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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estiagem deverá atrasar plantio de grãos.

Uma rápida consulta na página do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no início da noite de quinta-feira não deixava dúvidas. De uma lista de 11 Estados do país, todos apareciam com baixa umidade relativa do ar.
Gravíssima em metrópoles como São Paulo e rastilho para incêndios em diversos pontos do país, a situação já interfere na produção agropecuária nacional. Não seria nada muito preocupante se fosse chover amanhã. Mas, como isso não vai acontecer, o campo começa a se preparar para dias piores.
No segmento de grãos, é possível dizer que a falta de chuva até agora foi inclusive benéfica em alguns casos. O trigo, plantado no inverno, teve sua colheita acelerada no Sul e passou a correr menos risco de embolorar. O milho safrinha semeado no Paraná já foi todo colhido e não sofreu, enquanto em São Paulo os trabalhos também já estão quase finalizados. Outro produto que já está com a colheita acelerada é o café, e a seca na fase final da safra colabora para a fermentação ideal do grão.
Daqui para frente, contudo, o cenário muda. Se persistente, o déficit hídrico afetará a florada das próximas safras de café e laranja, reduzirá a produção de cana - e esta já sente os efeitos adversos da estiagem -, reduzirá a oferta de lácteos e aumentará a de boi e adiará o início do plantio da próxima safra de grãos de verão, programado para meados de setembro. Esta possibilidade já virou uma probabilidade concreta, e para tornar-se uma certeza falta quase nada.
Diferentemente do que aconteceu no ano passado, quando as chuvas antecipadas permitiram o início do plantio de grãos na segunda quinzena de setembro no Centro-Oeste, agora não há chuvas no horizonte até a segunda quinzena de outubro.
Ou seja, o clima quase ideal que garantiu a produção recorde de grãos na safra 2009/10 não se repetirá, o que poderá prejudicar muitos produtores, sobretudo os da região Sul, ainda que tenha potencial para garantir aumento de preços para quem tiver produto para vender.
Mesmo com o início das precipitações a partir da segunda metade de outubro, as chuvas serão irregulares, o que poderá forçar alguns produtores de grãos a fazer o chamado "replantio", o que obviamente eleva custos e achata margens.
"Nesta safra teremos os efeitos da La Ñina, que se reflete no atraso do início do período chuvoso no Brasil. Nessa fase inicial de plantio, não será difícil encontrar agricultores que registrarão chuvas em suas propriedades e vizinhos que estarão secos", diz Marco Antônio dos Santos, agrometeorologia da Somar Meteorologia.
Se o plantio no Centro-Oeste poderá ser prejudicado pelo atraso das chuvas, a colheita também pode ser influenciada negativamente - neste caso, entretanto, devido ao excesso de precipitações. Chuvas na colheita impedem a entrada das máquinas nas lavouras e elevam a umidade das plantas, atrasando os trabalhos e colocando em risco a produtividade.
No Paraná e no Rio Grande do Sul, não são esperados problemas para o plantio, mas para o período de desenvolvimento das culturas de verão. Na avaliação de Santos, o plantio acontecerá normalmente em outubro, mas durante o verão, quando a soja está no meio de seu desenvolvimento nos Estados do Sul, é esperada a interrupção das chuvas e o início de uma estiagem na região.
"No caso do Rio Grande do Sul, os agricultores atrasaram o plantio do trigo no inverno por conta de um período de estiagem. Isso vai fazer com que o plantio da soja ocorra a partir de novembro, mas já existe a previsão de que no verão essas chuvas parem", diz Santos.

Autor: Alexandre Inacio e Fernando Lopes

terça-feira, 27 de julho de 2010

Explode demanda por títulos do agronegócio.

