segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ARGENTINA: SECA REDUZ 7,5 MI/TONS DA SAFRA DE SOJA.

A forte estiagem que atinge a Argentina já compromete a produção em 50% das áreas produtoras de milho e soja do país. O cenário é preocupante também para a produção de leite e carne. Em novembro, a consultoria Agritrend previa uma colheita de 25,5 milhões de toneladas de milho e de 55 milhões de t de soja. Agora, a estimativa caiu para 23 milhões de t de milho e 47,5 milhões de t de soja. "Há um grande temor de que se repita o panorama climático da safra 2008/09, quando o rendimento foi muito baixo e produtores de soja e milho quebraram", disse o vice-presidente do Movimento Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (Crea), Juan Balbín.
O fenômeno climático La Niña vem ganhando mais força nas últimas semanas, reduzindo drasticamente o volume de chuvas. No sul de Córdoba, por exemplo, a situação passou de inundações no início de 2010 a uma dura seca nesse começo de 2011. Balbín ressalta que outros países produtores enfrentam adversidades climáticas - frio intenso nos Estados Unidos e inundações na Austrália - o que o deve impactar na produção global. "Hoje não temos uma resposta para isso, mas o que está claro é que ultimamente o risco empresarial e as possibilidades de quebra aumentaram significativamente", lamentou.
Segundo ele, a região argentina mais atingida pelos efeitos do La Niña é a central, a mais produtiva do país, e onde podem se repetir os rendimentos registrados em 2008/09, de 500 quilos de soja por hectare. "As alterações climáticas trazem uma perspectiva de novos preços das matérias-primas e um horizonte muito complicado para a alimentação do mundo e para os agricultores, porque serão muitos os que vão semear e colher uma quantidade insuficiente para pagar os gastos. Muitos podem não ter colheita", diz Balbín.
Os agricultores argentinos tiveram safras com altos rendimentos e preços remuneradores até a safra de 2008/09, cuja colheita foi seriamente afetada pela pior seca dos últimos 50 anos. As perdas deixaram dívidas para muitos produtores, que ainda não terminaram de pagá-las, segundo levantamento do Crea. "Se o rendimento da atual safra for baixo, vários produtores poderão falir porque muitos insumos foram comprados a crédito, que será pago com a colheita, pensando em rendimentos médios", alertou Balbín. Para o especialista, se o cenário se confirmar, produtores poderão cancelar investimentos para a próxima safra.
Quem também perde é o Fisco. Até novembro, as estimativas da consultoria Agritrend para as exportações de todos os cultivos eram de US$ 31,362 bilhões, o que renderia US$ 9,109 bilhões de retenções para o governo. Agora, a projeção é de exportações de US$ 30,530 bilhões, com arrecadação de US$ 8,830 bilhões.

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