotes no óleo de soja. O rali puxou o vencimento dezembro do farelo para a máxima de US$ 305,70/t, maior valor desde janeiro de 2009. O óleo atingiu 40,98 cents/lb, cotação mais alta desde segunda-feira. O farelo subiu US$ 7,20, ou 2,4% no dia, para US$ 303,30/t. O óleo de soja encerrou a 40,86 cents/lb, alta de 1,6% no pregão.

SOJA EM CHICAGO OPERA EM ALTA DE 2,7%.

Os preços internacionais da soja subiram com força nesta sexta-feira, em linha com os mercados vizinhos de milho e trigo. Negocios com vencimento em novembro, os mais líquidos, tiveram valorização de 26,75 cents ou 2,65% e estavam cotados a US$ 10,3575/bushel.
O analista Brian Hoops, presidente da corretora Midwest Market Solutions, disse que as cotações da soja precisam manter o mesmo ritmo que as do milho porque as safras competem por área plantada na primavera. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 5 mil contratos. Os principais contratos de milho e trigo estão subindo mais de 3% e ajudam a puxar a soja, segundo traders.

TRIGO OPERA COM VALORIZAÇÃO DE 3%.
Os contratos futuros de trigo registram forte valorização nesta sexta-feira e caminham perto das máximas em três semanas no mercado americano. A forte demanda para exportação continua impulsionando as cotações. O mercado foi capaz de romper níveis técnicos estratégicos. Lotes para entrega em dezembro tiveram ganhos de 21,25 cents ou 2,98% e operavam a US$ 7,35/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento saltava 22,75 cents ou 3,11% e era negociado a US$ 7,55/bushel.
O USDA estimulou o mercado quando anunciou que os Estados Unidos venderam 275 mil toneladas de trigo para destinos não revelados e outras 110 mil toneladas para o Egito, maior importador do mundo. A demanda por trigo de alto teor proteico dos Estados Unidos, negociado em Kansas e Minneapolis, aumentou desde que problemas climáticos limitaram a produção de outros países. A seca afetou a safra da Rússia e há preocupações também na Argentina e na Austrália, enquanto a Alemanha enfrenta excesso de umidade. Segundo analistas, o contrato dezembro da CBOT rompeu o intervalo que vinha ocupando recentemente e registrou a máxima de US$ 7,4150/bushel, maior marca desde 13 de agosto. Ordens automáticas de compra aceleraram os ganhos, de acordo com traders.

MILHO REGISTRA MÁXIMA 23 MESES EM ALTA DE 3,7%
Os preços futuros do milho estão perto do seu maior nível desde outubro de 2008 diante de projeções de safra consideradas altistas e um volume pesado de compras de fundos. Os contratos com vencimento em dezembro subiram 16,50 cents ou 3,69% e operavam a US$ 4,64/bushel. A máxima até o momento foi US$ 4,67/bushel.
O mercado abriu com valorização e avançou ainda mais depois que a empresa de análises privadas Informa Economics estimou que a produtividade final da safra de milho de 2010/11 chegará a 158,5 bushels por acre, bastante inferior à previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 165 bushels por acre. Uma redução de rendimento como esta apertaria a oferta de milho do país exatamente num momento em que se espera aumento das exportações, por causa da quebra na safra da Rússia. Estima-se que fundos tenham comprado 18 mil lotes até o momento, um sinal de que o rali foi alimentado por capital especulativos, segundo traders.

CHICAGO: GRÃOS OPERAM EM FORTE ALTA COM TEMOR DE BAIXA PRODUTIVIDADE.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago avançam nesta sexta-feira, motivados por incertezas sobre a produção antes de um final de semana prolongado. Embora a safra de soja esteja em melhor forma que a de milho, analistas observaram que a oleaginosa já teve sua parcela de condições climáticas adversas para fechar a temporada de cultivo.
Traders acrescentaram que a fase de plantio na América do Sul começará com atraso devido ao clima seco. Os produtos derivados da soja também oscilam positivamente. O contrato novembro ganha 26 cents, ou 2,58%, para US$ 10,35 por bushel.
O milho opera em alta, motivado pelo firme desempenho do trigo e por contínuas preocupações sobre a safra. Os preços demonstraram fraqueza no pregão eletrônico, mas a exportação de quase 400 mil toneladas anunciada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) impulsionou os preços do trigo e, consequentemente, os do milho, disseram traders. Segundo eles, os relatórios preliminares de produtividade têm sido decepcionantes ao redor do cinturão produtor, o que pode deixar as ofertas mais apertadas. Há pouco, o contrato dezembro saltava 15,25 cents, ou 3,41%, cotado a US$ 4,6275 por tonelada.
O trigo registra ganhos diante de sólida demanda por exportações, com ordens de compra automáticas acelerando os ganhos. O USDA informou hoje que exportadores norte-americanos venderam 385 mil toneladas de trigo duro vermelho de inverno para o Egito, maior comprador do cereal no mundo, e outros destinos não revelados.
Ordens de compra automáticas foram ativadas após o contrato dezembro ter avançado acima da área de US$ 7,30 por bushel, revelou um trader. Há pouco, o vencimento subia 21,25 cents, ou 2,98%, para US$ 7,35 por bushel. Na Bolsa do Kansas (KCBT, na sigla em inglês), o mesmo contrato avançava 20,25 cents, ou 2,77%, negociado a US$ 7,5250 por bushel.

MILHO/EUA: ALLENDALE ESTIMA SAFRA 2010 EM 13,15 BI BUSHELS
A corretora Allendale estimou a produção de milho neste ano em 333,934 milhões de toneladas e a de soja 91,715 milhões de toneladas. O levantamento feito com produtores de 25 Estados apontou uma produtividade média de 162,3 bushels por acre para o milho e de 43,21 bushels por acre para a soja. As estimativas de produção e produtividade da corretora ficam abaixo das últimas previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
No mês passado, o USDA projetou a safra de milho em 339,47 milhões de toneladas, sendo 165 bushels por acre, e a de soja em 93,43 milhões de tons, com produtividade média de 44 bushels por acre.
O departamento deve atualizar as estimativas na próxima sexta-feira (dia 10). Analistas preveem que o governo reduzirá as projeções do milho por causa de um clima excessivamente quente e seco em algumas áreas e muito úmido em outras. A Allendale, sediada em McHenry, Illinois, disse ter consultado os produtores entre 9 e 27 de agosto.

MONSANTO REDUZ PREÇO DE NOVAS TECNOLOGIAS.

