sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SOJA: ESTABILIZAÇÃO DE PREÇOS E REALIZAÇÃO DE LUCROS.

As cotações da soja caíram levemente hoje nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago devolvendo ganhos obtidos no início do dia. A estabilidade do dólar permitiu que traders embolsassem os lucros antes do fim de semana. Os lotes para entrega em novembro recuaram 2,0 cents ou 0,17% e fecharam a US$ 11,9950/bushel. O mercado se manteve dentro de um intervalo já negociado, após a volatilidade observada durante a semana. Segundo o analista Mike Zuzolo, presidente da corretora Global Commodity Analytics and Consulting, a soja flutuou rumo aos US$ 12/bushel antes do vencimento de opções referentes a novembro.
Os futuros encontraram suporte inicialmente pelo anúncio de novas exportações dos Estados Unidos e pela expectativa de que haverá menos chuvas do que o esperado em áreas produtoras do Brasil. No entanto, conforme a sessão evoluiu, os sinais de estabilidade do dólar e os temores com o fato de que a trajetória de alta da soja na semana vinha perdendo força atraíram vendas de especuladores e realização de lucros, de acordo com analistas. Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 5 mil lotes hoje.
A forte demanda global, especialmente da China, continuou servindo de suporte no mercado. Mas as novas vendas parecem não surpreender mais.

SOJA: PLANTIO EM MATO GROSSO AINDA ATRASADO ANTE 2009.

O plantio da soja nesta semana avançou 9,7 % em Mato Grosso e atingiu 1,023 milhão de hectares, que corresponde a 16,4% dos 6,241 milhões de hectares projetados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para esta safra.
O levantamento do Imea mostra que, em virtude da falta de chuvas, o plantio está 20,4% abaixo do ritmo observado em igual período do ano passado, quando 2,170 milhões de hectares já estavam semeados, o correspondente a 37% da área estimada para a safra 2009/10 pelo Imea na ocasião (5,867 milhões de hectares).
Na opinião da analista da Cadeia de Grãos do Imea, Maria Amélia Tirloni, ainda é cedo para avaliar se os produtores de soja conseguiram recuperar o atraso e cultivar toda a área de soja prevista, pois as chuvas aumentaram nos últimos dias, mas ainda continuam irregulares. A boa notícia, diz ela, é que os produtores estão plantando em todas regiões do Estado.
Segundo Maria Amélia, o levantamento sobre o avanço do plantio da soja que o Imea divulga na sexta-feira da próxima semana será fundamental para avaliar o impacto do atraso em relação às áreas que serão semeadas com milho e algodão safrinha, que são cultivados após a colheita da oleaginosa. "O fim do mês será o divisor de águas", diz ela.
Por enquanto, as perspectivas para o cultivo do milho safrinha são mais preocupantes em Lucas do Rio Verde, onde até esta semana foram plantados 36 mil hectares (27%), ritmo bem abaixo do observado em igual período do ano passado, quando 70% da área já estava semeada (168 mil hectares). Tradicionalmente, Lucas do Rio Verde lidera o início do plantio de soja no País.
Em relação ao algodão, a analista diz que a tendência é haver maior plantio do algodão de primeira safra, a partir de dezembro, em detrimento do algodão safrinha (cultivado a partir de janeiro). O algodão safrinha no ano passado ocupou 60% da área cultivada com a pluma em Mato Grosso. Ela observa que um dos fatores que deve levar os produtores a priorizar o plantio em dezembro é o fato de que, em anos de incidência do fenômeno climático La Niña, o risco é maior para a cultura de algodão.
Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), calcula que o algodão cultivado em dezembro deve ocupar uma área de 200 mil hectares que antes seria cultivada com soja. Segundo ele, em algumas regiões, como Sinop, as condições de umidade do solo ainda não são ideais para o cultivo, pois as chuvas são irregulares. Ele diz que, por enquanto, o atraso no plantio da oleaginosa ainda não preocupa, mas as perspectivas para os próximos dias não são animadoras, pois a previsão é de chuvas regulares apenas a partir do dia 15 de novembro.
O plantio da soja em Mato Grosso está mais atrasado na região do médio-norte, que responde pela metade da área plantada com soja no Estado. Até esta semana o plantio na região atingiu 19,3% da área projetada pelo Imea e está 28,3 pontos porcentuais abaixo dos 47,6 observados no dia 22 de outubro do ano passado. Além de Lucas, o plantio também está muito atrasado em Sorriso, o maior produtor de soja e milho de Mato Grosso. Os produtores de Sorriso semearam até esta semana 25% da área estimada, enquanto na mesma época do ano passado o plantio já havia atingido 55%.

     EVOLUÇÃO DO PLANTIO DA SOJA EM MATO GROSSO  
              (área em mil hectares)  
  ÁREA             22/out/09    21/out/10    VARIAÇÃO  
  Noroeste          261,2           29,10%      6,60%    -22,50% 
  Norte                 44,0           29,10%     14,00%    -15,10% 
  Nordeste          652,2             5,50%     3,10%      -2,40% 
  Médio-norte 2.466,00          47,60%    19,30%    -28,30% 
  Oeste               948,2           42,90%    19,00%    -23,90% 
  Centro-sul        409,1           30,10%    16,40%    -13,70% 
  Sudeste        1.460,60          29,40%    17,60%    -11,80% 
Mato Grosso  6.241,30          36,80%    16,40%    -20,40% 
Fonte: Imea

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MILHO SE DECEPCIONA COM EXPORTAÇÕES E CAI.

Os preços futuros do milho caíram nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago diante de dados de exportação que mostraram encolhimento da demanda. A força do dólar também pesou sobre as cotações. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, caíram 9,25 cents ou 1,61% e encerraram a US$ 5,6425/bushel. Estima-se que fundos especulativos tenham vendido 11 mil lotes hoje.
Segundo o analista Chad Henderson, da corretora Prime Agricultural Consultants, "as exportações nos lembraram que os consumidores finais são sensíveis aos preços". O impacto da valorização do milho depois do relatório de safra de 8/10 se refletiu nas exportações de 212,5 mil toneladas, que ficaram abaixo das expectativas dos analistas, de 650 a 950 mil toneladas. Resultaram 77% inferiores ao que foi embarcado na semana anterior e 72% abaixo da média em quatro semanas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O maior comprador foi o Japão, com 144,9 mil toneladas.
O declínio foi uma reversão do comportamento do mercado na quarta-feira, quando a fraqueza do dólar puxou as cotações do milho em 5%. O dólar se estabilizou hoje, reduzindo as expectativas de que o câmbio vá atrair mais demanda para exportação. Commodities importantes, como o petróleo, também tiveram queda hoje por causa do dólar. "Daqui para frente, espera-se que os traders tenham postura cautelosa, já que há muita volatilidade no milho e os preços não vão a lugar nenhum", afirmou Henderson. Ele acredita que, se não houver novidades sobre fundamentos, o mercado vai flutuar dentro do intervalo de 50 cents até 9 de novembro, quando o USDA divulga um novo relatório de safra. A previsão é de que o USDA reduza sua estimativa de produção, o que dá suporte.

