sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

GRÃOS/EUA: PREÇOS PODEM SUBIR AINDA MAIS NA DISPUTA POR ÁREA.

A questão em aberto sobre o que acontecerá nas lavouras dos Estados Unidos na primavera deve sustentar os preços do milho e da soja durante todo o inverno. A oferta ficou bastante apertada diante da forte demanda global, em meio a condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões e colheitas decepcionantes. Os futuros de soja e milho saltaram no último verão para máximas em mais de 30 e 28 meses.
A tendência de alta não deve mudar até que se tenha uma noção melhor sobre se os produtores dos Estados Unidos poderão cultivar milho e soja suficientes para abastecer os estoques esvaziados do país. As primeiras indicações de seu sucesso não serão evidentes até o fim de março, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga suas primeiras estimativas com base em consultas a produtores.
Isso não quer dizer que os preços subirão constantemente. Mas analistas não esperam que as preocupações com a oferta percam força tão cedo. As cotações têm avançado com estimativas recentes do governo mostrando que a relação entre oferta e consumo será a mais estreita em 15 anos para o milho e em mais de 40 anos para a soja. A demanda para exportação permanece forte. E a intensidade com que os produtores aumentarão o plantio dependerá de quão atrativos estarão os preços.
Segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, "se não garantirmos área plantada suficiente, a situação de oferta apertada poderá rolar para o próximo ano-safra". Se a História servir de referência, os temores crescentes com o abastecimento devem fazer os mercados saltarem antes do relatório de área plantada do governo, que será divulgado em 31 de março. Em 2007, quando as safras estavam disputando por área disponível, os futuros de milho dispararam no fim de fevereiro, mas recuaram quando o governo divulgou os dados de plantio.
O Morgan Stanley avalia que os preços da soja podem chegar a US$ 14/bushel. Alan Brugler, presidente da corretora Brugler Marketing & Management, afirma que os futuros de milho podem alcançar US$ 7,20/bushel no mês anterior ao relatório. Compradores podem impulsionar os preços para garantir área plantada suficiente. "O mercado pode chegar a uma conclusão antes da conclusão", brincou.
No entanto, os agricultores podem não ser capazes de produzir o suficiente para amenizar as preocupações com a oferta. Portanto, há chances de que os preços subam ainda mais. Os Estados Unidos simplesmente não têm de 9 a 11 milhões de acres adicionais (3,6 a 4,5 milhões de hectares) para atender completamente a demanda por área plantada de milho, trigo, soja, algodão e sorgo neste ano, de acordo com o analista Dan Basse, presidente da AgResource.
E, para o ano comercial 2011/12, que começa em setembro, o Morgan Stanley avalia que o preço médio da soja será de US$ 15/bushel. A cotação do milho será de US$ 7/bushel (ante média de US 6,50 em 2010/11), segundo o banco.
O aumento insuficiente na área plantada exigirá produtividade acima do normal, se o objetivo é evitar mais um ano de suprimento restrito. "O mercado nunca viu uma situação em que você não consegue encontrar novas áreas, o que quer dizer que será dada uma importância maior ao fator climático", avalia Basse.
Uma virada final no cenário pode ocorrer por meio da China. O país asiático vem sendo observado, pois pode voltar ao mercado internacional para reabastecer as reservas de soja e milho do governo, o que equivaleria a um novo combustível para a alta dos preços.

RALLY DA SAFRA/MT : CONFIRMADO EXPECTATIVA DE BOA SAFRA DE SOJA

Produtores satisfeitos com a produtividade das lavouras e com os preços pagos pela soja continuaram a ser a rotina encontrada pela Equipe 1 do Rally da Safra no quarto dia da expedição pelas áreas produtoras de Mato Grosso, que está sendo acompanhada pela Agência Estado. Até agora, esse início do rally, que segue até o final de março, tem confirmado a expectativa positiva da Agroconsult para a safra 2010/11.
Antes da viagem, a consultoria elevou sua estimativa para a produção nacional de soja para 70,3 milhões de toneladas, quase 2 milhões de toneladas mais que o previsto inicialmente. Apesar de as principais revisões para cima terem sido feitas nas projeções do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, regiões que ainda serão visitadas pelo rally, Mato Grosso parece estar no caminho de obter uma grande safra. Nas lavouras visitadas pelos técnicos da expedição tem sido comum encontrar produtores empolgados com produtividades que chegam a superar 60 sacas por hectare.
Tempo bom
A chuva no momento certo beneficiou o plantio da soja precoce na região oeste de Mato Grosso, ao contrário do que ocorreu no médio-norte do Estado, onde houve atraso das águas. A Equipe 1 do Rally da Safra continuou a encontrar bons níveis de produtividade no trecho entre Campo Novo do Parecis e Sapezal, percorrido durante o dia de ontem.
Ali, a umidade s chuvas foram regulares na época de plantio, permitindo que a instalação da lavoura ocorresse entre o fim de setembro e início de outubro. No médio norte, como em Lucas do Rio Verde e Sorriso, boa parte dos sojicultores só conseguiu plantar a partir de meados de outubro.
Mesmo assim, a previsão é de um bom rendimento em ambas as regiões, já que no médio norte o atraso das chuvas no início do plantio foi compensado com bons volumes na fase de desenvolvimento da cultura. "O que as duas regiões também têm em comum é o ataque de pragas, como lagartas e percevejos, aumentando a demanda por aplicações de inseticidas em maiores doses, porém, sem causar danos significativos às plantações", informou o participante do Rally da Safra, Helton Vitali, da DVA, empresa de agroquímicos de capital misto (Brasil e Alemanha). "Como as aplicações foram preventivas, não houve perda e a produtividade da soja precoce deve crescer, ficando 10% acima da safra anterior", comentou.
O tempo ontem estava encoberto na região oeste de Mato Grosso, depois de algumas chuvas localizadas na madrugada. Durante a visita aos produtores, os técnicos do Rally constataram máquinas paradas em algumas plantações, à espera da secagem dos grãos. Os técnicos do Rally recolheram amostras em campo para identificar espaçamento das lavouras, avaliaram o número de vagens e grãos de soja precoce, o que permite estimar a produtividade. Também foi possível reconhecer, por meio de teste químico, se a lavoura é transgênica ou convencional.
Além disso, quando as colheitadeiras estão em operação, os técnicos podem estimar as perdas provocadas pela máquina durante a atividade.
Outro trabalho do Rally é determinar a umidade dos grãos com equipamentos eletrônicos. Eles também recolhem amostras de solo, para futura análise em laboratório em que se pode verificar as necessidades de adubação.
Na manhã de ontem, a equipe conversou com o produtor Valdir Giongo, de Campo Novo do Parecis. Ele confirmou que o clima foi excelente para o desenvolvimento da soja precoce. "Aqui na região choveu na hora certa e plantei no momento ideal, dia 2 de outubro", disse.
Giongo cultiva cerca de 1.500 hectares com soja, cujo porcentual de 30% é com variedade precoce e o restante da lavoura é de ciclo médio ou tardio. Ele estava sentado no chão, observando manobras na colheitadeira que retornaria ao galpão, porque a soja estava muito úmida e o sol não dava sinais de que iria aparecer.
Ele comentou que fez as aplicações preventivas contra pragas e doenças, o que podia ser verificado pela excelente condição sanitária da plantação. Giongo já vendeu cerca de 70% da safra antecipadamente, por preços que oscilaram entre US$ 17,80 até US$ 24,40 a saca de 60 kg. "Ontem mesmo (quarta-feira) vendi um pequeno lote a US$ 23,40 a saca) , mostrando-se empolgado com o excelente nível de preço da soja este ano. A produtividade de suas lavouras deve ficar acima de 60 sacas por hectare.
A Equipe 1 do Rally da safra sai agora de manhã de Tangará da Serra, coletando amostras de lavouras de soja na direção de Cuiabá, onde encerrará participação.
Rápidas
Milho pipoca - Campo Novo do Parecis é considerado o maior produtor brasileiro de milho para pipoca. São cultivados na região cerca de 15 mil hectares com o produto, para uma safra de 45 mil t. Parte da produção é processada no próprio município pela empresa Yoki. A safra atual já foi negociada a R$ 21,00, R$ 23,00 e R$ 25,00 a saca de 60 kg, dependendo da qualidade do grão.
Fiagril - A Fiagril, trading que fatura anualmente cerca de R$ 1,2 bilhão, com sede em Lucas do Rio Verde, está firme no propósito de crescimento. Especula-se que o próximo objetivo, entre outros já engatilhados, é a construção de uma indústria de esmagamento de soja. A empresa emprega cerca de 500 funcionários, principalmente técnicos para assistência aos agricultores.
Feira - O Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis está divulgando a Feira Tecnológica do Parecis (Parecis SuperAgro), que em sua quarta edição será realizada de 18 a 21 de abril. O gerente do sindicato, Antônio de La Bandeira, informou que está em busca de parcerias e recursos que possibilitem tornar perene a Parecis SuperAgro, "evento que já o temos como consolidado", disse.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SOJA/ABIOVE PREVÊ AUMENTO DE PRODUÇÃO PARA 68,8 MIL TONS

