segunda-feira, 21 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
No final do mês passado, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Assessoria de Gestão Estratégica, publicou o estudo ‘Projeções do Agronegócio Brasil 2011/12 a 2021/22’, onde se projeta a perda de força de Mato Grosso dentro do avanço da sojicultura nacional nos próximos dez anos. A possibilidade vislumbrada pela União está na contramão de previsões feitas no Estado, tanto pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) como pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) que apostam na evolução da produção induzida pelo mercado consumidor como também pela maior oferta de logística de transporte até o final desta década.
Conforme o Mapa, “Mato Grosso deverá perder força nesse processo de expansão de novas áreas, devido principalmente aos preços de terras nesse Estado que são mais que o dobro dos preços de terras de lavouras nos estados do Matopiba (FGV/FGVDados). Como os empreendimentos nessas novas regiões compreendem áreas de grande extensão, o preço da terra é um fator decisivo”.
As entidades mato-grossenses acreditam que considerando a cadência atual do mercado e nas apostas de que a oferta continuará correndo atrás da demanda nesta década, Mato Grosso adicionará cerca de 11 milhões de toneladas (t), ao atingir na safra 2021/22 uma produção de 32,8 milhões de t e área plantada de 9,75 milhões de hectares (ha). Números que se confirmados, imprimirão uma expansão espacial de 39% e de 54% na produção do grão, considerando a performance da atual safra 2011/12, na qual a soja estadual obteve produção de 21,3 milhões de t e área de 7,07 milhões de ha. Na projeção do Mapa, a sojicultura mato-grossense crescerá 26% nos próximos dez anos – ao sair de 21,54 milhões de t para 27,16 milhões de t - e a área plantada contabilizará alta de 24,6%, ao passar dos atuais 6,93 milhões de hectares para 8,64 milhões.
Ainda conforme o Mapa, de fato a produção estadual avançará muito pouco em relação à participação no contexto nacional, que passará de 29,20% nesta safra, para 30,54%. A projeção prevê uma produção nacional de 88,91 milhões de t. Considerando os números da Aprosoja/MT e do Imea, a participação estadual no bolo brasileiro da soja, vai a quase 37%, percentual histórico.
O presidente da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro, não acredita nos números do Mapa em função do caráter conservador para um intervalo de longo prazo. “Para a safra 2012/13 já projetamos área plantada de cerca de 7,5 milhões de hectares e produção de 23 milhões de toneladas. Deve haver algum equívoco”. Fávaro destaca ainda que todo potencial de expansão projetado ao Brasil só encontra espaço no Estado. “Temos atualmente um estoque de terras degradadas ou com pastagem de baixa produtividade que soma mais de 7,7 milhões de hectares. Se atingirmos a previsão de 9,75 milhões de hectares em 2021/22, ainda teremos uma reserva de outros 5 milhões de hectares. Só Mato Grosso pode avançar tanto e sem derrubar nenhuma árvore, sem abrir novas terras”, defende.
ESTUDO – Atualmente, a produção de soja no Brasil é liderada pelos estados de Mato Grosso, com 29,2% da produção nacional, seguido do Paraná com, 18,4%, Rio Grande do Sul com 14,0% e Goiás, 10,8%. “Mas, a produção de soja está evoluindo também para novas áreas no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que em 2012 respondem por 10,4% da produção brasileira”, diz trecho do estudo. Seguindo as justificativas, o Mapa destaca que a expansão da produção de soja no país será fruto da combinação de expansão de área e de produtividade. “A soja deve expandir-se por meio de uma combinação de expansão de fronteira em regiões onde ainda há terras disponíveis, ocupação de terras de pastagens e pela substituição de lavouras onde não há terras disponíveis para serem incorporadas. Estima-se que essa expansão deve ocorrer em áreas de grande potencial produtivo, como as áreas de cerrados compreendidas na região que atualmente é chamada de Matopiba, por compreender terras situadas nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia”.