SOJA: ALTA DO DÓLAR DESVALORIZA GRÃOS.

Os preços internacionais da soja caíram nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago pressionados por influência de outros mercados. Os contratos com vencimento em novembro cederam 10,50 cents ou 0,87% e fecharam a US$ 12,0150/bushel. Segundo analistas, a queda foi uma devolução de ganhos obtidos no pregão eletrônico durante a noite, quando se registrou máximas em 14 anos, de US$ 12,2350/bushel. Os lotes para entrega em janeiro, os mais negociados, fecharam a US$ 12,13/bushel, em baixa de 10,75 cents ou 0,88%.
A forte demanda global por soja, especialmente da China, continua sendo importante fator de suporte no mercado. Mas, sem anúncios diários de novas vendas, a influência de outros mercados prevaleceu, segundo o presidente da corretora AgResource Company, Dan Basse. Ele acrescentou que a recuperação do dólar fez com que o mercado cedesse dos ganhos iniciais, além da queda do petróleo e de metais preciosos, que refletiram a pressão geral no setor de commodities.
As exportações de soja na semana, de 2 milhões de toneladas, superaram as expectativas dos analistas, de 1,1 a 1,4 milhões de toneladas, e deram suporte. A China comprou cerca de 75% deste total, mas isso já não surpreende o mercado, de acordo com o analista Chad Henderson, da corretora Prime Ag Consulting. "As vendas externas do relatório de hoje na verdade são da semana passada e já foram precificadas", explicou. A China é o maior importador mundial de soja.

MILHO: ANALISTAS QUESTIONAM USDA POR ERRO EM ESTIMATIVAS.

Uma falha na projeção do governo para a safra de milho dos Estados Unidos está contribuindo para a recente valorização do cereal e alguns analistas acreditam que o problema coloca em risco a credibilidade das estimativas oficiais dos Estados Unidos. Neste mês, o Departamento de Agricultura (USDA) previu uma redução maior do que se esperava na produção da safra americana de milho, estimulando um rali das commodities agrícolas que se refletiu nos preços de outros alimentos.
A agência do governo admite que os modelos de computadores falharam ao contar o declínio de qualidade da safra que ainda é considerada a terceira maior já registrada. No entanto, os críticos sustentam que os especialistas do governo deveriam estar cientes do que realmente está acontecendo nos campos. "Nossa confiança em que o USDA tenha números razoáveis para nos fornecer foi muito abalada", disse Dennis Gartman, publisher da Gartman Letter, um boletim muito influente na indústria.
Traders e analistas usam os relatórios de safra do USDA como importante referência e, embora as projeções não sejam exatas, historicamente têm sido coerentes com os resultados reais, de modo que exercem grande influência sobre os preços das commodities. Portanto, o problema do relatório do dia 8 de outubro deve ser avaliado por importantes autoridades do USDA em reunião a ser realizada em Chicago, na segunda-feira.
Um oficial do USDA afirmou que a forte queda da estimativa de produção de milho refletiu problemas na avaliação de peso dos grãos de milho, levando a uma dupla redução na projeção ante a previsão de safra recorde em agosto. As análises da safra de milho são feitas com base na expectativa dos produtores e nas visitas de campo.
O diretor do Serviços Nacional de Estatísticas Agrícolas do USDA, Joseph Prusacki, explicou que a previsão de agosto foi feita, mesmo com as incertezas sobre o peso dos grãos. Sem dados efetivos, Prusacki disse que os funcionários do USDA seguiram a prática padrão de usar no modelo a média histórica dos últimos cinco anos no que concerne ao peso do grão. Isso também inclui a contagem de espigas de milho e a projeção de quanto não será colhido. Prusacki declarou que o peso de grão estimado ficou fora do alvo.
Alguns analistas comentaram que a equipe do USDA deveria ter reconhecido que as espigas de milho estavam subdesenvolvidas e incluído isso em seus modelos. Os danos eram aparentes em agosto, porque a safra se encontrava em estágio mais avançado do que o habitual, por causa do plantio adiantado e do clima quente."Será que essas pessoas estão pelo menos descendo das caminhonetes?", questionou Jim Gerlach, presidente da corretora A/C Trading. "Quem andou nos campos de milho sabia que a produtividade era baixa (em agosto)."
A diferença grande no relatório do dia 8 de outubro acabou provocando críticas também sobre a necessidade de se fazer ajustes às estimativas de oferta e de acompanhamento das condições da safra. "Perdemos muito a confiança no USDA", disse o analista de grãos do Citigroup, Terry Reilly.
Por outro lado, alguns observadores consideraram que o erro foi uma exceção, e não que se trata de um sinal de que os métodos de projeção precisem ser revistos. Os danos causados na safra se basearam "numa única série de circunstâncias relacionadas ao clima e que provavelmente não veremos de novo", disse o agrônomo Emerson Nafziger, da Universidade de Illinois, referindo-se às chuvas que atingiram a safra em junho e foram seguidas de clima quente e seco em julho e agosto.

SOJA/USDA: VENDAS DE 2 MILHÕES DE TONS.

Os Estados Unidos venderam um saldo de 2.017.200 toneladas de soja na semana encerrada dia 14/10, aumento de 85% sobre as vendas líquidas da semana anterior e de 66% ante a média das quatro semanas precedentes, informou hoje o Departamento de Agricultura do país (USDA). Os principais destinos foram China (1.451.000 tons), destino não revelado (227.900 t), Japão (115.000 t), Espanha (81.200 t), México (51.700 t) e Tailândia (21.400 t). Houve um cancelamento da Guatemala (6.500 t).
Os embarques totalizaram 1.624.900 t, 39% maiores que os da semana anterior. Os principais destinos foram China (1.103.700 t), México (110.900 t), Espanha (80.900 t), Japão (80.400 t) e Taiwan (80.400 t).

