terça-feira, 24 de novembro de 2009

ARGENTINA: CHUVA INSUFICIENTE, PRODUTORES PREVEEM PERDAS.

O clima segue preocupando os produtores argentinos. As chuvas registradas nos últimos dias ainda são insuficientes para recompor as condições de umidade do solo em algumas regiões. Em outras cidades, o excesso de água provoca inundações e obriga a retirada das pessoas de suas casas. O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) manteve hoje o alerta sobre o mau tempo para o leste das províncias de Salta, Jujuy, La Rioja, Santiago Del Estero, Tucumán, Formosa e Chaco, e o centro e norte de Santa Fe e Córdoba, o Sul de Misiones e Corrientes e o norte de Entre Ríos. Em Chaco já foram removidas 200 pessoas. No sul e leste da Província de Córdoba, a estiagem provoca perdas de produção e afeta o abastecimento para o consumo humano. No município Salsipuedes, vizinha de Rio Ceballos, nas Sierras Chicas cordobesas, a metade dos poços continua praticamente seca e a água para os moradores está sendo distribuída pela prefeitura, por meio de caminhões pipas. O prefeito Sergio Cornejo decretou estado de emergência há semanas, mas esperava que a situação se revertesse na segunda quinzena de novembro. "O lençol freático teve um aumento mínimo de seu volume, que não é suficiente para abastecer as cisternas, nem o sistema de água", queixou-se. O trigo, o milho e o girassol estão sendo produzidas nas piores condições dos últimos anos. Com 1,49 milhão de hectares já semeados, segundo estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a superfície do girassol é a menor desde 1980/1981, quando atingiu 1,39 milhão de hectares. "A área dedicada ao girassol vai ser a mais baixa em 30 anos", reconhece o analista Gustavo López, da consultoria Agritrend. Segundo suas projeções, "se o rendimento chegar a 1.660 quilos por hectare, a colheita chegaria a 2,3 milhões de toneladas, o que representaria um volume mais baixo em 25 anos". O assessor da Associação Argentina de Girassol (Asagir), Jorge Ingaramo, disse que a estimativa da entidade é de uma produção de 2,5 milhões de toneladas. A retração não deve afetar o mercado interno, segundo avaliação de Ingaramo. Ele disse que em um "ano normal, como foi em 2007, a Argentina produziu 4,5 milhões de toneladas de grãos e 1,9 milhão de t de óleo, dos quais 400 mil toneladas foram consumidas no mercado interno". O assessor ressalta que, para atender a demanda doméstica, são necessários apenas 540 mil hectares de cultivo.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires afirmou, em seu boletim semanal, que "a continuação da extrema seca sobre distintas zonas conduz a um novo corte na intenção de implante (da lavoura)". O sudoeste de Buenos Aires, La Pampa, parte de Córdoba, sul de San Luis e nordeste continuam sofrendo com a seca, e os produtores que ainda não semearam estão à espera da umidade. Nesse mês, o girassol já subiu 16% por causa da projeção sobre uma menor área semeada. Os produtores reclamam que o girassol tem impostos de exportações muito elevados. "A matéria-prima paga 32% de retenções e os produtos elaborados pagam 30%", reclama, afirmando que o grão deveria pagar o mesmo que o milho: 20% para o grão e 17% para os derivados.

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