MILHO – Para o grão, cultura em que o Estado lidera a segunda safra nacional e que é a terceira em receita da produção, os números do Mapa desagradaram ainda mais. Mato Grosso está na expectativa de colher a maior safra de todos os tempo, 12 milhões de t a partir do final deste mês, o que resultaria em 40% da safra nacional. Para os próximos dez anos, o Mapa prevê uma participação inalterada no bolo, em 13% do total nacional, com uma produção de 9,13 milhões de t e área de 2,34 milhões de ha na safra 2021/22, avanços de 23% e 22%, respectivamente. “A segunda safra do milho avança junto com a área de soja. Tradicionalmente, 30% da área com soja abriga o milho segunda safra, o que daria mais de 2,9 milhões de hectares em 2021/22”, frisa Fávaro.
Autor: Marianna Peres
sexta-feira, 4 de maio de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Fórmula do novo valor do Fethab/facs.
Os produtores rurais precisam ficar atentos para o novo valor do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e Fundo de Auxílio à Cultura da Soja (Facs), que começou a ser cobrado em janeiro deste ano. Isso porque o valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que é a base de cálculo do Fethab e Facs, foi reajustado para R$ 46,27. Sendo assim, o valor incidente por saca de soja que as tradings devem descontar é de R$ 0,60 (confira tabela abaixo).
A negociação para o reajuste da UPF é uma discussão antiga entre as associações de classes do segmento rural e o governo do Estado. A UPF é a “moeda” usada pelo governo para basear o valor de pagamento e recebimento de taxas diversas. Segundo a legislação estadual, o reajuste da UPF pode ser feito duas vezes ao ano, em janeiro e em julho, por um índice chamado Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI).
Porém, não é o que está acontecendo nos últimos meses em Mato Grosso. Em janeiro do ano passado, a UPF era de R$ 34,82. Foi reajustada, legalmente, em julho, para R$ 36,03. Depois disso, o governo estadual reajustou a UPF mais duas vezes no mesmo ano, fora do período legal, o que levou a Aprosoja e demais entidades do setor produtivo a uma intensa negociação com o executivo para reverter isto.
Por fim, o governo editou, em dezembro do ano passado, a Portaria 353, que alterou o valor da UPF de R$ 39,86 para 92,54 (com validade a partir de janeiro de 2012). Por conta das negociações que já vinham ocorrendo foi concedido um desconto de 50% em cima do novo valor para a cobrança do Fethab, chegando-se a R$ 46,27, valor praticado atualmente.
No início de 2012, entidades e governo voltaram a se reunir e ficou acordado que este valor (R$ 46,27) deverá ser instituído por meio de lei, ficando revogada a legislação atual que prevê o valor para a UPF de R$ 92,54 e atribui o desconto de 50%, que poderia ser retirado a qualquer momento.
Assim, o Fethab será cobrado pela base de R$ 46,27, definido em lei, e as demais taxas pelo valor normal da UPF (R$ 92,54), com os descontos de acordo com a política do governo.
O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, acredita que mesmo com os reajustes as negociações representaram um ganho para a classe produtiva. “Tivemos que ceder em alguns pontos para ganhar em outros importantes. Conseguimos revogar o decreto que tributava os fertilizantes e o frete intermunicipal, somente estes dois trariam um impacto no setor soja de R$ 337 milhões. No fim das contas, conseguimos reduzir a tributação do setor agrícola como um todo que seria de R$ 1,1 bilhão para R$ 150 milhões”, explicou.
Confira abaixo a tabela com os valores atuais de descontos do Fethab e Facs e as variações da UPF:
UPF: R$ 46,27 (base de cálculo)
Fethab Facs
19,21% (sobre o valor da UPF) 2,52% (sobre o valor da UPF)
R$ 8,89 R$ 1,17 / ton
R$ 0,53 R$ 0,07 / saca
Total: R$ 0,60 / saca
Fonte: Ascom Aprosoja
Preços de frete cai para menor nivel em 25 anos.