FARELO: VENDAS CAEM 42% NA SEMANA.
Os Estados Unidos venderam um saldo de 245.700 toneladas de farelo de soja na semana encerrada dia 14 de outubro, queda de 42% sobre as vendas líquidas da semana anterior, informou hoje o Departamento de Agricultura do país (USDA). Os principais destinos foram Filipinas (68.200 t), México (59.800 t), Austrália (40.000 t), Polônia (30.000 t) e Canadá (18.800 t). Cancelamentos de um destino não revelado (11.800 t), Panamá (3.000 t) e Antilhas Francesas (1.900 t). Houve vendas para entrega em 2011/12 para o Canadá. Os embarques totalizaram 187.000. Os principais destinos foram Venezuela (30.800 t), México (30.600 t), Filipinas (30.600 t) e Polônia (30.000 t).

ÓLEO DE SOJA: VENDAS TOTALIZAM 13.700 T
Os Estados Unidos venderam um saldo de 13.700 toneladas de óleo de soja na semana encerrada dia 14 de outubro, informou hoje o USDA. Os principais destinos foram Marrocos (9.000 t), México (5.400 t), Argélia (3.300 t), Nicarágua (3.000 t), Guatemala (2.600 t). Houve cancelamentos de um destino não revelado (9.000 t) e do Canadá (1.700 t). Embarques de 15.600 t foram para o Marrocos (9.000 t), Hong Kong (3.000 t), México (2.400 t), e Canadá (1.000 t).

MILHO: EXPORTAÇÕES SEMANAIS FICAM BEM ABAIXO DO ESPERADO
O volume de milho vendido pelos Estados Unidos na semana passada ficou bem abaixo do intervalo entre 650 mil e 950 mil toneladas previsto pelos analistas. Este foi o primeiro relatório a relatar as vendas do país após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido a estimativa da produção norte-americana em 8/10. Desde então, os preços do grão subiram diante do temor de que não houvesse produto suficiente para atender a demanda. As vendas foram de 212.500 toneladas e ficaram 77% abaixo das da semana anterior e 72% aquém da média das quatro semanas anteriores. O relatório deverá ter impacto negativo nos negócios da commodity na CBOT.

Os principais destinos foram Japão (144.900 t), Israel (68.000 t), Egito (23.400 t), Costa Rica (23.100 t), Síria (20.000 t) e Equador (20.000 t). Houve cancelamentos de um destino não revelado (86.700 t), do México (45.800 t), do Panamá (15.600 t) e da Guatemala (12.600 t).
Os embarques totalizaram 833.500 t, aumento de 3% ante a semana anterior, mas queda de 10% ante a média das quatro semanas precedentes. Os principais destinos foram Japão (448.500 t), Coreia do Sul (113.500 t), México (65.200 t), Taiwan (52.800 t), Egito (42.200 t) e Síria (20.000 t).

SOJA/CHINA FECHA EM ALTA COM EXPECTATIVA DE DEMANDA FORTE

As cotações da soja fecharam com alta forte na bolsa chinesa Dalian Commodity Exchange, sustentadas pela confiança de que a elevação das taxas de juros no país não prejudicará a demanda pela oleaginosa. O contrato maio, o mais negociado, fechou com alta de 77 yuans (1,8%), em 4.312 yuans por tonelada.
As estimativas do Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Óleos da China (CNGOIC), divulgadas hoje, mostraram que a demanda por soja deve continuar forte no país. O órgão elevou a estimativa das importações durante a safra 2010/11 de 52 milhões de toneladas, previstas em setembro, para 54 milhões de toneladas. A produção doméstica no período também foi elevada de 14,8 milhões para 15,2 milhões de t.
O governo vendeu 299 mil toneladas de óleo de colza de suas reservas, oferecidas em leilão ontem, mas o volume foi considerado muito pequeno para arrefecer as cotações domésticas. Na Dalian, a cotação do óleo de soja disparou 3,1%, para 9.218 yuans, e a do óleo de palma subiu 2,8%, para 8.342 yuans por tonelada.

SOJA ALCANÇA MÁXIMAS EM 14 MESES.

Os preços internacionais da soja alcançaram novas máximas em 14 meses na Bolsa de Chicago, puxados pela forte demanda para exportação e pelo rali das commodities observado hoje. Os contratos com vencimento em novembro fecharam em alta de 32,0 cents ou 2,71%, cotados a US$ 12,12/bushel. Posição mais líquida, o contrato janeiro saltou 32,25 cents ou 2,71% e encerrou a US$ 12,2375/bushel. "O contínuo e forte consumo global de soja somado à fraqueza do dólar impulsionou (a soja)", disse o analista Sterling Smith, da corretora Country Hedging. O recuo da moeda americana favoreceu a alta de muitas commodities, inclusive petróleo e milho, que avançou 5%, para US$ 5,7350/bushel.
Analistas disseram que as exportações de soja dos Estados Unidos continuam firmes, especialmente para a China, o que vem sendo o principal fator de influência sobre os futuros. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje que empresas privadas relataram a venda de 180 mil toneladas para a China, com entrega no ano comercial 2010/11.
A alta de hoje zerou as perdas registradas ontem, atribuídas à decisão da China de elevar as taxas de juros. Segundo o analista Bill Nelson, da corretora Doane Advisory Service, a atual tendência das exportações deve permanecer, pois a China tenta controlar a inflação dos alimentos e baratear as carnes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MILHO SOBE 5,0% APÓS CINCO SESSÕES DE PERDAS.

Os contratos futuros de milho se recuperaram de parte das perdas registradas nas últimas cinco sessões na Bolsa der Chicago e fecharam com valorização expressiva hoje. Posição mais líquida, o vencimento dezembro saltou 27,50 cents ou 5,04% e fechou a US$ 5,7350/bushel. O mercado fechou próximo do limite de alta imposto pela bolsa, que chegou a alcançar durante o pregão eletrônico. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 20 mil lotes. "Depois de cair por cinco dias consecutivos, as influências externas mantiveram os vendedores afastados do mercado, com a queda do dólar, que ajudou a alimentar um rali nas commodities", disse o analista Terry Reilly, do Citigroup Global Markets.
Compras comerciais e de especuladores nas mínimas ajudaram o mercado a se recuperar, num momento em que há incerteza sobre a produção 2010 e a ameaça de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indique oferta mais apertada no relatório de novembro. Traders observarão o relatório semanal de exportações, a ser divulgado amanhã, para obter noções de demanda.
Participantes da indústria estão preocupados com a hipótese de que os preços altos atuais possam estar inibindo as compras. A expectativa do mercado é de que os Estados Unidos tenham vendido de 650 a 950 mil toneladas na semana.

