segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SOJA-CHINA DEVE DEIXAR GRÃO FORA DE DISPUTAS.

A disputa entre Estados Unidos e China não deve ter impacto imediato sobre o comércio de soja entre ambos, afirmaram analistas. Alguns deles, contudo, veem a situação com cautela. A China abriu investigação sobre as importações de carne de frango e produtos automotivos dos Estados Unidos, apenas dois dias após o governo norte-americano impor tarifa de até 35% sobre a importação de pneus chineses. A notícia preocupou exportadores de soja e outros produtos. "Guerras comerciais começam com pequenas coisas como essa", afirmou Jim Gerlach, presidente da AC Trading. "Esse é o medo maior: que essa disputa resulte em algo mais abrangente." O analista acredita, contudo, que a administração Obama não deixará o caso ganhar força porque está "totalmente consciente do que uma guerra comercial poderia fazer para a já fraca recuperação da economia global". A disputa pode se restringir ao campo das palavras, a não ser que seja seguida pela política "dente por dente, olho por olho", comentou. A China tem elevado suas importações de soja dos EUA depois que uma estiagem reduziu a produção na Argentina. Suas compras, e os escassos estoques dos EUA, ajudaram a puxar as cotações da soja na bolsa de Chicago para níveis muito altos. Dada essa dependência, será difícil o país escolher a oleaginosa como objeto de retaliação, ainda que seja o maior comprador mundial do produto, disse um trader da CBOT. Na safra 2008/09, a China importou 19 milhões de tons de soja norte-americana, ante 13,7 milhões de t na safra anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Alguns analistas, contudo, consideram a disputa negativa para os mercados agrícolas. Na CBOT, as cotações da soja, milho e trigo abriram em baixa hoje pressionadas pela disputa entre os dois países e pela expectativa de uma grande safra de grãos nos EUA. "O mercado de grãos não gosta de qualquer tipo de problema com a China", comentou Sterling Smith, analista da Country Hedging. Ele admite, contudo, que uma eventual guerra comercial não afetará mercado de forma imediata. Dennis Gartman, publisher da Gartman Letter, acredita que o embate é negativo e que a demanda por soja será prejudicada se EUA e China entrarem em algum tipo de batalha comercial. "Diante da investigação aberta a respeito das importações de frango e de autopeças dos EUA, imaginar que as vendas de grãos não serão afetadas é ingênuo e irracional", disse. "Elas poderão ser afetadas e com a grande safra a ser colhida, isso não é um fator positivo".

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