A Monsanto está reduzindo o preço cobrado pelo uso de suas novas sementes avançadas de milho e soja, numa tentativa de recuperar a clientela de produtores dos Estados Unidos que perdeu com o sistema de preços inicial. O grupo de agronegócios foi forçado a reavaliar seus preços depois que as vendas das novas sementes geneticamente modificados - consideradas essenciais para o futuro da empresa - ficaram abaixo das expectativas.
O vice-presidente executivo de sementes e traços da Monsanto, Brett Begemann, afirmou que a semente de milho SmartStax terá um prêmio de US$ 20 em 2011 sobre a tecnologia já existente, que oferece proteção a três eventos, ante os US$ 60 estabelecidos na atual temporada. O prêmio da semente de soja Roundup Ready 2 Yield cairá para de US$ 5 a US$ 6, ante US$ 20 em 2010, embora US$ 10 reflitam a decisão da Monsanto de amenizar a exigência de que os produtores também comprem um tratamento de sementes para a safra. "Estamos retomando uma abordagem que usamos antes, que é colocar o preço onde o produtor tem menos risco na etapa inicial de uso dessas novas tecnologias", disse Begemann em entrevista ao Farm Progress Show. Ele confessou que a Monsanto vai reajustar os preços em seguida, elevando-os quando houver maior interesse do produtor.
Tanto as vendas do SmartStax quanto as do Roundup Ready 2 Yield ficaram abaixo das expectativas neste ano. As novas tecnologias incluem um número maior de traços de proteção contra pragas e elevação de produtividade. Segundo a Monsanto, 63% dos agricultores disseram que comprariam o Roundup Ready 2 Yield por preços mais baixos, enquanto 53% afirmaram que adquiririam o SmartStax com a mesma condição.
Begemann declarou, ainda, que a companhia deu início a uma nova estratégia de gerenciamento das operações com ervas daninhas, diante da queda das vendas de glifosato e da maior resistência ao herbicida, que a empresa vende com a marca Roundup.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

SOJA FECHA EM LEVE ALTA ANTES DO FIM SEMANA PROLONGADO.

O mercado futuro de soja encerrou com leve alta hoje na bolsa de Chicago com ajustes de posições no final do pregão, depois de oscilar em baixa na maior parte do dia. O contrato com base novembro, ganhou 3,50 cents, ou 0,3%, e terminou a sessão a US$ 10,09/bushel. Os fundos especulativos compraram cerca de três mil lotes no dia.
Sem grandes novidades, o mercado não conseguiu seguir uma direção mais clara, disse o analista Sterling Smith, de Minnesota. Ele considera que os participantes se afastaram da bolsa, enquanto reavaliam as condições do mercado antes da divulgação dos dados de desemprego nos Estados Unidos, observa Smith. O dado sai amanhã. Ele observa ainda mais cautela diante do fim de semana prolongado e com os relatórios de safra, acrescenta.
O mercado operou com queda durante grande parte do pregão, pressionado pelas chuvas que caem no Meio-Oeste e favorecendo o desenvolvimento das lavouras; pela ausência de compras; e a pressão sazonal antes da colheita em setembro. Os traders ainda procuram manter um prêmio de risco até a divulgação dos dados sobre produção. Eles ainda estão preocupados com a safra, por conta dos relatórios que indicam problemas causados por doenças em Illinois e Iowa e o estresse causado pela seca em algumas áreas no sul do país.
Do lado técnico, a soja encontra alguma sustentação porque conseguiu se manter acima do patamar psicológico de US$ 10/bushel no vencimento novembro.
Os produtos também encerraram firmes, depois de um dia fraco e sem direção definida, sendo puxado pelos ganhos da soja no final da sessão. A boa demanda exportadora deu força ao farelo, enquanto o óleo foi impulsionado pela alta do petróleo.

MILHO FECHA ESTÁVEL COM SUPORTE DA DEMANDA.
O mercado futuro de milho chegou ao fim do pregão com ganhos marginais na Bolsa de Chicago. Os contratos negociados para dezembro subiram 0,75 cent ou 0,17% e fechou a US$ 4,4750/bushel. Preocupações com a produtividade da safra dos Estados Unidos e a sólida demanda deram suporte aos futuros.
O analista Chad Henderson, da corretora Prime Ag, lembrou que a expectativa geral é de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduza sua estimativa para o rendimento da safra de milho do país na semana que vem, já que estimativas privadas indicam menor potencial de produção.
No mês passado, o USDA afirmou estimar que a produtividade média das lavouras de milho seriam de 165 bushels por acre. Mas a corretora de commodities FCStone, por exemplo, espera que o rendimento chegue a 162,9 bushels por acre. O USDA deve rever suas projeções em 10 de setembro.
Henderson afirmou que a notícia de que o Egito está comprando dos Estados Unidos deu suporte aos futuros, diante de exportações mais amplas do que o esperado, conforme relatório semanal do USDA divulgado hoje. Os Estados Unidos venderam um saldo de 1.686.700 toneladas da safra 2010/11 na semana encerrada em 26 de agosto.
No entanto, a atividade geral foi neutra, já que os traders parecem ter assimilado a maior parte dos fatores altistas do mercado. Henderson comentou que os traders recuaram hoje, aproveitando a oportunidade para reavaliar a ação de curto prazo conforme o milho se movimenta rumo à resistência técnica no intervalo entre US$ 4,48/bushel e US$ 4,50/bushel.
Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 4 mil lotes hoje. Veja abaixo como ficaram os principais vencimentos do milho em Chicago.

PEP/CONAB APURA SUSPEITA DE FRAUDE EM LEILÃO.

Os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão apurando se os agricultores receberam efetivamente o preço mínimo de R$ 13,98/saca na venda de milho para as tradings que receberam subvenção do governo, por meio dos leilões de prêmio para escoamento da safra (PEP). A Conab alega que a fiscalização é de rotina e que não está apurando nenhuma denúncia de fraude, mas o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Glauber Silveira, diz que recebeu ontem ligações de vários produtores que foram entrevistados pelos técnicos da companhia.
Silveira afirmou que os produtores comentaram que os técnicos da Conab queriam saber detalhes sobre as vendas de milho para as tradings que arremataram os prêmios nos leilões de PEP, como o valor efetivamente recebido e se houve a cobrança pelas empresas de qualquer tipo de desconto na negociação. Segundo ele, os pagamentos às tradings dos valores dos prêmios arrematados nos leilões estariam suspensos na Bahia, em virtude das denúncias de fraudes.
Na opinião de Glauber Silveira, o governo está correto ao apurar se os produtores de fato receberam o preço mínimo ou apenas R$ 11/saca como se comenta no mercado. Ele reconhece que o agricultor tem sua parcela de culpa ao aceitar o desconto para garantir a venda da mercadoria. Para denunciar a fraude, o agricultor teria de assumir que recebeu o preço mínimo de R$ 13,98/saca e devolveu às tradings parte dos recursos. As fraudes mais comuns são exigência pelo comprador de devolução de parte do valor da mercadoria declarado em nota fiscal e a alegação de que houve deságio (quebra) sobre o valor da mercadoria após o beneficiamento.
As fraudes colocam em risco as operações de PEP, um dos principais mecanismos encontrados pelo governo para garantir ao agricultor o recebimento do preço mínimo com economia para os cofres públicos, pois não existe desembolso na compra do produto e nem despesas com o carregamento de estoques. Apesar de a maior parte do milho negociado com a subvenção do governo ser destinada à exportação, o mecanismo não é considerado subsídio, pois o comprador não é obrigado a exportar o produto. As regras da Organização Mundial de Comércio (OMC) permitem aos países em desenvolvimento subsidiar o transporte.
A fiscalização do governo federal é mais acentuada em Mato Grosso porque o Estado é o principal demandante dos leilões de prêmios para escoamento da safra, pois a produção estadual de milho é de 8,684 milhões de toneladas e o consumo interno é de 2 milhões de toneladas, segundo estimativas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os leilões de PEP realizados pela Conab possibilitaram neste ano o escoamento de 6,787 milhões de toneladas de milho, a maior parte para a exportação. Esta quantidade corresponde a 61% do volume contemplado com o mecanismo em todo País (11,049 milhões de toneladas). O valor liberado para o PEP de milho em Mato Grosso somou R$ 455,5 milhões, que representa 62% do total gasto no País.
O apoio total do governo federal à comercialização de milho em Mato Grosso, incluindo aquisições e os leilões de Prêmio Equalizador pago ao Produtor (Pepro) somam 7,022 milhões de toneladas, que correspondem a 81% da produção estadual e a 58% de todo volume no território nacional (12,092 milhões de toneladas). Só em Mato Grosso o governo aplicou neste ano R$ 468,5 milhões para apoiar a comercialização de milho, valor que representa 54% das despesas em nível nacional.
Nordeste - A política do governo de apoiar a comercialização não está sujeita à fraude somente na origem. No fim de julho, a fiscalização da Conab descobriu que pequenos produtores no município de Iguatu, no Ceará, adquiriam milho do governo federal a R$ 22,19 e vendiam para empresas por R$ 30/saca, desviando o objetivo do governo, que é atender à agricultura familiar. O caso será encaminhado ao Ministério Público Federal, que vai decidir se encaminha o documento para a Polícia Federal para a abertura de um inquérito policial.

