segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PERSPECTIVA: MERCADO DE GRÃOS MONITORA INTENÇÃO DE PLANTIO NOS EUA.

A competição de preços entre a soja e o milho deverá ganhar mais destaque nesta semana na Bolsa de Chicago, conforme os produtores se preparam para decidir o que vão plantar e começam a definir as aquisições de insumos neste fim de mês. A disputa por área entre os dois grãos para a safra 2011/12 dos Estados Unidos foi acirrada pela expectativa de estoques de passagem precariamente baixos no fim da temporada. "O que o mercado mais vai olhar agora é a área de plantio nos EUA. O preço da soja tem de subir se o milho subir e vice-versa. Isso vai acontecer pelos próximos dois meses, porque o produtor tem de avisar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre o que vai plantar e contratar suas compras de insumo. Essa é uma época bem crucial, se um sobe o outro não pode ficar para trás", avaliou Vinicius Ito, da corretora Newedge.
Na semana passada, os contratos mais distantes da soja receberam sustentação em meio à tentativa de convencer os produtores norte-americanos a plantar uma área maior para reabastecer a oferta. Na sexta-feira, o contrato novembro, referente à nova safra, teve alta de 6,50 centavos, ou 0,5%, para fechar cotado a US$ 13,4825. Já o março, de maior liquidez, recuou 2 centavos, ou 0,1%, para fechar cotado a US$ 14,1225 por bushel, pressionado pelas chuvas na Argentina.
O milho, por sua vez, teve sustentação da forte demanda por exportação e das preocupações com o tamanho da área a ser plantada nos EUA. O contrato março avançou 3,25 centavos, e fechou a US$ 6,5725 por bushel.
Na opinião de Flávio Oliveira, da Terra Futuros, a irregularidade das chuvas na Argentina também é preocupante para o cereal. "O mercado é altista, continua sustentado pela Argentina. Uma safra de 19,5 milhões de toneladas vai transferir a demanda de exportação para o Brasil", disse ele, referindo-se à estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, que reduziu em 850 mil toneladas sua previsão na semana passada.
Na sexta-feira passada, a empresa de análises privadas Informa Economics elevou sua estimativa de área plantada com milho dos Estados Unidos em 2011/12 e reduziu a previsão para o plantio da soja, de acordo com a Dow Jones. A Informa estima que os produtores do país cultivarão 90,90 milhões de acres com milho (36,785 milhões de hectares). Em dezembro, esperava 90,76 milhões de acres (36,729 milhões de hectares). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o milho ocupará 88,2 milhões de acres (35,693 milhões de hectares).
Para o plantio de soja, a Informa prevê 76,65 milhões de acres (31,019 milhões de hectares), menos do que sua estimativa de dezembro, de 77,57 milhões de acres (31,391 milhões de hectares). O USDA estima a área plantada com soja em 77,7 milhões de acres (31,444 milhões de hectares).
O mercado de trigo também deve se manter firme, depois de as cotações terem atingido na sexta-feira o maior nível em 29 meses, diante de sinais de firme demanda para exportação do cereal dos Estados Unidos. O contrato março avançou 21 centavos, ou 2,61%, para fechar a US$ 8,2450 por bushel. A máxima da sessão foi de US$ 8,2950/bushel. "Tem demanda e poucos estoques no mundo. A Argélia e a Jordânia estão comprando, e a Rússia falou que não vai exportar nada até outubro", disse Ito. Importadores do Norte da África e do Oriente Médio entraram no mercado recentemente em busca da oferta dos Estados Unidos. Tunísia, Turquia e Jordânia compraram trigo norte-americano na semana passada, enquanto a Argélia fez uma grande aquisição no mercado global.

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