segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

PRODUTOR DE GRÃOS VAI RECUPERAR RENDA EM 2011 E 2012

A alta dos preços internacionais, provocada pelo aperto na oferta e elevação na demanda, deve garantir uma boa remuneração ao produtor brasileiro no primeiro semestre de 2011, quando a comercialização da safra 2010/11 ainda estiver em curso. Já no planejamento do ciclo 2011/12, que começará a ser cultivado em setembro, o produtor verá preços de insumos mais altos, mas a perspectiva ainda será de renda elevada, segundo analistas do setor.
Embora mais altos em 2011, os preços dos insumos não chegarão aos picos históricos registrados em 2008, na avaliação de André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult. Ele descarta um descontrole de preços de fertilizantes e defensivos. "Na próxima safra temos menos especulação e fundamentos mais sólidos que em 2008", disse. Por esse motivo e por causa da expectativa de manutenção dos altos preços dos grãos no mercado internacional, o analista acredita que a rentabilidade deve seguir favorável até o próximo ano. "Devemos atingir um pico de renda em 2011. E o ganho do produtor deve continuar bom até pelo menos 2012", afirma Pessôa. Para ele, a dúvida em 2010/11 fica para a produtividade da safra de verão. O fenômeno climático La Niña prejudicou o início do plantio da soja no Centro-Oeste e tem provocado uma estiagem no Rio Grande do Sul. O cultivo da safrinha de milho no início deste ano também pode ser adiado pelo atraso na implantação da soja, sob o risco de uma produtividade menor.
Insumos - Para Alexandre Mendonça de Barros, da MBAgro, o custo do pacote de insumos deverá crescer cerca de 20% para a safra 2011/12 por causa do aumento da demanda no Hemisfério Norte. "Já estamos vendo preços maiores dos fertilizantes no mercado internacional".
Segundo dados apresentados por ele durante o evento "Expectativas do Agronegócio para 2011", promovido em dezembro pelo Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp, o preço do MAP, um fertilizante fosfatado, muito utilizado na agricultura, subiu de US$ 350 para US$ 600 por tonelada neste ano. O valor do cloreto saiu de US$ 380 para US$ 500 nos últimos quatro meses. Em 2008, o MAP chegou a ser negociado por US$ 1.200 e o cloreto, por US$ 800 por tonelada.
Pessôa estima que a entrega de fertilizantes aos produtores brasileiros vai crescer para 25,2 milhões de toneladas em 2011, ante 24,2 milhões de toneladas neste ano. A compra de defensivos deverá alcançar US$ 7,2 bilhões em 2011, comparado com US$ 6,9 bilhões em 2010.
Fernando Pimentel, analista e sócio da Agrosecurity, avalia que o setor de insumos deve recompor os ganhos nos próximos meses. Isso porque quando a alta dos preços ocorreu, no segundo semestre de 2010, as compras de insumos já estavam feitas. "A indústria vai ajustar suas margens em 2011. Quem vai dizer a intensidade desse acerto será o mercado. Mas o custo vai subir com certeza", diz. A despeito disso, ele também está otimista: "2011/12 continuará a ser um bom ano para o produtor."
Rentabilidade - Fernando Muraro, da AgRural, diz que a rentabilidade em 2010/11 deve ser a segunda melhor da história para os produtores brasileiros de soja e milho. "Só perderão para 2008", diz. Em Mato Grosso, contudo, ele prevê renda recorde na soja de US$ 300 por hectare, em média. Em Cascavel (PR), praça usada por ele como referência, esse valor vai a R$ 880 por hectare (US$ 520/t, aproximadamente). No milho, a rentabilidade pode chegar a R$ 1.050,00 por hectare no Paraná, em média. "A tendência no milho é melhor que para a soja em 2011.
Os Estados Unidos têm estoques muito restritos e o Brasil vai terminar a safra 2010/10 com seis a sete milhões de toneladas em estoque. Será o menor volume armazenado em três anos", calcula. Com a forte retração na área plantada no País, o mercado estará mais apertado no próximo ano. Na média do ano, dependendodo tamanho da safrinha, o milho teria preços de R$ 24 a R$ 25 a saca de 60 quilos em Santos e Paranaguá. "Isso liquidaria R$ 16/saca em Mato Grosso, um preço remunerador", diz.
A taxa de câmbio deve seguir estabilizada nos atuais níveis até o período de colheita e comercialização da safra de grãos 2010/2011, de acordo com Mendonça de Barros, da MBAgro. Ele estima câmbio entre R$ 1,70 e R$ 1,75 no primeiro trimestre de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas