sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ARGENTINA: ESTIAGEM PODE COMPROMETER SAFRA 2009/10.

Dez dos 30 milhões de hectares agrícolas da Argentina correm risco de não produzirem nada este ano. A persistente estiagem que prejudica o País há meses, especialmente na região oeste, começa a colocar em dúvida até mesmo a produção recorde de soja. Na Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as expectativas são negativas. "Há um estado de alerta pelo clima ruim", disse Ricardo Baccarin, vice-presidente da corretora Panagrícola. Ele comentou que restam cerca de 10 dias para semear a soja "de primeira" (a de maior rendimento) na região central do País. "Há alguma margem no sul e pouca no norte por causa da seca", avaliou. A região de maior preocupação é a Província de Córdoba, onde a água é escassa até para o consumo da população. Dos 19 milhões de hectares projetados para a plantação de soja na Argentina na safra 2009/10, segundo a Associação de Produtores de Soja da Argentina, 4 milhões estão em Córdoba.
Por falta de umidade, somente 15% da área foi instalada. "Se dentro dos próximos 15 dias não cair a chuva necessária para os solos, grande parte desses hectares serão plantados com a soja de menor rendimento", alertou Baccarin. As projeções de uma colheita de soja de 52 milhões de toneladas já estão sendo rebaixadas para 50 milhões de toneladas. Se a seca persistir, a revisão para baixo também vai continuar.
A próxima quinzena deve decidir ainda o futuro da próxima colheita de trigo, que interessa diretamente ao Brasil. A falta de umidade pode prejudicar mais o volume de trigo disponível para exportação nesta temporada 2009/10. Por enquanto, as projeções dos analistas são de que o trigo para exportação deverá ficar em torno de 3 milhões de toneladas, levando-se em consideração uma produção total de 8 milhões de toneladas e uma reserva para estoques da ordem de 1,5 milhão. Mas a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projeta 7,75 milhões de toneladas para 2009/10, ante 9,2 milhões em 2008/09.
Os estoques de 2008/09, mais as outras 1,5 milhão de toneladas que não deverão ser consumidas na Argentina no ciclo 2009/10, resultariam nas 3 milhões de toneladas disponíveis para as vendas externas. Mas esse volume pode ser rebaixado dentro de 15 dias, conforme o clima. O milho e o girassol estão na mesma situação. Na Associação Argentina de Girassol (Asagir), o presidente Ricardo Negri afirmou que "o tempo biológico para que haja uma mudança que possa reverter os possíveis piores resultados da história do girassol no país são os próximos 15 dias".

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