sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DÓLAR- É PRECISO QUE GRANDES PAÍSES SE ALINHEM NO CÂMBIO.

As principais economias do mundo precisam encontrar uma forma para trabalharem juntas e garantir que as flutuações no câmbio não criem problemas para as economias em desenvolvimento, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Segundo ele, há sinais entre alguns membros do G-20 de que pode haver um acordo sobre o assunto durante a reunião de cúpula do grupo, que acontece na próxima semana.
Segundo Meirelles, os esforços dos EUA para ampliar a liquidez nos seus mercados de crédito por meio de medidas heterodoxas podem criar bolhas em países como o Brasil. "A liquidez excessiva cria riscos para todos", afirmou a autoridade, durante entrevista concedida na sede do CME Group. Ele acrescentou que ainda não foi determinado qual será o seu papel no governo de Dilma Rousseff e que ainda pretende discutir o assunto com a presidente eleita.

CNI DEFENDE MEDIDAS MAIS DURAS PARA CONTER REAL FORTE
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, afirmou que o governo deveria adotar "medidas mais duras" para coibir a valorização do câmbio, que chegou a bater hoje R$ 1,67. "A quarentena é uma alternativa a ser aliada à questão tributária (IOF) e propostas que possam ser aplicadas e que não atinjam a OMC e acordos internacionais", destacou. "O que acontece é que a situação está se agravando. O câmbio está se apreciando e medidas internacionais que estão sendo tomadas por outros países vão agravar ainda mais a questão do câmbio", ressaltou. Ele se referiu inclusive à decisão do Fed de injetar US$ 600 bilhões na economia norte-americana, o que, para ele, deve ampliar o fluxo de capitais especulativos para o Brasil no curto prazo.
Andrade citou que as medidas que o governo deveria implementar devem ter como foco principal os capitais especulativos que ingressam no País com o objetivo de aproveitar o diferencial de juros. A taxa real no Brasil está próxima a 5,70%, enquanto é negativa nos EUA, Japão, Zona do Euro e Inglaterra. "O investidor estrangeiro toma hoje recursos no mercado norte-americano a praticamente 0% e aplica aqui a 10%, 11%, 12% ao ano, fora o ganho que ele tem com a apreciação do real", destacou. "Nós podemos tributar a entrada destes recursos de tal maneira que esse ganho seja reduzido, ou podemos criar quarentenas. Tem formas de fazer e o governo tem mecanismos para fazer", disse.
Segundo o presidente da CNI, é correta a decisão do governo de elevar para 6% o IOF dos investimentos estrangeiros em renda fixa, mas a medida não resolve o problema da valorização do câmbio. "O investidor brasileiro paga imposto de renda (para aplicação em renda fixa). Por que o capital estrangeiro não pode pagar imposto de renda?", questionou. "A situação requer medidas mais duras, mais drásticas", disse. Ele ressaltou que tal tributação poderia ser revogada quando a situação do câmbio ficasse mais favorável para a economia nacional. Ele afirmou que o País precisa ter mecanismos de defesa comercial, da economia e do emprego. "O Brasil tem uma economia forte, um mercado interno muito aquecido, muito bom. A indústria brasileira tem também que pensar no longo prazo, no mercado que está lá fora", disse. "Nós estamos com reservas cambiais, como disse a presidente eleita, suficientes para enfrentar dificuldades que eventualmente o País possa ter. Se nós estamos nessa situação confortável, vamos usá-la para proteger a nossa economia", disse. Na avaliação de Andrade, são bem vindos os investimentos de longo prazo que vem para o País para ampliar a capacidade produtiva nacional. "Mas nós podemos determinar que o investimento estrangeiro no Brasil tenha também uma conotação de exportação, não (só) com o olho no mercado interno, mas com uma visão de mercado mundial. Tem que assumir um compromisso de exportação", destacou.
Para o presidente da CNI, um problema derivado da valorização cambial no Brasil é o avanço das importações e queda das exportações de manufaturados. "Esse problema vai criar lá frente uma desindustrialização, um problema com o emprego, com o setor de tecnologia e com produtividade de todos os setores (produtivos)", frisou.

GRÃOS/IMEA: ATRASO REDUZ ÁREA DE MILHO E SOJA; ALGODÃO CRESCE 28%.

O plantio da soja em Mato Grosso atingiu 49,2% da área total estimada pelo Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), com evolução de 1,129 milhão de hectares entre a última sexta-feira e ontem, o melhor desempenho semanal desde o início dos trabalhos, que neste ano estão mais lentos por causa do atraso das chuvas. Até agora foram cultivados 3,070 milhões de hectares, enquanto em igual período do ano passado o plantio havia alcançado 4,040 milhões de hectares, que correspondia a 68% da área total então estimada de 5,941 milhões de hectares.

           EVOLUÇÃO DO PLANTIO DE SOJA EM MT* 
                 Área (mil/ha)    5/nov/2009    4/nov/2010    Variação  
  Noroeste      261,2               64,6%            32,7%            -31,9% 
  Norte             44,0               63,9%            49,8%            -14,1% 
  Nordeste      652,2              18,9%             22,8%               3,9% 
  Médio-Norte 2.466,0           77,8%             55,5%            -22,3% 
  Oeste              948,2            74,0%             59,0%            -15,0% 
  Centro-Sul        409,1           66,9%             52,3%            -14,6% 
  Sudeste        1.460,6             66,1%           45,0%             -21,1%  

Mato Grosso   6.241,3             67,9%           49,2%             -18,7% 
*Dados de área do levantamento de setembro
Fonte: Imea

O Imea também divulgou hoje uma nova estimativa para a safra da soja e as primeiras projeções para o algodão e o milho safrinha. No caso da soja, o Imea prevê o plantio 6.146,3 mil hectares, área 1,5% inferior ao levantamento de setembro (menos 95 mil hectares) e 1,1% abaixo da estimada para a safra passada (menos 71 mil hectares). A produção de soja foi revista para 18,443 milhões de toneladas, volume 1,5% inferior ao estimado em setembro (menos 286 mil toneladas) e 2% abaixo do colhido na safra passada (menos 371,6 mil tonelada).