O aperto no quadro mundial de oferta e demanda deve favorecer as exportações brasileiras do complexo soja neste ano. Em relatório divulgado hoje, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou a previsão de receita com as vendas internacionais para um recorde US$ 21,827 bilhões, ante estimativa de US$ 19,936 bilhões em janeiro e US$ 17,216 bilhões em 2010.
Os preços internacionais da soja estão próximos dos maiores patamares em dois anos devido à forte demanda, principalmente da China, e a previsão de estoques precariamente baixos nos EUA no final da temporada, fatores de sustentação junto com as incertezas em relação à safra da Argentina, terceiro maior exportador mundial do grão.
"As exportações estão sendo beneficiadas pelo quadro de oferta e demanda, que deixa os preços mais elevados. A soja está em patamares de preços bons, o que está ajudando o País a gerar mais receita", disse Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove, à Agência Estado.
Segundo ele, o cenário para este ano é muito positivo para o Brasil, e por isso a estimativa de estoque final está bastante apertada, em 1,806 milhão de toneladas, ante 2,056 milhões na temporada passada. A Abiove manteve a estimativa de exportação do grão em 31 milhões de toneladas, acima das 29,2 milhões de t enviadas ao exterior na temporada anterior.
"A demanda internacional está boa, uma vez que os EUA não têm grandes estoques. Em relação à China a demanda é crescente; todo ano o país aumenta os volumes e isso mantém os estoques num nível ajustado", afirmou Trigueirinho. "O Brasil tem a oportunidade de comercializar volumes expressivos antes da entrada da safra americana (em outubro), e vai dar tempo de aproveitar esses preços."
Safra recorde - Em meio a condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento das lavouras, a Abiove elevou hoje sua estimativa para a nova safra de soja do Brasil para um recorde de 68,8 milhões de toneladas, ante previsão em janeiro de 67,2 milhões de t e 68,7 milhões na temporada anterior, a maior da história até o momento.
A estimativa é mais conservadores do que a de alguns outros analistas, que falam em até 70 milhões de toneladas. Mas, segundo Triguerinho, conforme a colheita que está apenas no início for avançando é possível que a Abiove aproxime-se desse volume. "Pode ser que mais pra frente eventualmente tenhamos que trabalhar com uma estimativa maior. Isso pode ocorrer já na próxima divulgação, porque aí a colheita já estará mais avançada, o que permite uma avaliação melhor da produtividade", disse ele.
A Abiove também elevou a estimativa de processamento de grãos na temporada 2011/12 (fevereiro a janeiro) de 34,6 milhões de toneladas no mês passado para 35,4 milhões, impulsionada pela demanda interna por biodiesel e pela externa por farelo. Na temporada anterior, encerrada em janeiro, o processamento foi estimado em 35,2 milhões de toneladas.
A produção de farelo de soja foi estimada em 26,9 milhões de toneladas, contra 26,3 milhões previstas em janeiro e 26,8 em 2010/11. Já a produção de óleo deve alcançar 6,85 milhões de toneladas, ante previsão no mês passado de 6,65 milhões e 6,82 milhões produzidos em 2010/11.

RALLY DA SAFRA/MT: SOJA CONVENCIONAL É FAVORECIDA NO OESTE.

A produção de soja convencional continua com espaço no oeste de Mato Grosso, apesar da forte concorrência dos grãos transgênicos. O produtor tem recebido das tradings prêmio de 2 a 3 reais em cada saca de 60 kg, sobre o valor de mercado. Além do estímulo econômico, a localização estratégica de municípios como Sapezal e Campo Novo do Parecis, próximos ao porto de Itacoatiara, no Amazonas, torna mais rentável o cultivo da oleaginosa não geneticamente modificada (OGM). Isso porque é por ali que sai o grão para a Europa, maior mercado para esse tipo de soja.
O produtor Cezar Luiz Basso, de Ipiranga do Norte, informou que só planta soja convencional e um dos atrativos é o prêmio pago pelo produto. "Vale a pena investir com o prêmio de até 3 reais", disse ele, durante conversa com a Equipe 1 do Rally da Safra, que coletou amostras do grão em sua propriedade.
Basso vai colher cerca de 62 sacas de soja por hectare, produtividade muito boa, considerando a média nacional prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 47 sacas/ha. Ele cultiva 790 hectares com soja precoce, mas vai plantar na sequência apenas 390 hectares com milho safrinha porque o clima não tem sido favorável. O produtor já vendeu antecipadamente 60% da safra de soja, com preços que oscilaram entre US$ 17,00, US$ 22,00 e até US$ 42,00 a saca.
O clima mais seco este ano favoreceu o ataque de lagartas, "de todo tipo", disse ele. O resultado foi que o número de aplicações de inseticida na lavoura de soja subiu das tradicionais três aplicações para sete. No entanto, o impacto sobre o custo de produção foi diluído pelo bom preço de venda da soja, garantiu Basso.
Soja Livre - Nesta safra, foi lançado em Mato Grosso o Programa Soja Livre, que pretende ampliar a oferta de sementes de soja convencional para o produtor do Estado. A iniciativa é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A produção de soja em Mato Grosso está estimada em 19 milhões de t. Desse total, 60% seria transgênica e 40% convencional.
O agrônomo Rodrigo Fenner, supervisor de campo da Aprosoja, que participa do Rally da Safra, comentou que a ideia do programa é divulgar ao agricultor a oferta no mercado de soja convencional de elevada tecnologia e altamente produtiva. Segundo ele, a soja convencional é mais uma opção para o agricultor, mas ela tem sido deixada de lado nos últimos anos. Conforme o agrônomo, mercado para o produto existe e um dos maiores é a Europa.
A localização estratégica faz municípios como Sapezal e Campo Novo do Parecis, no oeste de Mato Grosso, grandes produtores de soja convencional. De acordo com Fenner, "a produção da região é transportada até o Porto de Itacoatiara, no Amazonas e, dali, direto para a Europa".
A equipe 1 do Rally da Safra partiu ontem de manhã de Sorriso, cidade mais ao norte de Mato Grosso no roteiro desta etapa. As três picapes oficiais do rally retornaram para Nova Mutum, passando por Lucas do Rio Verde, com destino a Sapezal, no oeste do Estado, evitando estradas danificadas.
No trajeto entre Nova Mutum e Sapezal, cerca de 500 km pela rodovia MT 249, a cana-de-açúcar divide espaço com a soja. Na altura do Rio Verde, a 50 km de Sapezal, antes de entrar em terras indígenas, é cobrado um pedágio no valor de R$ 20,00 por veículo de passeio, ou R$ 40,00 para caminhões.
O Rally da Safra pretende avaliar hoje lavouras de soja precoce na região de Sapezal, Campo Novo do Parecis e Campos de Júlio, que estariam em fase adiantada de colheita. Amanhã a equipe cumprirá a última etapa, com visita a propriedades em Tangará da Serra, retornando em seguida para Cuiabá.
Rápidas
Cana - A demanda por cana-de-açúcar na região de Alto Taquari (MT), onde está instalada unidade da ETH, do Grupo Odebrecht, inflacionou o preço de arrendamento de terra. Estima-se que um hectare para arrendamento com cana na região equivale a 25 a 30 sacas de soja. Se o arrendamento for para soja, o valor cobrado cai para 10 a 11 sacas do grão.
Case - A Case, do Grupo Fiat, modernizou seu centro de armazenagem em Cuiabá para um Centro Avançado de Suporte ao Cliente. Além de atividades como treinamento para operadores de máquinas, a empresa promete entregar peças de suas colheitadeiras, de alto e médio giro, no prazo de 18 horas, em qualquer parte do Estado de Mato Grosso. São 6,5 mil itens estocados no Centro Avançado. Em caso de falta de produto para reposição, o item pode ser trazido direto da matriz, em Sorocaba (SP). A frota da Case em Mato Grosso é de cerca de mil colheitadeiras, equivalente ao todo o número desse tipo de máquinas na Argentina.

Conselho Monetário Nacional aprova parceria do Sicredi com o Rabobank.

O Sicredi informou que, no dia 27/01, o Conselho Monetário Nacional aprovou proposta de decreto que reconhece como de interesse do governo brasileiro a participação estrangeira no capital do Banco Cooperativo Sicredi S.A. E esclarece que a participação do Rabo Financial Institutions Development B.V. (RFID), da Holanda, firmada em acordo, será de 30% no Banco Cooperativo Sicredi S.A. A proposta requer aprovação da Presidenta da República, Dilma Rousseff, conforme previsto no artigo 52 do Ato das Disposições Constitucionais transitórias.

Trata-se de uma relação estratégica de longo prazo entre instituições que têm afinidades de propósitos e estão focadas no desenvolvimento do cooperativismo de crédito como um modelo de organização econômica da sociedade. A parceria se dará mediante participação minoritária do Rabo Financial Institutions Development, braço de desenvolvimento do Grupo Rabobank na Holanda, no capital votante do Banco Cooperativo Sicredi S.A..

A Sicredi Participações S.A., cujo capital é detido, em sua totalidade, pelas Cooperativas de Crédito e Centrais de Cooperativas de Crédito que integram o Sicredi, e é responsável pela coordenação da definição dos objetivos estratégicos e econômico-financeiros do Sistema, terá a participação majoritária, com 70% do capital do Banco Cooperativo Sicredi S.A.

BANCO MUNDIAL: G-20 PRECISA AGIR PARA CONTER ALTA DAS COMMODITIES

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, informou que o G-20 precisa agir para conter a alta das commodities, dizendo haver uma "ampla tendência de aumento dos preços", segundo reportagem da agência de notícias Reuters. Segundo ele, há uma demanda de consumo maior por açúcar e carnes nas economias emergentes em rápido crescimento. "2008 deve ter sido um alerta, mas ainda não estou certo de que todos os países do mundo despertaram para isso", afirmou ele, referindo-se à elevação dos preços das commodities. "Nós vamos enfrentar uma ampla tendência de alta dos preços das commodities, incluindo os alimentos", disse Zoellick, acrescentando que o G-20 precisa trabalhar para conter a volatilidade dos preços.

