Os preços futuros da soja fecharam em baixa hoje na bolsa de Chicago que se descolou de outros mercados de commodities, diante da ausência de notícias que ofereçam sustentação à oleaginosa. O vencimento novembro, caiu 4,50 cents, ou 0,4%, para US$ 10,0550/bushel. Os fundos venderam cerca de 4 mil lotes no dia.
O analista Tim Hannagan de Chicago, observou que não há novidades no mercado para dar algum suporte ao mercado. Ele ressalta que a demanda chinesa e a incerteza sobre a produtividade das lavouras americanas já são consideradas notícias velhas e não movimentam o mercado.
O mercado está mais focado agora no tamanho que terá a nova safra dos Estados Unidos, no próximo ano. Entretanto, como o pico da colheita só deve ocorrer nas próximas semanas, os participantes não estão dispostos a abrir mão das posições compradas antes do feriado prolongado desta semana, afirma Hannagan.
A bolsa chegou a operar em alta com o rali em outras commodities e a fraqueza do dólar, que renovaram o interesse de compras especulativas neste início de mês, mas sucumbiu diante da ausência de fatores altistas.
Os participantes observam um arrefecimento das importações chinesas de soja americana. Além disso, a perspectiva de chuvas favoráveis ao desenvolvimento das plantas na fase final da safra americana de soja nas áreas oeste e central do Meio-Oeste reduzem o temor de perdas nas lavouras deixa os compradores cautelosos. Mesmo assim, os traders devem acompanhar com atenção os relatórios de safra antes de tirar o prêmio de risco no mercado. As operações de arbitragem, com compras no milho e vendas na soja, também foram registradas no pregão. O sentimento é de que o risco ainda é maior para as lavouras de milho, destaca Hannagan.
Os traders esperam pelos dados de produtividade e produção que as consultorias divulgam antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A FCStone divulgou há pouco estimativa de produtividade de 43,5 bushels/acre e produção de 92,27 milhões de toneladas. Os números vieram abaixo da projeção do mês passado, quando a consultoria apontou rendimento de 44 bushels/acre e produção de 93,30 milhões de tons.
MILHO ATINGE MÁXIMA EM 14 MESES.
Os contratos futuros de milho fecharam a quarta-feira em alta após alcançar as máximas em 14 meses, com suporte de outros mercados e preocupações com a produtividade nos Estados Unidos. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, subiram 7,50 cents ou 1,71% e fecharam a US$ 4,4675/bushel. Em seu melhor momento, registraram US$ 4,4725/bushel.
O mercado ainda encontra suporte no que é quase um consenso entre os analistas: o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deverá reduzir sua estimativa de produtividade de milho no país no próximo relatório de safra. Há registros de que o rendimento é menor do que o esperado em áreas do Sul, o que aumenta os rumores de que a oferta global pode ficar apertada. A demanda continua é firme em países em desenvolvimento.
Segundo o analista John Kleist, da Allendale, o suporte de outros mercados permitiu que o milho esticasse a recente tendência de alta, diante do declínio do dólar, que estimulou compras de commodities (petróleo, grãos, metais) e ações.
Fundos especulativos recuperaram posições de compra neste início do mês, após a realização de lucros observada ontem, por ser o fim de agosto. Estima-se que fundos tenham comprado 12 mil lotes hoje. Segundo Kleist, os ganhos do milho desta quarta-feira estiveram mais relacionados ao fluxo de capital do que a mudanças nos fundamentos de mercado. Ele acredita que a queda da produtividade não provocará uma grande alteração material na produção. No entanto, a falta de novidades sobre fundamentos limitou os avanços, bem como a falta de vontade dos traders de puxar as cotações de modo mais agressivo por causa das incertezas sobre produtividade. Os participantes continuarão atentos a análises privadas que esclareçam a situação da produtividade das lavouras.
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