sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DÓLAR- É PRECISO QUE GRANDES PAÍSES SE ALINHEM NO CÂMBIO.

As principais economias do mundo precisam encontrar uma forma para trabalharem juntas e garantir que as flutuações no câmbio não criem problemas para as economias em desenvolvimento, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Segundo ele, há sinais entre alguns membros do G-20 de que pode haver um acordo sobre o assunto durante a reunião de cúpula do grupo, que acontece na próxima semana.
Segundo Meirelles, os esforços dos EUA para ampliar a liquidez nos seus mercados de crédito por meio de medidas heterodoxas podem criar bolhas em países como o Brasil. "A liquidez excessiva cria riscos para todos", afirmou a autoridade, durante entrevista concedida na sede do CME Group. Ele acrescentou que ainda não foi determinado qual será o seu papel no governo de Dilma Rousseff e que ainda pretende discutir o assunto com a presidente eleita.

CNI DEFENDE MEDIDAS MAIS DURAS PARA CONTER REAL FORTE
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, afirmou que o governo deveria adotar "medidas mais duras" para coibir a valorização do câmbio, que chegou a bater hoje R$ 1,67. "A quarentena é uma alternativa a ser aliada à questão tributária (IOF) e propostas que possam ser aplicadas e que não atinjam a OMC e acordos internacionais", destacou. "O que acontece é que a situação está se agravando. O câmbio está se apreciando e medidas internacionais que estão sendo tomadas por outros países vão agravar ainda mais a questão do câmbio", ressaltou. Ele se referiu inclusive à decisão do Fed de injetar US$ 600 bilhões na economia norte-americana, o que, para ele, deve ampliar o fluxo de capitais especulativos para o Brasil no curto prazo.
Andrade citou que as medidas que o governo deveria implementar devem ter como foco principal os capitais especulativos que ingressam no País com o objetivo de aproveitar o diferencial de juros. A taxa real no Brasil está próxima a 5,70%, enquanto é negativa nos EUA, Japão, Zona do Euro e Inglaterra. "O investidor estrangeiro toma hoje recursos no mercado norte-americano a praticamente 0% e aplica aqui a 10%, 11%, 12% ao ano, fora o ganho que ele tem com a apreciação do real", destacou. "Nós podemos tributar a entrada destes recursos de tal maneira que esse ganho seja reduzido, ou podemos criar quarentenas. Tem formas de fazer e o governo tem mecanismos para fazer", disse.
Segundo o presidente da CNI, é correta a decisão do governo de elevar para 6% o IOF dos investimentos estrangeiros em renda fixa, mas a medida não resolve o problema da valorização do câmbio. "O investidor brasileiro paga imposto de renda (para aplicação em renda fixa). Por que o capital estrangeiro não pode pagar imposto de renda?", questionou. "A situação requer medidas mais duras, mais drásticas", disse. Ele ressaltou que tal tributação poderia ser revogada quando a situação do câmbio ficasse mais favorável para a economia nacional. Ele afirmou que o País precisa ter mecanismos de defesa comercial, da economia e do emprego. "O Brasil tem uma economia forte, um mercado interno muito aquecido, muito bom. A indústria brasileira tem também que pensar no longo prazo, no mercado que está lá fora", disse. "Nós estamos com reservas cambiais, como disse a presidente eleita, suficientes para enfrentar dificuldades que eventualmente o País possa ter. Se nós estamos nessa situação confortável, vamos usá-la para proteger a nossa economia", disse. Na avaliação de Andrade, são bem vindos os investimentos de longo prazo que vem para o País para ampliar a capacidade produtiva nacional. "Mas nós podemos determinar que o investimento estrangeiro no Brasil tenha também uma conotação de exportação, não (só) com o olho no mercado interno, mas com uma visão de mercado mundial. Tem que assumir um compromisso de exportação", destacou.
Para o presidente da CNI, um problema derivado da valorização cambial no Brasil é o avanço das importações e queda das exportações de manufaturados. "Esse problema vai criar lá frente uma desindustrialização, um problema com o emprego, com o setor de tecnologia e com produtividade de todos os setores (produtivos)", frisou.

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