PREÇO DAS COMMODITIES SOBE 4,05% EM JANEIRO
Depois de subirem mais de 5% em dezembro, as commodities produzidas pelo Brasil deram mais um salto em janeiro. O Índice de Commodities do Banco Central composto (IC-Br), que calcula a variação em real dos produtos primários brasileiros que têm negociação no exterior, teve alta de 4,05% em janeiro, atingindo 158,25 pontos (o indicador é calculado em uma base 100). No acumulado dos últimos 12 meses, o IC-BR teve alta de 33,6%.
O destaque foi o segmento agropecuário, com alta de 4,4% em janeiro. Em 12 meses, esse indicador registra avanço de 47,96%. O IC-BR de metais subiu 3,52% no mês passado e 19,11% em 12 meses. O IC-BR de energia avançou 3,40% em janeiro, com elevação de 12,47%nos últimos 12 meses.
O economista-chefe do banco BBM, Tomás Brisola, explicou que a alta das commodities não foi totalmente repassada para o varejo e, por isso, é um fator a mais de pressão no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a política monetária brasileira.
"Creio que ainda há um efeito por vir", disse Brisola. Ele destacou que o impacto das commodities se dá em um ambiente de economia aquecida e mercado de trabalho apertado. "As commodities são um obstáculo a mais para a queda da inflação", disse Brisola, que projeta que o IPCA em 2011 ficará próximo de 6,5%, o teto da meta inflacionária.
Para a analista de inflação do Itaú Unibanco Laura Haralyi boa parte da alta das commodities já foi incorporada ao IPCA e o cenário é de que esses preços fiquem em estabilidade neste ano. Ela destaca que o principal componente que puxou para cima as commodities foi o segmento de agropecuária, que também deverá se acomodar neste ano, a não ser que haja uma surpresa climática.
Mesmo que as commodities confirmem o cenário do Itaú de variação próxima de zero neste ano, a avaliação é de que os preços devem seguir elevados. Ou seja, a inflação pode não ter tanta pressão, já que ela por definição é calculada pela variação de preços, mas o peso no bolso do brasileiro dos elevados preços desses produtos continuará sendo sentido.

CHICAGO/GRÃOS; DEMANDA FORTE E TEMORES SOBRE OFERTA SUSTENTAM PREÇOS.

A forte demanda e os temores de uma oferta apertada deram sustentação ao mercado futuro de soja em Chicago ontem. O contrato março, de maior liquidez, fechou com alta de 6 centavos, ou 0,4%, para US$ 14,44 por bushel. O novembro, referente à nova safra, avançou 7 centavos, ou 0,5%, para US$ 13,75 por bushel.
"A demanda contínua, com uma nova venda anunciada para a China, a ameaça de aperto da oferta e a incerteza em relação à produção sul-americana deram suporte aos preços", disse John Kleist, analista da Allendale Inc.
A possibilidade de a demanda superar a oferta, já estimada em níveis precariamente baixos no final da temporada nos EUA, vem sendo o principal condutor do avanço recente do mercado para novas máximas. A soja atingiu nova máxima de 2 anos e meio, mas depois um leve movimento de realização de lucros limitou os ganhos.
O mercado tornou-se um pouco sobrecomprado depois que compradores ampliaram as posições compradas na semana passada, disse Kleist. "Os traders não estão muito dispostos a pressionar o lado vendido do mercado, e o dinheiro de investimentos continua a entrar nos futuros a cada sinal altista", completou ele.
O mercado está focado no racionamento do uso e em convencer os produtores a ampliar a área plantada com a oleaginosa em 2011. Prêmios de exportação firmes também deram sustentação aos ganhos, com traders também preocupados com o movimento de grãos no mercado disponível nos EUA devido a uma nevasca na região central do país ontem.
O óleo de soja deu continuidade a seu movimento de alta devido à forte demanda global por óleos vegetais e o contrato março subiu 53 pontos, ou 0,9%, para fechar a 59,25 centavos por libra-peso.
Já os futuros do farelo recuaram, conforme traders reduziram a exposição ao risco no mercado. O março caiu US$ 3,10, ou 0,8%, cotado a US$ 386,90 por tonelada.

MILHO SEGUE TRIGO E REGISTRA NOVAS MÁXIMAS EM 30 MESES
Os preços futuros do milho atingiram novas máximas em 30 meses na Bolsa de Chicago com influência positiva do mercado de trigo. Além disso, preocupações relacionadas à demanda global, que pode consumir os estoques já baixos, ajudam a sustentar as cotações.
Os lotes para entrega em março, os mais negociados, encerraram o dia com valorização de 3,25 cents ou 0,49%, cotados a US$ 6,6925/bushel. A máxima da sessão foi a US$ 6,7250/bushel. Estima-se que fundos de commodities tenham comprado cerca de 9 mil contratos de milho ontem, um volume moderado.
O mercado limitou os ganhos conforme traders embolsaram lucros, mas deve se recuperar das perdas no curto prazo, avalia o presidente da corretora The Money Farm, Mike Krueger. "O entusiasmo pelas compras desaparece e então surgem pessoas embolsando lucros", comentou.
Analistas disseram que os futuros precisam avançar mais para desacelerar a demanda e estimular os produtores a cultivar área plantada maior com milho na primavera do Hemisfério Norte e reabastecer os estoques. A disputa por área plantada continua acirrada com outras culturas, entre elas a soja, que registrou máximas em dois anos hoje.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SOJA: NICHO DE MERCADO ESTIMULA PLANTIO CONVENCIONAL.

Os prêmios pagos pela soja convencional, em média de R$ 2 por saca, vêm convencendo alguns sojicultores brasileiros a destinarem ao menos uma parte de sua produção ao grão que não foi geneticamente modificado. As vantagens da soja transgênica (OGM) são o controle mais fácil das ervas daninhas, a menor suscetibilidade da planta ao clima e o número inferior de aplicações de herbicidas, mas o custo de produção e a produtividade têm sido equivalentes ao do plantio convencional. Como há um nicho de mercado para o produto não transgênico, a tendência, segundo analistas, é de o produtor com condições de segregação continuar reservando espaço para a soja convencional.
De acordo com Jorge Attie, analista da Céleres, estudos da consultoria elaborados no mês passado mostram que a produtividade da soja convencional é a mesma da transgênica tanto em Mato Grosso - 3.300 quilos por hectare - quanto no Paraná - 3.180 quilos. Já no caso do milho, cujo plantio transgênico cresce a cada safra, a diferença é significativa. No caso de Cascavel, no oeste paranaense, o rendimento do produto convencional alcança 7.320 quilos por hectare, ante 7.800 kg/ha do OGM.
O custo de produção da soja também não varia muito, segundo Attie. Em Mato Grosso, é de R$ 1.381 por hectare para a soja convencional e de R$ 1.378 para a transgênica, conforme a Céleres. No Paraná, o custo da convencional chegou a R$ 1.319 por hectare, contra R$ 1.289 para a geneticamente modificada.
Gilberto Guarido, engenheiro agrônomo da cooperativa paranaense Coamo, diz que os produtores que optam pela soja convencional apóiam-se na expectativa em relação ao prêmio e na boa produtividade de algumas variedades. Na sua opinião, no entanto, essa diferença de preço deve deixar de existir. "A tendência é que isso diminua até desaparecer. À medida que os mercados vão tomando consciência de que não há diferença significativa (na qualidade) de uma soja para outra, não vão querer pagar mais por uma coisa que é igual", disse ele, explicando que a Coamo paga de R$ 1 a R$ 2 a mais pela saca de soja convencional. Segundo Guarido, os cooperados da Coamo dedicam apenas uma parte da área à variedade convencional; a maior parte da lavoura é transgênica
Plantio no Brasil - A Céleres estima que na safra 2010/11 os agricultores brasileiros tenham semeado 18,1 milhões de hectares com variedades de soja transgênica, ou 76,2% da superfície total. Em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, a proporção é menor que a verificada nos Estados do Sul, região pioneira na adoção do grão geneticamente modificado: 66,8%, contra 75,9% no Paraná e 99,8% no Rio Grande do Sul, respectivamente o segundo e terceiro Estados produtores.
Em Mato Grosso, a concentração de lavouras convencionais se dá na região oeste, onde, segundo Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Estado (Aprosoja), muitos produtores ainda plantam exclusivamente soja não transgênica. Esses sojicultores se beneficiam da proximidade com o porto de Itacoatiara, no Amazonas, por onde se escoa apenas soja convencional, destaca Ribas.
Em Mato Grosso, o prêmio gira em torno de R$ 2 a saca, mas pode chegar a até R$ 5/saca, diz o representante da Aprosoja. "O prêmio garante maior rentabilidade a esse produtor, que ainda se beneficia pelo não pagamento dos royalties (cobrados na soja transgênica). Isso estimula o plantio", diz Ribas. Ele enfatiza, ainda, o fato de que alguns insumos usados na soja tiveram seus preços reduzidos após a implantação da soja geneticamente modificada, o que também favoreceu o plantio convencional.
Segundo Ribas, Mato Grosso vem recebendo muitas missões da Coreia, Japão, China e Europa interessadas na soja convencional. O principal mercado é o europeu, onde ainda existem fortes restrições em relação aos organismos geneticamente modificados.