           ESTIMATIVA DA SAFRA DE SOJA EM MT (hectares) 
  Participação                2009/10       2010/11    Variação   

                                                      Setembro    Outubro    Mensal    Anual  
  Noroeste      4,20%      261.200        261.200      261.200     0,00%      0,00% 
  Norte           0,70%        44.000          44.000        44.000     0,00%      0,00% 
  Nordeste    10,60%      628.350         652.200      652.200     0,00%      3,80% 
  Médio-Norte39,60%  2.466.000     2.466.000    2.436.000     -1,2%      -1,2% 
  Oeste          14,80%      948.200        948.200      907.200      -4,3%      -4,3% 
  Centro-Sul    6,50%      409.100        409.100       399.100     -2,4%       -2,4% 
  Sudeste      23,50%   1.460.600      1.460.600   1.446.600     -1,0%       -1,0% 
  Mato Grosso100,00% 6.217.450     6.241.300    6.146.300     -1,5%       -1,1% 
Fonte: Imea

Safrinha de milho
O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, comenta que a partir de agora as preocupações em relação à janela de plantio da soja diminuem, embora em algumas regiões as chuvas continuem irregulares, como o sudoeste e o médio-norte. Ele observa que houve uma definição em relação ao milho, que terá área reduzida em virtude do atraso do plantio da soja, uma vez que o cereal é cultivado após a colheita da oleaginosa.
O Imea prevê uma redução de 182 mil hectares (9,3%) na área cultivada da safrinha de milho 2010/11, para 1,766 milhão de hectares, ante os 1,948 milhão de hectares cultivados na safra passada. A área se mantém 5,3% acima da semeada na safra 2008/09, que foi de 1,676 milhão de hectares. A maior redução no plantio do milho safrinha, da ordem de 12,7% (menos 122,5 mil hectares), é projetada para a região do médio-norte de Mato Grosso, que responde por 47,6% da área total do Estado. A região apresenta o maior índice de atraso no plantio da soja, que atingiu nesta semana 36,2% da área, enquanto em igual período do ano passado 77,8% já estavam semeados. Na região sudeste a área deve recuar 30 mil hectares (-7,1%).
           ESTIMATIVA DA SAFRA DE MILHO EM MT (hectares)  
                     Participação    2008/09    2009/10    2010/11    Variação  

                                                                                              Anual    Bienal  
  Noroeste          3,40%           60.150     65.400       60.400     -7,6%       0,40% 
  Norte               0,80%             4.900     15.120       13.608    -10,0%    177,70% 
  Nordeste          3,30%           36.700     76.000       58.000    -23,7%      58,00% 
  Médio-Norte   47,60%         802.000   964.000      841.500   -12,7%        4,90% 
  Oeste              16,90%         285.900   299.100      299.100     0,00%       4,60% 
  Centro-Sul         5,70%          91.000   106.000      101.000     -4,7%       11,00% 
  Sudeste           22,20%         395.900   422.400      392.400     -7,1%        -0,9% 
  Mato Grosso     100%        1.676.550 1.948.020  1.766.008     -9,3%        5,30% 
Fonte: Imea

Pluma
Em relação ao algodão, o Imea prevê um aumento na área plantada da ordem de 27,6% (mais 115,7 mil hectares) para 534,9 mil hectares. Parte deste crescimento ocorrerá em áreas antes os produtores iriam plantar a soja, para semear na sequência o algodão, a partir de janeiro do próximo ano. O atraso das chuvas frustrou os planos dos agricultores que pretendiam cultivar as duas culturas numa mesma safra. Em termos porcentuais, o maior aumento de área de algodão, da ordem de 39,1%, ocorrerá na região oeste (mais 35,2 mil hectares). Em termos absolutos, o maior avanço ocorrerá no sudeste, onde a área de algodão deve aumentar em 59,89 mil hectares (+28,2%).
Celidônio reconhece que o Imea foi conservador em sua estimava de área plantada de algodão, levando em conta que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê crescimento de até 30% e a Câmara Setorial do Algodão, do Ministério da Agricultura, projeta aumento de 40%. Segundo ele, o Imea considera no momento apenas as intenções de plantio que estão definidas pelos agricultores, pois pode haver mudanças até o início dos trabalhos em dezembro.
ESTIMATIVA DA SAFRA DE ALGODÃO EM MT
(hectares)
                 Participação  2009/10   2010/11 Variação
Noroeste      1,00%           4.444       5.200     17,00%
Nordeste      0,20%              900          930       3,30%
Médio-Norte 16,30%       76.628     87.350      14,00%
Oeste           23,40%        90.165   125.406      39,10%
Centro-Sul     8,10%        34.376      43.452     26,40%
Sudeste       51,00%      212.740     272.634     28,20%
Mato Grosso 100,00%    419.253     534.972    27,60%
Fonte: Imea

SOJA-MT/PRODUTORES QUEREM DEPENDER MENOS DA SOJA TRANSGÊNICA.

