quinta-feira, 5 de maio de 2011

SOJA/MILHO: ANALISTAS VEEM LIMITE PARA QUEDA DOS PREÇOS

As cotações dos grãos iniciaram o mês de maio em queda livre na Bolsa de Chicago, acompanhando o derretimento dos mercados de commodities em geral, num aparente esgotamento do movimento comprador visto nos últimos meses. Mas embora fundos e outros investidores estejam, de fato, reduzindo posições compradas nas bolsas de futuros agrícolas, analistas não veem um mergulho muito maior dos preços. Os fundamentos, argumentam, continuarão a sustentar o valor do grãos.
O contrato julho da soja recuou 5,2% em maio e acumula perda de 6,4% em 2011. Hoje, a cotação cedeu 2,24% para US$ 13,2175 por bushel. O mesmo vencimento do milho cedeu 6,31% em maio, 8,40% no ano e 2,84% nesta quinta-feira, em que fechou valendo US$ 7,0875 por bushel. Ambos acumulam altas expressivas nos últimos 12 meses, de 35% e 69,3%, respectivamente.
"É normal esse tipo de volatilidade num momento em que Chicago entra no período 'climático'", ponderou Fernando Pimentel, analista da Agrosecurity, referindo-se ao período de plantio da nova safra dos Estados Unidos, quando qualquer variação de temperatura e umidade mexe com os preços na maior bolsa de grãos do mundo. E o clima não tem sido exatamente favorável ao cultivo no país. Excesso de chuvas atrasam o trabalho nas lavouras de milho neste momento.
Reiterando sua avaliação do final do ano passado, quando a soja superava os US$ 14 e os de milho os US$ 6 por bushel, Pimentel diz não haver espaço para perdas na produção norte-americana de grãos por causa dos baixos estoques no país. Isso vai manter um piso sob os preços. "Nada mudou no balanço de oferta e demanda, em que a primeiro é escassa e a segunda, crescente", afirmou. Ele credita o exagero das variações recentes em Chicago ao movimento especulativo. "O preço da soja pode buscar US$ 12,50 por bushel, mas daí os estoques caem na China, que entra no mercado novamente", pondera. A China tem reduzido as compras da oleaginosa nas últimas semanas por causa das políticas de contenção da inflação que estão sendo adotadas no país.
Leonardo Menezes, da consultoria Céleres, também credita a queda recente em Chicago a uma realização de lucros normal de fundos de investimento e não vislumbra alterações nos fundamentos. "Teremos um cenário de extrema volatilidade até finais de julho, o que é normal", comentou. Ele vê como transitória a redução das importações chinesas por causa das medidas anti-inflacionárias. "Eles compraram muita soja dos EUA e têm gordura para queimar neste momento de controle de preços. Mas o consumo da população continuará a crescer."
O analista não vê pisos na soja e no milho muito abaixo dos que estão no mercado. "Apenas uma crise de demanda seria capaz de derrubar os preços. A oferta não está tranquila no futuro, a China cresce bem acima da média mundial, com uma população gigante. Fica difícil pensar em cotações muito abaixo das atuais". Tampouco a boa safra de Brasil e Argentina deve pesar sobre os preços, avalia. "A produção sul americana ajudou as cotações a não superar as máximas vistas em 2008, acima de US$ 16 por bushel."
Menezes avalia que, embora o clima não esteja ajudando o plantio do milho nos EUA, o preço em Chicago continua a favorecer a escolha do produtor norte-americano pelo grão, em detrimento da soja. Historicamente, 2,4 bushels de milho compravam 1 bushel de soja; neste momento, essa paridade está em 1,8 para 1.

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