quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PREÇOS AINDA TÊM ESPAÇO PARA SUBIR.

Após atingir o maior nível em dois anos há duas semanas - em US$ 14,2250 por bushel -, a cotação da soja tem oscilado pouco abaixo dos US$ 14 na Bolsa de Chicago, patamar quase 50% acima do registrado na mesma época do ano passado. A despeito desse desempenho notável, o valor da oleaginosa ainda tem espaço para subir. "Não diria que vimos os maiores preços do ano na soja. Talvez tenhamos visto no milho", avaliou André Pessôa, diretor da Agroconsult.
Ele considera que há uma expectativa de redução no plantio nos Estados Unidos na safra 2011/12, em favor do milho e do algodão. Se realizada, deixará os estoques da oleaginosa ainda mais apertados do que já estão. "Hoje, em praticamente todos os estados norte-americanos que produzem grãos, a soja perde espaço para o milho e para o algodão", por causa da rentabilidade menor, afirma. Ele lembra que nos EUA não há espaço para aumento de área agrícola.
Enquanto isso, a safra de milho e soja 2010/11 já está definida naquele país. Isso deixa a oferta mundial de curto prazo nas mãos de Brasil e Argentina. Mas enquanto em um as coisas vão bem, no vizinho há problemas. "Se no milho há um pequeno espaço para quebra de safra, na soja não existe nenhum", pondera. "Temos possibilidade de ver preços mais altos na oleaginosa ao longo do ano."
Durante a fase de colheita da soja no Brasil, as cotações podem ser sazonalmente pressionadas, mas Pessôa não vê espaço para quedas muito maiores que 10% nos piores momentos, o que deixaria os preços ainda em patamares razoáveis.

PRODUTIVIDADE DEVERÁ SER RECORDE EM 2010/11.

Os problemas causados pelo fenômeno La Niña no início do plantio da safra de grãos 2010/11, em outubro do ano passado, não impedirão que as lavouras de soja brasileiras registrem produtividade recorde no período, de acordo com André Pessôa, diretor da Agroconsult. "Temos chance de ver um rendimento médio nacional de 50 sacas por hectare. Foi o que nos fez rever nossa estimativa", afirmou. A consultoria elevou hoje seu número para a produção nacional da oleaginosa, para o recorde de 70,3 milhões de toneladas.
As principais revisões para cima com relação à estimativa anterior foram feitas nas projeções do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "A estiagem que ocorreu na metade sul do Rio Grande do Sul afetou mais as áreas de pastagens e de arroz", afirmou durante apresentação do Rally da Safra 2011, expedição técnica na qual 120 profissionais do agronegócio percorrerão 55 mil quilômetros pelas áreas produtoras do País.
Pessôa ponderou que, neste momento, apenas um eventual excesso de chuvas durante a colheita ameaça uma produção recorde de soja. "As janelas para a colheita estarão apertadas, mas o produtor está preparado para isso". Há também menos risco de perdas por causa da ferrugem neste ano.
Milho - A produção de milho verão alcançará 32,6 milhões de toneladas, de acordo com a Agroconsult, mas esse volume ainda pode ser revisto para cima. "A surpresa que podemos ter no milho é para cima. As lavouras enfrentam pouco risco daqui para frente. A produção da safra verão já está bem definida", afirmou Pessôa. "O clima não está bom, mas as lavouras estão excelentes."
Embora ainda não tenha um levantamento recente a respeito da safrinha, Pessôa vê os produtores mais dispostos a tomar risco neste ano, por causa dos bons preços, e prevê na maioria das áreas uma extensão de plantio igual à do ano passado. Ele conta que, geralmente, o cultivo é feito até o dia 10 de março, mas neste ano o trabalho de campo deve se estender até o final daquele mês. No Paraná, São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul a área de safrinha pode subir até 10%. Goiás deve manter a mesma área, no mínimo. Em Mato Grosso a redução deve ser discreta.
Expedição - O Rally da Safra, organizado pela Agroconsult, chega à oitava edição neste ano e percorrerá mais de 55 mil quilômetros para colher cerca de 1,3 mil amostras nos principais polos de produção de milho e soja do País. A expedição percorrerá 11 Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão. Os dados coletados representam 98% da área cultivada de soja e 80% da área com milho no País.
Duas novidades no rally deste ano será o levantamento das condições das estradas com a parceria da Esalq-Log. Haverá também um levantamento das perdas durante a colheita da soja, com metodologia criada pela Embrapa Soja.

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