A soja transgênica não é mais salvação da lavoura. No início dos anos 90, quando os agricultores gaúchos desafiaram a proibição ao cultivo dos organismos geneticamente modificados e plantaram a "soja maradona" contrabandeada da Argentina, agricultores de outros Estados ficaram encantados com a perspectiva de redução dos custos, pois a tecnologia implicava menores gastos com o controle de ervas daninhas. A pressão do setor produtivo foi grande e a liberação cultivo comercial da soja transgênica ocorreu em 2003, para desencanto dos ambientalistas em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, a soja com o gene modificado para resistir aos herbicidas deixou de ser consenso entre os agricultores. O principal motivo é a perda de competitividade em relação à soja convencional, cujas variedades são fruto de anos de pesquisa de melhoramento genético, por meio de cruzamentos de plantas. Os cálculos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que o custo de produção da soja convencional em Sorriso (MT) foi 6% menor que o da transgênica na safra passada e neste ano a diferença ampliou para 11%.
O custo maior se deve aos royalties pagos pelo uso da semente de soja roundup, da multinacional Monsanto. No caso de Mato Grosso, os produtores pagam R$ 0,44 por saca produzida. Cada quilo de semente dá ao agricultor, crédito para produzir 74 kg de soja. Se o rendimento ultrapassar os 74 kg, o agricultor tem de pagar royalty sobre o volume adicional. Os produtores reclamam, pois alegam que o sistema "pune os mais produtivos". O agricultor que separa os grãos para replantio não pagam o royalty sobre a semente, mas sofrem a cobrança de uma taxa de 2% sobre a receita obtida com venda da produção final. Se o produtor declara que a soja é convencional e o teste prova que é transgênica a multa sobe para 3%. O controle é feito nos armazéns das tradings que recebem a soja.
Levando em conta a expectativa de melhor margem na venda da soja, os produtores de Mato Grosso pretendiam elevar o plantio da soja convencional nesta safra. Entretanto, o mercado de sementes é dominado pela soja transgênica, que nesta safra deve ocupar 60% da área cultivada, segundo levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT). Glauber Silveira, presidente da entidade, reclama que o mercado de sementes está sendo manipulado pela Monsanto, que detém a patente da soja resistente ao herbicida Roundup.
A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) alega que a Monsanto libera para os multiplicadores de sementes 85% de transgênicos e 15% de convencionais, quando o ideal seria metade de cada tipo, para dar opção ao agricultor. Em virtude do embate com a Monsanto, em agosto deste ano a Aprosmat se desligou da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).
Soja Livre - A partir da próxima safra os agricultores de Mato Grosso devem contar com maior oferta de variedades de soja convencional. Para isto será lançado na próxima terça-feira (9) o programa Soja Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange). O programa terá apoio da Aprosmat e da Fundação Rio Verde, de Lucas do Rio Verde, além do patrocínio da Fundação Triângulo (de Uberaba - MG), da Fundação Cerrados (de Sobradinho - DF), da Fundação Bahia (de Luiz Eduardo Magalhães - BA), e dos grupos AMaggi, Caramuru e Imcopa.

por Venilson Ferreira.

CHINA CONTESTA AÇÃO DO BANCO CENTRAL EUA.

A China juntou-se a outros países que demonstram preocupação com a política de afrouxamento quantitativo do Fed, dizendo que a decisão da autoridade norte-americana de imprimir bilhões de dólares para revigorar a economia dos Estados Unidos poderá prejudicar a economia de outros países. A China pediu ainda explicações ao Fed sobre os motivos que o levaram a adotar tal política.
"Uma política doméstica pode ser ótima para os Estados Unidos isoladamente. Entretanto, ao mesmo tempo, não é necessariamente ótima para o mundo. Pode causar muitos impactos negativos para a economia mundial", disse o presidente do Banco do Povo da China (PBoC), Zhou Xiaochuan, em fórum financeiro.
Os comentários foram feitos horas após o vice-ministro de Relações Externas, Cui Tiankai, principal negociador no G-20, pedir ao Fed para explicar sua decisão desta semana de injetar mais US$ 600 bilhões na economia dos EUA por meio de uma nova rodada de compra de bônus."Muitos países estão preocupados com o impacto da política (dos EUA) em suas economias", disse Cui em entrevista em Pequim. Ele afirmou que a credibilidade internacional na recuperação e no crescimento da economia global poderá ter prejudicada se o Fed não explicar sua ação."Seria razoável que alguém fosse um pouco adiante e nos desse uma explicação, de outra forma, a credibilidade internacional na recuperação e no crescimento da economia global será ferida", disse Cui. Os Estados Unidos "nos devem uma explicação", acrescentou, sem detalhar em qual fórum a explicação deveria ser dada.
Cui disse também que a China não irá estabelecer metas para a apreciação do yuan. "Isso seria pedir para que manipulássemos a taxa de câmbio do yuan e isso é algo que nós, obviamente, não faremos", afirmou Cui.
O representante da China no G-20 também rejeitou com firmeza a proposta do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, de negociar metas para estreitas os déficits em conta correntes dos países e diminuir os desequilíbrios comerciais globais. "O estabelecimento de metas numéricas artificiais nos faz lembrar de uma economia planejada", disse Cui. "Acreditamos que uma discussão sobre metas para conta corrente perde o foco. Se olharmos para a economia global, há muitas questões que merecem mais atenção, por exemplo, a questão do afrouxamento quantitativo".
Zhou reiterou os comentários de Cui sobre o possível efeito do programa de flexibilização do Fed na economia mundial, embora também tenha expressado compreensão com a situação econômica dos EUA. O PBoC tem mantido contato com o Fed sobre a política de flexibilização quantitativa e entende que a autoridade monetária é responsável pela economia dos EUA, disse Zhou.
Como os EUA passam atualmente por uma recuperação lenta, enfrentam um elevado desemprego e baixa inflação, "podemos compreender a política de flexibilização quantitativa dentro de certas circunstâncias", ponderou Zhou.
Mas advertiu que tal política pode causar fluxos anormais de dinheiro especulativo para a China. A diferença com a taxa de juro dos Estados Unidos e as flutuações no câmbio criam oportunidades para arbitragem, que dificilmente podem ser eliminadas, afirmou.
Zhou disse que somado a seu papel no mercado doméstico, o dólar é também a principal moeda de reserva internacional. Ele observou que muitas transações nos mercados de commodities e nos mercados de capitais são realizadas em dólares. "Há um conflito entre o papel do dólar no mercado doméstico e no mercado internacional", disse Zhou repetindo sua demanda por uma reforma no sistema monetário global. Zhou anteriormente pediu pela criação de uma moeda supersoberana de reserva diante do enfraquecimento do dólar.
Sobre a necessidade da China de reequilibrar sua economia doméstica, Zhou afirmou que muitos remédios diferentes são necessários para lidar com os problemas estruturais do país. Enquanto a reforma do mecanismo de taxa de câmbio é uma parte importante da estratégia de reequilíbrio, medidas como aumento dos salários, reforma no sistema dos preços de energia e das matérias-primas e ajuste nos incentivos fiscais têm um papel fundamental, disse Zhou.
Segundo Zhou, não se deveria dar ênfase isolada a um único remédio para os desequilíbrios, como em resposta à pressão internacional para uma forte apreciação do yuan. Repetindo uma analogia feita antes, Zhou disse que na medicina ocidental um remédio é escolhido para curar uma doença e que na China vários remédios podem ser utilizados. Os métodos medicinais chineses levam mais tempo para funcionar e o tratamento pode ser ajustado ao longo do tempo, com base na experiência e na resposta do paciente, disse Zhou.

