quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

RALLY DA SAFRA/MT: SOJA CONVENCIONAL É FAVORECIDA NO OESTE.

A produção de soja convencional continua com espaço no oeste de Mato Grosso, apesar da forte concorrência dos grãos transgênicos. O produtor tem recebido das tradings prêmio de 2 a 3 reais em cada saca de 60 kg, sobre o valor de mercado. Além do estímulo econômico, a localização estratégica de municípios como Sapezal e Campo Novo do Parecis, próximos ao porto de Itacoatiara, no Amazonas, torna mais rentável o cultivo da oleaginosa não geneticamente modificada (OGM). Isso porque é por ali que sai o grão para a Europa, maior mercado para esse tipo de soja.
O produtor Cezar Luiz Basso, de Ipiranga do Norte, informou que só planta soja convencional e um dos atrativos é o prêmio pago pelo produto. "Vale a pena investir com o prêmio de até 3 reais", disse ele, durante conversa com a Equipe 1 do Rally da Safra, que coletou amostras do grão em sua propriedade.
Basso vai colher cerca de 62 sacas de soja por hectare, produtividade muito boa, considerando a média nacional prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 47 sacas/ha. Ele cultiva 790 hectares com soja precoce, mas vai plantar na sequência apenas 390 hectares com milho safrinha porque o clima não tem sido favorável. O produtor já vendeu antecipadamente 60% da safra de soja, com preços que oscilaram entre US$ 17,00, US$ 22,00 e até US$ 42,00 a saca.
O clima mais seco este ano favoreceu o ataque de lagartas, "de todo tipo", disse ele. O resultado foi que o número de aplicações de inseticida na lavoura de soja subiu das tradicionais três aplicações para sete. No entanto, o impacto sobre o custo de produção foi diluído pelo bom preço de venda da soja, garantiu Basso.
Soja Livre - Nesta safra, foi lançado em Mato Grosso o Programa Soja Livre, que pretende ampliar a oferta de sementes de soja convencional para o produtor do Estado. A iniciativa é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A produção de soja em Mato Grosso está estimada em 19 milhões de t. Desse total, 60% seria transgênica e 40% convencional.
O agrônomo Rodrigo Fenner, supervisor de campo da Aprosoja, que participa do Rally da Safra, comentou que a ideia do programa é divulgar ao agricultor a oferta no mercado de soja convencional de elevada tecnologia e altamente produtiva. Segundo ele, a soja convencional é mais uma opção para o agricultor, mas ela tem sido deixada de lado nos últimos anos. Conforme o agrônomo, mercado para o produto existe e um dos maiores é a Europa.
A localização estratégica faz municípios como Sapezal e Campo Novo do Parecis, no oeste de Mato Grosso, grandes produtores de soja convencional. De acordo com Fenner, "a produção da região é transportada até o Porto de Itacoatiara, no Amazonas e, dali, direto para a Europa".
A equipe 1 do Rally da Safra partiu ontem de manhã de Sorriso, cidade mais ao norte de Mato Grosso no roteiro desta etapa. As três picapes oficiais do rally retornaram para Nova Mutum, passando por Lucas do Rio Verde, com destino a Sapezal, no oeste do Estado, evitando estradas danificadas.
No trajeto entre Nova Mutum e Sapezal, cerca de 500 km pela rodovia MT 249, a cana-de-açúcar divide espaço com a soja. Na altura do Rio Verde, a 50 km de Sapezal, antes de entrar em terras indígenas, é cobrado um pedágio no valor de R$ 20,00 por veículo de passeio, ou R$ 40,00 para caminhões.
O Rally da Safra pretende avaliar hoje lavouras de soja precoce na região de Sapezal, Campo Novo do Parecis e Campos de Júlio, que estariam em fase adiantada de colheita. Amanhã a equipe cumprirá a última etapa, com visita a propriedades em Tangará da Serra, retornando em seguida para Cuiabá.
Rápidas
Cana - A demanda por cana-de-açúcar na região de Alto Taquari (MT), onde está instalada unidade da ETH, do Grupo Odebrecht, inflacionou o preço de arrendamento de terra. Estima-se que um hectare para arrendamento com cana na região equivale a 25 a 30 sacas de soja. Se o arrendamento for para soja, o valor cobrado cai para 10 a 11 sacas do grão.
Case - A Case, do Grupo Fiat, modernizou seu centro de armazenagem em Cuiabá para um Centro Avançado de Suporte ao Cliente. Além de atividades como treinamento para operadores de máquinas, a empresa promete entregar peças de suas colheitadeiras, de alto e médio giro, no prazo de 18 horas, em qualquer parte do Estado de Mato Grosso. São 6,5 mil itens estocados no Centro Avançado. Em caso de falta de produto para reposição, o item pode ser trazido direto da matriz, em Sorocaba (SP). A frota da Case em Mato Grosso é de cerca de mil colheitadeiras, equivalente ao todo o número desse tipo de máquinas na Argentina.

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