TRIGO VALORIZA-SE AO ACOMPANHAR MILHO E SOJA.
Os contratos futuros de trigo registraram valorização nesta quarta-feira no mercado americano, numa recuperação após as perdas expressivas de terça-feira e também favorecidos pela depreciação do dólar.
Na Bolsa de Chicago os lotes para entrega em dezembro subiram 11,50 cents ou 1,71% e fecharam a US$ 6,83/bushel. O rali foi uma correção do declínio de 18,50 cents visto ontem. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento avançou 14,50 cents/lb ou 2,03% e encerrou a US$ 7,30/bushel.
O dia foi de força generalizada dos grãos: o milho saltou 5% e a soja, quase 3%. O trigo vem acompanhando outros mercados para obter direcionamento, pois as ameaças sobre a oferta já foram assimiladas pelo mercado. Desde que registraram as máximas em dois anos, em agosto, os futuros recuaram 19%.
"A única razão pela qual o trigo subiu é porque o milho subiu", disse o analista Sid Love, da corretora Kropf & Love Consulting. "Não está faltando trigo." O milho chegou a avançar até o limite de alta de 30 cents no pregão eletrônico, antes de limitar os ganhos.

SOJA OPERA ACIMA DE US$ 12/BUSHEL COM FORTE DEMANDA CHINESA.

Os preços internacionais da soja alcançaram novas máximas em 14 meses na Bolsa de Chicago (CBOT), diante da forte demanda para exportação. Os contratos com vencimento em novembro subiam 32,0 cents operando a US$ 12,12/bushel.O mercado se recupera depois de registrar perdas na terça-feira. O apetite agressivo da China por soja dos Estados Unidos se somou à queda do dólar e deu suporte aos futuros.

MILHO REAGE E SOBE 4,8%
Os contratos futuros do milho operaram em forte alta hoje, enquanto se recuperam das perdas obtidas nas últimas cinco sessões na Bolsa de Chicago (CBOT). Segundo analistas, o rali de vendas recente foi "exagerado" e consumidores finais continuam ansiosos sobre a expectativa de safra menor do que se previa. Os contratos com vencimento em dezembro subiam 27,00 cents ou 4,8% , negociados a US$ 5,73 50/bushel. De acordo com a corretora AgResource Company, espera-se mais valorização até sexta-feira.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

CHICAGO/SOJA - PRESSÃO DO DÓLAR DERRUBA LEVEMENTE OS PREÇOS.

Os preços internacionais da soja terminaram a terça-feira em leve queda na Bolsa de Chicago, pressionados por vendas de especuladores relacionadas ao impacto negativo da valorização do dólar. Os contratos com vencimento em novembro recuaram 4,0 cents ou 0,34% e fecharam a US$ 11,80/bushel. Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 9 mil lotes.
O dólar foi impulsionado pela decisão surpreendente da China de elevar as taxas de juro para depósitos e empréstimos pela primeira vez desde 2007, num esforço para controlar a inflação. A notícia alimentou temores de que o maior comprador de soja dos Estados Unidos pode reduzir seu intenso ritmo de importação.
No entanto, quase 400 mil toneladas de soja foram vendidas, conforme informado hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o que limitou a queda da soja durante a maior parte do dia, segundo o analista Rich Feltes, da corretora RJ O'Brien. O mercado se manteve firme até quando o dólar esticou os ganhos e fez com que traders reduzissem sua exposição ao risco em commodities.
Enquanto isso, o clima melhor na América do Sul ainda serve de âncora para os preços. De acordo com Feltes, "os fundamentos de longo prazo continuam positivos, mas a ausência de novidades no curto prazo faz com que os agentes do mercado fiquem suscetíveis aos mercados financeiros, que hoje claramente nos pegaram de surpresa".

DÓLAR SOBE COM NOVO IOF E EXTERIOR.

Pressionado pelo avanço externo do dólar após a China elevar juros e a nova alta do IOF a estrangeiros no Brasil, a moeda norte-americana no mercado doméstico oscilou com sinal positivo o dia todo e atingiu a máxima pela manhã, de R$ 1,70 (+2,16%) no balcão. Contudo, a cotação desacelerou os ganhos à tarde e chegou a renovar a mínima de R$ 1,681 (+1,02%).
Segundo operadores consultados, essa perda de ritmo das cotações na sessão vespertina foi atribuída em parte a um aumento da oferta da divisa por exportadores e ainda à identificação de janelas pelo mercado para driblar o IOF maior. De todo modo, após esse horário, a moeda norte-americana voltou a ser pressionada para cima, num movimento que coincidiu com a aceleração da valorização do dólar ante o euro lá fora e a realização do segundo leilão de compra do Banco Central, que fixou a taxa nesta operação em R$ 1,6852. No primeiro leilão, mais cedo, a taxa foi de R$ 1,6958. No fechamento, o dólar à vista no balcão subiu 1,32%, a R$ 1,6860. Na BM&F, o a vista encerrou a R$ 1,6832, com valorização de 1,06%.
O giro financeiro total à vista registrado somava cerca de US$ 3,623 bilhões, dos quais US$ 3,242 bilhões em D+2.
No mercado futuro o contrato de dólar mais negociado, com vencimento em 1º de novembro/2010, estava em alta de 0,75%, a R$ 1,6895. Cinco vencimentos de dólar futuro foram negociados, todos em alta, com um volume financeiro de US$ 20,867 bilhões, segundo a BM&FBovespa. Esse volume de negócios era cerca de 33% superior a todo o giro movimentado ontem, de US$ 15,651 bilhões.
Apenas duas semanas após elevar o IOF sobre os fluxos de investidor estrangeiro para renda fixa de 2% para 4%, o Ministério da Fazenda decidiu ontem à noite aumentar a partir de hoje a alíquota do tributo para 6%. A novidade agora foi a subida do IOF para 6% (anteriormente em 0,38%) sobre os fluxos de investidor estrangeiro dirigidos a depósitos de margem para negociações no mercado futuro. O IOF sobre os fluxos para renda variável segue inalterado em 2% e os investimentos em IED continuam isentos.
Há certo consenso nas mesas de operações de que essas medidas adicionais do governo devem desestimular o fluxo de capital estrangeiros para aplicações de curto prazo, até um ano, no Brasil, porque comprometem a rentabilidade. De outro lado, devem estimular um aumento do prazo das aplicações de estrangeiros; aumento da rentabilidade bruta dos papéis prefixados; e migração das operações no mercado futuro BM&F para o mercado de balcão e derivativos no exterior, segundo apontou a LCA Consultores em boletim diário distribuído a clientes. Os analistas da LCA, entendem que o efeito de alta das medidas sobre o câmbio, no entanto, não deverá ter vida longa, pois os fundamentos que apreciaram o real continuam presentes, como o diferencial de juro interno e externo elevado, alto
crescimento econômico e retorno sobre o capital mais elevado que nas economias desenvolvidas e percepção de risco baixa e caindo.
No mercado externo o euro recuava a US$ 1,3743, de US$ 1,3992 no fim da tarde de ontem em Nova York. O dólar subia para 81,45 ienes, de 81,18 ienes ontem.