MINISTRO DETERMINA APURAÇÃO DE  DENÚNCIA.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, determinou hoje ao superintendente de operações comerciais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Paulo Moraes Filho, que a estatal apure com rigor denúncias de que produtores de milho não receberam o preço mínimo na venda do grão subsidiado pelo governo. A Agência Estado apurou que a denúncia foi apresentada diretamente ao ministro por agricultores da Bahia. Para estimular o escoamento da safra, o governo realizou leilões de prêmios (subsídio ao frete) e o pagamento do preço mínimo era condição para que os compradores recebessem a subvenção. "Dei ordens para que, se encontrarem alguma coisa, que levem o caso à Polícia Federal e ao Ministério Público", disse à AE ao chegar no Ministério.
A AE apurou que, pressionados pelas tradings, que reclamavam que os preços altos inviabilizavam a exportação ou mesmo o transporte para regiões mais distantes, os produtores baianos teriam devolvido parte do valor da saca de milho ao comprador para conseguir vender.
O mesmo estaria ocorrendo em Mato Grosso. Os agricultores do Estado estariam recebendo apenas parte do preço mínimo de R$ 13,98/saca. Rossi disse que o Ministério tem conhecimento apenas da denúncia dos agricultores baianos e considerou que a irregularidade deve envolver um número pequeno de produtores.
Fontes do mercado destacam que a Conab terá dificuldade para apontar os responsáveis, já que envolvem os próprios produtores.
Segundo as regras, o comprador paga ao agricultor o preço mínimo diretamente na conta corrente, o que gera extrato que é apresentado à Conab para comprovar a operação. Segundo as fontes, o que não é possível comprovar é a devolução posterior de parte do valor ao comprador, pois seria feito em espécie.

Venilson Ferreira, correspondente.

EUA: ÁREA PLANTADA COM GRÃOS SERÁ MAIOR EM 2011.

Os produtores dos Estados Unidos plantarão área maior com milho, soja e trigo para colheita em 2011 do que fizeram em 2010, de acordo com pesquisa divulgada pela revista Farm Futures. Segundo o levantamento, no ano que vem a área plantada com milho deve aumentar quase 2%, para 89,5 milhões de acres, enquanto a área da soja deve estabelecer o novo recorde de 79,6 milhões de acres, aproximadamente 1% maior que em 2010.
O analista da Farm Futures, Arlan Suderman, disse que os produtores estão "otimistas" com o cultivo de milho e soja, que serão plantados na primavera do Hemisfério Norte (março a junho).
O plantio de trigo de inverno neste outono (setembro a dezembro) deve ocupar 41,7 milhões de acres, mais de 10% acima do ano anterior, conforme a revista. O total plantado com trigo para colheita em 2011 somará 58,3 milhões de acres, isto é, 7% mais que um ano antes.A Farm Futures consultou 550 produtores do país via e-mail, de 23 de julho a 4 de agosto.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SOJA DESCOLA DE OUTROS MERCADOS E FECHA EM QUEDA.

Os preços futuros da soja fecharam em baixa hoje na bolsa de Chicago que se descolou de outros mercados de commodities, diante da ausência de notícias que ofereçam sustentação à oleaginosa. O vencimento novembro, caiu 4,50 cents, ou 0,4%, para US$ 10,0550/bushel. Os fundos venderam cerca de 4 mil lotes no dia.
O analista Tim Hannagan de Chicago, observou que não há novidades no mercado para dar algum suporte ao mercado. Ele ressalta que a demanda chinesa e a incerteza sobre a produtividade das lavouras americanas já são consideradas notícias velhas e não movimentam o mercado.
O mercado está mais focado agora no tamanho que terá a nova safra dos Estados Unidos, no próximo ano. Entretanto, como o pico da colheita só deve ocorrer nas próximas semanas, os participantes não estão dispostos a abrir mão das posições compradas antes do feriado prolongado desta semana, afirma Hannagan.
A bolsa chegou a operar em alta com o rali em outras commodities e a fraqueza do dólar, que renovaram o interesse de compras especulativas neste início de mês, mas sucumbiu diante da ausência de fatores altistas.
Os participantes observam um arrefecimento das importações chinesas de soja americana. Além disso, a perspectiva de chuvas favoráveis ao desenvolvimento das plantas na fase final da safra americana de soja nas áreas oeste e central do Meio-Oeste reduzem o temor de perdas nas lavouras deixa os compradores cautelosos. Mesmo assim, os traders devem acompanhar com atenção os relatórios de safra antes de tirar o prêmio de risco no mercado. As operações de arbitragem, com compras no milho e vendas na soja, também foram registradas no pregão. O sentimento é de que o risco ainda é maior para as lavouras de milho, destaca Hannagan.
Os traders esperam pelos dados de produtividade e produção que as consultorias divulgam antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A FCStone divulgou há pouco estimativa de produtividade de 43,5 bushels/acre e produção de 92,27 milhões de toneladas. Os números vieram abaixo da projeção do mês passado, quando a consultoria apontou rendimento de 44 bushels/acre e produção de 93,30 milhões de tons.

MILHO ATINGE MÁXIMA EM 14 MESES.
Os contratos futuros de milho fecharam a quarta-feira em alta após alcançar as máximas em 14 meses, com suporte de outros mercados e preocupações com a produtividade nos Estados Unidos. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, subiram 7,50 cents ou 1,71% e fecharam a US$ 4,4675/bushel. Em seu melhor momento, registraram US$ 4,4725/bushel.
O mercado ainda encontra suporte no que é quase um consenso entre os analistas: o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deverá reduzir sua estimativa de produtividade de milho no país no próximo relatório de safra. Há registros de que o rendimento é menor do que o esperado em áreas do Sul, o que aumenta os rumores de que a oferta global pode ficar apertada. A demanda continua é firme em países em desenvolvimento.
Segundo o analista John Kleist, da Allendale, o suporte de outros mercados permitiu que o milho esticasse a recente tendência de alta, diante do declínio do dólar, que estimulou compras de commodities (petróleo, grãos, metais) e ações.
Fundos especulativos recuperaram posições de compra neste início do mês, após a realização de lucros observada ontem, por ser o fim de agosto. Estima-se que fundos tenham comprado 12 mil lotes hoje. Segundo Kleist, os ganhos do milho desta quarta-feira estiveram mais relacionados ao fluxo de capital do que a mudanças nos fundamentos de mercado. Ele acredita que a queda da produtividade não provocará uma grande alteração material na produção. No entanto, a falta de novidades sobre fundamentos limitou os avanços, bem como a falta de vontade dos traders de puxar as cotações de modo mais agressivo por causa das incertezas sobre produtividade. Os participantes continuarão atentos a análises privadas que esclareçam a situação da produtividade das lavouras.

