terça-feira, 4 de janeiro de 2011

MT/SOJA: RISCO DE CHUVA NA COLHEITA PREOCUPA PRODUTORES.

Os produtores de soja de Mato Grosso, que iniciaram o plantio com duas semanas de atraso devido a estiagem, voltam a monitorar o clima às vésperas do início da colheita. Desta vez a preocupação é com a expectativa de chuva exatamente no momento em que os trabalhos deverão se intensificar, a partir de meados deste mês. "Está chovendo significativamente desde o Natal. Tem chovido quase diariamente, e isso já está inspirando uma preocupação, pois dificulta as aplicações necessárias durante o desenvolvimento", alertou Maria Amelia Tirloni, analista de grãos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Se o volume de chuvas superar o índice normal para o início de fevereiro, quando a colheita ganha força, o peso do grão diminui e a produtividade pode cair. "Este vai ser um ano delicadíssimo para falar de produtividade", completou ela.
Laercio Pedro Lenz, produtor de Sorriso, é um dos que já estão preocupados. Ele afirma que o atraso no plantio não afetou de maneira significativa as lavouras, mas diz que há previsão de 700 mm de chuva para o mês de fevereiro, quando o normal é cerca de 300 mm. "Se isso se confirmar, vai complicar a colheita; passa da hora e a soja estraga. O que faltou (chuva) em dezembro parece que vem em fevereiro", disse ele, que prevê iniciar a retirada da soja de suas lavouras a partir do dia 25.
Em algumas regiões de Mato Grosso já se colhe soja, como nos municípios de Tapurah, Sorriso e Sapezal, mas a área é pouco significativa. Nesses locais, quem começou os trabalhos está se preparando para implantar algodão ou contou com irrigação no início do plantio e saiu na frente dos outros produtores.
Tradicionalmente, Lucas do Rio Verde lidera os trabalhos de colheita e a expectativa no município é de que ela comece após o dia 15. Entretanto, a estiagem no início do plantio pode ter provocado uma perda de até 3% na área destinada ao grão, segundo o secretário da Agricultura da cidade, ante os 240 mil hectares na temporada passada. Edu Pascoski explica que alguns produtores que tinham compromissos com o algodão não conseguiram plantar a soja precoce.
Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), realizou um tour pelo Estado recentemente e conta que as lavouras não estão tão bonitas quanto se esperava. "Não acho que estão maravilhosas. Vi muita lavoura ruim, porque em ano mais seco ela fica um pouco mais feia. Como atrasou muito, elas tendem a ficar mais bonitas a partir de 20 janeiro", disse ele.
Isso, entretanto, não quer dizer que a produtividade será menor e, segundo ele, o Estado pode até superar a expectativa. "Em ano mais seco a soja enraíza mais, tem potencial maior e produz mais." O Imea estima a produção do Estado em 18,7 milhões de toneladas, em uma área de 6,2 milhões de hectares.

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