A emissão de títulos do agronegócio por bancos, agroindústrias, cooperativas e produtores rurais somou R$ 92,2 bilhões no primeiro semestre de 2010. Estimulados por boas margens e benefícios fiscais, mas ainda dependentes de ajustes regulatórios do governo, os novos papéis registraram 15,3 mil operações em seis meses.
Em 2009, as emissões desses títulos somaram R$ 65 bilhões em 18,2 mil operações. O volume negociado em 2010 equivale a todos os recursos aplicados em crédito rural na agricultura empresarial e familiar durante a safra 2009/10, encerrada em junho. No acumulado desde 2005, já foram emitidos R$ 201,4 milhões em quase 50 mil operações com papéis do agronegócio.
Os bancos são os principais responsáveis pela explosão nos negócios. As letras de crédito do agronegócio (LCAs), emitidas pelos bancos com lastro em recebíveis do agronegócio, respondem por quase 97% dos registros feitos na BM&FBovespa e Cetip.
Nesse ritmo, as emissões acumuladas devem superar R$ 300 bilhões até o fim deste ano. Os bancos estimavam chegar a R$ 400 bilhões apenas em 2014. Mesmo assim, já apontam a falta de recebíveis para atender à forte demanda pelos papéis. "Há um apetite muito grande por LCAs. Hoje, o problema é a falta de papéis porque já virou operação de prateleira", afirma o diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian.
O sistema de registro apontava um estoque de R$ 12,4 bilhões de operações "em aberto" até 30 de junho. "Esse negócio cresce porque é mais rentável para todas as pontas. E o cenário macroeconômico de aumento de juros não deve afetar a rentabilidade".
Os títulos foram criados há cinco anos para captar recursos privados ao financiamento do agronegócio, mas ganharam peso no mercado como fontes alternativas de crédito e opção de alta rentabilidade a bancos e seus clientes "private", de alta renda.
Os títulos atraem cada vez mais investidores por seu baixo risco, alta liquidez e da garantia lastreada na produção. O custo de operação é taxa Selic mais 2% ou 3% ao ano. Além disso, há os benefícios fiscais dos papéis. As agroindústrias, por exemplo, não pagam Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A cada R$ 1 milhão emprestado, calcula Ademiro Vian, a empresa deixa de pagar R$ 18,8 mil, além de melhorar os índices de liquidez em seu balanço.
Os bancos são isentos do depósito compulsório de 25% sobre essas emissões, não precisam cobrir 100% do risco das operações e driblam os 0,2% obrigatório ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que afiança até R$ 60 mil por pessoa. Os investidores têm isenção de Imposto de Renda (IR). A cada R$ 1 milhão investido, a "economia" chega a R$ 19 mil com IR. As tradings também usam os papéis para captar recursos mais baratos e reduzir custos financeiros de "carregar" dívidas de produtores.
De 2005 para cá, houve reforço legal para a blindagem jurídica dos papéis, como a garantia de alienação fiduciária. Mas ainda persistem dúvidas de fundo. A Febraban pede mais regulação pelo Banco Central, como a obrigação de segregação da contabilidade e a garantia de exclusividade das emissões às empresas do agronegócio. "Deveria haver uma obrigação de aplicação de parte desses recursos em crédito rural", afirma Ademiro Vian, também professor da FGV.
Os operadores dos títulos também apontam a necessidade de revisão da "Lei da CPR", um dos principais recebíveis usados como lastro nas emissões. "O governo precisa acabar com a "CPR de gaveta", obrigar o registro em uma central e restringir a emissão somente a quem tem lastro na produção", recomenda o diretor da Febraban. Vian alerta para a criação de um "subprime" desses títulos, já que os controles sobre as CPRs são falhos. "Tem caso de quatro CPRs para o mesmo produto, CPR prorrogada. Podemos, sim, ter um "subprime" da CPR", avalia ele.
O BC informa que avalia formas de regular os títulos no sistema financeiro, como medidas para incentivar o registro de CPRs em um sistema único.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Rabobank prevê pressão sobre cotações dos grãos.