Os preços de transporte de frete para matérias-primas secas estão definhando perto de seu nível mais baixo em 25 anos, devido ao excesso de oferta de navios e fraca demanda chinesa, segundo comentários de analistas nesta terça-feira.
O Baltic Dry Index, um termometro que acompanha o custo de alugar navios para transportar mercadorias, tais como carvão, minério de ferro e grãos através dos oceanos, caiu na sexta-feira para 647 pontos - o menor nível desde agosto de 1986.
O indicador recuou apenas ligeiramente segunda-feira durante a noite para ficar em apenas 648 pontos.
Analistas culpam vários fatores para a queda, incluindo um excesso de oferta grande de navios, custos de combustível elevados e demanda asiática mais fraco que o esperado após o Ano Novo Chinês.
O BDI despencou 62% este ano e quarta-feira passada que afundou sob baixos níveis vistos pela última vez na esteira da crise financeira de 2008, que provocou uma recessão global.
Outros fatores negativos incluem longa duração da zona do euro crise da dívida soberana e más condições atmosféricas. "Os problemas na Europa não apoia os preços.
O mau tempo também atrasaram severamente a capacidade dos operadores de transporte para transportar muitas matérias-primas de alguns países produtores.
(END) Dow Jones
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
APROSOJA - Perspectivas para o produtor de soja na safra 2011-2012.
Após uma safra 2010-2011 excepcionalmente boa, onde o mercado proporcionou bons preços e as condições climáticas a melhor produtividade de soja da história, a safra 2011-2012 está plantada e o cenário de preços e produtividade a serem auferidos pelo produtor está indefinido até o momento. Embora com aumento da área plantada e do nível tecnológico, as condições climáticas não estão indicando níveis de produtividade médios semelhantes aos alcançados na safra 2010-2011. Da porteira para dentro, os produtores em geral terão produtividades e preços menores, o que resultará em uma margem operacional mais apertada que a do ano passado. Permanecendo esse quadro, a sensação de aperto deve aparecer na época da colheita, pois, ao colherem e venderem a safra, os produtores de soja terão um menor faturamento disponível para pagar o financiamento da safra passada e estarão diante de uma relação de troca soja/insumos mais estreita para financiar a próxima safra 2012-2013.
As condições climáticas ocasionadas pelo fenômeno “La Niña” estão afetando algumas das regiões produtoras de soja mais importantes do Brasil. Parte das regiões produtoras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudeste de Mato Grosso enfrenta desde os meses de novembro e dezembro longas estiagens, o que já está comprometendo o desenvolvimento e a expectativa de produtividade das lavouras. No Paraná, as primeiras lavouras de soja precoce plantadas em setembro já estão sendo colhidas e proporcionando rendimento 15% abaixo do previsto em função de estiagens ocorridas no período posterior ao plantio. Nos demais estados e regiões citadas, os graus de perda de produtividade são variados, mas já se estimam perdas significativas ao nível de 6% no potencial produtivo da safra brasileira. Nos demais estados da região Centro-Oeste, Nordeste e Norte, embora não se percebam ainda impactos negativos causados por estiagens, tem-se observado um regime de chuvas mal distribuído, com microrregiões bem supridas e outras mal supridas dentro da mesma região edafoclimática.
Devido à crise econômica europeia, os preços internacionais da soja recuaram bastante, desde os preços obtidos na colheita da última safra. Embora o câmbio tenha expressado uma valorização do dólar perante o real desde que os indícios da crise europeia ficaram mais evidentes, e isso possa internamente ter arrefecido a percepção de queda no preço interno da soja, a relação de troca de soja por insumos já piorou muito, pois os insumos tendem a acompanhar a valorização do dólar. Os especialistas sinalizam que, pelo fato de a Europa não ser uma consumidora de produtos agrícolas brasileiros, seus efeitos sobre a queda dos preços não deve ser muito drástico.