BANCO CENTRAL DO BRASIL CRITICA AÇÃO DO BANCO CENTRAL EUA.

O presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, se tornou a mais recente autoridade do País a criticar o movimento do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), para estimular a economia norte-americana por meio da compra de bônus do mercado.
O movimento tem "consequências negativas para outros países, que é o caso do Brasil", disse Meirelles a jornalistas depois de um discurso na University of Chicago Booth School of Business. "O afrouxamento quantitativo cria excessiva liquidez que transborda para países como o Brasil e, então, nós temos de tomar medidas para solucionar essa questão", afirmou. "Isso cria um problema."
Meirelles confirmou que o Brasil, na reunião do G-20 na próxima semana em Seul, vai apresentar propostas "a vários países, os EUA e a China e outros, para alcançar um acordo diferente para não gerar tantas distorções para países como o Brasil". Ele não ofereceu detalhes sobre as propostas. "O Fed está fazendo o que o Fed acha que é certo para os Estados Unidos. Ponto final", disse Meirelles.
Os comentários vieram depois que o ministro da Economia do Brasil, Guido Mantega, falando em Brasília na quinta-feira, classificou a decisão do Fed de "resultado duvidoso". Mantega disse que boa parte da liquidez aumentada vai fluir para mercados emergentes, como o Brasil, na forma de fluxos de investimento de curto prazo não desejados.
O governo do Brasil tem se esforçado para reduzir os fluxos de entrada de capital de curto prazo, que levaram a uma forte valorização do real diante do dólar. O real ganhou mais de 30% contra a moeda norte-americana desde março de 2009. O real forte prejudica as exportações brasileiras.
Economistas concordam que o movimento do Fed vai significar mais fluxos de capital para o Brasil. No mês passado, o governo brasileiro elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos em renda fixa para 6%, em um esforço para desacelerar os pesados investimentos estrangeiros em carteira.
Meirelles e Mantega deverão acompanhar o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente eleita, Dilma Roussef, à reunião do G-20. Mantega disse que eles "vão tentar convencer os EUA a mudar sua posição (sobre as compras de bônus pelo Federal Reserve)".

ARGENTINA ELEVA ESTIMATIVA PARA ÁREA DE MILHO

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires elevou suas estimativas sobre a superfície implantada com milho na Argentina na safra 2010/11 de 3 milhões de hectares para 3,15 milhões. Em seu relatório semanal, divulgado nesta quinta-feira, a bolsa justifica a revisão: "As chuvas previstas para os próximos sete dias permitirão manter as condições adequadas das reservas hídricas" sobre as principais regiões produtoras de milho - Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé. Contudo, a bolsa alerta que esse aumento da área "dependerá, em grande medida, dos aportes hídricos que possam ser registrados nas próximas semanas, os quais permitirão sustentar a umidade superficial para garantir a implantação dos quadros".
Os cálculos indicam que 68,5% da superfície já foi cultivada com o cereal. A Argentina é o segundo exportador mundial de milho e o governo estima que a produção chegará a 26 milhões de toneladas na atual safra, um milhão a mais que o projetado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Quanto à soja, a bolsa disse que a implantação avança com velocidade graças às chuvas da última semana. A área de soja é estimada em 18,7 milhões de hectares. Os produtores já implantaram 26,8% da área prevista para a oleaginosa. O ministério de Agricultura estima uma produção de 52 milhões de toneladas, enquanto que o USDA calcula que serão 50 milhões de toneladas do grão.
Sobre o trigo, que já está sendo recolhido em algumas regiões, a bolsa estimou uma produção de 12,1 milhões de toneladas, com possibilidade de ultrapassar esse volume devido ao bom estado do cultivo nas zonas produtoras mais importantes. Até esta quinta-feira, os produtores haviam colhido 7,6% dos 4,32 milhões de hectares implantados com trigo. O ministério de Agricultura projeta uma produção de entre 13 a 14 milhões de toneladas do cereal. Para o USDA, o volume seria de 12 milhões de toneladas.
Ainda no relatório da bolsa, a entidade destaca que as chuvas dos últimos dias favoreceram também a implantação das 1,62 milhão de hectares de girassol. Os produtores de girassol já implantaram 54,6% da área prevista. O secretário de Agricultura, Lorenzo Basso, estima que a produção agrícola da Argentina na safra 2010/11 será de 103,5 milhões de toneladas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