GRÃOS: INFORMA MANTÉM PROJEÇÕES PARA BRASIL E ARGENTINA

A empresa de análises privadas Informa Economics informou nesta quarta-feira que mantém suas estimativas de produção de milho e soja na Argentina, mesmo após chuvas benéficas para as safras no importante país exportador. A Informa espera que a safra de milho totalize 21 milhões de toneladas, abaixo da previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 23,5 milhões de toneladas, de acordo com traders. A Informa estima a colheita de soja na Argentina em 49 milhões de toneladas, enquanto o USDA prevê 50,5 milhões de toneladas. "O clima na Argentina mudou durante a segunda metade de janeiro para um padrão de chuvas acima do normal, o que iluminou os prospectos de safra", declarou a Informa em relatório enviado a seus clientes. "Se as áreas com soja receberem volume normal de chuvas durante as próximas quatro a seis semanas, a produção eventualmente poderá superar as estimativas atuais."
Para o Brasil, segundo maior exportador de soja, a Informa também manteve sua previsão de safra em 69,3 milhões de toneladas, segundo traders. O USDA espera ver 67,5 milhões de toneladas. A Informa reiterou a projeção para as lavouras de milho, que produzirão 53,2 milhões de toneladas, acima da estimativa do USDA, de 51 milhões de toneladas.
A Informa não mudou as previsões de colheita de trigo da Austrália e da Argentina, totalizando 26 milhões de toneladas em 15 milhões de toneladas, respectivamente, segundo traders. O USDA avalia as safras em 25,5 milhões de toneladas e 14 milhões de toneladas.
Para o algodão, a Informa estimou safra global de 117,9 milhões de fardos, com reduções na Índia e na Austrália. O USDA avalia que a produção somará 115,5 milhões de fardos.

SAFRA 2010/11- MT - ÁREA DE ALGODÃO CRESCE 60% E SOJA 3,2%

O avanço sobre áreas de pastagens garantiu o aumento de 196 mil hectares (3,2%) na área plantada com soja na safra 2010/11 em Mato Grosso, estimada em 6,413 milhões de hectares no levantamento divulgado hoje pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). A expectativa em outubro do ano passado era de redução na área de soja em função do atraso das chuvas no início do plantio e da forte expansão do cultivo do algodão. O Imea, contudo, elevou sua projeção em dezembro e, de novo, em janeiro.
O diretor superintendente do Imea, Otávio Celidônio, observa que a soja cedeu 251,9 mil hectares para o algodão, que nesta safra terá o plantio recorde de 671 mil hectares, área 60% superior à cultivada no ciclo 2009/10. Segundo ele, se fosse levada em conta a perda para o algodão, a área de soja em Mato Grosso teria um aumento de 400 mil hectares nesta safra.
Celidônio explica que o aumento da área da soja se deve à alta de preços da oleaginosa e ao fato de os custos estarem relativamente baixos em relação à safra passada. Muitos produtores que já estavam com os insumos comprados aproveitaram os bons preços da soja para investir na conversão de pastagens para lavouras, diz ele.
Pelas estimativas do Imea, dos 26 milhões de hectares de pastagens existentes em Mato Grosso 9 milhões estão em solos aptos ao cultivo de lavouras. Celidônio afirma que a expansão da soja sobre áreas de pastagens só não foi maior porque "a conta de conversão está muito justa".
Segundo ele, se o preço da soja estivesse mais alto e o valor do arrendamento fosse maior, "com certeza haveria uma expansão maior da área de soja."
A previsão do Imea é de uma produção recorde de soja de 19,247 milhões de toneladas, com crescimento de 2,3% em relação as 18,8 milhões de toneladas colhidas na safra passada. Celidônio diz que o Imea está sendo conservador em sua estimativa, pois as primeiras lavouras colhidas estão com produtividades altas. Ele acredita que mesmo com a expectativa de chuvas para fevereiro, que podem atrapalhar a colheita, a produtividade deve ser manter acima de 50 sacas por hectare. O levantamento do Imea mostra que até a semana passada foram colhidos 2,8% da área estimada, ante 20% em igual período do ano passado. A diferença se deve ao atraso do plantio.
Algodão - As boas expectativas para o algodão, em função dos preços recordes da pluma, estão se confirmando em Mato Grosso. O Imea elevou mais uma vez sua estimativa de área plantada, que começou com a projeção de aumento de 27,6% em outubro, passando para 42% em novembro/dezembro, e 60% em janeiro. A área de algodão cresceu 89% em relação aos 355,6 mil hectares cultivados na safra 2008/09. O levantamento do Imea indica que 84% da área de algodão já foi cultivada até a semana passada, evidenciando o aumento do cultivo de primeira safra, iniciado em dezembro do ano passado.
Milho - O Imea manteve sua expectativa de redução na área plantada de milho, em virtude do atraso do plantio da soja. Celidônio afirma que a definição da área de milho será agora em fevereiro, pois haverá correria para a colheita da soja e plantio do cereal. No levantamento de janeiro, que prevê o plantio de 1,811 milhão de hectares, o Imea atenuou a expectativa de diminuição da área para 136 mil hectares, ante à redução de 182 mil hectares prevista em dezembro.
Celidônio diz que o Imea está sendo conservador em relação ao milho, pois o IBGE e a Conab prevêem 2 milhões de hectares. Ele diz que para atingir esta área muitos produtores terão que plantar fora do período ideal. Ele lembra que na safra passada os produtores que semearam o milho no início da janela de plantio colheram 100 sacas por hectare e quem semeou mais tarde colheu apenas 30 sacas por hectare.

COMMODITIES/UE DEVE ENDURECER REGRAS DE DERIVATIVOS AGRÍCOLAS.

A União Europeia (UE) deve apertar a regulação do mercado de derivativos agrícolas, sob o argumento de que a especulação financeira está impactando os mercados físicos de commodities, disseram comissários do bloco europeu em um comunicado divulgado hoje.
Michel Barnier, comissário encarregado da regulação dos mercados, informou que a volatilidade dos preços agrícolas é principalmente provocada por mudanças na oferta e na demanda, mas os "produtos agrícolas estão se tornando ativos financeiros, que é o motivo pelo qual queremos compartilhar com você nossa preocupação sobre isso."
Companhias financeiras podem ter uma grande influência sobre os mercados físicos de commodities, disse Dacian Ciolos, comissário de agricultura da UE. "O fato é que esses fundos de investimentos têm muita influência", afirmou Ciolos. Segundo ele, um fórum internacional é necessário para discutir questões ligadas à oferta de commodities, uma vez que decisões individuais de governos, como a restrição dos embarques, podem ter impacto na disponibilidade global de commodities agrícolas.

ESPECULAÇÃO É IMPORTANTE PARA AS COMMODITIES
A especulação é um importante componente dos mercados de commodities, e limites de posições não são um modo apropriado de controlar as atividades especulativas, informou nesta quarta-feira a Associação de Futuros e Opções (FOA). Em uma resposta preparada para Comissão Europeia, como parte de uma consulta pública acerca da Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (MiFID), a FOA disse que a opção de usar o gerenciamento de posições deve ser preservada. "O papel dos especuladores nos mercados de commodities é criticamente importante, e atividades especulativas devem ser tratadas por meio de uma abordagem mais dinâmica e sensível no gerenciamento de posições", afirmou a associação. Contudo, a entidade disse que "o limite de posições deve ser um poder específico disponibilizado para autoridades regulatórias."
O período de consulta pública, que termina nesta quarta-feira, faz parte de um contínuo debate em torno do conteúdo da MiFID, uma lei da UE que estipula uma regulação harmonizada para serviços de investimento em todos os países membros do bloco europeu.
Os comentários sobre a especulação surgem em meio à disparada das commodities. Especuladores têm sido responsabilizados pela alta dos preços dos alimentos e do petróleo, mas até agora todas as investigações formais sobre o assunto não encontraram evidências conclusivas de que os fundamentos destes mercados foram distorcidos por este motivo.
Dados detalhando as posições mantidas por participantes do mercado são um modo muito mais útil para monitorar o complexo de commodities, de acordo com a FOA. "A extensão dos relatórios de transações para quaisquer operações de derivativos de commodities, seja em bolsa ou no balcão, não ajudará as autoridades competentes a detectar abusos", revelou a entidade. "A melhor forma de monitorar os mercados de commodities é por meio de relatórios de posições."
O presidente da associação, Anthony Belchambers, disse a repórteres em Londres que os mercados de commodities "precisam do máximo possível de ferramentas" para lidar com as várias questões enfrentadas pela classe de ativos. "A maneira de fazer isso é com a transparência de posições e o gerenciamento, para que cada mercado possa ser tratado de forma individual", afirmou ele. "O gerenciamento de posições é muito mais dinâmico e eficaz que o limite de posições", acrescentou Belchambers.
Quanto mais os governos se envolvem na regulação dos mercados de commodities, mais a classe de ativos se aproxima de ter uma "forma de controle de preços" imposta, disse ele. O recente furor causado pelo presidente francês, Nicholas Sarkozy, que criticou um relatório preliminar da UE sobre o papel dos especuladores no complexo de commodities, mostra quão política se tornou a questão, segundo Belchambers.
O prévia do relatório afirma veementemente não haver relação entre a especulação e a alta dos preços das commodities, mas, após Sarkozy tê-la apontado como incorreta, uma revisão foi efetuada. A versão final, divulgada mais cedo, não faz menção ao termo especulação e, em vez disso, enfatiza o papel dos fundamentos de oferta e demanda na definição dos preços.
"Quão politicamente independente pode ser a Comissão Europeia ? A independência política das autoridades regulatórias é uma questão essencial", declarou o presidente da FOA. "A UE precisa aprovar leis, mas deve ser muito cuidadosa em como supervisioná-las. Esta intervenção de Sarkozy é um exemplo clássico de como tudo pode ficar muito confuso em assuntos específicos."

