quinta-feira, 19 de maio de 2011

SAFRA AGRÍCOLA E ECONOMIA DO PAÍS JUSTIFICAM ENTRADA DE DÓLAR

A intensificação dos embarques relacionados à safra agrícola e à contínua atratividade da economia brasileira aos olhos dos investidores internacionais está por trás da retomada do crescimento da entrada de dólares no País em maio, segundo avaliações internas do governo. O fluxo cambial em maio até o último dia 13 foi positivo em US$ 8,8 bilhões, bem acima do verificado em abril, quando a entrada líquida de dólares foi de US$ 1,5 bilhão.
No mês passado, o fluxo de divisas para o Brasil teve uma queda brusca, refletindo as medidas tomadas pelo Ministério da Fazenda e Banco Central, como a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em créditos de até dois anos tomados no exterior e a limitação da aposta de valorização do real feita pelos bancos. Naquele mês, a conta financeira registrou um saldo negativo de US$ 1,8 bilhão, invertendo a tendência dos meses anteriores.
Em maio, contudo, o fluxo financeiro voltou a vir com força (registrando saldo positivo de US$ 4,5 bilhões), embora o desempenho do segmento comercial também tenha sido notável. Os números divulgados ontem pelo BC não mostram detalhamento da origem dos recursos no câmbio financeiro, mas fontes apontaram que crédito de longo prazo e investimento estrangeiro direto (IED) deram boa contribuição para esse resultado. Também há uma avaliação de que as medidas adotadas pelo governo continuam inibindo o ingresso do capital tipicamente especulativo, indesejado pelo governo porque gera maior risco de instabilidade econômica. E de que o arrefecimento da atividade econômica que está em curso vai ajudar a conter o ímpeto por tomada de crédito no exterior.
A despeito das medidas para conter os excessos no mercado de câmbio, o governo avalia que o Brasil, pela combinação de solidez macroeconômica, democracia consolidada e perspectiva de crescimento, continua sendo um polo de atração de dinheiro estrangeiro, quadro que é reforçado pela abundante liquidez internacional.
De qualquer forma, o governo, embora esteja em um momento mais de acompanhamento e avaliação dos efeitos das ações já tomadas, continua preocupado em monitorar os fluxos, já que o forte ingresso de dólares gera risco de expansão excessiva do crédito no País, o que alimentaria a inflação. Também gera riscos de uma exposição perigosa de empresas nacionais ao dólar, diante da queda da moeda ante o real, fator que pode agravar situações de crise financeira, como ocorreu no fim de 2008. "Sempre é bom lembrar que o câmbio é flutuante e que o dólar pode cair, mas também subir. É preciso ter cautela e proteger-se dos riscos cambiais", disse uma fonte do governo.
Além da retomada das entradas na conta financeira, outra fonte da área econômica destaca que os ingressos no segmento comercial também superam com folga os verificados nos primeiros meses de 2011, e até os registrados no mesmo período dos anos anteriores. A combinação da sazonalidade no setor agrícola com o próprio crescimento das exportações favoreceu o desempenho desse segmento, desde abril, puxando os números especialmente dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC), que em abril foram muito fortes e em maio têm tido desempenho positivo também.
O superávit comercial (exportações maiores que importações) foi de US$ 4,25 bilhões nos dez primeiros dias úteis de maio. "No segundo trimestre começa a venda da safra, mas ainda assim o movimento é forte", disse uma fonte.

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