sexta-feira, 6 de maio de 2011

EUA: QUEDA DAS COMMODITIES É TEMPORÁRIA

A queda vertiginosa dos preços das commodities nos últimos dias, especialmente petróleo e prata, não deve se sustentar por muito tempo, avaliam analistas entrevistados pela Agência Estado em Nova York. "Creio que (a queda) é temporária e, se já não terminou, deve terminar em breve", afirmou Jeffrey Nichols, diretor gerente da American Precious Metals Advisors. "Foi mais um 'flash crash' do que uma mudança de tendência", disse. Flash crash foi como ficou conhecida a queda de 9% no índice Dow Jones há exatamente um ano. No dia 6 de abril de 2010, o índice perdeu, por alguns momentos, quase mil pontos, no maior mergulho em 25 anos.
Ontem (5), o contrato do petróleo para junho, negociado na Nymex, caiu 8,6%, para US$ 99,80 o barril, o menor preço de fechamento desde março, enquanto o contrato futuro da prata teve um recuo de 8,9%. Hoje, petróleo, ouro e prata já eram cotados no terreno positivo. O petróleo cru WTI para junho subia 0,08%, a US$ 99,87 o barril, na Nymex e o Brent para junho tinha alta de 1,07%, para US$ 111,89 o barril, em Londres. O contrato do ouro para junho subia para US$ 1.493,00 a onça-troy, de US$ 1.481,4 por onça-troy ontem na Comex. O contrato da prata para julho subia para US$ 35,32 a onça-troy, de US$ 36,24 ontem.
Para Nichols, os motivos que alimentam a alta dessas commodities continuam os mesmos, como a política de alívio monetário nos Estados Unidos, a fraqueza do dólar frente a outras moedas, o problema fiscal dos EUA, a crise da dívida soberana europeia e os conflitos no Oriente Médio e Norte da África. Ele disse ainda que os preços de commodities agrícolas também devem seguir em alta por causa da forte demanda, trazendo mais riscos inflacionários ao redor do mundo.
"A situação no Oriente Médio só piora. O que parecia que duraria apenas alguns dias na Líbia, agora dá impressão de que irá durar muito tempo e temos problemas também na Síria", observou. Além disso, existe uma demanda maior da commodity, que também ajudará a manter os preços em alta por alguns anos. "Mesmo se não houvesse as incertezas geopolíticas a tendência do petróleo ainda seria de alta".
Em relação ao ouro e a prata, Nichols também vê um movimento de alta se estendendo no longo prazo. Ele estima que o ouro deve chegar a US$ 1.700,00 a onça-troy ainda neste ano, US$ 2 mil a onça-troy em 2012 e deve avançar até US$ 3 mil a onça-troy nos anos seguintes. Para a prata, sua projeção é de que a commodity recupere as perdas recentes e encerre este ano acima de US$ 50,00 a onça-troy, provavelmente mais perto de US$ 60,00 a onça-troy.
O economista Michael Dudas, do Jefferies & Co., também avalia que a queda recente das commodities é temporária e aposta que tanto o ouro quanto a prata irão recuperar os recordes de alta, com prata superando os US$ 50,00 a onça-troy e ouro acima de US$ 1.500,00 a onça-troy este ano.
"A correção que vimos na prata e outros metais tem a ver com o fato de que houve um superaquecimento nos preços, havia muita especulação", explicou. Segundo ele, no entanto, os temores de desaceleração da economia dos Estados Unidos e da global, além da desvalorização do dólar devem servir de impulso para os preços.
O analista da consultoria Heritage West Financial, de San Diego, na Califórnia, Ralph Preston, compartilha a avaliação dos que acreditam que a queda recente, especialmente da prata, tem a ver com sobrevalorização dos preços. "Mas acho que mercado deve voltar o foco novamente para a economia dos EUA e do mundo, o que deve sustentar os preços", afirmou. Ele prevê que a prata irá testar novamente os US$ 50,00 a onça-troy em breve e o ouro deve fechar o ano ao redor de US$ 1.650,00 a onça-troy.

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