SOJA GANHA SUPORTE DA DEMANDA, MAS FECHA EM TERRITÓRIO NEGATIVO.

Os preços internacionais da soja trabalham em território negativo hoje na Bolsa de Chicago, acompanhando a fraqueza de outros mercados. No entanto, se mantêm sustentados pela firme demanda de exportação. Os contratos com vencimento em novembro caíam 4,0 cents negociados a US$ 11,80/bushel. A força do dólar está pesando sobre os preços, mas a forte demanda para exportação atrai compradores ao mercado de soja quando os preços caem, segundo analistas. Preocupações com a elevação da taxa de juros para depósitos e empréstimos na China servem de catalisador para a influência baixista do dólar. Por outro lado, a China vem sendo grande consumidor da commodity e mantém os compradores confiantes.

MILHO CAI DIANTE DA FORÇA DO DÓLAR
Os preços futuros do milho caminham em território negativo nesta terça-feira na Bolsa de Chicago esticando as perdas que o mercado vem registrando numa sequência de cinco sessões. Por volta das Contratos com vencimento em dezembro, operavam a US$ 5,46/bushel, em baixa de 11,00 cents.
A combinação entre a força do dólar e o esgotamento das compras está pesando sobre as cotações, segundo analistas. Eles acrescentam que há uma correção modesta da forte alta do milho obtida com o relatório de safra de outubro, mas compras de consumidores finais nas mínimas dão suporte e limitam as perdas.

TRIGO OPERA EM BAIXA COM PRESSÃO DA OFERTA CONFORTÁVEL 
Os contratos futuros de trigo se desvalorizam hoje no mercado americano, apesar da venda para o Egito. Os mercados sentem a pressão da oferta confortável e já assimilaram temores sobre a produção no curto prazo, de acordo com o analista Tim Hannagan, da PFG Best.
Os contratos com vencimento em dezembro na Bolsa de Chicago foram negociados a 6,72/bushel, em baixa de 18,00 cents. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento cedia 19,0 cents e estava a US$ 7,22/bushel.
A expectativa é de que o estoque de trigo dos Estados Unidos some 21,666 milhões tons em 31 de maio de 2011 - fim do ano-safra -, o segundo menor na última década. Segundo Hannagan, os estoques precisar ser inferiores a 10,160 milhões tons para serem considerados apertados. "Tragam a demanda", brincou."Precisamos queimar um pouco de gordura."

CLIMA/REGIME DE CHUVAS FAVORECE PLANTIO.

As frentes frias devem atuar mais entre o Sudeste, Centro-Oeste e chegam ao Nordeste do Brasil nos próximos 15 dias. O volume, porém, ainda é irregular e mal distribuído, informa a Somar Meteorologia. "Cabe ressaltar que a presença de frente fria sobre o Sudeste, aos poucos, também favorece a organização da convecção tropical (nuvens de chuvas) sobre o interior da Região Centro-Oeste e, assim, dá início ao regime de chuvas deste ano", informa em boletim o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury. Conforme a meteorologia, pode-se afirmar que a partir desta semana se reverte o quadro de seca e gradualmente se instalam as condições de plantio das lavouras de verão.
O grande destaque da semana é a previsão de chuva para Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins ao longo das duas próximas semanas, estima a Somar. Rio Grande do Sul e Santa Catarina terão alguns episódios de chuvas, no entanto, de forma muito isolada e, em geral, fraca, dando início a um período mais seco, o que já se pode atribuir à presença do fenômeno La Niña.

Primavera
A Somar informa, ainda, que as águas da última semana voltaram a se concentrar sobre o Sul do Brasil. O volume foi irregular sobre o Sudeste, Centro-Oeste e sobre o Norte do Brasil. Os maiores volumes de chuva da semana passada se concentraram entre Santa Catarina e o Paraná.
Os índices de Capacidade Hídrica do Solo refletem o resultado das últimas semanas e mostram uma boa recuperação e condições de plantio das lavouras de verão no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. As condições de umidade do solo, no entanto, ainda continuam críticas (abaixo de 40%) em partes de Mato Grosso e Goiás. Segundo a Somar, o interior da Região Nordeste ainda enfrenta longo período seco e de altas temperaturas, mas essa condição deve começar a se reverter nas próximas semanas.

Argentina
A semana passada confirmou a previsão de pouca chuva sobre grande parte do território argentino, incluindo a região do Pampa Úmido, principal região produtora de milho e soja. De acordo com a Somar, o destaque são as baixas temperaturas, que contribuem para atrasar as condições de plantio. "Inclusive, podemos destacar que esse é um padrão bem típico de anos de La Niña", observa Etchichury.
A previsão para esta semana é de pouca chuva sobre o território argentino. Essa tendência deve persistir até a segunda quinzena de outubro, com pouca chuva e temperaturas em gradual elevação.

COMÉRCIO: EFEITO DE DESVALORIZAÇÃO DE MOEDAS.