MILHO: EXPORTAÇÃO SUPERA 1 MILHÃO DE TONELADAS.

O apoio dado pelo governo à comercialização da safra de milho se refletiu nos embarques do grão para o exterior no mês de agosto. Segundo dados divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de milho em agosto somaram 1,191 milhão de toneladas, volume 316,5% superior ao embarcado em julho, de 286 mil toneladas. Em relação a agosto de 2009, quando foram embarcadas 372,2 mil toneladas do grão, a alta foi de 220%.
A receita com as vendas externas de milho em agosto foi de R$ 214,3 milhões ante R$ 50,4 milhões no mês anterior, alta de 325,2%. No mesmo mês do ano passado, o faturamento foi de R$ 63,5 milhões. No acumulado do ano, o volume exportado de milho soma 3,548 milhões de t. Nos oito meses de 2009, o volume chegava a 3,921 milhões de toneladas.
Por causa dos subsídios arrematados nos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto para o equivalente a 10,625 milhões de toneladas, o governo espera que as exportações continuem em ritmo acelerado neste semestre. A meta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é conseguir exportar 8,5 milhões de toneladas do cereal em 2010.

MATO GROSSO ANUNCIA DESCOBERTA DE JAZIDA DE FERRO DE 11,5 BI DE TONS.

O governo de Mato Grosso anunciou hoje a descoberta de depósitos com 11,5 bilhões de toneladas de minério de ferro e 450 milhões de toneladas de fosfato. As jazidas ficam na região oeste de Mato Grosso, no município de Mirassol D´Oeste. O secretário de Estado de Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, afirmou que o teor médio de ferro nas rochas é de 31% e no caso do fosfato, de 6,5%. As áreas onde estão localizados os depósitos são de propriedade particular e a exploração já foi requerida pela empresa mineradora GME4.
Nadaf comemora a descoberta das jazidas, que não estavam nos planos do governo de Mato Grosso, que há anos vem realizando pesquisas, em parceria com o Serviço Geológico do governo federal (CRPM) para prospecção de depósitos de fosfato, uma das principais matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes, que é 100% importada de outros Estados e do exterior. Para Nadaf as jazidas de ferro são "o pré-sal de Mato Grosso".

FERTILIZANTES: MATO GROSSO ANUNCIA DESCOBERTA DE DEPÓSITO DE FOSFATO

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, e o secretário de Estado de Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, concedem entrevista coletiva para anunciar a descoberta de "um grande depósito de fosfato na região oeste de Mato Grosso". A descoberta terá impacto na redução dos custos de produção da agricultura local, pois os produtores mato-grossenses importam 100% do fosfato utilizado na adubação do solo. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, também participa da entrevista coletiva, que está sendo realizada no Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso.
A descoberta das jazidas de 450 milhões de toneladas de fosfato na região oeste de Mato Grosso, anunciada hoje pelo governo estadual, sinaliza com uma redução de pelo menos 30% do custo do insumo para os agricultores, que corresponde ao valor do frete pago no transporte do produto. Atualmente, o consumo em Mato Grosso é de 650 mil toneladas de fosfato por ano, volume 100% comprado em outros Estados ou importado de outros países. Os cálculos são do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.
Os agricultores de Mato Grosso gastam R$ 400 milhões por ano na compra de fosfato para adubar as lavouras e, no caso da recuperação de pastagens, o desembolso é de R$ 200 milhões. Segundo Prado, atualmente os agricultores pagam de R$ 350 a R$ 400 pela tonelada de fosfato e deste valor R$ 100 são relativos ao frete. Ele diz que a descoberta anima o setor, por causa da perspectiva de aumento no investimento da recuperação dos 8 milhões de hectares de pastagens degradadas existentes em Mato Grosso, pois o fosfato é o insumo mais caro.
Prado afirmou que, independente da descoberta anunciada hoje, os produtores continuam com a prospecção de reservas na região do Planalto da Serra. Os resultados obtidos até agora são de baixos teores e profundidades que não viabilizam o início da exploração. Os agricultores de Mato Grosso já investiram R$ 1 milhão na tentativa de encontrar novas fontes de fosfato.
O secretário de Estado de Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, afirmou que o governo de Mato Grosso também manterá as prospecções que estão sendo realizadas em outras regiões. Ele disse que já foram realizadas 4.300 análises de solos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

SOJA FECHA EM BAIXA SEGUINDO OUTROS MERCADOS.

Os preços futuros da soja encerraram em baixa nesta terça-feira na bolsa de Chicago (CBOT), devolvendo os ganhos do início do pregão, conforme outros mercados de commodities inverteram a direção, terminando em queda. O porcentual estável para a condição das lavouras norte-americanas da oleaginosa também pesou sobre os mercados.
O vencimento mais próximo, setembro, perdeu 0,98%, ou 10 cents, para US$ 10,08/bushel. Contrato mais líquido, o novembro recuou 1,22%, ou 12,50 cents, para US$ 10,10/bushel. Os fundos especulativos venderam quatro mil lotes no dia.
O mercado recuou com a fraqueza generalizada nos futuros do trigo e com as baixas em outras commodities, que reduziram o apetite dos traders a manter exposição a ativos de mais risco, disse Jack Scoville, analista da Price Futures Group, de Chicago. Sem notícias que ofereçam sustentação aos preços e a estabilidade na condição das lavouras, justamente no período em que o mercado costuma perder força com a aproximação da colheita, acrescentou o analista.
Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 64% das lavouras do país estão entre boa a excelente condição, estável em relação à semana anterior e inferior aos 69% apurados no mesmo período do ano passado. Influências baixistas dos mercados financeiros, a fraqueza do petróleo e dos metais geraram uma pressão psicológica que levaram alguns especuladores a cobrirem posições compradas nos vencimentos futuros. Também foram observadas vendas técnicas, uma vez que o mercado não conseguiu testar a resistência prevista nos gráficos, segundo Scoville.
Ao mesmo tempo, as crescentes especulações de que a área e produção podem superar a marca recorde do ciclo 2009/10 contribuiu para aumentar o tom baixista do mercado, segundo analistas. O Brasil, segundo maior produtor de soja depois dos Estados Unidos, deve expandir a área dedicada à oleaginosa em 3% a 5% na safra 2010/11, segundo analistas consultados pela Dow Jones.
Os produtos também encerraram em baixa. O óleo estendeu as perdas próximo do fechamento, diante da fraqueza dos futuros do petróleo e da expectativa de oferta abundante no mercado interno. O farelo, que operou firme na maior parte da sessão, sucumbiu no final do dia, seguindo as perdas do trigo e da soja.

