quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ESPECULAÇÕES E NOVA MEDIDA CAMBIAL ELEVA DÓLAR.

O dólar no mercado doméstico oscilou em alta desde a abertura, mas no início da sessão vespertina a cotação no balcão saiu da mínima de R$ 1,671 (+0,06%) para uma máxima de R$ 1,6880 (+1,08%). A valorização mais acentuada da moeda ante o real coincidiu com a divulgação de esclarecimentos pelo Ministério da Fazenda à Agência Estado de que os ingressos de capital estrangeiro para aplicações em debêntures, fundos multimercados ou até mesmo fundos de ações também são todos tributados à alíquota de 4% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a exemplo das entradas destinadas diretamente à renda fixa. A Fazenda explicou ainda que as operações feitas no mercado de renda variável com a finalidade de travar um ganho de renda fixa também são taxadas à alíquota de 4% de IOF, pois têm natureza de renda fixa, como ocorre na tributação do Imposto de Renda.
Além disso, o mercado reagiu à informação de que o chefe da assessoria econômica do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, daria entrevista para esclarecer a decisão do CMN, em reunião extraordinária ontem, de que o Tesouro Nacional a partir de hoje poderá comprar dólares no mercado à vista para fazer frente aos vencimentos da dívida externa de até 4 anos (1.500 dias). Até então, o limite era de dois anos de vencimentos, o equivalente a 750 dias. Também causaram inquietação os rumores de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, daria entrevista sobre a medida do CMN, o que não se confirmou porque ele estava em trânsito, em viagem para os Estados Unidos, conforme apurou a AE junto à assessoria da Fazenda.
Como o técnico do Tesouro na entrevista apenas trouxe esclarecimentos sobre a decisão do CMN e não anunciou nenhuma nova medida cambial, o mercado acalmou-se e o dólar desacelerou os ganhos. Assim, no fechamento, a divisa norte-americana no balcão subiu 0,60%, a R$ 1,680. Na BM&F, o pronto acompanhou o vaivém da cotação do balcão e encerrou a R$ 1,6810, com avanço de 0,48%, após atingir máxima à tarde de R$ 1,6863 (+0,79%). O giro financeiro total à vista registrado na Clearing de Câmbio somava cerca de US$ 2,791 bilhões, dos quais US$ 2,772 bilhões em D+2.
No mercado futuro, o dólar para novembro de 2010 bateu a máxima à tarde de R$ 1,6990 (+1,55%), projetava taxa de R$ 1,690 (+1,05%).
Segundo o operador de câmbio da Interbolsa Brasil Ovídio Pinho Soares, o anúncio da entrevista do Tesouro provocou em parte o ajuste de alta abrupto do dólar porque o mercado temeu a divulgação de uma nova medida cambial, uma vez que ontem o aumento de 2% para 4% do IOF para ingressos destinados à renda fixa não impediu a forte queda do dólar. No entanto, nenhuma novidade foi apresentada e o dólar devolveu parte dos ganhos intraday.
Na entrevista, Bittencourt informou que o potencial adicional que a resolução do CMN gerou para aquisição de dólares é de US$ 10,7 bilhões. Esse número considera 1.500 dias contados a partir de novembro. Segundo ele, a decisão visa ampliar a capacidade do Tesouro de adquirir moeda para o pagamento de dívida externa e permite acelerar a compra de dólares no mercado.
Para o operador José Carlos Amado, da Renascença Corretora, os esclarecimento da Fazenda sobre a abrangência da medida anunciada na segunda-feira, que elevou de 2% para 4% o IOF sobre ingressos de capital externo para aplicações em renda fixa, também pesaram na valorização mais forte do dólar no início da tarde. "Não estava claro ainda para o mercado quais os outros investimentos, além das aplicações diretas em renda fixa, que poderiam ter sido atingidos pela medida da Fazenda", disse o operador. A expectativa é de que essa medida mais ampla deve estancar um pouco os ingressos de recursos estrangeiros no curto prazo. Com a previsão de redução de fluxo cambial, que já foi menor hoje, a oferta de dólares aparentemente também encolheu e ajudou a amparar a valorização da moeda norte-americana, afirmou Amado.
Nos dois leilões de hoje, o Banco Central fixou as taxas de corte em R$ 1,6752 na primeira atuação e em R$ 1,6825 na segunda. No mercado externo, o dólar caía ante o euro, que era cotado a US$ 1,3937 (+0,64%).

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