SOJA/EUA INFORMA VENDA DE 440 MIL T PARA CHINA EM 2011/12

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje que exportadores privados venderam 440 mil toneladas de soja para China, com entrega no ano comercial 2011/12. Qualquer atividade de venda de 100 mil toneladas ou mais feita em um único dia para um mesmo destino deve ser comunicada ao USDA até o dia útil seguinte. Volumes inferiores devem ser relatados semanalmente.

RALLY DA SAFRA/MT: CHUVAS ADEQUADAS EM LUCAS RIO VERDE.

A estiagem, que chegou a atrasar o plantio em três semanas no médio-norte de Mato Grosso, deu espaço a um período de chuvas regulares durante o desenvolvimento das lavouras de soja precoce. No segundo dia de visita do Rally da Safra aos campos da área compreendida entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, a reportagem da Agência Estado encontrou produtores aliviados. Ivanir José Meneguzzo, de Lucas, informou que as chuvas vieram na medida certa para as lavouras da região nesta safra, apesar do atraso. Ele explicou que o volume de água foi "no ponto" porque impediu a incidência de pragas e doenças. O excesso de chuva no verão tende a aumentar a ocorrência de problemas fitossanitários nas plantações. Consequentemente, cresce a necessidade de maior número de aplicações de agrotóxicos.
Meneguzzo partiu de Pato Branco, no Paraná, em 1982, acompanhado do pai, para plantar soja em Lucas do Rio Verde em terras arrendadas.
Hoje a família cultiva área própria de cerca de 2,2 mil hectares. Ele recorda que, na época, a mata era fechada e pouco valorizada. Um hectare de terra era equivalente a 10 sacas de 60 kg de soja. Hoje, no eixo da BR-163 o hectare não sai por menos de 550 a 600 sacas do grão.
Nesta safra, Meneguzzo informou que plantou a soja precoce a partir de 13 de outubro, pois a falta de chuva impediu que as máquinas fizessem o serviço antes, previsto para 25 de setembro a 1 de outubro. Na segunda-feira passada (31) a lavoura recebeu produto químico para secar as folhas do pé de soja. "Dentro de oito dias as colheitadeiras vão entrar no campo", acrescentou, informando que trabalha com três colheitadeiras próprias. Assim que a leguminosa for colhida, ele pretende ocupar a área com milho (1.150 hectares) e milheto (1 mil hectares). Meneguzzo revelou que já vendeu cerca de 50% da safra, entre US$ 17 e US$ 24,50 a saca de 60 kg, garantindo uma boa rentabilidade.
Agora pela manhã, a equipe está na estrada para percorrer cerca de 500 quilômetros até o município de Sapezal, no oeste de Mato Grosso.
Indústria - Em Lucas do Rio Verde, a 350 km de Cuiabá, a reportagem da Agência Estado, que participa da Equipe 1 do Rally da Safra, conversou com produtores integrados às plantas industriais da BR Foods, empresa que surgiu da fusão entre Perdigão e Sadia. Segundo um deles, que preferiu não se identificar, o complexo da Sadia, em particular, opera a plena carga no abate de suínos, estimado em cerca de 3,8 mil cabeças/dia.
No caso do frango, segundo ele, os trabalhos ocorrem um pouco abaixo do limite máximo de 500 mil aves/dia. No esquema de integração, o produtor recebe assistência técnica e insumos da agroindústria, com o compromisso de entregar no futuro frango ou suíno pronto para abate.
O integrado, que é considerado médio criador, é proprietário de dois módulos com suínos, com capacidade de produção de 9 mil cabeças terminadas, a cada 120 dias. Ele tem, ainda, quatro módulos com frango, para 440 mil aves prontas para abate a cada 60 dias.
"A Sadia entrega o leitão com 40 dias, pesando 25 kg. Tenho de devolver o animal com 120 dias, pesando 120 kg", explicou. Com as frangos, o esquema é o mesmo. O produtor recebe a ave com um dia, com o compromisso de entregá-la aos 43 dias, com 2,3 kg a 2,5 kg, em média.
Colheitadeiras - O Grupo Maggi, da família do senador Blairo Maggi (PR-MT), acaba de adquirir 15 colheitadeiras para sua propriedade em Querência, região nordeste de Mato Grosso. A tradicional foto aérea com as máquinas no campo está prometida para março, quando se inicia a colheita de soja na fazenda. O investimento em cada unidade está estimado em cerca de R$ 850 mil.
Aeroporto de carga - As obras da Ferrovia Centro-Oeste (Goiás-Mato Grosso-Rondônia), incluídas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), podem se somar à construção de um porto seco em Lucas do Rio Verde. Ainda no plano das ideias, especula-se também sobre a instalação de um aeroporto de cargas na cidade, o que colocaria Mato Grosso definitivamente no primeiro plano do agronegócio global.
Nobres - Com apenas 18 mil habitantes, a 140 km de Cuiabá, o município de Nobres vai sendo descoberto pelos turistas. A região guarda belezas naturais tão deslumbrantes quanto Bonito, no Estado vizinho de Mato Grosso do Sul, dizem os guias locais. De acordo com eles, na Serra do Tombador existem inúmeras cachoeiras e grutas, algumas totalmente inexploradas. A Lagoa Azul, de águas transparentes, está localizada a 60 km da sede municipal.

SOJA SOBE E ATINGE NOVAS MÁXIMAS COM DEMANDA POR EXPORTAÇÃO

Os futuros da soja negociados em Chicago atingiram uma nova máxima de 2 anos e meio na sessão de ontem, quando a demanda por exportação
e uma greve em portos da Argentina reavivaram os sentimentos altistas relacionados à expectativa de aperto da oferta.
O contrato março, de maior liquidez, subiu 25 centavos, ou 1,8%, para fechar cotado a US$ 14,38 por bushel, depois de atingir a máxima de US$ 14,40. O novembro, referente à nova safra, avançou 27 centavos, ou 2%, para US$ 13,68 por bushel.
O relatório de vendas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) garantiu uma nova dose de notícias altistas ao mercado, uma vez que a eliminação das preocupações com o clima na América do Sul desviou a atenção de volta à demanda, disse Bill Nelson, analista da Doane Advisory Service.
O USDA anunciou hoje que exportadores privados relataram a venda de 110 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos e 20 mil toneladas de óleo derivado para a China, com entrega durante o ano comercial 2010/11.
As novas vendas levantaram questões sobre se a China estaria desviando a demanda para os EUA como proteção contra uma interrupção prolongada dos embarques nos portos da Argentina, disse Nelson.
Os trabalhadores portuários argentinos estão em greve há mais de uma semana. O mercado está preocupado que as manifestações possam se arrastar até o período crucial da temporada de exportação, nos próximos meses.
A fraqueza do dólar também deu sustentação ao mercado, e traders ainda mostram preocupação com problemas no mercado físico devido à previsão de nevascas na região central dos EUA.
Os produtos derivados também avançaram, em linha com a soja, sendo que o óleo atingiu a máxima de 29 meses e o farelo, de 19 meses. O contrato março do óleo subiu 84 pontos, ou 1,5%, para fechar cotado a 58,72 centavos por libra-peso. O março do farelo ganhou US$ 9,70, ou 2,55%, para US$ 390 a tonelada.

MILHO FECHA EM ALTA APÓS REGISTRAR MÁXIMA EM 30 MESES
Os preços futuros do milho saltaram para máximas em 30 meses na Bolsa de Chicago com forte demanda para produção de etanol e ração. Além disso, permanecem as preocupações com a greve nos portos da Argentina. Os contratos com vencimento em março, os mais líquidos, subiram 6,50 cents ou 0,99% e fecharam a US$ 6,66/bushel. A máxima da sessão foi a US$ 6,6675/bushel.
A demanda por etanol ajudou a puxar as cotações do milho quando os traders passaram a prever que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduzirá sua projeção para os estoques finais no relatório de safra do mês que vem. A produção de etanol atingiu um recorde em novembro, com elevação de 15% ante o ano anterior, de acordo com dados do governo. Essa perspectiva agravou a noção de que os estoques são os menores em 15 anos.
A força da soja também deu suporte para o milho, já que as duas culturas disputam por área plantada nos Estados Unidos. A soja avançou 1,8%. "Traders estão olhando agora para a forte demanda por etanol, além da ideia de que a demanda por ração e alimentos deverá ser boa", comentou o presidente da Roach Ag Marketing, John Roach.
Avalia-se que os protestos nos portos da Argentina possam fazer com que a demanda migre para os Estados Unidos, maior exportador mundial de milho. "Tumultos continuam quentes na Argentina", disse Roach.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MILHO: BRASIL EXPORTOU 1,027 MILHÃO DE TONELADAS EM JANEIRO.

As exportações brasileiras de milho atingiram 1,027 milhão de toneladas em janeiro, volume 11,2% superior às 880,2 mil toneladas embarcadas para o exterior no mesmo mês de 2010. O crescimento ainda reflete os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no ano passado, mas com menos intensidade do que em dezembro de 2010, quando as exportações atingiram 1,925 milhão de toneladas. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Conforme a Secex, a receita com as exportações do cereal em janeiro foi de US$ 251,4 milhões, 44,5% superior à do mesmo período de 2010, quando somou US$ 165,7 milhões. Na comparação com dezembro, o desempenho ficou 37% abaixo dos US$ 441,8 milhões. O preço médio da tonelada de milho embarcada em janeiro foi de US$ 244, ante US$ 229/t em dezembro e US$ 188 em janeiro de 2010.