MILHO ACOMPANHA TRIGO E FECHA COM DESVALORIZAÇÃO
A influência do mercado vizinho de trigo pesou sobre as cotações do milho nesta terça-feira na Bolsa de Chicago além das preocupações com a lenta recuperação da economia global. Os contratos mais líquidos, com vencimento em dezembro, caíram 2,25 cents ou 0,51% e fecharam a US$ 4,3925/bushel."Vendas de commodities ocorreram na segunda metade do pregão desta terça-feira, o que faz sentido considerando que tem sido uma semana difícil nos outros mercados, na Ásia especificamente", disse o analista Mike Zuzolo, presidente da corretora Global Commodity Analytics. Incertezas sobre a economia estimularam os traders a reduzir sua exposição ao risco no mercado.
A relutância dos compradores em esticar os avanços recentes, mesmo diante de relatos de produtividade inferiores ao esperado nas áreas do Sul dos Estados Unidos, mostra que os consumidores finais estão confortáveis em comprar quando o mercado dá uma trégua, mas não buscam puxar as cotações para as máximas, de acordo com o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache.
A incerteza sobre o rendimento mantém os os traders confortáveis ao manter os preços num intervalo, enquanto aguardam maiores confirmações sobre a colheita em áreas que sofreram alguma pressão após a polinização, acrescentou McCambridge.
O mercado encontra suporte, no entanto, na ideia geral de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai reduzir sua estimativa de produtividade de milho no próximo relatório de oferta e demanda. Mas sem uma confirmação desse cenário nos importantes Estados de Illinois e Iowa, traders continuarão adotando postura cautelosa antes do relatório de safra. Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 10 mil contratos hoje.

GRÃOS/EUA: SAFRAS DE MILHO E SOJA MANTÊM BOAS CONDIÇÕES.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu os traders do mercado futuro de grãos ao informar hoje, em seu relatório semanal de acompanhamento de safra, que as condições das safras de milho e soja são as mesas da semana passada. Os participantes do mercado previam uma queda da avaliação, como costuma acontecer antes da colheita de outono.
Acreditava-se que o calor e a seca tivesse afetado a produção em algumas áreas. O analista Dale Durchholz, da corretora AgriVisor, afirmou que a avaliação é um pouco baixista para os futuros de milho e soja. No caso do trigo, não houve surpresa na condição da safra de primavera dos Estados Unidos e, portanto, o relatório não deve mexer com os preços.
Soja
O USDA afirmou que 64% das lavouras de soja apresentavam condição boa a excelente até domingo, mesma proporção da semana anterior e inferior aos 69% registrados um ano antes. Em Iowa, importante Estado produtor, a condição melhorou um ponto porcentual na semana, para 69%. A melhora na condição das lavouras levanta desconfianças sobre a relevância dos casos de síndrome de morte súbita (registrados em alguns campos do Estado) no contexto geral da produção. "Na verdade, Iowa está tão bem como estava duas semanas atrás", lembrou Durchholz.
De acordo com o USDA, a soja de Iowa está começando a perder a cor verde clara, principalmente pelo avanço no desenvolvimento. Segundo a agência do governo, a morte súbita está "querendo ocupar mais espaço" e também há presença de ferrugem em determinadas áreas.
Cerca de 8% da safra de soja registrou queda de folhas no domingo, pouco acima da média de 7% para o ano, de acordo com o USDA. Em Indiana, a safra estava mais desenvolvida do que o normal, de modo que 14% das plantas tinham queda de folhas, ante média de 6%. Em Illinois, 5% da safra tinha queda de folhas, quando a média é de 3%. Iowa, por sua vez, tinha 3% das lavouras nesta etapa, ante 2% de média.
O estágio de formação de vagem está praticamente concluído: 96% das lavouras atingiram esta etapa, ou seja, um ponto porcentual acima do normal.
Milho
O USDA manteve sua avaliação boa a excelente para a safra de milho do país em 70%. No mesmo momento do ano passado, eram 69%. A avaliação ficou acima do esperado, mas os traders ainda esperam que o USDA venha a reduzir sua estimativa de produtividade média no relatório mensal de oferta e demanda, que será divulgado em 10 de setembro. De acordo com pesquisas, o início da colheita está revelando rendimento abaixo do que os traders previam.
Durchholz alertou que "a produtividade inicial raramente é um bom indicador para a produtividade da safra", pois pode se referir à parte da safra plantada no início ou ao milho que teve um ciclo de desenvolvimento mais curto. Ele declarou, ainda, esperar que o governo diminua sua estimativa de produtividade, que atualmente é de 165 bushels por acre.
Em Iowa, a avaliação boa a excelente foi elevada de 67% para 69% na semana. A condição caiu dois pontos porcentuais em Illinois e Indiana, para 62% e 57%, respectivamente. Cerca de 73% da safra de milho dos Estados Unidos se encontra no estágio de formação de dentes, acima da média de 55%, de acordo com o USDA. Isso foi atribuído ao rápido desenvolvimento e ao plantio adiantado no início da temporada. O USDA informou que 17% da safra amadureceu, ante média de 11% para esta época do ano.
Trigo
A agência do governo americano declarou que 69% da colheita de trigo de primavera foi concluída, menos do que a média de 75% para este momento do ano. A colheita segue em ritmo mais lento neste ano, por causa da umidade e do plantio tardio em algumas áreas. Mas o atraso de seis pontos porcentuais não é uma preocupação, segundo analistas.
Na Dakota do Norte, principal Estado produtor do cereal, 74% da colheita foi realizada, acima da média de 70% para esta época do ano, de acordo com o USDA. A safra de trigo de primavera, plantada nas Grandes Planícies do Norte, é prezada por seu elevado teor proteico e costuma ser misturada a variedades de qualidade inferior.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SOJA FECHA EM QUEDA POR FALTA DE NOVOS COMPRADORES.

Os preços futuros da soja inverteram a direção e encerraram em baixa na bolsa de Chicago depois que as compras de fundos especulativos e usuários finais se esgotaram. O vencimento setembro perdeu 4 cents, ou 0,4%, para US$ 10,18/bushel. O contrato mais líquido, base novembro, caiu 3,50 cent, ou 0,3%, para US$ 10,2250/bushel. Os fundos venderam cerca de dois mil lotes no dia.
A incerteza sobre a produtividade das lavouras norte-americanas da oleaginosa sustenta os preços, mas depois de três dias consecutivos de rali, os participantes hesitam em manter compras com o alto nível dos preços, observou Don Roose, analista de Iowa. "Os participantes não querem ser pegos no teto do mercado, particularmente os usuários finais, que tentam gerenciar os custos de produção", acrescentou Roose.
O mercado de soja busca um valor mais adequado em meio à ausência de novidades no mercado. A soja permanece sustentada pelo temor de quebra da produtividade na lavoura americana e forte demanda por parte de exportadores, mas foi a ausência de compras de fundos e empresas comerciais perto das máximas do dia que estimulou a realização de lucros depois dos três dias de rali, observaram analistas da bolsa.
O mercado também foi pressionada pelas operações de arbitragem, com vendas na soja e compras nos futuros do milho. Os dois produtos podem apresentar problemas de produtividade, mas a percepção dos traders é que o cenário é mais arriscado para a oleaginosa que para o cereal. Os primeiros relatórios já apresentam menor rendimento das lavouras de milho que começam a ser colhidas. Contudo, ainda vai demorar algumas semanas até a colheita da oleaginosa no Meio-Oeste, observou Dan Basse, de Chicago.
Por ora, o estoque ajustado, a sólida demanda de exportadores e de esmagadoras locais, devem limitar as entregas do grão da safra 2009/10 no primeiro dia de notificação para o vencimento setembro da soja e do farelo, que expiram na terça-feira. O número de notificações para a soja deve ser maior, de acordo com analistas consultados pela Dow Jones.
Os analistas não esperam entregas do vencimento setembro da soja e do farelo no primeiro dia de notificação. No caso do óleo de soja, as projeções variam entre 2 a 4 mil contratos. O fechamento também foi em baixa nos produtos, pressionados pela queda na soja. O farelo foi afetado diretamente pela queda do grão, já o óleo de soja recebeu pressão adicional com o recuo do petróleo e o alto nível de estoques, observaram analistas.