Relativamente pouco afetadas pelo aprofundamento da crise financeira europeia nos últimos meses, as cotações internacionais de soja e milho, os grãos mais cultivados no país, têm pela frente um período que promete ser marcado por maior pressão "baixista" pelo lado dos chamados fundamentos dos respectivos mercados. Em estudo concluído recentemente, o Rabobank, banco holandês com forte atuação no setor de agronegócios, inclusive no Brasil, confirma a tendência de boas ofertas globais de ambos os produtos e de relações entre produção e estoques mundiais confortáveis, combinação que normalmente tira sustentação dos preços - ainda que estes atualmente dependam, em grande medida, de movimentos financeiros derivados das turbulências financeiras.
No caso da soja, o Rabobank projeta que a produção global deverá alcançar 253 milhões de toneladas na safra 2010/11 - em fase de plantio no Hemisfério Norte -, apenas 4 milhões abaixo do recorde de 2009/10 (257 milhões). No cenário traçado pela instituição, a demanda deverá crescer 4,1% na comparação, para 245,3 milhões de toneladas, mas ainda abaixo da produção. Assim sendo, os estoques mundiais tendem a recuar. "Para muitos, os preços da soja até poderiam ter caído mais com as turbulências financeiras e a valorização do dólar, mas isso não aconteceu. A demanda da China permaneceu firme e os Estados Unidos exportaram mais, o que ajudou a "segurar" as cotações", diz Luciano van den Broek, analista do Rabobank no Brasil. Segundo o Valor Data, na bolsa de Chicago os contratos futuros de segunda posição de entrega do grão acumulam baixa de 12,2% neste ano.
A equação composta pelos fatores "fundamentos" e "dólar" produz resultados semelhantes no mercado de milho em Chicago. O Rabobank prevê que oferta e demanda mundiais deverão continuar "balanceadas" em 2010/11 em torno de 825 milhões de toneladas. Mas, como na soja, a projeção não tem como precisar o fator clima, e é para ele que as atenções estão voltadas no momento no Hemisfério Norte e estarão concentradas no fim do ano no Hemisfério Sul, onde o plantio terá início no terceiro trimestre. Em Chicago, a segunda posição do milho acumulada queda de 12% em 2009.
Sempre levando-se em consideração as incertezas climáticas, para o algodão, que registrou flagrante recuperação das cotações nos últimos meses, o horizonte é de recomposição da oferta mundial, maior equilíbrio entre produção e estoques e, portanto, preços mais baixos - isso sem contar a forte influência financeira, que pode "engolir" os fundamentos. Na bolsa de Nova York, os futuros de segunda posição do algodão apresentam alta de 1,2% no ano.

Autor: Fernando Lopes

terça-feira, 25 de maio de 2010

NOBLE GROUP CONSTRUIRÁ ESMAGADORA DE SOJA EM MT.

O Noble Group, trading de commodities com sede em Hong Kong, vai investir cerca de US$ 150 milhões para erguer sua primeira esmagadora de soja no Brasil. Em entrevista ao Valor, o CEO global da companhia, o brasileiro Ricardo Leiman, disse que a planta terá capacidade para processar 1,3 milhão de toneladas do grão por ano. "Decidimos construir nossa primeira planta no Estado de Mato Grosso", disse, sem divulgar o local exato. A companhia está preparando sua base na América do Sul para abastecer o mercado chinês, onde o grupo é o terceiro maior processador, com sete unidades em operação. A expectativa é de que as obras comecem "no mais tardar no início de 2011" para estar a pleno vapor já em 2012.
Na Argentina, a empresa acaba de concluir aportes de US$ 200 milhões na construção de uma esmagadora de soja, na região de Santa Fé, com capacidade para 3 milhões de toneladas/ano. "Começamos a operar essa unidade em abril". Essa planta poderá dobrar de tamanho nos próximos anos.
A trading possui cerca de 50 mil hectares plantados com grãos na Argentina e Uruguai. No Brasil, o grupo ocupa uma área de 125 mil hectares com cana. Além da originação de grãos, a trading tem duas usinas de açúcar e álcool no país - uma delas, o projeto Meridiano, entrará em operação em agosto em São Paulo. "Temos interesse em ampliar nossa atuação nesse segmento, seja por meio de projetos 'greenfields' [construção] ou via aquisições ['brownfield']", afirmou. De acordo com Leiman, a empresa já participa de alguns processos de fusões e aquisições, mas não dá mais detalhes.
No início deste ano, o executivo, que ocupava o cargo de diretor de operações do grupo, tornou-se o CEO global da companhia, uma das maiores tradings do mundo, incluindo commodities agrícolas, metais e minério. O foco da companhia também está na logística, com investimentos em terminais portuários e combustíveis.
"Já fazemos originação de soja do Brasil, Argentina e dos EUA. Agora queremos ser processadores. No Brasil também temos infraestrutura para armazenagem de café e grãos. Começamos a operar um armazém de café em Alfenas [MG] e vamos construir outro para algodão em Luiz Eduardo Magalhães [BA]", afirmou. A empresa já adquiriu o terreno no oeste baiano para dar início à construção de infraestrutura de armazenagem do produto.
No país, a empresa também pretende estabelecer a relação de troca de insumos para financiar a safra dos agricultores. Com misturadoras arrendadas, o executivo afirmou que o grupo poderá investir nessa área para ampliar sua participação no negócio.
Com faturamento de US$ 31 bilhões em 2009, o Brasil respondeu por uma pequena fatia dessa receita - cerca de US$ 600 milhões. "Nossa expectativa é encerrarmos este ano com vendas de US$ 1,5 bilhão no país." Para 2010, a receita global do grupo poderá alcançar US$ 40 bilhões, segundo Leiman. "No primeiro trimestre, registramos receita de US$ 11,4 bilhões." A empresa também recém-concluiu dois pesados investimentos para ampliar sua presença em terminais portuários no país. O terminal 12-A, de Santos (SP), no qual a companhia tem participação de 75%, recebeu aportes de US$ 48 milhões para escoamento a granel de açúcar, soja em grão e farelo. "Vamos fazer o nosso primeiro carregamento de açúcar esta semana", disse. Em Itaqui (MA), a companhia colocará em operação em julho seu terminal líquido para todos os tipos de combustíveis. Esse terminal recebeu investimentos da ordem de US$ 45 milhões."Nos últimos dois anos, tínhamos anunciado, durante a crise, grandes projetos de construção de terminais, usinas e armazéns. Agora, temos que operá-los e torná-los rentáveis para que possamos anunciar novos investimentos", disse Leiman.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SOJA-COLHEITA NATALINA E CONTROLE DA FERRUGEM.

O Natal dos produtores de soja de Mato Grosso será de bastante trabalho. A colheita da safra que tradicionalmente começa nas primeiras semanas do ano deverá ser antecipada em pelo menos 10 dias e coincidir com as festas natalinas. O plantio da safra 2009/10 foi antecipado por conta das chuvas que atingiram as regiões produtoras a partir de setembro. As primeiras colheitadeiras devem entrar em operação em até duas semanas. A antecipação pode representar um alívio no caixa dos produtores, mas também oferecerá riscos no que diz respeito ao controle da ferrugem. Dados do Consórcio Antiferrugem, controlado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sinalizam nesta safra uma situação mais incômoda. No ciclo 2008/09, a primeira ocorrência da doença em Mato Grosso aconteceu nos primeiros dias de dezembro e até o fim do ano passado foram registrados sete casos. Nesta safra, o primeiro caso foi identificado em novembro e até ontem o número de ocorrências em Mato Grosso somavam sete."Os produtores estão preparados para fazer até 2,5 aplicações de fungicida, mas creio que serão necessárias pelo menos mais duas", afirma Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). Ele lembra que a antecipação deixará o período de colheita mais longo, já que 50% das lavouras são de ciclo médio e 25% de ciclo tardio. "Na prática, as lavouras ficarão expostas à ferrugem e por um período maior, já que já foram registrados os primeiros casos e a colheita antecipada tende a espalhar os esporos do fungo durante o processo", afirma.
Para o consultor Leonardo Menezes, da Céleres, a ferrugem está de fato acima dos níveis de 2008, fato que pode elevar o custo de produção dos agricultores. Hoje, um hectare de soja custa aproximadamente US$ 885 e as duas aplicações adicionais representariam, apenas com o preço do produto, um incremento de 5%."A possibilidade de uma safra mais onerosa existe, mas ainda é cedo para dizer se isso acontecerá ou não. Teremos um panorama mais claro a partir de janeiro de 2010", afirma o consultor. Diante da ameaça da ferrugem, perdas de produtividade não estão descartadas. Apesar de a área plantada em Mato Grosso voltar para um patamar superior a 6 milhões de hectares, a própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera uma produtividade de 3.027 quilos por hectare, rendimento 1,4% inferior ao registrado na safra 2008/09. A tendência também é identificada pela Céleres. Em seu último relatório, a consultoria estimou uma produtividade de 3.050 quilos por hectare, 2,2% sobre o rendimento indicado pela empresa para a safra passada. Mas não é apenas a exposição à ferrugem e aumento de custos que preocupam o produtor de Mato Grosso. A colheita antecipada vai começar a encher mais cedo os armazéns do Estado, que ainda têm milho estocado. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) mostram que existem 1,6 milhão de toneladas do cereal para serem comercializadas, além do estoque da safra passada. Com mais 18 milhões de toneladas de soja que serão produzidas na safra 2009/10, e 7,13 milhões de toneladas das duas safras de milho, a capacidade de 25 milhões de toneladas dos armazéns do Estado certamente será excedida. O plantio antecipado fez com que os trabalhos em Mato Grosso também se encerrassem antes. Dados da Céleres Consultoria indicam que o plantio terminou este ano no Estado com 15 dias de antecedência em relação à safra passada e já chegou ao fim desde a semana passada.

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