GRÃOS EM CHICAGO SOBEM DIANTE DO DÓLAR.

Os contratos futuros de soja fecharam com forte valorização hoje na Bolsa de Chicago impulsionados fraqueza do dólar. As cotações alcançaram máximas em 17 meses, puxadas por compras de especuladores. Os lotes para entrega em janeiro subiram 37,25 cents ou 3,01% e encerraram a quinta-feira a US$ 12,7475/bushel. A máxima foi a US$ 12,7850/bushel.
O analista Sterling Smith, da corretora Country Hedging, declarou que o mercado foi conduzido pela decisão do banco central americano de estimular a queda da moeda americana e, portanto, as exportações. O analista disse que há espaço para um recuo mais expressivo do dólar.
Além disso, a sólida demanda para exportação da soja americana à China serve de suporte ligado aos fundamentos. O relatório semanal de exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou que as compras chinesas continuam firmes.
O mercado de soja assimila, ainda, a ideia de que os estoques finais dos Estados Unidos podem ficar mais baixos, já que o ritmo da crescente demanda está superando a evolução da produção, de acordo com a Benson Quinn Commodities.

MILHO
Os preços futuros do milho acompanharam o desempenho do dólar e saltaram nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em dezembro fecharam em alta de 9,0 cents ou 1,55%, cotado a US$ 5,90/bushel. A queda do dólar impulsionou a maioria das commodities hoje. No caso do milho, a previsão de que haja uma redução da estimativa de safra do governo também dá suporte.
A decisão do Federal Reserve (Fed) de injetar US$ 600 bilhões na economia dos Estados Unidos promoveu a depreciação da moeda americana e a alta das commodities. "Não há como negar que se trata de um fator de suporte", disse o analista Chad Henderson, da corretora Prime Ag Consultants.
Traders acrescentaram que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deve reduzir sua projeção para a safra de milho do país e o mercado se mantém sustentado nessa expectativa.

TRIGO/ FECHA COM VALORIZAÇÃO DE 3,4%
A desvalorização do dólar frente a uma cesta de moedas permitiu forte alta do trigo negociado no mercado americano, bem como de outras commodities. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em dezembro terminaram com valorização de 23,50 cents ou 3,40%, cotados a US4 7,1375/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento saltou 22,50 cents ou 3,01% e encerrou a US$ 7,69/bushel.
Milho, soja, petróleo e metais também subiram após a decisão do Federal Reserve (Fed) de estimular a economia dos Estados Unidos injetando US$ 600 bilhões. Como resposta, traders investiram em commodities e ações. "A decisão do Fed é basicamente um sinal para que (os especuladores) apliquem o dinheiro em bens tangíveis", disse o corretor independente Dave Marshall.
Os fatores de oferta e demanda do trigo permaneceram sem novidades. A seca continua ameaçando a safra de inverno recém-plantada dos Estados Unidos, que será colhida no ano que vem.

SOJA ALCANÇA MÁXIMA DE 16 MESES EM CHICAGO IMPULSIONADA PELO DÓLAR

As cotações da soja alcançaram os maiores níveis em 16 meses na Chicago Board Of Trade, impulsionadas por compras de fundos. Esses participantes aproveitam a forte desvalorização do dólar ante o euro nesta quinta-feira para investir nos mercados de commodities. Além disso, a oleaginosa tem fundamentos fortes, como a demanda chinesa, que sustentam seus preços.
Na máxima intraday, o contrato janeiro foi negociado por US$ 12,79 por bushel, alta de 41 cents. O euro, por sua vez, subia a 0,84% a US$ 1,4257, após atingir máxima em US$ 1,4283, maior nível em dez meses. A injeção de US$ 600 bilhões na economia dos EUA na forma de compra de Treasuries, anunciada pelo Federal Reserve (BC norte-americano) ontem, ampliou a desvalorização da moeda do país, o que beneficia os preços dos ativos denominados nessa divisa.

EMBARQUES ACELERADOS DE SOJA.
O relatório semanal de exportações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado pela manhã, mostrou que os embarques de grãos do país na safra 2010/11 estão muito acima dos realizados no mesmo período do exercício anterior. É um sinal da força da demanda internacional por essas commodities.
De 1º de setembro, quando a safra 2010/11 começou, até 28 de outubro, os embarques de soja totalizaram 8,458 milhões de toneladas, aumento de 52,7% sobre as 5,539 milhões de t enviadas ao exterior no mesmo intervalo em 2009. Mais 20,472 milhões de tons estão comprometidas para exportação, elevando o total das vendas do país até agora a 28,93 milhões de tons, ante 23,33 milhões de tons no ano passado. O USDA estima que as exportações do país vão alcançar 41,37 milhões de t.

SOJA/CHINA FECHA EM ALTA, ACOMPANHANDO CHICAGO E DÓLAR.

As cotações da soja fecharam com alta na bolsa chinesa Dalian Commodity Exchange  sustentadas pelos fortes ganhos no pregão eletrônico da Chicago Board Of Trade e pela desvalorização do dólar. O contrato setembro/2011 subiu 37 yuans (0,8%) para 4.478 yuans por tonelada.
Mas o destaque na bolsa chinesa hoje foram as cotações dos óleos comestíveis, que acompanharam os ganhos do óleo de palma na Bolsa de Derivativos da Malásia. Na DCE, o contrato setembro do óleo de soja subiu 164 yuans (1,7%) para 9.768 yuans por tonelada. O setembro do óleo de palma avançou 166 yuans para 8.840 yuans por tonelada.
Traders disseram que a demanda da China por óleos comestíveis tem estado forte, além de o consumo na Índia e outros países asiáticos estar aquecido por causa da temporada de festivais, que sempre ocorre entre o terceiro e o quarto trimestre do ano.

CHICAGO/GRÃOS ENCONTRA SUPORTE NA DEMANDA

Os preços internacionais da soja terminaram a quarta-feira em território positivo na Bolsa de Chicago se recuperando com a forte demanda e o apoio do dólar. O contrato mais líquido, com vencimento em janeiro, subiu 3,50 cents ou 0,28% e fechou a US$ 12,3750/bushel.
Segundo o analista Bill Nelson, da corretora Doane Advisory Service, a soja é capaz de avançar conforme o mercado se volta novamente para os fundamentos, com demanda de consumidores domésticos e importadores. Nelson acrescentou que a incerteza sobre o relatório de safra a ser divulgado pelo governo na semana que vem, com a expectativa de que a demanda mais do que compensará o aumento da produção, representou uma boa oportunidade para os compradores nas quebras de preço.
A previsão de que o Federal Reserve injetaria dinheiro na economia pareceu ter influência negativa na soja, pois estimulou alta do dólar e pesou sobre as commodities. Outras incertezas, como sobre a safra da América do Sul, incentivaram os traders a manter algum prêmio de risco embutido nas cotações."É prematuro remover o prêmio diante de dúvidas sobre a longa temporada de produção do Brasil e da Argentina, segundo e terceiro maiores produtores mundiais de soja", explicou Nelson.

MILHO FECHA EM ALTA COM SINAIS DE OFERTA APERTADA
Os preços futuros do milho terminaram a quarta-feira em território positivo na CBOT sustentados pela expectativa de que o governo americano indicará que a oferta está mais apertada. Os contratos com vencimento em dezembro subiram 5,25 cents ou 0,91% e fecharam a US$ 5,81/bushel. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 9 mil lotes.
A sustentação dos preços do milho no mercado à vista se refletiu no mercado futuro, pois produtores estão segurando o fornecimento antes dos dados de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que serão divulgados na terça-feira, de acordo com Mike Zuzolo, presidente da corretora Global Commodity Analytics and Consulting. Zuzolo comentou que os compradores estão buscando suprimento, mas com a incerteza sobre a safra 2010/11 dos Estados Unidos e a previsão dos analistas de que haverá redução da produção e do rendimento, produtores e traders estão cautelosos para o caso de serem surpreendidos.
O mercado continuou dentro do intervalo que vem ocupando há três semanas, com fraca demanda e oferta mais apertada oferecendo sinais contraditórios. A influência dos mercados financeiros fez com que os preços oscilassem, flutuando por causa do dólar e do ouro ao longo da sessão.
Outro motivo de cautela foi a espera da decisão do Federal Reserve sobre política monetária, anunciada hoje, que poderia influenciar o dólar e as exportações.

TRIGO DEVOLVE GANHOS RECENTES
As cotações do trigo caíram pelo quarto dia consecutivo no mercado americano. As previsões do tempo continuam indicando clima quente e seco, mas não foram capazes de estimular um movimento de compras agressivo.
Os contratos mais negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), com vencimento em dezembro, cederam 4,0 cents ou 0,58% e fecharam a US$ 6,9025/bushel. Esse vencimento caiu 27 cents ou 3,8% nas últimas quatro sessões. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento recuou 2,0 cents ou 0,27% e terminou a US$ 7,4650/bushel.
Analistas disseram que os futuros esticaram as perdas recentes pois, embora as previsões ainda sinalizem tempo seco nas áreas de produção do meio-oeste e das Planícies dos Estados Unidos, traders já assimilaram a ameaça na semana passada, com o rali de 7%.
Apesar do clima desfavorável, o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, lembrou que em ocasiões anteriores a safra de inverno se recuperou de condições até piores. "Algumas chuvas leves realmente podem melhorar a condição da safra muito rapidamente", disse. Veja abaixo como ficaram os principais vencimentos do trigo em Chicago e Kansas City.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CHICAGO: GRÃOS FECHARAM EM BAIXA ONTEM.