MILHO SOBE COM TEMOR DE BAIXA PRODUTIVIDADE E DEMANDA MAIOR.
Decepcionados com os resultados iniciais de produtividade das lavouras de milho dos Estados Unidos, participantes do mercado puxaram hoje as cotações da commodity na Bolsa de Chicago. Além disso, sinais de forte demanda serviram de catalisador para os preços, que se aproximaram das máximas em oito meses. Posição mais líquida, o contrato dezembro subiu 5,50 cents ou 1,26% e fechou a US$ 4,4150/bushel.
O analista Rich Nelson da corretora Allendale, disse que as expectativas de produtividade variam ao longo do Cinturão do Milho americano. A colheita menor do que o esperado em áreas do Sul estimulou os traders a embutir algum prêmio de risco nas cotações, segundo o analista. O mercado está assimilando a possibilidade de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevar sua estimativa de exportação no relatório de oferta e demanda de setembro, mas permanece incerto o potencial da estimativa produção, segundo Nelson.
A incerteza no mercado tem que ver com a baixa qualidade dos estoques da antiga safra, a 2009/10, o que vem atraindo compras de especuladores e de consumidores finais que procuram se preparar para o caso de a oferta ficar mais apertada. Estima-se que fundos tenham comprado 14 mil lotes.
A expectativa média do mercado é de que as notificações de entrega relativas ao contrato setembro variem de zero a 300 lotes no primeiro dia de notificações, terça-feira, na medida em que preocupações com a qualidade da safra e os amplos níveis das bases de preço limitam as entregas.

MATO GROSSO/SAFRA 10/11: LA NIñA PODE ATRASAR SOJA E REDUZIR ÁREA DE MILHO.

A ocorrência do fenômeno La Niña, que no Brasil retarda a ocorrência das chuvas da primavera, deve provocar atraso no plantio da safra de soja 2010/11 em Mato Grosso, maior produtor nacional. Posteriormente, isso vai se refletir numa redução no cultivo do milho safrinha, que é cultivado, em parte, sobre as áreas da oleaginosa. A avaliação é do presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Elso Pozzobon. Normalmente, as chuvas na região têm início nas duas primeiras semanas de outubro, mas as atuais previsões indicam que a regularização deve ocorrer na segunda quinzena do mês. "Para a soja, a situação não preocupa, porque não afeta o desenvolvimento da lavoura. O problema é que o atraso pode provocar uma redução nas áreas aptas para plantar o milho safrinha", explica.
O município de Sorriso, no médio-norte de Mato Grosso, tem a maior área cultivada de soja no País e é um dos primeiros a iniciar o plantio no Estado. Em 2009/10, foram semeados 600 mil hectares e a produção chegou a dois milhões de toneladas. Em função do vazio sanitário, os produtores locais só podem começar o plantio de verão a partir de 15 de setembro. O milho é implantado somente na segunda safra e ocupou uma extensão de 240 mil hectares na última temporada. A janela de plantio do cereal vai da primeira quinzena de janeiro até 20 de fevereiro.
O presidente do sindicato lembra que o município já enfrentou problemas em 2010, porque as chuvas cessaram no início de abril, antes do que era previsto para a região, provocando quebra de 15% na produtividade de milho segunda safra no Estado. "O normal é ter chuvas até o final de abril. A seca começou cedo neste ano", afirma. A previsão inicial de produção era de pouco mais de um milhão de t, mas foi reduzida para 900 mil t, por causa da perda de rendimento.
Preparo precoce - No oeste baiano, as previsões climáticas indicam que o regime pluvial deve se regularizar somente na segunda quinzena de novembro, período em que o plantio de soja deve ter início na região. Segundo o assessor para agronegócio da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Alcides Viana, este é o padrão que tem se repetido nas últimas safras. A exceção ocorreu no último ciclo, em 2009/10, quando as primeiras chuvas foram registradas em outubro, permitindo que produtores antecipassem o plantio.
A grande preocupação na região é se faltar chuva entre o final de dezembro e janeiro, no período de pleno desenvolvimento das lavouras e alta necessidade hídrica. "Janeiro é crucial. Se ocorrer veranico e faltar chuva, pode haver quebra na soja, milho e algodão", explica Viana.
O assessor da Aiba conta que os produtores começam a avaliar as condições de plantio de uma nova safra ao mesmo tempo em que finalizam a colheita da antiga. "Em maio, na colheita, o produtor já começa a olhar para a safra seguinte e estudar como vai se posicionar e que variedades usar", afirma. Ele explica que, diante do risco de atraso do plantio, os produtores têm procurado comprar sementes mais precoces, com ciclo de desenvolvimento mais curto, que permitam garantir a produtividade mesmo neste cenário.
Previsões - Os serviços climáticos confirmam que o fenômeno La Niña deve afetar todas as áreas produtoras do País em 2010/11. A Somar Meteorologia indica que a combinação do inverno muito seco com a ocorrência do La Niña deve provocar o atraso no retorno das chuvas da primavera. "As chuvas para o Sudeste e o Centro-Oeste devem voltar gradualmente no decorrer de outubro. As condições de plantio para a lavoura de soja dessas regiões, no entanto, só devem ocorrer, mesmo assim de forma parcial, a partir da segunda quinzena de outubro e regularização em novembro", afirmou o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
Para as lavouras da região conhecida como Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), as condições ideais para plantio devem atrasar mais ainda, com indicativo do retorno e regularização das águas a partir da segunda quinzena de novembro.
O meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo, considera que "toda a área produtora terá algum tipo de comprometimento". Ele explica que o tempo está muito seco e as frentes frias não têm conseguido avançar para o interior do País. O déficit hídrico típico do inverno não será recomposto em setembro. "Daqui para a frente, essa deficiência deve piorar e será preciso um bom volume de chuvas para recompor a umidade para níveis considerados ideais", afirma. É exatamente o contrário do ano passado, que foi um ano muito úmido, inclusive no inverno. "A dica agora é esperar pela chuva até onde isso seja possível."
Mesmo após a chegada das chuvas, a expectativa é que elas sejam mal distribuídas, como geralmente ocorre em anos de La Niña. Isso poderá prejudicar o desenvolvimento das lavouras depois do plantio. Nascimento diz que a situação é crítica em todo o Centro-Oeste, interior do Nordeste, Pará, Tocantins e Paraná. "Toda a área produtora de grãos terá algum tipo de comprometimento", afirmou. Ele conta que áreas em Rondônia, Acre e noroeste de Mato Grosso registraram chuvas leves. "Normalmente, nesta época a umidade da região Amazônica desce para o resto do Brasil, mas neste ano isso vai demorar um pouco mais."