SOJA/EUA ANUNCIA VENDA DE 110 MIL TONS.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje que exportadores privados venderam 110 mil toneladas de soja para países não identificados no ano comercial 2010/11. Qualquer atividade de vendas de 100 mil toneladas ou mais de uma commodity feita em um único dia para um mesmo destino deve ser comunicada até o dia útil seguinte. Volumes inferiores devem ser relatados semanalmente.

ÓLEO DE SOJA/EUA RELATA VENDA DE 20 MIL TONS.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) comunicou nesta terça-feira que exportadores privados venderam 20 mil toneladas de óleo de soja para China, com entrega no ano comercial 2010/11.

SOJA/CHINA: DEMANDA POR GRÃO DOS EUA CONTINUA FORTE.

A redução das margens de lucro obtidas com o processamento de soja na China ainda não afetou as importações de ofertas norte-americanas, que atingiram 16,7 milhões de toneladas no período de outubro e janeiro, excedendo o volume total comprado nos quatro primeiros meses do ano comercial 2009/10, de 14,3 milhões de toneladas, informou a divisão de pesquisa do banco Standard Chartered em uma nota divulgada na segunda-feira.
A China importou um recorde de 54,8 milhões de toneladas em 2010, e o Ministério de Comércio do país elevou ontem a estimativa das importações da oleaginosa em janeiro para 4,8 milhões de toneladas. "Do lado da demanda, o consumo de soja [na China] não mostra qualquer sinal de enfraquecimento, embora o ritmo das exportações norte-americanas tenha desacelerado em relação ao início do ano comercial", escreveu o analista Abah Ofon.
A demanda chinesa deve impulsionar os preços globais da soja, especialmente desde que a produção argentina continua ameaça pelas condições climáticas. "Destacamos o fato de que produtividade da soja já foi prejudicada na Argentina e as chuvas apenas chegaram a tempo de conter mais perdas", disse Ofon. "Isso explica porque as projeções oficiais da produção continuam inalteradas e também estamos inclinados a permanecer conservadores com relação à safra de soja da Argentina."
A oferta do grão também é um problema no Brasil, onde chuvas acima da média podem atrasar a colheita da soja madura, informou o Standard Chartered. O banco projetou os preços globais da commodity em US$ 15,50 por bushel no segundo trimestre deste ano. Na Bolsa de Chicago o contrato março, de maior liquidez, fechou com alta de 15 centavos (1%) na segunda-feira, a US$ 14,13 por bushel.
Os futuros da oleaginosa na Bolsa de Commodities de Dalian avançaram 9% desde o início do ano comercial 2010/11, em 1º de outubro de 2010. Estados Unidos, Brasil e Argentina são os maiores produtores mundiais de soja, enquanto a China é o maior consumidor do grão.

RALLY DA SAFRA-MT/MÉDIO-NORTE ENCONTRA BOA PRODUTIVIDADE.

A Equipe 1 do Rally da Safra partiu de Cuiabá na manhã de segunda-feira, em direção ao médio-norte de Mato Grosso. Às margens da rodovia BR-163, os participantes puderam aproveitar o espetáculo da paisagem verdejante de plantas típicas do Cerrado. Só depois dos primeiros 250 quilômetros rodados, a equipe teve a satisfação de avistar as primeiras lavouras de soja, ainda verdes, na região de Nova Mutum. É boa a produtividade dos primeiros campos encontrados na região, segundo relato de produtores.
Foi em Nova Mutum que a reportagem da Agência Estado conversou com o produtor Leonardo Della Mea, que ali se instalou para plantar soja, em 1997, vindo de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Ele confirmou que as lavouras ainda não estão "no ponto" de colheita. Os trabalhos estão apenas iniciando em sua propriedade de cerca de 2.900 hectares."Colhemos até o momento apenas 15 hectares", disse ele. O plantio de milho já é feito na sequência, na mesma área em que antes havia soja, devendo totalizar 700 hectares. Outros 450 hectares vão ser ocupados pelo sorgo, para ração e óleo. O restante da área de soja vai ser ocupada por milheto, para cobertura vegetal.
O produtor comentou que a lavoura de soja precoce foi instalada apenas em 18 de outubro, quando normalmente os trabalhos ocorrem no início daquele mês. O atraso foi atribuído à falta de chuvas, que chegaram mais tarde. No entanto, no transcorrer do desenvolvimento da plantação, as águas vieram em grande volume, principalmente em janeiro, permitindo antever "uma boa safra", afirmou.
A produtividade esperada este ano é de cerca de 55 a 60 sacas de 60 kg por hectare, em comparação com 53 sacas/ha em 2010 e uma média nacional de cerca de 45 sacas/ha. Della Mea vendeu antecipadamente cerca de 30% da safra, aos poucos, com preços que oscilaram entre US$ 18,00 e US$ 22,00 a saca. Ele disse, ainda, que evita financiamentos nos bancos, cujos juros livres alcançam cerca de 17% ao ano.
O dinheiro do crédito rural, com juros de 6,5%, segundo ele, é difícil de ser tomado. Por isso, depende de recursos próprios para tocar a lavoura.
Em Nova Mutum, as três picapes oficiais do Rally da Safra tomaram rumos diferentes, mas com futuro ponto de encontro na mesma cidade: Lucas do Rio Verde, cerca de 80 km mais ao norte. "A ideia é conseguir maior capilaridade possível na origem das amostras, ou seja, de áreas bem diferentes", para a melhorar a qualidade do levantamento, explicou o agrônomo André Debastiani, da Agroconsult, empresa promotora da expedição.
Mas as lavouras na região de Lucas do Rio Verde também estão predominantemente ainda verdes. Na proximidade da cidade, porém, foi possível entrevistar o produtor mato-grossense Ildo José Taparello, que acompanhava o plantio de milho em área de sua propriedade anteriormente ocupada pela soja.
Taparello informou que os preços da soja estão realmente favoráveis ao produtor este ano, principalmente por causa da quebra da safra argentina. A demanda chinesa pelo grão também está firme. "Eles (chineses) já vieram e compraram toda a soja por aqui", exagerou, comentando o interesse do país asiático pelo produto nacional.
O produtor, nascido em Lucas do Rio Verde, tem uma área de produção de cerca de 3,2 mil hectares, dos quais metade é terra própria e a outra parte é arrendada. De acordo com ele, a produtividade de 55 sacas por hectare vai ser mais do que suficiente para cobrir o custo de produção, perto de 32 sacas/ha. O custeio da lavoura é financiado por meio de negociação com as tradings compradoras de soja, que antecipam os insumos para o próximo plantio. Taparello revelou que já vendeu cerca de 60% da safra, em média, a US$ 19 a saca.
Ele enfrentou pequeno problema de infestação da lavoura pela lagarta da maçã, que ocorre em plantação de algodão, principalmente. Em compensação, ferrugem asiática e antracnose, problemas crônicos da sojicultura, não se manifestaram este ano na propriedade de Taparello.
No fim da tarde, a temperatura foi amenizada pelo céu encoberto e chuvas eram vistas no horizonte. A Equipe 1 do Rally da Safra alcançou Lucas do Rio Verde já à noitinha, sob uma leve garoa. A equipe partirá agora de manhã em direção a Sorriso, cerca de 200 km mais ao norte do Estado.
Estrada - A BR-163 apresenta grande fluxo de veículos no trecho entre Cuiabá e Lucas do Rio Verde. A velocidade dos carros fica bastante comprometida no trecho de serra, a cerca de 100 km de Cuiabá, por causa da lentidão dos caminhões na subida. O trecho é curto, mas exige uma terceira pista. No geral, porém, a rodovia está bem sinalizada e conservada, sem apresentar buracos.

SOJA/CHINA SEGUE RALI DO PETRÓLEO E CBOT

Os futuros da soja terminaram com leve alta na Bolsa de Commodities de Dalian, motivadas pelo avanço do petróleo devido à turbulência política no Egito, que levantou temores de que a instabilidade no Oriente Médio pode interromper o abastecimento global. O mercado também foi influenciado pelo firme desempenho das cotações na Bolsa de Chicago em meio à forte demanda e à oferta apertada.
O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com valorização de 0,5%, a 4.502 yuans por tonelada, no último dia de negociações antes do feriado do Ano Novo Lunar. A Bolsa de Commodities de Dalian ficará fechada entre 2 e 8 de fevereiro e reabrirá somente no dia 9.
Ontem, o preço do petróleo brent atingiu US$ 100 o barril pela primeira vez desde setembro de 2008 devido à possibilidade de os tumultos no Egito, que sucederam protestos em massa e a mudança de governo na Tunísia, causarem instabilidade nos principais países produtores da região ou o fechamento do canal de Suez. Richard Jones, vice-diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE) alertou na segunda-feira que a turbulência política no Norte da África e no Oriente Médio é a maior "incerteza" que paira sobre os mercados de petróleo.
Na China, o Ministério de Comércio elevou ontem a estimativa do volume de soja importado no mês passado de 3,4 milhões para 4,8 milhões de toneladas, sugerindo uma forte demanda interna. No entanto, as importações do produto em fevereiro podem recuar para 2,7 milhões de toneladas por causa do feriado do Ano Novo Lunar.
Enquanto os preços da soja importada continuam em alta, as processadoras locais devem desacelerar as compras, já que o controle do preço dos óleos comestíveis peço governo reduz as margens de lucros, informou a Western Futures em uma nota. Depois do feriado, pico da temporada de consumo, a demanda por óleos comestíveis deve entrar em um período sazonalmente fraco, acrescentou a firma.