O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, soa o alerta com relação à guerra de moedas e adverte que a recuperação dos fluxos de exportações corre o risco de ser afetado se essa tensão entre os países for transformada em políticas de desvalorização. Lamy, que abandonou a tradicional cautela em relação a sua avaliação sobre as moedas nacionais, chegou a admitir que há um consenso de que a moeda chinesa está desvalorizada. A estimativa da OMC é de que, se o ritmo de recuperação da economia mundial for mantido até o final do ano, as exportações terão uma alta de 13,5% em comparação a 2009 em volumes. Nos países emergentes, a expansão seria de 17%. Os números são um contraste forte com a queda de 12% registrada em 2009, o pior ano para o comércio desde a Grande Depressão.
Mas, para o francês, se países começarem a de fato intervir em suas moedas para tornar suas exportações mais competitivas e impedir a entrada de importações, o risco é de que haja disputas. "Há um risco de fricção e o risco é real", afirmou Lamy, em uma reunião hoje com um grupo de jornalistas em Genebra. Há uma semana, foi a vez de a ONU alertar que a guerra de moedas ameaçava os investimentos em 2010. Agora, o alerta vem do setor comercial.
Nas leis da OMC existe uma possibilidade de que um país faça uma queixa se avaliar que outro usou sua moeda para ganhar competitividade no comércio e prejudicar um parceiro. Mas, em 60 anos desde que foi criada a entidade, o artigo na constituição do comércio mundial jamais foi usado. Para o diretor da OMC, os governos em todo o mundo conseguiram conter suas tentações protecionistas nos últimos dois anos e o número de barreiras criadas por conta da crise não foi significativo. O risco agora é de que essa situação seja minada exatamente por medidas de desvalorização de moedas nacionais, criando condições mais competitivas para a exportação de um país e, na prática, criando barreiras para a entrada de produtos. Na prática, isso acabaria sendo um novo protecionismo.
"Por enquanto, isso é apenas um risco. Mas o perigo para o comércio é se essas medidas se materializarem", afirmou. "Se o front monetário acordar, poderemos ser fragilizados (no comércio mundial)", disse.
Nas últimas semanas, a pressão nos Estados Unidos e Europa cresceu em torno de uma pressão para forçar a China a deixar de manipular sua moeda, o que permitiria uma maior importação de produtos do Ocidente para o mercado asiático e uma invasão menor de bens chineses na Europa e Estados Unidos. O resultado, segundo esses países, seriam balanças comerciais mais equilibradas. Mas, por enquanto, essa pressão tem apenas gerado tensões entre os governos e troca de acusações. Na semana passada, a reunião do Fundo Monetário Internacional não chegou a um consenso sobre o tema diante das disparidades de avaliações dos países. Para Lamy, se há um consenso de que a moeda chinesa está desvalorizada, não há nada que diga com exatidão que esse seria o fator que estaria destruindo empregos nos Estados Unidos e levanto a taxa de desempregados para 10%. Isso porque o que importa é o valor adicionado do produto, e não apenas sua origem. Um exemplo é o IPod que, apesar de ser exportado pela China, tem parte de seu material e tecnologia criada nos Estados Unidos.
A OMC vem desenvolvendo uma nova fórmula para contabilizar o comércio internacional, não apenas baseado no fluxo de produtos, mas no valor adicionado criado do comércio e, portanto, de quantos empregos de fato gera. A nova metodologia promete ser tão polêmica como revolucionária. Lamy por anos se recusou a falar da situação das moedas, apontando que esse era um tema do FMI. A mudança em seu tom revela também o fato de que as políticas monetárias passaram a estar no centro do debate comercial, e não apenas das finanças. Na avaliação do diretor da OMC, apenas uma solução multilateral pode ser a resposta para a situação em que o mundo atravessa hoje no debate sobre as moedas.
Eleição - Sobre as eleições no Brasil, Lamy ainda apontou que seja qual for o vitorioso das eleições presidenciais, a política comercial do País não deve mudar, com as prioridades sendo mantidas quase intactas: abertura de mercados, redução de subsídios agrícolas no exterior e a busca por novas fontes de comércio. "Políticas comerciais são reflexos de fundamentos da economia", afirmou. "Ela reflete o que um país acredita que tem uma vantagem ou desvantagem comparativa e como é sua relação com seus vizinhos quando trata disso.
Portanto, é algo estável na maioria das vezes", disse Lamy, que por anos acompanha a política brasileira e faz questão de demonstrar que sabe os motivos para o segundo turno entre José Serra e Dilma Rousseff. Em se tratando de política comercial externa, porém, Lamy prevê uma continuidade na estratégia brasileira. "Não sei por que mudaria", afirmou. "Outros temas têm, inclusive, tido uma repercussão na campanha muito superior ao comércio, que praticamente não foi um assunto", completou.

IOF AUMENTA PARA 6% NAS APLICAÇÕES DE RENDA FIXA.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou esta noite duas novas medidas com o objetivo de atenuar a pressão cambial sobre o real. Uma delas é o aumento de 4% para 6% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos externos em renda fixa e a outra medida é a elevação do IOF para o recolhimento de margem na BM&FBovespa dos atuais 0,38% para 6%. "O que queremos é diminuir o apetite dos aplicadores estrangeiros de curto prazo. Aqueles que vêm aplicar de dois a três anos pagarão o IOF, mas não devem parar de investir no Brasil", afirmou o ministro.
Mantega disse que o estoque do volume de margem na BM&Bovespa é de US$ 20 bilhões e que esse montante pode lastrear US$ 200 bilhões. "Veja a taxa de alavancagem!", destacou o ministro, ao justificar a razão de estar elevando para 6% a alíquota do IOF sobre o recolhimento de margens.
Ele disse acreditar que essas medidas surtirão efeito, contudo não descartou a possibilidade de novas medidas caso seja necessário. Mantega destacou que é importante aguardar os resultados das medidas anunciadas esta noite e explicou que o governo pretende dosar as medidas até porque não há interesse em prejudicar os investimentos estrangeiros diretos. "Queremos atenuar o excesso de variações. O que vai acontecer com o câmbio não sei dizer porque não faço projeções cambiais", disse.
O ministro disse que há um apetite muito grande da parte dos investidores estrangeiros e que só no mês passado entraram no País US$ 16 bilhões, e adiantou que na última semana houve um forte ingresso de capital estrangeiro, mas sem citar números. O ministro adiantou ainda que nas conversas na semana passada, em Washington, percebeu que há um número significativo de grandes fundos estrangeiros querendo desembarcar no Brasil. "Para fazermos o moderador de apetite estamos avisando que quem vier investir no Brasil vai ganhar menos e que deve olhar também para outros países", comentou, dando como exemplo a Austrália.
Mantega voltou a enfatizar a necessidade de uma ação coordenada para combater a guerra cambial no mundo. "Eu desnudei esse tema. Tirei o véu da guerra cambial, agora estamos fazendo uma ação coordenada de vários países porque se cada um tomar uma medida individual, os EUA continuarão emitindo e a China desvalorizando a sua moeda e fica todo mundo na mesma situação", afirmou.
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou em Brasília que as novas medidas anunciadas hoje pelo ministro Guido Mantega entrarão em vigor amanhã se o decreto estiver publicado no Diário Oficial da União. A assessoria admitiu, no entanto, que não há certeza até o momento se haverá tempo hábil para a publicação no Diário Oficial desta terça-feira.