MILHO/PARANÁ-ÁREA DEVE SER A MENOR EM 40 ANOS.

O Paraná, maior Estado produtor de milho, deverá cultivar na safra verão 2010/11 a menor área desde o início da década de 70, ou 762 mil hectares. Hoje a Secretaria de Agricultura do Estado (Seab)estimou uma redução de 15% em relação aos 900 mil hectares cultivados em 2009/2010. Confirmada a área, a produção deve ser 20% menor, passando de 6,8 milhões de toneladas para 5,5 milhões de toneladas. Em sua primeira projeção de plantio, a secretaria espera uma queda de 5% na produtividade, passando de 7.600 kg por hectare na safra passada para 7.200 kg/ha. Para a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral), a redução se deve aos preços baixos do cereal no primeiro semestre de 2010 e do receio de que as lavouras possam ser prejudicadas pela estiagem, típica de anos de La Niña. "Milho é uma cultura suscetível à falta de chuvas", afirma.
Soja - Parte da área não cultivada com milho deve ser coberta com soja, produto com preços mais remuneradores e maior liquidez. O levantamento da Seab mostra que o plantio da oleaginosa deve aumentar 3% em área, passando de 4,4 milhões de hectares para 4,5 milhões de hectares. No entanto, na comparação com o ciclo 2009/2010, que teve produtividade acima das médias anuais, com 3.180 kg por hectare, nesta safra a projeção é de 3.050 kg por hectares, uma redução de 4%. Em 2009/10, o clima foi excepcional para a soja. Neste ciclo, a estiagem deve impedir a repetição dos resultados. Segundo a Seab, a produção total deve ser 1% menor, com 13,7 milhões de toneladas ante 13,9 milhões de toneladas no período anterior.
Feijão das águas - As áreas que não forem cultivadas com milho e soja deverão ser ocupadas pelo feijão primeira safra. O Paraná é maior produtor de feijão das águas, e o aumento de 8% na área plantada, de 320,1 mil hectares para 344,9 mil hectares neste período, será influenciado pelo preço superior ao custo de produção nas últimas safras. A produção deverá passar de 485,6 mil toneladas para 579,8 mil toneladas, um incremento de 19%.
Considerada a safra total de grãos cultivados no verão no Paraná, o primeiro levantamento aponta queda de 7% na área total cultivada, com 5,6 milhões de hectares. Já a produção deverá cair de 21,4 milhões de toneladas colhidos na safra 2009/2010 para 19,9 milhões de toneladas de grãos neste ciclo. A estimativa de menor produção leva em conta a possibilidade de uma estiagem causada pelo fenômeno La Niña, que retarda a ocorrência de chuvas e que acontecem de forma irregular durante o desenvolvimento das lavouras.

PERSPECTIVAS PARA A POLÍTICA MONETÁRIA.

O Banco Central tem optado por diminuir o ritmo do aperto monetário à medida que a inflação apresenta alguma moderação, na margem, e a incerteza sobre a recuperação das economias avançadas eleva-se. No entanto, dados a robustez da demanda doméstica, o déficit em conta corrente e a volta da dependência de capitais voláteis na sustentação do balanço de pagamentos, as perspectivas para a política monetária vão depender, dentre outros fatores, do nível da taxa de juros nos países desenvolvidos.
A expansão da economia gera pressões de demanda nos preços ao consumidor e também nas importações. A exuberante expansão do crédito, cujo crescimento das concessões alcançou 18% em 12 meses, juntamente com a expansão da massa real de salários e os estímulos fiscais, resultou no aumento da demanda agregada acima da capacidade produtiva da economia. Os dados do setor externo corroboram este fato. Em julho, as transações correntes foram deficitárias em US$ 4,5 bilhões, acumulando déficit de US$ 43,8 bilhões nos últimos doze meses, equivalentes a 2,24% do PIB.
A taxa de inflação anual (12 meses) declinou nos últimos três meses: de 5,3% em abril reduziu-se para 4,6% em julho. Entretanto, isso refletiu mais o efeito de choques idiossincráticos de oferta, como no caso da queda nos preços dos alimentos, do que efeito da política monetária. O aumento dos preços dos bens não-comercializáveis em relação aos comercializáveis revela que o País desenvolve excesso de demanda doméstica. De acordo com este cenário, é provável que a inflação demore um pouco mais até convergir para a meta de 4,5%.
Apesar da desaceleração apresentada no segundo trimestre, a economia brasileira terminará o ano de 2010 com crescimento acima do potencial, como também com inflação acima da meta central. O mercado interno continuará sendo o principal responsável pela expansão, e o excesso de demanda provavelmente persistirá. Tal fato pressiona os preços e as transações correntes, de cujo déficit vem sendo financiado pela elevação dos investimentos externos em carteira, os quais aumentaram 3,5%, nos últimos 12 meses findos em julho.
O Real tornou-se uma das commodities monetárias mais desejadas, em virtude da trajetória de valorização esperada. Entusiasmado pelo interesse dos investidores na moeda brasileira, o Tesouro Nacional alongou a dívida interna, mesmo sem a existência de mercados secundários líquidos. Logo, quando da ocorrência dos primeiros sintomas da desvalorização dos ativos denominados em real, sem "portas de saídas" imediatas, a ansiedade dos investidores é potencializada pelos sucessivos aumentos da cotação do dólar e das taxas de juros futuras.
No curto prazo, a necessidade de financiamento externo não é tão preocupante, pois a situação nas economias avançadas tem característica deflacionária. Após o primeiro semestre caracterizado pela recuperação apoiada na recomposição de estoques, a economia americana sofre com desemprego alto, e a fraqueza do mercado imobiliário produz efeito riqueza negativo sobre as famílias, prejudicando o consumo. Além disso, apesar dos dados na Europa estarem relativamente melhores, também no curto prazo, as medidas de austeridade fiscal devem reduzir o crescimento nos próximos anos.
Dessa forma, apesar da elevação das incertezas no cenário externo, que mudaram o conjunto de informações utilizadas pelo Banco Central, o aquecimento da economia doméstica induz à expectativa de que a inflação levará mais tempo até convergir para a meta. Isso pode conduzir o Banco Central no sentido de sinalizar novos aumentos nas taxas de juros, nos anos seguintes, caso haja afrouxamento da política fiscal. Conjuntamente, os déficits em conta corrente financiados pelo ingresso de capitais voláteis podem ficar escassos, no caso da elevação das taxas de juros de longo prazo dos títulos americanos. No entanto, isso é improvável, ao menos no curto prazo.

* Carlos Thadeu de Freitas Gomes é economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central. Esta seção não se responsabiliza por operações decididas a partir das informações e opiniões divulgadas neste artigo.