Nos mercados agrícolas, especialmente de alimentos, a demografia tem papel de grande relevância para a demanda, que possui como crescimento mínimo a taxa de elevação da população mundial. A produção, porém, é limitada pelo estoque de terras disponíveis, recursos hídricos e tecnologias. Dessa forma os preços da soja em 2012 não devem continuar a tendência de queda iniciada em 2011, pois é necessário incentivar a produção futura. Além disso, o consumo da China e da Índia não deve diferenciar significativamente dos níveis atuais. Porém, a desaceleração econômica da Europa certamente terá reflexos de alguma magnitude nas economias do mundo todo, incluindo nas dos países asiáticos, que atualmente são os nossos maiores importadores de soja.
Embora não se possa afirmar categoricamente qual será o cenário de preços na colheita da safra 2011-2012, é prudente que o produtor se prepare para uma situação mais apertada e se ajuste desde já. Enquanto os preços da soja permaneceram elevados, os possíveis problemas estruturais e de gestão de cada propriedade puderam ser, em boa parte, compensados por um fluxo maior de receitas. Com os preços da soja menores associados aos custos dos insumos maiores, tais problemas tendem a vir à tona.
Os agricultores brasileiros colheram 75,324 milhões de toneladas de soja no ano agrícola 2010-2011, representando safra recorde. De acordo com levantamentos da Conab (3ª avaliação, publicada em dezembro de 2011), a área plantada na safra 2011-2012 será de 24,350 milhões de hectares – 0,7 % (169,2 mil hectares) superior à da safra 2010-2011. E a previsão para a produção de soja na safra 2011-2012 no Brasil indica um volume de 71,287 milhões de toneladas, que é 5,46% (4,038 milhões de toneladas) menor que a safra anterior, devido ao cenário climático já citado.
As cotações futuras de soja fecharam com ganhos inexpressivos, no dia 23 de dezembro de 2011, na Bolsa Mercantil de Chicago, chegando US$ 26,07 por saco de 60 kg (cotação para maio de 2012, posto Chicago), valor 3 US$/saco (quase 10%) abaixo do ocorrido em 17 de dezembro de 2010 (um ano atrás). A principal motivação dos compradores futuros da soja foram os comentários sobre previsões climáticas adversas para a Argentina durante a semana útil iniciada em 26 de dezembro de 2011 e preocupações com a possibilidade de o clima mais seco do que o normal se estender naquele país vizinho à fase de pleno desenvolvimento reprodutivo da soja (janeiro de 2012), que se traduziram na manutenção de prêmios de risco climático ora incorporados às cotações futuras da oleaginosa, em Chicago.
Diante desse cenário de preços em Chicago, o mercado interno ficará muito dependente das variações cambiais a ocorrerem no primeiro semestre de 2012. Estas, por sua vez, dependerão da evolução ou recuperação da crise europeia. E os produtores devem ficar atentos para aproveitar eventuais momentos de picos de preço e ir travando alguns lotes da soja a ser colhida no primeiro trimestre de 2012, pois, de agora em diante, ao se aproximar a colheita da safra sul-americana, o mercado especulativo de clima deve começar a atuar, juntamente com os humores da crise europeia.
Vencida a etapa do plantio, o produtor de soja agora não deve se preocupar somente com o controle da ferrugem-asiática, lagartas, percevejos, etc., em suas lavouras, mas principalmente ficar de olho nas variações dos preços da soja, e na negociação da próxima safra. Especial cuidado se deve ter ao negociar os insumos para o plantio da safra 2012-2013, pois estes estão ainda com preços elevados, puxados pela alta da soja e das commodities ocorrida no último ano.
Com o dólar elevado, possivelmente o preço dos insumos não deverá cair tão rapidamente. O produtor deve lutar para negociar uma relação de troca similar à que houve na última safra, pois, na ocorrência de quedas ainda maiores do preço da soja, o produtor não conseguirá bancar um patamar de custos tão elevados como os da última safra. A isso devem-se somar as prestações de financiamentos de custeio e investimentos que a grande maioria dos produtores terá para pagar ao longo do ano 2012.