GRÃOS: BOLSA ARGENTINA PREOCUPADA COM PROTESTOS.

A bolsa de grãos de Rosário, um dos principais centros de negociação de commodities da Argentina, afirmou na segunda-feira que está "profundamente preocupada" com os protestos envolvendo milhares de trabalhadores em portos próximos.
Os sindicatos que bloqueiam o acesso a portos que operam uma parcela significativa dos grãos e produtos agrícolas da Argentina prometeram na segunda-feira manter a greve até que suas exigências salariais sejam atendidas.
Os protestos começaram na quarta-feira da semana passada, com a exigência de que os membros dos sindicatos recebam os mesmo piso salarial de 5 mil pesos (US$ 1.250) recentemente conquistado pelos trabalhadores de esmagadoras que produzem óleos comestíveis nos portos.
Um total de 18 portos e processadoras foram afetados pelos manifestantes, que trabalham em várias áreas, de transporte a serviços de alimentação, de acordo com o líder trabalhista Walter Cabrera.
"A preocupação se origina do sério prejuízo que esse conflito está provocando não apenas à atividade econômica na região, mas também ao país", disse a bolsa em comunicado. O prolongamento do protesto causará "danos irreparáveis" a produtores e a todos os participantes da indústria, completou."Vai também deteriorar a reputação da Argentina como um país exportador porque, se persistir, com certeza levará ao fracasso do cumprimento
de contratos de grãos e produtos relacionados", disse o comunicado.
A bolsa disse ainda que pediu a autoridades federais e da província que ajudem a acabar com o conflito.
Cerca de três quartos das exportações agrícolas da Argentina são embarcados a partir de portos nas cercanias da cidade de Rosário. Somente San Lorenzo, localizada 20 quilômetros ao norte de Rosário, tem 12 portos que trabalham com trigo, milho, soja, farelo de soja, óleo de soja e outros produtores relacionados.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, e o terceiro maior do grão.
Janeiro é tradicionalmente um período de baixa atividade nos portos ao longo do rio Paraná, uma vez que os produtores encerraram apenas recentemente o plantio da soja e a colheita do girassol ainda encontra-se em estágio inicial.

CBOT/GRÃOS FECHAM EM ALTA SUSTENTADO POR DEMANDA E APERTO DA OFERTA

Os futuros da soja fecharam em alta hoje na bolsa de Chicago (CBOT), reavivando o momento de alta do mercado, uma vez que a forte demanda e o aperto da oferta continuam a dar suporte aos preços.
O contrato março, de maior liquidez, fechou com alta de 15 centavos, ou 1%, para US$ 14,13 por bushel. Já o novembro, referente à nova safra, avançou 18 centavos, ou 1,4%, para fechar cotado a US$ 13,41 por bushel.
A fraqueza do dólar, a ameaça de uma oferta apertada e as preocupações com a produção da Argentina deram suporte para os futuros, que se recuperaram da queda de sexta-feira provocada pela realização de lucros.
As chuvas no final de semana na Argentina foram um pouco decepcionantes e temores de que uma greve envolvendo milhares de trabalhadores no principal porto de exportação de soja e grãos do país possa se prolongar e desviar a demanda para os EUA ajudaram a impulsionar os preços, disse Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group. Ele destacou, entretanto, que os temores com a greve são um pouco prematuros, já que ainda levará semanas para que a colheita de soja seja iniciada no país.
O mercado mantém o foco na projeção de estoques precariamente baixos no final da temporada nos EUA, com a necessidade de racionar o consumo e instigar os produtores a elevarem a área em 2011.
Os ganhos, entretanto, foram limitados pela melhora das condições da safra da Argentina e estimativas de produção recorde no Brasil. Os dois países são respectivamente o terceiro e segundo maiores produtores da oleaginosa e o mercado conta com sua produção para aliviar a tensão sobre a oferta norte-americana em meio a uma forte demanda global.
Os produtos derivados também fecharam em alta hoje, em linha com a soja. O contrato março do óleo de soja subiu 61 pontos, ou 1%, para fechar em 57,88 centavos por libra-peso. O março do farelo ganhou US$ 3,30, ou 0,9%, para US$ 380,30 por tonelada.

MILHO: CHICAGO FECHA EM ALTA DE 2,4% COM APOIO DO TRIGO E DO DÓLAR
Os preços futuros do milho saltaram nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago com a continuidade das preocupações com a oferta e os ralis em outros mercados de commodities após as perdas da semana passada. Os contratos com vencimento em março subiram 15,50 cents ou 2,41% e fecharam a US$ 6,5950/bushel.
A valorização do trigo ajudou a puxar o milho, segundo traders. Ambos os cereais são usados como ração animal. Além disso, o dólar se depreciou e deu suporte à maioria das commodities.
O mercado se recuperou depois da queda de 2% na semana passada. "Os preços têm de se manter competitivos até a primavera (do Hemisfério Norte) para atrair área plantada e ajudar a diminuir as preocupações com a situação da oferta", comentou a comerciante de grãos Kayla Hoffman.
A demanda por milho para fazer etanol, em especial, continua forte. Dados divulgados pela Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês) mostraram que a produção de biocombustível de milho nos Estados Unidos, para mistura à gasolina, atingiu a média recorde de 925 mil barris por dia em novembro.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SOJA: PREÇO EM CHICAGO ELEVA RENTABILIDADE NO BRASIL

A forte valorização da soja na Bolsa de Chicago tem anulado o efeito da queda do dólar no Brasil e favorecido os produtores do País. Eles terão rentabilidade elevada nesta safra 2010/11, próxima aos recordes do setor, de acordo com analistas consultados pela Agência Estado. "Esse preço bom em Chicago tem neutralizado o câmbio e está fazendo com que as projeções de rentabilidade sejam muito boas. Em Mato Grosso e Goiás a rentabilidade está entre as maiores da história", afirmou Daniele Siqueira, analista da AgRural.
Após várias intervenções do Banco Central, como os leilões de compra e de swap reverso, o dólar subiu de forma moderada em janeiro (alta de 1,32% até sexta-feira).

Em Chicago, o contrato maio da soja praticamente não se moveu no mesmo período: queda de 0,05%. Mas quanto tomadas as comparações anuais as diferenças são contundentes. Nos últimos 12 meses, enquanto o dólar se desvalorizou 10%, o preço da soja em Chicago disparou 51%. Isso se refletiu na formação do preço interno. O indicador da soja calculado pela Esalq/USP, referência para o mercado doméstico, fechou na sexta-feira, dia 28, em $$ 49,55 a saca, um valor 32,6% maior que os R$ 37,36 apurados na mesma data em 2010. Em dólares, o preço da saca saltou 47%, de US$ 20, para US$ 29,41 nas mesmas bases de comparação.
De acordo com dados da AgRural, a rentabilidade em Sorriso, no médio-norte de Mato Grosso, deve alcançar nesta safra 45%, ou R$ 556 por hectare, o que representa a maior margem da série histórica da consultoria para a região, superando os 43% da safra 2003/04, quando a empresa iniciou seus levantamentos. Em termos absolutos, a margem foi de R$ 470 naquele ano. Em Rio Verde, Goiás, a previsão é de margem de 73%, ou R$ 848 por hectare, valor que fica atrás apenas dos 90%, ou R$ 948 por ha, registrado em 2007/08.
A analista Daniele Siqueira destaca, entretanto, que a parcela de soja comercializada de forma antecipada em 2010/11 foi grande, o que "significa que muitos produtores acabaram não vendendo em preços tão interessantes como os registrados agora". Mas ela pondera que, de modo geral, mesmo para esses produtores que venderam a preços mais baixos, a rentabilidade será elevada.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a AgRural estima que 62% da safra foi comercializada até dezembro, antes portanto da colheita da oleaginosa. Em Goiás e Distrito Federal a estimativa é de 49%, enquanto que no Paraná, segundo maior produtor, a previsão é de 28%.
No Paraná, os produtores da região de Cascavel devem apurar margem de 81%, ou R$ 938, um bom nível, embora abaixo do recorde de 2007/08, quando chegou a 108%, ou R$ 1.261 por hectare. O Estado tradicionalmente comercializa sua produção mais tarde que o Centro-Oeste, já que é favorecido pela maior proximidade com os portos e melhor capacidade de armazenagem. Com isso, a média de preço dos paranaenses calculada pela consultoria, R$ 42 por saca, está mais próxima do preço praticado no mercado físico, de cerca de R$ 49/saca no Paraná. Em Mato Grosso e Goiás, os preços médios apurados pelos produtores até agora são, respectivamente, R$ 34 e R$ 38, ante preços no físico de R$ 39 e 45.
A tendência é a de que as cotações internacionais da soja continuem em patamares elevados, uma vez que a oferta é apertada, com projeções de estoques finais nos Estados Unidos em níveis precariamente baixos ao final da temporada. Ao mesmo tempo, a demanda continua aquecida, principalmente com as aquisições contínuas da China.
"O Brasil talvez tenha uma safra recorde. E será uma safra enorme com preços muito bons. O cenário está todo a favor do Brasil", afirmou Daniele.
Na avaliação da consultoria Céleres, a rentabilidade no Brasil deve ficar entre 20% e 45%, dependendo da região. Os preços rentáveis favoreceram a comercialização antecipada, calculada em 65% em Mato Grosso e 40% no Paraná até 21/1. "Essas margens são altas porque o produtor teve um custo de produção em patamares não elevados. Em Mato Grosso ficou em torno de R$ 26 a saca para um mercado que está pagando em torno de R$ 40 para exportação", disse o analista da Céleres Leonardo Menezes.
Na opinião dele, o produtor agora precisa decidir se vai segurar as negociações que ainda podem ser feitas ou se venderá à medida que a colheita for efetuada. "A perspectiva é muita boa mesmo para quem comercializou bastante", diz. Neste sentido, o produtor brasileiro vive o que alguns chamam de "bom problema". No caso, decidir para vender a preços remuneradores neste momento ou esperar para ver se o mercado vai elevar o prêmio para quem ainda tem soja em mãos nos meses à frente.