CLÍMA-TEMPO CONTINUARÁ SECO E DEVE ATRASAR PLANTIO DE VERÃO.

O tempo não muda e o mês de setembro começa totalmente seco no Centro-Oeste, interior do Sudeste e no interior do Nordeste do Brasil, o que agrava ainda mais as condições climáticas que essas regiões enfrentam desde abril. A avaliação é da Somar Meteorologia, em seu boletim semanal. A temperatura permanecerá elevada, o que contribui para baixar mais os índices de umidade relativa do ar e, com isso, potencializar os riscos de incêndios e prejudicar a qualidade do ar.
Para as próximas duas semanas há previsão de chuvas apenas no Sul do Brasil, onde uma frente fria traz água, em volume de moderado a forte no Rio Grande do Sul. O bloqueio atmosférico impede o avanço da frente fria, que causa chuvas no decorrer da semana apenas em Santa Catarina e no sul do Paraná.
A combinação do inverno seco (extremo) com a instalação do La Niña deve provocar o atraso no retorno das chuvas da primavera, com indicativo para setembro do agravamento da seca observada desde o outono. "As chuvas para o Sudeste e o Centro-Oeste devem voltar gradualmente no decorrer de outubro. As condições de plantio para a lavoura de soja dessas regiões, no entanto, só devem ocorrer, mesmo assim de forma parcial, a partir da segunda quinzena de outubro e regularização em novembro", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
Para as lavouras da região conhecida como Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), as condições ideais para plantio devem atrasar mais ainda, com indicativo do retorno e regularização das águas a partir da segunda quinzena de novembro.
Apenas para Paraná e Mato Grosso do Sul é que, mesmo atrasada, as chuvas podem chegar um pouco antes (em relação ao Brasil Central). No fim de setembro deve voltar a chover e essa condição deve se manter em outubro.
Conforme a Somar, o mês de setembro começa com forte calor e baixos índices de umidade relativa do ar em grande parte do Brasil. "Permanece a condição atmosférica que mantém as frentes frias bloqueadas sobre o Sul do País e impede o avanço das frentes frias até o Sudeste do Brasil, o que é uma situação normal para o período entre o fim do inverno e início da primavera", informa a Somar.
Nesta semana o calor continua intenso sobre o Brasil Central, onde as temperaturas podem ultrapassar a casa dos 40 graus, o que contribui para baixar mais os índices de umidade relativa do ar e, com isso, agravar a qualidade do ar e os riscos de incêndios.
Já com relação à possibilidade de queda da temperatura, a Somar estima que pelo menos duas ondas de frio ainda devem atingir o Sul do Brasil em setembro, com queda da temperatura, principalmente no Rio Grande do Sul. Não há, porém, risco de geada. A temperatura, aliás, deve favorecer a instalação das lavouras de verão, em especial o milho que é plantado mais cedo.

Inverno 2010
O mês de agosto de 2010 se caracteriza como um dos mais secos dos últimos anos, informa a Somar. Na maior parte do País não choveu durante todo o mês e, com isso, houve agravamento da situação de seca iniciada em abril passado. Neste mês choveu apenas no leste do Nordeste e no extremo norte do Brasil. No Brasil Central e parte do interior da Região Nordeste, em virtude do quinto mês consecutivo sem chuva, o solo está totalmente seco.
A Somar explica que o inverno é considerado a estação seca em grande parte do Brasil. No entanto, este ano se observa uma condição mais extrema, o que já prejudica diferentes sistemas de produção, que estão relacionados diretamente com as condições climáticas.
Além dos problemas das queimadas, secura do ar e da poluição atmosférica, que têm sido amplamente divulgados na mídia nacional, o período seco extremo e duradouro prejudica diretamente a condição das pastagens. Entre os sistemas de produção que estão com seu desempenho afetados pela seca destacam-se: carne bovina, leite, energia hidrelétrica, cana-de-açúcar, café e laranja.

Estados Unidos
O clima observado em agosto sobre os Estados Unidos representa uma condição típica do verão. Sobre as áreas produtoras de milho e soja do Meio-Oeste americano, as chuvas, em geral, foram fracas e irregulares. No entanto, sobre os principais Estados produtores a chuva em agosto ficou em torno da média do mês, informa a Somar.
Os Estados mais atingidos pela falta de água em agosto, foram Indiana e Ohio, onde em algumas regiões choveu menos do que a metade esperada para o mês. Esses dois Estados juntos representam em torno de 15% da produção americana de soja e de milho.
A condição de umidade do solo praticamente permanece inalterada. Mesmo com uma condição de chuvas irregulares e forte calor, o solo das principais regiões produtoras de soja e de milho não apresenta déficit hídrico, o que praticamente define favoravelmente para a fase final das lavouras de milho e soja, e que ainda dependam da umidade do solo.
A Somar prevê que o tempo não muda muito sobre o Meio-Oeste americano no início de setembro. "Permanece quente e apenas com chuvas isoladas por causa da propagação de áreas de instabilidades típicas do verão", diz Etchichury. As chuvas nas próximas duas semanas se concentram no sul e faixa leste dos Estados Unidos, em virtude da propagação de tempestades tropicais provenientes do Oceano Atlântico e do Golfo do México.

PERSPECTIVA: DEMANDA E INDICADORES TÉCNICOS DÃO SUSTENTAÇÃO À GRÃOS.

A perspectiva de firme demanda e indicadores técnicos favoráveis devem dar sustentação ao mercado de grãos esta semana. Hoje o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga os dados sobre embarques, que devem confirmar o forte ritmo das exportações do país. Na bolsa de Chicago os participantes estarão atentos às condições climáticas na etapa final de desenvolvimento das lavouras de soja, cuja colheita ganha força em setembro. A previsão climática aponta clima seco e temperaturas elevadas no Meio-Oeste, principal região produtora dos Estados Unidos, o que ainda pode prejudicar o potencial de produtividade da oleaginosa.
Os fatores técnicos também ajudam a sustentar os contratos futuros da soja. Na semana passada, o mercado chegou a testar o piso de US$ 10/bushel, mas voltou a subir acompanhando o movimento de outros mercados. Diante do viés de alta, analistas já trabalham com a possibilidade de um novo teste da máxima de US$ 10,50/bushel, registrada no início de agosto.
A indefinição sobre o cenário de oferta e a demanda da Rússia e Ucrânia, onde a produção foi prejudicada por severa estiagem, garante a sustentação do mercado de trigo norte-americano. O Ministério da Agricultura da Rússia reduziu a estimativa de produção para 41 milhões de toneladas, 2 milhões de toneladas abaixo do número apontado no último relatório do USDA. Embora o volume de trigo disponível no mercado global seja mais que suficiente para atender a demanda, os participantes acompanham a condição dos produtores na região do Mar Negro e também no norte da Europa, observa o analista da Newedge, Daniel D'Ávila.
No milho, o foco está no rendimento das lavouras que estão em fase inicial de colheita no Delta do Mississippi. Os primeiros lotes apresentaram produtividade abaixo do estimado inicialmente, o que pode reduzir o volume disponível para exportação, justamente, em um período de forte demanda pelo cereal norte-americano. Também neste mercado, o cenário técnico favorece o movimento de alta, especialmente, depois que o contrato setembro rompeu a máxima de agosto, atraindo mais compras de fundos especulativos.

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