quinta-feira, 12 de novembro de 2009

SOJA: NOVA TRADING - LDC E AMAGGI.

A nova trading formada pelos grupos Louis Dreyfus Commodities (LDC) e Amaggi deve exportar grande parte da soja que adquirir dos produtores do Nordeste, mas não descarta a possibilidade de construir na região uma unidade de processamento no futuro. "Estamos nos estruturando apenas para exportar, mas devido a uma questão meramente conjuntural", disse Kenneth Geld, presidente da Louis Dreyfus Commodities, em entrevista à Agência Estado. "Sabemos que vamos ter um crescimento expressivo da demanda interna por rações e biodiesel no futuro. Se houver demanda, podemos entrar nessa área", revelou. No entanto, Geld descartou a possibilidade de Dreyfus e Amaggi atuarem juntos também na produção, dando a entender que as duas companhias têm suas próprias estratégias para a região. "Nossa sinergia termina neste ponto", afirmou. O grupo Amaggi é um dos maiores produtores de soja do Mato Grosso, concentrando sua atividade naquele Estado. Já a Dreyfus tem participação na Calix Agro, que possui propriedades na Bahia e em Goiás. Em compensação, disse o executivo, a parceria com a Amaggi trará ganhos expressivos na área de comercialização. "Eles (Amaggi) possuem uma presença nacional e um conhecimento de 'originação' de produto e financiamento do agricultor por meio da troca de insumos que são muito complementares para a Dreyfus", afirmou. As duas empresas terão exatamente 50% de participação cada da joint venture, que vai se chamar Amaggi & LDCommodities. A companhia começa a operar em 2010, devendo movimentar aproximadamente 300 mil toneladas. A empresa vai incorporar a estrutura já construída pela Dreyfus na região - dois armazéns com capacidade de 60 mil toneladas cada, um em Luis Eduardo Magalhães (BA), onde também será a sede da companhia, e outro em Correntina (BA).
Segundo Geld, mais três silos devem ser construídos em 2010 nos Estados de Maranhão, Piauí e Tocantins, mas a localização dessas estruturas ainda não foi definida. Ao todo, a Amaggi & LDCommodities deve investir cerca de US$ 100 milhões na construção dos armazéns, que devem somar 12 ao final de cinco anos, quando a empresa terá capacidade de movimentar até 1 milhão de toneladas de grãos, com faturamento estimado de R$ 700 milhões. Ao todo, a região conhecida como "Matopiba" (acrônimo formado pelas siglas dos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) produz aproximadamente 6 milhões de toneladas de soja. Na Bahia, também são cultivadas 1,7 milhão de toneladas de milho.
O executivo ponderou que, por ora, não há expectativa de se investir em estruturas portuárias. "Acreditamos que podemos escoar esse 1 milhão de toneladas por meio de terceiros", afirmou. Toda a produção deve ser embarcada pelos portos de Aratu, na Bahia, e Itaqui, no Maranhão.Geld destaca que a proximidade entre as áreas produtoras e os portos favorece a competitividade da produção local. "Acreditamos que vamos conseguir pagar ao produtor de soja da região entre 10% e 15% a mais do que pagamos no Mato Grosso, por exemplo". Por outro lado, ponderou que os portos nordestinos ainda precisam ganhar eficiência. "A logística é um desafio nacional", sentenciou.
Recentemente, a Louis Dreyfus fechou acordo com a Santelisa Vale criando a segunda maior companhia de açúcar, etanol e bioenergia do mundo, com capacidade de moagem de 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Geld disse que os dois negócios são isolados, “mas refletem a tendência de crescimento da empresa no País via parcerias com grupos nacionais”. “O objetivo é deixar a Dreyfus mais brasileira”.

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