À grande maioria dos produtores que não estão capitalizados para custear a próxima safra com recursos próprios, este planejamento será fundamental. Embora não seja o mais provável, um desfecho desordenado da crise europeia, que empurre mais países para a reestruturação forçada de suas dívidas, pode ocorrer. Nessas circunstâncias, o sistema financeiro global seria afetado, produzindo um estrangulamento dos fluxos internacionais de crédito. O crédito para custeio vindo de tradings e empresas de insumos poderia se tornar escasso e ainda mais caro do que já é. No cenário incerto que neste momento se apresenta, o mais importante é o produtor tentar fazer um custo de produção baixo na safra 2012-2013, com especial atenção ao custo financeiro.
Autor: Sebastião Pedro da Silva Neto, pesquisador da Embrapa Cerrados.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
LOGÍSTICA E O DESENVOLVIMENTO DO MATO GROSSO.
Em 2014 será inaugurada a ampliação do Canal do Panamá. A passagem permitirá o trânsito de navios com até 150.000 toneladas de capacidade de carga, o que hoje só alcança 60.000 toneladas. Será um incremento significativo. A produção agrícola que hoje escoa pelos portos como São Luiz, Pecém, Santarém e Itacoatiara, passando por esse Canal, poderá ter um valor de até US$ 2 por saco transferido aos agricultores, com a ampliação do mesmo. São investimentos do tipo que fazem a diferença quanto à formação da renda do setor.
Concretamente, o que foi feito até agora quanto à logística integrada para o escoamento da produção do estado de Mato Grosso?
O Plano de Investimentos para a Amazônia Legal, até 2020, com base no PAC contempla:
Hidrovias – R$ 2 bilhões. Todavia, não há nos projetos das hidroelétricas de São Manoel e Sinop, no rio Teles Pires, a implantação de eclusas. Logo, fere de morte a possibilidade de uma integração modal, para escoar a produção do principal eixo produtivo do estado.
Ferrovias – R$ 4.8 bilhões. A VALEC, reativa agora os estudos preliminares quanto a Ferrovia do Centro Oeste – FICO. Quando o primeiro trem apitará numa curva ainda que imaginária, na chegada de Lucas do Rio Verde?
Rodovias – A conclusão do asfaltamento da BR 163, vital para o escoamento de volumes significativos da produção estadual, poderá permitir o aproveitamento dessa nova vantagem do Canal do Panamá.
A luta pela redenção logística vem desde a década de 80, e o seu retardamento só trouxe sofrimento e dor a quem trabalha e produz. A qualidade do desenvolvimento regional teria sido outra, sendo desperdiçados recursos imensos, que acumulados, teriam dado sentido ao princípio de que incorporação do Povo à Nação significa desenvolvimento econômico.
Os governantes não podem e não devem esquecer que a geopolítica é a consciência geográfica do Estado.
Autor: Rui Wolfart
Rui Wolfart é engenheiro agrônomo, especializado em administração. Ex gestor público na área fundiária. Produtor Rural há 27 anos em Mato Grosso.
PRODUÇÃO DE GRÃOS/CONAB.
A produção nacional de grãos da safra 2011/12 deve chegar a 158,433 milhões de toneladas, com uma redução de 2,8% ou 4,524 milhões de toneladas, se comparada à última safra que chegou a 162,958 milhões de toneladas. O resultado é do quarto levantamento realizado pela Conab e anunciado hoje (10), em Brasília. Em relação ao último levantamento, realizado no mês passado, houve uma redução de 0,4% ou 646 mil toneladas. A diminuição é atribuída a fatores climáticos adversos, ocorridos principalmente na região Sul.
As culturas de maior representação – milho e soja – somam 83% de toda a safra, com uma produção de 130,962 milhões de toneladas. O milho pode crescer 2,9%, considerando apenas a participação do de Primeira Safra. O de Segunda Safra só terá definida a situação a partir deste mês.
Área – No caso da previsão de área, esta deve ficar em torno dos 50,447 milhões de hectares, com um crescimento de 1,1%, o que representa 528,2 mil hectares a mais que a última safra, que alcançou 49,919 milhões de hectares. O aumento se relaciona ao milho Primeira Safra e à soja, com um aumento de 9,1% e 1,9%, respectivamente.
