terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

RALLY DA SAFRA-MT/MÉDIO-NORTE ENCONTRA BOA PRODUTIVIDADE.

A Equipe 1 do Rally da Safra partiu de Cuiabá na manhã de segunda-feira, em direção ao médio-norte de Mato Grosso. Às margens da rodovia BR-163, os participantes puderam aproveitar o espetáculo da paisagem verdejante de plantas típicas do Cerrado. Só depois dos primeiros 250 quilômetros rodados, a equipe teve a satisfação de avistar as primeiras lavouras de soja, ainda verdes, na região de Nova Mutum. É boa a produtividade dos primeiros campos encontrados na região, segundo relato de produtores.
Foi em Nova Mutum que a reportagem da Agência Estado conversou com o produtor Leonardo Della Mea, que ali se instalou para plantar soja, em 1997, vindo de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Ele confirmou que as lavouras ainda não estão "no ponto" de colheita. Os trabalhos estão apenas iniciando em sua propriedade de cerca de 2.900 hectares."Colhemos até o momento apenas 15 hectares", disse ele. O plantio de milho já é feito na sequência, na mesma área em que antes havia soja, devendo totalizar 700 hectares. Outros 450 hectares vão ser ocupados pelo sorgo, para ração e óleo. O restante da área de soja vai ser ocupada por milheto, para cobertura vegetal.
O produtor comentou que a lavoura de soja precoce foi instalada apenas em 18 de outubro, quando normalmente os trabalhos ocorrem no início daquele mês. O atraso foi atribuído à falta de chuvas, que chegaram mais tarde. No entanto, no transcorrer do desenvolvimento da plantação, as águas vieram em grande volume, principalmente em janeiro, permitindo antever "uma boa safra", afirmou.
A produtividade esperada este ano é de cerca de 55 a 60 sacas de 60 kg por hectare, em comparação com 53 sacas/ha em 2010 e uma média nacional de cerca de 45 sacas/ha. Della Mea vendeu antecipadamente cerca de 30% da safra, aos poucos, com preços que oscilaram entre US$ 18,00 e US$ 22,00 a saca. Ele disse, ainda, que evita financiamentos nos bancos, cujos juros livres alcançam cerca de 17% ao ano.
O dinheiro do crédito rural, com juros de 6,5%, segundo ele, é difícil de ser tomado. Por isso, depende de recursos próprios para tocar a lavoura.
Em Nova Mutum, as três picapes oficiais do Rally da Safra tomaram rumos diferentes, mas com futuro ponto de encontro na mesma cidade: Lucas do Rio Verde, cerca de 80 km mais ao norte. "A ideia é conseguir maior capilaridade possível na origem das amostras, ou seja, de áreas bem diferentes", para a melhorar a qualidade do levantamento, explicou o agrônomo André Debastiani, da Agroconsult, empresa promotora da expedição.
Mas as lavouras na região de Lucas do Rio Verde também estão predominantemente ainda verdes. Na proximidade da cidade, porém, foi possível entrevistar o produtor mato-grossense Ildo José Taparello, que acompanhava o plantio de milho em área de sua propriedade anteriormente ocupada pela soja.
Taparello informou que os preços da soja estão realmente favoráveis ao produtor este ano, principalmente por causa da quebra da safra argentina. A demanda chinesa pelo grão também está firme. "Eles (chineses) já vieram e compraram toda a soja por aqui", exagerou, comentando o interesse do país asiático pelo produto nacional.
O produtor, nascido em Lucas do Rio Verde, tem uma área de produção de cerca de 3,2 mil hectares, dos quais metade é terra própria e a outra parte é arrendada. De acordo com ele, a produtividade de 55 sacas por hectare vai ser mais do que suficiente para cobrir o custo de produção, perto de 32 sacas/ha. O custeio da lavoura é financiado por meio de negociação com as tradings compradoras de soja, que antecipam os insumos para o próximo plantio. Taparello revelou que já vendeu cerca de 60% da safra, em média, a US$ 19 a saca.
Ele enfrentou pequeno problema de infestação da lavoura pela lagarta da maçã, que ocorre em plantação de algodão, principalmente. Em compensação, ferrugem asiática e antracnose, problemas crônicos da sojicultura, não se manifestaram este ano na propriedade de Taparello.
No fim da tarde, a temperatura foi amenizada pelo céu encoberto e chuvas eram vistas no horizonte. A Equipe 1 do Rally da Safra alcançou Lucas do Rio Verde já à noitinha, sob uma leve garoa. A equipe partirá agora de manhã em direção a Sorriso, cerca de 200 km mais ao norte do Estado.
Estrada - A BR-163 apresenta grande fluxo de veículos no trecho entre Cuiabá e Lucas do Rio Verde. A velocidade dos carros fica bastante comprometida no trecho de serra, a cerca de 100 km de Cuiabá, por causa da lentidão dos caminhões na subida. O trecho é curto, mas exige uma terceira pista. No geral, porém, a rodovia está bem sinalizada e conservada, sem apresentar buracos.

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