MT/RALLY DA SAFRA COMEÇA COM VISITAS A LAVOURAS DE SOJA PRECOCE

O Rally da Safra 2011 começa nesta segunda-feira a partir de Cuiabá, capital de Mato Grosso. Trata-se do principal levantamento privado da produção nacional de soja e milho, organizado anualmente há oito edições pela Agroconsult, com a participação da reportagem da Agência Estado. No total, dez equipes que integram a expedição percorrerão, de hoje até 27 de março, cerca de 55 mil quilômetros, passando por 11 Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão.
A Equipe 1 saiu nesta manhã de Cuiabá em três picapes, além de alguns outros veículos de empresas privadas, nos quais viajarão agrônomos da Agroconsult, representantes dos setores de logística, insumos e crédito. O rumo é a região conhecida como Médio-Norte de Mato Grosso.
Ainda hoje serão colhidas amostras de soja precoce em fazendas de diversos municípios, na área de Lucas do Rio Verde. Amanhã, a expedição percorrerá fazendas da região de Sorriso. Na quarta-feira, serão visitados produtores em municípios próximos a Sapezal. Na quinta-feira, o rally passará por Tangará da Serra, retornando em seguida para Cuiabá, rodando um total de cerca de 5 mil km, sob temperatura de 35 graus, à tarde. A Agroconsult projeta recorde na safra soja 2010/11, com 70,3 milhões de toneladas e produção de 32,6 milhões de t de milho no verão.
O agrônomo da Agroconsult, André Debastiani, informa que a Equipe 1 foi formada exclusivamente para levantar as condições da colheita da soja de ciclo curto, que leva de 90 a 95 dias para chegar ao ponto de maturação, em comparação com cerca de 110 dias para a soja de ciclo normal. O cultivo desse tipo de grão tem ganhado adeptos porque o produtor consegue plantar duas culturas (soja precoce e milho safrinha ou algodão) em um mesmo espaço, numa mesma época de safra, otimizando recursos, como mão de obra, e "diluindo custos na fazenda", disse Debastiani.
Estima-se que atualmente cerca de 45% de toda a área cultivada com soja em Mato Grosso, perto de 6,2 milhões de hectares seja de ciclo curto. A soja precoce também veio para ajudar a combater um dos principais problemas sanitários enfrentados pelos sojicultores: a doença ferrugem asiática. Com o menor tempo para alcançar a maturação, a leguminosa de ciclo curto dificulta a reprodução do fungo causador da ferrugem asiática.
Este ano serão analisadas, pela primeira vez, as perdas nas lavouras recém-colhidas ou em processo de colheita. Além disso, o Rally avaliará, por meio de nota, as condições das estradas brasileiras, numa parceria com o Grupo de Extensão e Pesquisa em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq-Log).

CLIMA-CHUVAS EM FEVEREIRO DEVEM SE CONCENTRAR EM SP, PR E SC.

O mês de fevereiro deve ter o mesmo padrão de chuvas dos últimos dias de janeiro, com frentes frias predominando sobre o Sul do Brasil e que, associadas às águas aquecidas sobre o Oceano Atlântico, na costa da Região Sul, favorecem chuvas mais significativas e concentrados entre Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A previsão é da Somar Meteorologia.
De acordo com o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury, há também previsão de chuvas para o Rio Grande do Sul, devido à passagem de uma nova frente fria no decorrer da semana. Ressaltando que em função do forte calor, muitas vezes as chuvas são acompanhadas de tormentas e tempestades de vento.
Enquanto isso, nesta semana no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em Minas Gerais, na Bahia e em Goiás terão pouca chuva e predomínio de sol, com apenas chuvas isoladas no período da tarde, típicas do verão.
Esse padrão de clima que perdurou durante toda a segunda quinzena de janeiro deve mudar somente depois do dia 10 de fevereiro, quando as frentes frias voltam a atuar entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Com isso, as chuvas voltam a se concentrar nesses Estados e também em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Na segunda quinzena de fevereiro a projeção é que as chuvas diminuem em Santa Catarina e no Paraná.
Já a parte norte do Nordeste (incluindo parte do sertão e do agreste) devido à atuação de um sistema meteorológico conhecido como Vórtice Ciclônico, continua sendo beneficiada com alguns episódios de chuvas. Isso, porém, ainda não representa a instalação definitiva do período de chuvas dessa região

O mês de janeiro termina com uma condição de clima bem tropical em grande parte do Brasil, onde o principal destaque foi o forte calor em todas as regiões. A combinação de frente fria "bloqueada" no Sul do País e um sistema de baixa pressão nos altos níveis (Vórtice Ciclônico) sobre o Nordeste do Brasil, foi a responsável pelas chuvas dessa semana. Durante a semana choveu forte na parte norte do Nordeste (Rio Grande do Norte, Ceará, norte do Piauí, Maranhão). Já no Sul do Brasil as chuvas foram mais irregulares e mal distribuídas. Enquanto os Estados da Região Sudeste e também Goiás e a Bahia tiveram mais uma semana de pouca chuva janeiro.
Os índices de água disponível do solo já refletem a mudança do padrão das chuvas observado na segunda quinzena de janeiro. Enquanto Santa Catarina, Paraná e parte de São Paulo apresentam excelente condição de umidade do solo (maior que 90%), em Minas Gerais e em Goiás houve uma sensível redução da umidade do solo. Já no extremo sul do Rio Grande do Sul e em partes do Nordeste do Brasil (Bahia, Sergipe e Alagoas) continuam as condições críticas de umidade do solo (menor que 20%).
Argentina tem mais uma semana com forte calor e chuvas irregulares
Janeiro termina com um padrão bem típico do verão, onde a maior dos episódios de chuvas foram devido a sistemas tropicais. Por isso, que os maiores volumes de chuva foram registrados sobre o norte da Argentina, o que voltou a se repetir na semana passada. Nas principais regiões produtoras da Argentina, incluindo as Províncias de Buenos Aires, Córdoba, Entre Rios e Santa Fé, embora beneficiadas com alguns episódios de chuvas e em algumas regiões até amenizado as condições da estiagem, isso não representou uma mudança de padrão e muito menos de regularização. As lavouras de milho e soja principalmente continuam sendo afetadas pela falta de chuva.
Embora a semana comece com o deslocamento de uma nova frente fria sobre a Província de Buenos Aires e com chuvas sobre a região central, no restante o tempo não muda muito em relação ao observado nos últimos dias, devendo ocorrer apenas alguns episódios de chuvas isoladas principalmente no norte do País. O calor também continua intenso, com temperaturas da tarde variando entre 35ºC e 40ºC.
As chuvas previstas para esta semana ganham importância, pois além da fase das lavouras, especialmente a lavoura de soja que se encontra na fase crítica (floração e enchimento de grão), a previsão é que as chuvas diminuam ainda mais a partir da próxima semana, quando as frentes frias voltam a atuar mais sobre o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil, enquanto a Argentina volta a enfrentar período de pouca chuva.

SOJA/CHINA FECHA EM ALTA POR TENSÃO SOBRE EGITO E FIRME DEMANDA.

Os futuros da soja terminaram com leve alta na Bolsa de Commodities de Dalian, sustentados por uma firme demanda local e pelo rali generalizado das commodities, após os preços do petróleo terem saltado na sexta-feira por causa dos protestos no Egito. O contrato janeiro do grão fechou com valorização de 0,6% nesta segunda-feira, a 4.479 yuans por tonelada (6,606 yuans = US$ 1), ficando atrás dos ganhos de 1,5% registrados pelos óleos de palma e de soja.
Na sexta-feira, o contrato março do petróleo disparou 4,3% na Bolsa de Nova York (NYMEX), maior avanço desde maio. Investidores temem que a turbulência no Egito possa interromper o transporte de ofertas pelo canal de Suez ou se alastre para países árabes com uma produção de energia maior.
Na China, o Ministério de Comércio informou hoje ter elevado a projeção do volume de soja importado neste mês de 3,4 milhões para 4,8 milhões de toneladas, sugerindo uma forte demanda doméstica.
As importações da oleaginosa na temporada 10/11 devem alcançar 55 milhões de toneladas, acima das 50,4 milhões de toneladas importadas em 2009/10, mostrou um relatório divulgado no final de semana pela consultoria Chinese Grain Network, pertencente à estatal China Grain Reserves Corp.
A demanda doméstica por soja em 2010/11 crescerá 8,3% em relação ao ano anterior, para cerca de 65 milhões de toneladas, segundo a consultoria. Os preços do grão ficarão estáveis no feriado do Ano Novo Lunar, mas provavelmente subirão no longo prazo devido ao aperto das ofertas, de acordo com a Chinese Grain Network.

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