Por outro lado, o arroz teve redução de área, devendo perder 267,3 mil hectares em relação ao cultivo anterior, quando chegou a 2,820 milhões de hectares. A queda mais acentuada ocorre no Rio Grande do Sul, que deixa de cultivar 118,6 mil hectares.
Também, o feijão Primeira Safra apresentou redução. Em relação ao cultivo anterior de 1,420 milhão de hectares, houve uma queda de 147,9 mil hectares. O Paraná, maior produtor nacional, deixou de cultivar 93,5 mil hectares. Na safra anterior, semeou 344,1 mil hectares.
Já quanto à região Nordeste, o quarto levantamento considerou apenas o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e do Piauí. E para a região Norte, foram considerados somente os estados do Tocantins e de Rondônia. Para as demais regiões, foram mantidas as áreas da safra anterior, uma vez que o plantio só começa este mês.
A pesquisa foi realizada por cerca de 60 técnicos, entre os dias 15 e 19 de dezembro, após ouvidos representantes de órgãos públicos e privados ligados à produção agrícola em todos os estados produtores. (Raimundo Estevam/Conab)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
LA NIÑA PROVOCA SECA EM 2/3 DAS LAVOURAS DO PARANÁ.
Perto de dois terços das lavouras de grãos do Paraná sofrem desde o início do mês com a redução das chuvas. Escassas e irregulares, as precipitações são consideradas insuficientes nas regiões Sudoeste, Oeste, Noroeste, Centro-Oeste, Norte e Norte Pioneiro. Só nos Campos Gerais e no Sul o problema é menos grave. Há fazendas que estão há 30 dias sem chuva em municípios do Sudoeste e do Oeste.
A agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura, avalia que 62% do milho e 44% da soja – em floração e frutificação – estão suscetíveis a perdas climáticas. A seca é considerada manifestação do La Niña.
“Se não chover dentro de uma semana, teremos uma forte perda na colheita”, disse o agricultor Ademir Casarotto, de Maringá (Noroeste). O solo arenoso da região fica seco em poucos dias, o que agrava a situação. O potencial de recuperação das plantas será testado a partir desta semana. A previsão é que o tempo fique nublado com pancadas de chuva nas regiões secas.
Maringá está entre as regiões mais prejudicadas, afirma o técnico do Deral Marcelo Garrido. Nessas regiões, as lavouras receberam 10% da umidade esperada para dezembro, relata. “Quantidades muito pequenas de chuva não recuperam a umidade do solo.”
O gerente do Departamento Agronômico da cooperativa C. Vale, Ronaldo Vendrame, afirma que a má distribuição das chuvas castiga a região de Palotina (Oeste). “Temos lavouras há mais de 30 dias sem chuva e outras, bem próximas, que receberam 30 milímetros nos últimos dias.”
O última safra em que o Paraná enfrentou quebra na produção agrícola por causa do La Niña foi a de 2005/06. As perdas foram de 4,13 milhões de toneladas de grãos (58% soja), conforme as estatísticas do Deral. A produção de soja teve redução estimada em 20%, a de milho em 18% e a de feijão em 14%. O La Niña de 2005/06 foi considerado forte. O fenômeno se repetiu na safra passada, com intensidade moderada, sem provocar perdas no verão, o que foi considerado uma exceção. Desta vez, a intensidade também é moderada e as previsões são de chuvas escassas e irregulares para o Sul do país para dezembro e janeiro.
fonte gazeta do povo
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
PERFORMANCE MEDÍOCRE.
Em meados dos anos 80 o cantor Benito di Paula fez uma música de protesto para os atores que se aventuravam como intérpretes musicais. Naquela época estava se tornando corriqueiro o fato de alguns atores, aproveitando-se da exposição construída pela tela da TV, gravarem músicas como se cantores fossem. É lógico que, aos ouvidos mais preparados, a falta de voz e talento eram evidentes. Tão comum tornou-se esta prática que houve uma reação por parte dos verdadeiros cantores e compositores, pois estavam sofrendo concorrência na sua atividade. Resultou daí a música “assobiar ou chupar cana” onde Benito criticava de maneira contundente estes cantores de ocasião, ou se quiserem, de banheiro.