GRÃOS/EUA: COLHEITA EVOLUI RAPIDAMENTE.

As colheitas de milho e soja continuam evoluindo rapidamente nos Estados Unidos, segundo informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O clima quente e seco vem favorecendo os trabalhos no campo.
Milho
Em seu relatório semanal de acompanhamento de safra, o USDA informou que 68% da safra de milho foi colhida até domingo, ante 51% na semana passada e média de 39% na média dos últimos cinco anos para esta época do ano. Traders esperavam que de 65% a 70% da safra tivesse sido colhida. "É uma das mais rápidas já registradas", disse o presidente da corretora U.S. Commodities, Don Roose. "Em grande parte a colheita vem seguindo ininterruptamente."
Nas últimas semanas o clima tem sido predominantemente favorável no Cinturão do Milho e todos os 18 Estados consultados pelo USDA estão adiantados na colheita. Em Indiana, 90% da safra foi colhida, ante média de 39%. Em Illinois, 93% da safra foi colhida, ante média de 54%.
O avançado ritmo está criando problemas isolados, como falta de espaço para estocagem, mas com a forte demanda para exportação, o milho e a soja colhidos não devem ficar parados durante muito tempo, segundo Roose.
Soja
Cerca de 83% da safra de soja foi colhida até domingo, bem mais do que os 67% observados uma semana antes. A média para este momento é de 62%. Embora a colheita de soja geralmente comece depois da de milho, porque costuma maturar posteriormente, os produtores vão deixar o milho mais tempo nos campos do que a soja, já que ela é muito mais suscetível a problemas de rendimento se chegar à temporada de geadas.
Assim como no caso do milho, todos os Estados pesquisados pelo USDA evoluem em ritmo acima da média. Mas, diferentemente do milho, que decepcionou muitos produtores neste ano, a safra de soja parece robusta. Alguns traders e analistas ficaram indiferentes com a leve redução na projeção da safra de soja no último relatório de oferta e demanda do USDA. Embora a tendência seja de que o USDA continue reduzindo a projeção, Roose avalia que o relatório de novembro "tem chance igual de mostrar aumento ou diminuição" na expectativa de produção. Ele acrescentou que, em virtude das previsões climáticas, a colheita de soja
será praticamente concluída em muitas áreas até o fim da semana. Em Illinois e Indiana, 90% da safra foi colhida. Em Iowa, 94% da colheita foi concluída.
Trigo
Enquanto isso, o governo afirmou que 80% da safra de trigo de inverno foi plantada, ante 70% uma semana antes e média de 77%. Cerca de 51% da safra emergiu, mais do que os 38% da semana passada, mas inferior à média de 52%.
O clima seco não é favorável para os produtores de trigo de inverno, pois a falta de umidade pode desacelerar o desenvolvimento das lavouras. Segundo o analista Dave Lehl, da corretora Benson Quinn Commodities, "o tempo seco parece ideal para continuar colhendo milho e soja, mas para a evolução do trigo de inverno continua sendo uma preocupação".

SOJA FECHA ESTAVEL; DEMANDA SEGUE FORTE.

Os preços internacionais da soja terminaram a segunda-feira perto da estabilidade na Bolsa de Chicago. Os lotes para entrega em novembro recuaram 1,0 cent ou 0,08% e fecharam a US$ 11,84/bushel. Segundo analistas, o mercado deve se recuperar rapidamente, pois a demanda para exportação permanece forte.
Na sexta-feira, os futuros haviam saltado para as máximas em 14 meses, com sinais de exportação e preocupações com o clima seco e com a desaceleração do plantio no Brasil. O rali deu sinais de que está perdendo força, pois na sexta-feira o mercado fechou em baixa após alcançar as máximas. "Acho que agora estamos esperando um pouco", disse o analista Bill Nelson, da corretora Doane Advisory Services.
O rápido ritmo de colheita pesou sobre as cotações hoje, segundo um analista. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 83% da safra foi colhida, o que ficou dentro da expectativa dos traders, de 80% a 85%, ante 67% na semana passada.
Mas analistas avaliam que o mercado deva se recuperar rapidamente, pois a demanda da China é robusta. O USDA anunciou nesta segunda-feira que a China, maior importador mundial de soja, comprou 120 mil toneladas dos Estados Unidos. As inspeções de exportação também foram consideradas expressivas."Haverá algumas compras (de futuros ) de soja enquanto as exportações vierem desse jeito", comentou Jason Britt, presidente da corretora Central State Commodities. "Parece que a China tem uma demanda insaciável."

MILHO FECHA EM BAIXA PRESSIONADA PELA COLHEITA.
Os contratos futuros de milho tiveram perdas pela quarta sessão consecutiva na Bolsa de Chicago, pressionados pela colheita nos Estados Unidos e pela falta de notícias sobre demanda. Nesse contexto, participantes do mercado embolsaram lucros e pressionaram as cotações. Posição mais líquida, o vencimento dezembro recuou 5,75 cents ou 1,02% e fechou a US$ 5,5725/bushel.
O mercado parece ter perdido o seu momentum positivo, observado na semana passada, ao menos por enquanto. Embora muitos traders esperem novas reduções no tamanho da safra americana, também notam que ainda faltam três semanas para que o governo divulgue um novo relatório de safra.
Traders disseram que a estimativa menor do que o previsto, divulgada há alguns dias pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), já foi assimilada pelo mercado. "Mercados altistas precisam ser alimentados todos os dias e simplesmente não temos isso hoje", explicou Chad Henderson, analista da corretora Prime Ag Consultants.
A colheita atual, que evolui bem por conta do clima favorável, também pesa sobre os preços, segundo analistas.Traders esperaram o relatório de acompanhamento de safra, que indicou 68% da safra colheita. Traders e analistas esperavam de 60% a 70%.
O analista Jerry Gidel, da corretora North American Risk Management Services, acrescentou que o ritmo das exportações parece ter diminuído. Os produtores buscam vender a preços historicamente elevados, segundo traders, mas a colheita pressiona o mercado. Alguns analistas acreditam que o fato de o milho ter superado os US$ 5,50/bushel começa a desencorajar a demanda, mas outros discordam. "As margens do etanol ainda estão muito boas", disse um trader.
Analistas também dizem que, embora os preços altos afetem os criadores de gado no longo prazo, no curto prazo estão vendendo animais que foram alimentados com ração mais barata, do início do ano.

