quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MILHO: ANALISTAS QUESTIONAM USDA POR ERRO EM ESTIMATIVAS.

Uma falha na projeção do governo para a safra de milho dos Estados Unidos está contribuindo para a recente valorização do cereal e alguns analistas acreditam que o problema coloca em risco a credibilidade das estimativas oficiais dos Estados Unidos. Neste mês, o Departamento de Agricultura (USDA) previu uma redução maior do que se esperava na produção da safra americana de milho, estimulando um rali das commodities agrícolas que se refletiu nos preços de outros alimentos.
A agência do governo admite que os modelos de computadores falharam ao contar o declínio de qualidade da safra que ainda é considerada a terceira maior já registrada. No entanto, os críticos sustentam que os especialistas do governo deveriam estar cientes do que realmente está acontecendo nos campos. "Nossa confiança em que o USDA tenha números razoáveis para nos fornecer foi muito abalada", disse Dennis Gartman, publisher da Gartman Letter, um boletim muito influente na indústria.
Traders e analistas usam os relatórios de safra do USDA como importante referência e, embora as projeções não sejam exatas, historicamente têm sido coerentes com os resultados reais, de modo que exercem grande influência sobre os preços das commodities. Portanto, o problema do relatório do dia 8 de outubro deve ser avaliado por importantes autoridades do USDA em reunião a ser realizada em Chicago, na segunda-feira.
Um oficial do USDA afirmou que a forte queda da estimativa de produção de milho refletiu problemas na avaliação de peso dos grãos de milho, levando a uma dupla redução na projeção ante a previsão de safra recorde em agosto. As análises da safra de milho são feitas com base na expectativa dos produtores e nas visitas de campo.
O diretor do Serviços Nacional de Estatísticas Agrícolas do USDA, Joseph Prusacki, explicou que a previsão de agosto foi feita, mesmo com as incertezas sobre o peso dos grãos. Sem dados efetivos, Prusacki disse que os funcionários do USDA seguiram a prática padrão de usar no modelo a média histórica dos últimos cinco anos no que concerne ao peso do grão. Isso também inclui a contagem de espigas de milho e a projeção de quanto não será colhido. Prusacki declarou que o peso de grão estimado ficou fora do alvo.
Alguns analistas comentaram que a equipe do USDA deveria ter reconhecido que as espigas de milho estavam subdesenvolvidas e incluído isso em seus modelos. Os danos eram aparentes em agosto, porque a safra se encontrava em estágio mais avançado do que o habitual, por causa do plantio adiantado e do clima quente."Será que essas pessoas estão pelo menos descendo das caminhonetes?", questionou Jim Gerlach, presidente da corretora A/C Trading. "Quem andou nos campos de milho sabia que a produtividade era baixa (em agosto)."
A diferença grande no relatório do dia 8 de outubro acabou provocando críticas também sobre a necessidade de se fazer ajustes às estimativas de oferta e de acompanhamento das condições da safra. "Perdemos muito a confiança no USDA", disse o analista de grãos do Citigroup, Terry Reilly.
Por outro lado, alguns observadores consideraram que o erro foi uma exceção, e não que se trata de um sinal de que os métodos de projeção precisem ser revistos. Os danos causados na safra se basearam "numa única série de circunstâncias relacionadas ao clima e que provavelmente não veremos de novo", disse o agrônomo Emerson Nafziger, da Universidade de Illinois, referindo-se às chuvas que atingiram a safra em junho e foram seguidas de clima quente e seco em julho e agosto.

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