segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PERSPECTIVA: ATENÇÃO COM DEMANDA E CLIMA.

Esta pode ser uma semana de definição para o mercado de milho na Bolsa de Chicago. Depois de subir cerca de 13% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a produção do país para baixo, as cotações dão mostras de não ter fôlego para chegar aos US$ 6 por bushel, preço tão comentado por analistas e traders. A ideia que vingou entre os participantes do mercado na sexta-feira é a de que a valorização assustou os compradores. Essa avaliação veio após o USDA mostrar vendas de 1,2 milhão de toneladas na semana anterior, ante expectativa que ia de 1,4 milhão a 2 milhões de t de milho.
Os números referem-se até a quinta-feira do dia 7 de outubro, ou seja, antes da nova estimativa de safra ser anunciada. Não deu para saber se os importadores se assustaram com a provável redução da oferta nos EUA e correram, ou não, para assegurar o produto. Isso vai ser verificado no relatório desta semana.
E em certa medida, o que acontecer com as cotações do milho vai ter impacto no mercado de soja, já que ambos os produtos brigam por área nos EUA. "O milho tem mais resistência para chegar a US$ 6 que a soja a US$ 12", comentou Vinícius Ito, da Newedge. Ele lembrou que, enquanto a soja tem tido demanda garantida, pela China primordialmente, o milho ainda não tem essa certeza, embora nas contas do USDA vá sobrar menos milho que soja ao final da safra 2010/11. Confirmadas as estimativas, o país terá grão suficiente para menos de um mês de consumo.
Olhando numa perspectiva mais abrangente, Ito considerou que, no médio prazo, a forte demanda por ração no mundo deve manter sustentados os preços dos três grãos negociados em Chicago. Mike Krueger, presidente da corretora The Money Farm, acredita que o contrato dezembro chegará a US$ 6. "Não se raciona a demanda em uma semana", argumentou.
Os preços do trigo ainda rondam os US$ 7/bushel, mesmo após caírem 16% desde o pico alcançado em agosto, depois que a Rússia suspendeu as exportações. Mas parece ser os EUA que agora enfrentam problemas climáticos que podem dar sustentação às cotações do cereal. Áreas do Meio-Oeste e das Planícies precisam de chuvas para desenvolver as lavouras de inverno antes que o tempo fique frio demais. Mas não há chuvas significativas previstas para esta semana. "As principais áreas estão muito mais secas do que deveriam nesta época do ano", disse Mike Palmerino, meteorologista da Telvent DTN. "O tempo para desenvolver uma boa safra está se esgotando".
Outros fatores nos quais os traders estarão de olho nesta semana são o relatório de acompanhamento de safra do USDA, que sai hoje à tarde, e o dólar, cuja forte desvalorização ajudou a elevar os preços das commodities agrícolas.

ÓLEOS VEGETAIS: ALTA DE PREÇOS TEM SIDO EXAGERADA.
Foi exagerada a recente alta nos preços dos óleos vegetais no mercado internacional, disse Lan Chen, economista da empresa de consultoria em agronegócios LMC International. As cotações subiram por causa de problemas climáticos, que poderiam ameaçar a oferta. Segundo ele, os estoques de óleo de palma cru da Malásia devem chegar em algum momento a 2,25 milhões de toneladas. Ele, contudo, não estimou em quanto tempo isso deve acontecer. A produção "será forte em 2011", disse, durante conferência do setor realizada na Malásia. O analista prevê que os preços do óleo de palma devem oscilar entre 2.500 e 2.600 ringgit por tonelada (3,09 ringgit = US$ 1). Atualmente, o óleo de palma vale em torno de US$ 2.900 ringgit/t. As cotações do óleo de soja nos Estados Unidos, afirmou Chen, estão US$ 100 acima da média por causa do mercado de biodiesel.
Quando o mercado voltar ao normal, "a queda nos preços do óleo de soja vai pressionar os do óleo de palma", disse. A tonelada do óleo de soja vale cerca de US$ 1.100. Ambos os produtos competem nos mercados chinês e indiano.

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