TRIGO FECHA EM BAIXA DE 2,0% COM PREVISÕES DE CHUVA
Os preços futuros de trigo caíram nesta segunda-feira no mercado americano. Previsões do tempo indicaram chuva e diminuíram as preocupações com a seca que poderia afetar a safra. Na Bolsa de Chicago os lotes para entrega em dezembro fecharam em baixa de 14,50 cents ou 2,06%, cotados a US$ 6,90/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento cedeu 13,0 cents ou 1,74% e terminou a US$ 7,32/bushel.
Os futuros cederam depois de encontrar suporte, na sexta-feira, em preocupações com a seca que poderia afetar a produtividade no Meio-Oeste, no Delta do Mississippi e nas Planícies do Oeste dos Estados Unidos. Novas previsões do tempo sinalizaram chuvas hoje no Norte do Delta e no Sul do Meio-Oeste na semana que vem, o que resultaria em "melhorias notáveis em germinação e estabelecimento do trigo", de acordo com a empresa de análises climáticas MDA EarthSat Weather.
Na Rússia, a queda das temperaturas em áreas do Norte está pressionando o trigo em dormência. A safra será mais vulnerável a danos causados por temperaturas baixas de inverno no Vale do Volga, em virtude do clima seco persistente, segundo a MDA.
A Ucrânia impôs oficialmente uma cota de exportação que restringe as vendas externas a 500 mil toneladas até o fim do ano, um montante pequeno, de acordo com documento publicado hoje no site do governo. Traders disseram que o limite não surpreendeu, pois o país vinha discutindo isso há meses, diante da estiagem rigorosa.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PERSPECTIVA: ATENÇÃO COM DEMANDA E CLIMA.

Esta pode ser uma semana de definição para o mercado de milho na Bolsa de Chicago. Depois de subir cerca de 13% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a produção do país para baixo, as cotações dão mostras de não ter fôlego para chegar aos US$ 6 por bushel, preço tão comentado por analistas e traders. A ideia que vingou entre os participantes do mercado na sexta-feira é a de que a valorização assustou os compradores. Essa avaliação veio após o USDA mostrar vendas de 1,2 milhão de toneladas na semana anterior, ante expectativa que ia de 1,4 milhão a 2 milhões de t de milho.
Os números referem-se até a quinta-feira do dia 7 de outubro, ou seja, antes da nova estimativa de safra ser anunciada. Não deu para saber se os importadores se assustaram com a provável redução da oferta nos EUA e correram, ou não, para assegurar o produto. Isso vai ser verificado no relatório desta semana.
E em certa medida, o que acontecer com as cotações do milho vai ter impacto no mercado de soja, já que ambos os produtos brigam por área nos EUA. "O milho tem mais resistência para chegar a US$ 6 que a soja a US$ 12", comentou Vinícius Ito, da Newedge. Ele lembrou que, enquanto a soja tem tido demanda garantida, pela China primordialmente, o milho ainda não tem essa certeza, embora nas contas do USDA vá sobrar menos milho que soja ao final da safra 2010/11. Confirmadas as estimativas, o país terá grão suficiente para menos de um mês de consumo.
Olhando numa perspectiva mais abrangente, Ito considerou que, no médio prazo, a forte demanda por ração no mundo deve manter sustentados os preços dos três grãos negociados em Chicago. Mike Krueger, presidente da corretora The Money Farm, acredita que o contrato dezembro chegará a US$ 6. "Não se raciona a demanda em uma semana", argumentou.
Os preços do trigo ainda rondam os US$ 7/bushel, mesmo após caírem 16% desde o pico alcançado em agosto, depois que a Rússia suspendeu as exportações. Mas parece ser os EUA que agora enfrentam problemas climáticos que podem dar sustentação às cotações do cereal. Áreas do Meio-Oeste e das Planícies precisam de chuvas para desenvolver as lavouras de inverno antes que o tempo fique frio demais. Mas não há chuvas significativas previstas para esta semana. "As principais áreas estão muito mais secas do que deveriam nesta época do ano", disse Mike Palmerino, meteorologista da Telvent DTN. "O tempo para desenvolver uma boa safra está se esgotando".
Outros fatores nos quais os traders estarão de olho nesta semana são o relatório de acompanhamento de safra do USDA, que sai hoje à tarde, e o dólar, cuja forte desvalorização ajudou a elevar os preços das commodities agrícolas.

ÓLEOS VEGETAIS: ALTA DE PREÇOS TEM SIDO EXAGERADA.
Foi exagerada a recente alta nos preços dos óleos vegetais no mercado internacional, disse Lan Chen, economista da empresa de consultoria em agronegócios LMC International. As cotações subiram por causa de problemas climáticos, que poderiam ameaçar a oferta. Segundo ele, os estoques de óleo de palma cru da Malásia devem chegar em algum momento a 2,25 milhões de toneladas. Ele, contudo, não estimou em quanto tempo isso deve acontecer. A produção "será forte em 2011", disse, durante conferência do setor realizada na Malásia. O analista prevê que os preços do óleo de palma devem oscilar entre 2.500 e 2.600 ringgit por tonelada (3,09 ringgit = US$ 1). Atualmente, o óleo de palma vale em torno de US$ 2.900 ringgit/t. As cotações do óleo de soja nos Estados Unidos, afirmou Chen, estão US$ 100 acima da média por causa do mercado de biodiesel.
Quando o mercado voltar ao normal, "a queda nos preços do óleo de soja vai pressionar os do óleo de palma", disse. A tonelada do óleo de soja vale cerca de US$ 1.100. Ambos os produtos competem nos mercados chinês e indiano.

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