A forte desvalorização do dólar na sessão de ontem não impediu que as cotações dos grãos fechassem com queda na Chicago Board Of Trade. Para analistas, a tendência de alta nesses mercado pode estar perdendo sua força.
A expectativa quanto à decisão de política monetária do Fed (banco central dos EUA), que sai hoje às 16h15 de Brasília, mais a inesperada elevação da taxa de juros na Austrália (em 0,25 ponto porcentual para 4,75%), afundaram o dólar na terça-feira, o que geralmente beneficia ativos denominados nesta moeda. Os grãos, contudo, não reagiram ao câmbio.
Na soja, os preços fecharam perto da estabilidade. Os contratos para novembro recuaram 1,50 cent (0,1%) para US$ 12,2375/bushel, e para janeiro baixaram 1 cent (0,1%), a US$ 12,34/bushel. Para analistas, a tendência de alta mostra sinais de exaustão nesse mercado. E a melhora do clima no Brasil e na Argentina são também fatores de pressão.
Ontem, a Informa Economics estimou produtividade de 44,6 bushels por acre para as lavouras de soja dos EUA, acima dos 44,4 bushels previsto pelo Departamento de Agricultura do país (USDA). A produção ficou em 3,425 bilhões de bushels, também acima da prevista pelo governo norte-americano, de 3,408 bilhões. Na véspera, a FCStone tinha previsto produtividade de 44,9 bushels por acre e produção de 3,449 bilhões de bushels.
No milho, as cotações também fecharam com queda tímida. O contrato dezembro cedeu 1,50 cent (0,3%), a US$ 5,7575/bushel. A falta de uma demanda internacional mais forte impediu que o mercado se animasse com a nova estimativa da Informa. A consultoria previu produtividade de 155 bushels por acre e produção de 12,592 bilhões de bushels por acre. O USDA estimou em outubro produtividade de 155,8 bushels por acre e safra de 12,664 bilhões de bushels. Na véspera, a FCSTone estimou produtividade das lavouras de milho em 154,1 bushels por acre, com produção de 12,523 bilhões de bushels.
No trigo, os preços fecharam com queda pela terceira sessão consecutiva, com realização de lucros sobre os ganhos da semana passada. O contrato dezembro perdeu 8,25 cents (1,2%), a US$ 6,9425/bushel. Jason Britt, presidente da Central States Commodities, uma corretora do Missouri, comentou que muitos participantes ficaram fora do mercado ontem, à espera da decisão do Fed hoje.

GRÃOS/EUA: INFORMA REDUZ PREVISÕES PARA SAFRA 2010/11.

A consultoria Informa Economics reduziu, ontem, suas estimativas para o rendimento das lavouras e a produção de milho da safra 2010/11 nos Estados Unidos. Para a soja, embora a empresa tenha baixado ligeiramente sua projeção de produtividade, elevou a estimativa de produção e o resultado ficou acima do esperado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que atualizará as estimativas na próxima terça-feira, dia 9.
A Informa estimou a produtividade das lavouras de milho em 155 bushels por acre, ante 158,7 bushels por acre previstos em outubro. A produção deverá ser de 319,8 milhões de toneladas ante 327,7 milhões de toneladas estimados no mês passado.
Na soja, o rendimento foi estimado em 44,6 bushels por acre, ante 44,7 bushels por acre previstos em outubro. A produção ficou em 93,22 milhões de tons, ante 93,08 milhões de bushels previstos no mês passado.
Em outubro, o USDA estimou a safra de milho em 321,66 milhões de tons, com produtividade de 155,8 bushels por acre. A safra de soja foi prevista em 92,76 milhões de tons, com produtividade de 44,4 bushels por acre.
Na segunda-feira, a corretora FCStone também informou suas estimativas. A empresa previu a safra de milho 2010/11 em 318,08 milhões de tons, com produtividade de 154,1 bushels por acre. Na soja, a produção foi estimada em 93,87 milhões de tons, com produtividade de 44,8 bushels por acre.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CHICAGO/GRÃOS RECUAM COM AUSÊNCIA DE NOVIDADES

As cotações dos grãos cederam na Chicago Board Of Trade, perdendo os ganhos iniciais após a recuperação do dólar ante outras moedas e a ausência de novidades nesses mercados. Este pode ser um sinal de que os fundamentos altistas já estão embutidos nos preços, segundo analistas. Os mercados subiram muito rápido nas últimas quatro ou cinco sessões, o que demandava uma correção.
O contrato com vencimento janeiro da soja fechou positivo +1 cents, a US$ 12,37/bushel, o dezembro do farelo recuava US$ 0,5 a US$ 337,20 por tonelada e o dezembro do óleo de soja subia 48 pontos a 49,78 cents. O contrato dezembro do milho perdeu 4,50 cents a US$ 5,78 por bushel e o do trigo recuava 15 cents a US$ 7,02 por bushel.

CLÍMA-CHUVAS IRREGULARES E MAL DISTRIBUÍDA PARA NOVEMBRO.

Uma frente fria atua entre o litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo nos próximos cinco dias, provocando chuvas sobre Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Tocantins. Em contrapartida, no Sul do Brasil e também em São Paulo e em Mato Grosso do Sul o mês de novembro começa com uma condição de tempo seco e temperaturas mais amenas, informa a Somar Meteorologia em seu boletim semanal.
A meteorologia observa, porém, uma ligeira mudança no padrão do comportamento das chuvas, que mesmo sem grande concentração e volume, ficam mais diluídas entre as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo sobre o Sul do Brasil no restante da primeira quinzena deste mês. Em compensação, a primeira quinzena de novembro deve ficar totalmente seca no Nordeste. "Isso significa que ainda não temos as condições atmosféricas de verão instaladas (frente fria mais umidade da Amazônia), para garantir uma condição de chuvas regulares", ressalta o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury. De acordo com ele, o mês de novembro deve ser ainda um período de transição climática, continuando com chuvas irregulares e mal distribuídas.
A Somar considera, ainda, que a tendência é que o regime de chuvas se regularize e passe a apresentar um padrão mais típico de verão somente no fim de novembro. "Essa condição representa um risco bastante grande para as lavouras já plantadas (soja, milho e algodão) da Bahia, Maranhão e do Piauí, enquanto deverá ocorrer atraso nas regiões onde plantio não começou", prevê a Somar.

