sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

GRÃOS/EUA: PREÇOS PODEM SUBIR AINDA MAIS NA DISPUTA POR ÁREA.

A questão em aberto sobre o que acontecerá nas lavouras dos Estados Unidos na primavera deve sustentar os preços do milho e da soja durante todo o inverno. A oferta ficou bastante apertada diante da forte demanda global, em meio a condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões e colheitas decepcionantes. Os futuros de soja e milho saltaram no último verão para máximas em mais de 30 e 28 meses.
A tendência de alta não deve mudar até que se tenha uma noção melhor sobre se os produtores dos Estados Unidos poderão cultivar milho e soja suficientes para abastecer os estoques esvaziados do país. As primeiras indicações de seu sucesso não serão evidentes até o fim de março, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga suas primeiras estimativas com base em consultas a produtores.
Isso não quer dizer que os preços subirão constantemente. Mas analistas não esperam que as preocupações com a oferta percam força tão cedo. As cotações têm avançado com estimativas recentes do governo mostrando que a relação entre oferta e consumo será a mais estreita em 15 anos para o milho e em mais de 40 anos para a soja. A demanda para exportação permanece forte. E a intensidade com que os produtores aumentarão o plantio dependerá de quão atrativos estarão os preços.
Segundo o analista Shawn McCambridge, da corretora Prudential Bache, "se não garantirmos área plantada suficiente, a situação de oferta apertada poderá rolar para o próximo ano-safra". Se a História servir de referência, os temores crescentes com o abastecimento devem fazer os mercados saltarem antes do relatório de área plantada do governo, que será divulgado em 31 de março. Em 2007, quando as safras estavam disputando por área disponível, os futuros de milho dispararam no fim de fevereiro, mas recuaram quando o governo divulgou os dados de plantio.
O Morgan Stanley avalia que os preços da soja podem chegar a US$ 14/bushel. Alan Brugler, presidente da corretora Brugler Marketing & Management, afirma que os futuros de milho podem alcançar US$ 7,20/bushel no mês anterior ao relatório. Compradores podem impulsionar os preços para garantir área plantada suficiente. "O mercado pode chegar a uma conclusão antes da conclusão", brincou.
No entanto, os agricultores podem não ser capazes de produzir o suficiente para amenizar as preocupações com a oferta. Portanto, há chances de que os preços subam ainda mais. Os Estados Unidos simplesmente não têm de 9 a 11 milhões de acres adicionais (3,6 a 4,5 milhões de hectares) para atender completamente a demanda por área plantada de milho, trigo, soja, algodão e sorgo neste ano, de acordo com o analista Dan Basse, presidente da AgResource.
E, para o ano comercial 2011/12, que começa em setembro, o Morgan Stanley avalia que o preço médio da soja será de US$ 15/bushel. A cotação do milho será de US$ 7/bushel (ante média de US 6,50 em 2010/11), segundo o banco.
O aumento insuficiente na área plantada exigirá produtividade acima do normal, se o objetivo é evitar mais um ano de suprimento restrito. "O mercado nunca viu uma situação em que você não consegue encontrar novas áreas, o que quer dizer que será dada uma importância maior ao fator climático", avalia Basse.
Uma virada final no cenário pode ocorrer por meio da China. O país asiático vem sendo observado, pois pode voltar ao mercado internacional para reabastecer as reservas de soja e milho do governo, o que equivaleria a um novo combustível para a alta dos preços.

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