Esta tendência de artistas utilizarem sua imagem pública para opinar sobre temas variados, portanto, não é fato novo. A revista Veja da semana passada estampou na sua capa a reportagem “o nocaute das estrelas” onde literalmente desmontou o modismo assumido pelos ecochatos atores da TV brasileira. Ao gravarem o vídeo “gota d’água” alguns atores globais criticaram pesadamente a construção da usina de Belo Monte no Pará. Manifestaram-se sobre o que desconheciam e foram desmascarados com magnífica competência por inúmeros estudantes universitários que ousaram se aprofundar no tema. A revista captou com a costumeira sensibilidade editorial que lhe é peculiar esta tendência de pessoas famosas, aproveitando-se da sua popularidade, opinarem sobre assuntos diversos, sem que possuam o mínimo conhecimento para tal.
Estas manifestações equivocadas já vêm ocorrendo sistematicamente, principalmente quando o assunto da moda refere-se ao aquecimento global, ao novo Código Florestal e ao desmatamento das florestas. Nestes momentos surgem alguns “engajados” artistas e posam de preocupados com o meio ambiente. Porque defender o meio ambiente hoje em dia é “fashion”. Dá Ibope. Nesta linha, produtores rurais passam a ser rotulados como destruidores do planeta, pois modificam a paisagem idílica que os citadinos possuem do ambiente rural. Posições discriminatórias, preconceituosas e desprovidas de realidade são estampadas nas faces das torlonis, dos jucas, dos fasanos e outros tantos artistas que, em última análise, são formadores de opinião, incrementando desta forma a distorcida visão do campo brasileiro.
A história da agricultura brasileira precisa ser recontada para os cidadãos urbanos, agora com responsabilidade e isenção. É preciso que se diga, por exemplo, que do ano de 1975 até 2011 o preço dos produtos da cesta básica brasileira caíram para 1/3 do seu valor original, o que permitiu a milhões de pessoas melhorarem sua dieta com menor comprometimento do seu salário. Muitos programas sociais divulgados com ufania pelos governos não tiveram, nem de longe, o alcance social desta depreciação nos preços dos alimentos.
Também convém destacar que nos últimos 35 anos o Brasil passou de importador a um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, utilizando menos de 10% do seu território nesta produção. Tudo isto foi conseguido graças ao esforço e competência de milhares de produtores rurais aliados às tecnologias de clima tropical geradas aqui mesmo e que hoje também já são exportadas para vários países, entre eles os países africanos.
No ano de 1940, por exemplo, um agricultor brasileiro alimentava 19 pessoas, na década de 70 este número subiu para 71 pessoas e, nos dias de hoje, alimenta 155 pessoas. Ou seja, cada vez mais cidadãos urbanos dependem do trabalho incansável dos “ruralistas”, termo este usado pejorativamente por muitos setores da imprensa descompromissada com a realidade dos fatos. Milhares de hectares de terras foram “poupados” pelo significativo aumento de produtividade gerado dentro da porteira das fazendas, a despeito da precariedade na infraestrutura de portos, estradas e armazéns que comprometem sobremaneira a competitividade da agricultura brasileira.
Em respeito ao esforço diuturno de milhares de produtores rurais pelo Brasil afora, é necessário que aquelas pessoas que desejem manifestar-se sobre temas relativos ao agro o façam de maneira responsável, sobretudo se possuem grande visibilidade como é o caso dos artistas da televisão. Ao representar seu papel como ator o artista busca o reconhecimento do seu público. Ao produzirem alimentos os agricultores buscam apenas a valorização do seu trabalho, mas exigem, pelo menos, um pouco mais de consideração e respeito.
Rogério Arioli Silva
Engº Agrº e Produtor Rural
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