Primavera
Segundo a Somar, o mês de outubro terminou com uma condição de chuvas irregulares e mal distribuídas. Mesmo assim, depois de um longo período seco, outubro marcou o retorno das águas para grande parte do País que, mesmo sem as condições ideais, garantiu o início do plantio das lavouras de verão.
Os maiores volumes do mês se concentraram sobre os Estados do Norte e do Centro-Oeste do Brasil. Outubro também teve chuvas acima de 150 mm em partes de Minas Gerais, no Paraná e em Santa Catarina.
Os índices de capacidade hídrica do solo refletem o resultado das chuvas do mês e mostram uma recuperação em Goiás, Mato Grosso e Tocantins. A condição de plantio manteve-se boa em relação ao mês anterior no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.

Argentina
O mês de outubro terminou com uma condição de chuva irregular sobre a Argentina. Os maiores volumes de água do mês (mais de 100 mm) se concentraram sobre a Província de Buenos Aires e no extremo norte do país. Na parte central e no sul argentino praticamente não choveu no mês passado.
De acordo com a Somar, o mês de novembro começa com uma condição de tempo seco sobre todo território argentino. No entanto, a tendência é que nas próximas semanas o padrão climático mude um pouco em relação ao observado nas últimas semanas e passe a ter uma gradual elevação da temperatura e condições de chuvas isoladas, principalmente no norte do país.

GRÃOS/CHICAGO: DÓLAR EM QUEDA ELEVA COTAÇÃO NO PREGÃO ELETRÔNICO.

As cotações da soja, do milho e do trigo fecharam pequena alta no pregão eletrônico na Chicago Board Of Trade sustentadas pela desvalorização do dólar. O contrato janeiro da oleaginosa subiu 2,50 cents, a US$ 12,3850/bushel, o dezembro do trigo subiu 5,25 cents, a US$ 7,2250/bushel e o dezembro do milho avançou 5 cents, a US$ 5,87/bushel.

PERSPECTIVA: ECONOMIA DOS EUA DEVE DIRECIONAR TENDÊNCIA.

O mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago deve acompanhar com atenção a reunião de quarta-feira (3) do Comitê Federal de Mercado Aberto sobre os rumos da economia norte-americana. O mercado acredita que as autoridades do Federal Reserve (Fed) divulgarão uma nova rodada de medidas de estímulo à economia baseadas na compra de Treasuries de longo prazo.
Os participantes devem atentar, ainda, para os relatórios semanais sobre a forte demanda chinesa e sobre a evolução do plantio da safra sul-americana, em especial o atraso no plantio em Mato Grosso, maior produtor brasileiro da oleaginosa.
Além de fatores fundamentais como as preocupações em relação ao plantio no Hemisfério Sul e a forte demanda chinesa, que anulou o possível efeito baixista da safra recorde norte-americana, as cotações da soja estão sendo impulsionadas pela desvalorização do dólar, que reduz o preço das mercadorias para os países importadores e atrai o capital especulativo para as bolsas de futuros.
Na sexta-feira passada, pela segunda sessão consecutiva, o contrato com vencimento em janeiro, mais líquido, fechou sem variação, a US$ 12,36 o bushel. Apesar da firme demanda para exportação, participantes aproveitaram para embolsar os lucros no nível de preço mais alto em 14 meses nesta semana.
Os futuros de milho em Chicago encerraram o mês de outubro com valorização de cerca de 17%. Na sexta-feira, traders embolsaram lucros, mas mesmo assim os contratos com vencimento em dezembro se recuperaram para fechar em alta de 0,52% (3,0 cents), a US$ 5,82/bushel.
Analistas acreditam que o mercado tem encontrado sustentação na expectativa de que a estimativa de produção e produtividade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos será reduzida no relatório deste mês (dia 9), mas os participantes também estão antecipando sinais de queda da demanda.
Graficamente, os contratos com vencimento em dezembro tentar alcançar no nível psicológico de US$ 6,00 o bushel. No entanto, Chicago deve romper antes a resistência a US$ 5,8525 e US$ 5,88 (máxima de outubro). Em contrapartida, as cotações tem suporte na mínima da semana anterior a US$ 5,4275. O primeiro suporte, no entanto, é de US$ 5,75 e depois US$ 5,70.
Já o mercado de trigo segue atento ao clima nas regiões produtoras dos Estados Unidos. As lavouras do Meio-Oeste, das Planícies e do Delta do Mississippi precisam de umidade, mas não devem receber muita nos próximos dias. Isso tem garantido alguma sustentação aos preços.
Na sexta-feira passada os contratos para entrega em dezembro caíram 1,0 cent ou 0,14% e fecharam a US$ 7,1725/bushel, pressionados pelo movimento de realização de lucro. Tecnicamente, o mercado tem potencial para buscar a máxima de outubro, a US$ 7,3975. Antes, porém, os futuros devem testar a máxima marcada quinta-feira passada a US$ 7,21 e depois US$ 7,25. O suporte é de US$ 7,10 e US$ 7,00. Em seguida, os preços devem tentar quebrar US$ 6,6.

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