segunda-feira, 15 de março de 2010

CÂMBIO PREVISÃO PARA FIM DE 2010 A R$ 1,81.

O mercado manteve todas as previsões para o câmbio em 2010 e em 2011. De acordo com a pesquisa Focus apresentada hoje pelo Banco Central, a mediana das previsões para a cotação da moeda norte-americana ao final deste ano seguiu em R$ 1,81. Quatro semanas atrás, a estimativa era de R$ 1,80. Para 2011, a previsão para a taxa de câmbio no fim do ano que vem manteve-se em R$ 1,85. Há um mês, as estimativas dos analistas estavam em iguais R$ 1,85. A mediana das previsões para a taxa média de câmbio no decorrer de 2010 permaneceu em R$ 1,83. Para 2011, a estimativa de dólar médio foi mantida em R$ 1,84. Quatro semanas antes, analistas previam taxa média de R$ 1,83 para os dois anos.

Depois da experiência gerada pela crise internacional no final de 2008, o Ministério da Fazenda cada vez mais procura monitorar e identificar claramente quais os fatores que levam à valorização do real ante o dólar. Segundo uma fonte próxima ao ministro Guido Mantega, a partir dessa análise mais acurada que a política econômica deve ser acionada, com o intuito de evitar distorções no mercado e suavizar tendências no câmbio.Essa fonte lembrou que, em 2008, o dólar atingiu a marca de R$ 1,55, o que, em sua visão, ocorreu por conta da disseminação de operações com "derivativos tóxicos" no mercado de câmbio. Quando a crise estourou e elevou o dólar, essas operações, que não foram previamente identificadas, provocaram graves perdas para grandes empresas como Sadia e Aracruz, entre outras, e realimentaram a escalada do dólar contra o real. A visão da Fazenda hoje, mais do que se preocupar com o nível da taxa de câmbio, é de prevenir situações desse tipo ou similares, como um excesso de fluxo de dólares para ganhar com arbitragem de taxa de juros - o que ficou claro com a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a entrada de dólares para renda fixa e ações. Também há uma preocupação da Fazenda com a tendência de valorização da moeda brasileira. Esse integrante do governo avalia que o mercado, desde a instituição do IOF no final do ano passado, tem trabalhado com um "piso" de R$ 1,70 e, por isso, dificilmente o dólar cairia abaixo desse valor. Mas a intenção não é atuar para desvalorizar o real, porque uma moeda depreciada também gera custos para a economia, e também não é trabalhar com um câmbio fixo, que já gerou diversas crises no Brasil. "A arte é fazer uma administração para suavizar tendências e, mais que isso, evitar distorções indevidas. Mas não tem fórmula pronta para isso", disse. A fonte pondera também que, embora seja um elemento importante, o câmbio não deve ser visto como uma panaceia, que vai resolver todos os problemas do setor exportador. "O câmbio não é solução de tudo", disse, explicando que é preciso atacar problemas de ordem tributária e também melhorar a condição de crédito para o exportador - nesse último caso, cita os estudos do governo para criação de um Eximbank, que vai ajudar especialmente as pequenas e médias empresas a exportar.
Além disso, a fonte tenta desmistificar a tese de que o Brasil está se tornando um mero exportador de produtos primários. Mesmo porque, explica, a queda na participação dos manufaturados nos últimos anos teria mais a ver com a expansão mais acelerada dos bens primários e não com uma queda real nas vendas de manufaturados.
Nesse sentido, a fonte destaca que é um erro tratar a exportação de produtos agrícolas como a soja, que cresceu muito nos últimos anos, como algo sem valor agregado. Segundo a fonte, a soja brasileira é produzida com os maiores níveis de produtividade do mundo, fruto de 50 anos de investimentos em tecnologia liderados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Isso não quer dizer que não se deva trabalhar para aumentar as exportações de bens de maior tecnologia. Mas nesse caso, deve-se trabalhar em tributos. Não é o câmbio sozinho que vai resolver o problema", disse.
Sobre as críticas à continuidade da política de acumulação de reservas internacionais, por conta do custo fiscal que ela gera, a fonte esclareceu que a lógica do governo é: o nível das reservas depende do fluxo de dólares para o País e que vale a pena fazer esse seguro contra crises.

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