segunda-feira, 15 de março de 2010

MATO GROSSO COLHE SAFRA RECORDE, COM RENDA MENOR.

Um estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura reforça as previsões pessimistas dos produtores rurais de Mato Grosso sobre a perspectiva de queda na rentabilidade do setor nesta safra. Segundo as projeções da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, apesar da previsão de colheita da maior safra de grãos da história, o valor da produção agrícola em Mato Grosso neste ano terá uma queda de 7,6% em relação ao ano passado e de 17% comparativamente aos resultados de 2008. A soja, que é o carro-chefe, com 66% do valor da produção da agricultura do Estado, deve apresentar uma queda de 3% na renda, mesmo com o aumento de 5,6% no volume a ser colhido, que pelas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve atingir 18,9 milhões de toneladas. O algodão, que é o segundo produto de destaque, com 16% do valor da produção, deve apresentar uma queda de renda de 11,8% em 2010. A renda do milho deve cair 15%, do arroz 17% e do feijão 62%. Com a baixa rentabilidade prevista para esta safra, o fantasma do endividamento volta a assombrar os produtores rurais, que esperavam melhores condições neste ano para renegociar seus débitos. A Federação de Agricultura de Mato Grosso estima que as dívidas do setor rural somam R$ 10 bilhões e que serão necessários dez anos para quitar o saldo devedor. Dados apurados pelo setor junto ao Ministério da Fazenda mostram que os agricultores de Mato Grosso devem cerca de R$ 1,906 bilhão em custeios prorrogados, mais R$ 1,396 bilhão no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO)e outros R$ 43,8 milhões entre dívidas já renegociadas. Também existem débitos de renegociações antigas, como a securitização (R$ 1,204 bilhão), Pesa (R$ 1,332 bilhão), Prodecer (R$ 200 milhões) e Funcafé (R$ 2,451 milhões), além de dívida ativa com a União que chega a R$ 700 milhões.Uma das principais reclamações do setor diz respeito às dívidas feitas na aquisição de máquinas, cujo montante não foi divulgado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que repassa os recursos para os bancos das montadoras. Os juros dos financiamentos contraídos em 2003 e 2004, cujas parcelas foram adiadas nos últimos anos, devem elevar as dívidas em 250% até o vencimento em 2017, segundo cálculos do senador Gilberto Goellner (DEM-MT). A baixa rentabilidade da agricultura, em ano de eleições, pode resultar numa nova onda de renegociação das dívidas no campo.

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