sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

RALLY DA SAFRA: CHUVA PREJUDICA COLHEITA NO MÉDIO-NORTE DE MT.

As condições climáticas voltaram a ficar desfavoráveis ao avanço da colheita da soja no médio-norte de Mato Grosso, região que concentra 40% da área plantada com a oleaginosa no Estado. Após oito dias seguidos de temperaturas altas e pancadas de chuvas, ontem houve uma trégua e muitos produtores puderam entrar com as máquinas para realizar a colheita na parte da tarde. Mas ontem à noite choveu em algumas áreas e hoje o dia amanheceu nublado, com chuvas isoladas.
A equipe 1 do Rally da Safra, que desde a segunda-feira percorre o norte de Mato Grosso, ontem realizou levantamento em lavouras de fazendas situadas entre Lucas do Rio Verde e Sorriso. Ao longo da BR 163, muitos agricultores aproveitaram a brecha de ontem para colher a soja que está dessecada no campo há quase de dez dias. A maioria das amostras colhidas pelos técnicos mostrou alto índice de umidade no grão colhido, na faixa de 20%, o que representará uma perda para o agricultor após a secagem do grão. Em algumas áreas visitadas já era visível a perda de produtividade provocada pelo excesso de umidade.
O agricultor Paulo Faruk de Moraes, que cultiva soja às margens da BR 163, na saída de Lucas para Sorriso, ontem enfrentava problemas para continuar a colheita numa área alagada pelas chuvas. Duas máquinas colheitadeiras atolaram no barro. Faruk disse que esperava colher 55 sacas por hectare, mas devido o excesso de umidade, a lavoura deve render 50 sacas por hectare. Entre áreas próprias e arrendadas, Faruk cultiva 1.600 hectares com soja em Lucas do Rio Verde. Ele já comercializou 40% da safra, porcentual abaixo da média da região, que chega a 50%.
Mesmo com as altas temperaturas e as chuvas, a ferrugem está sob controle no médio-norte de Mato Grosso. A maioria dos agricultores realizou duas aplicações de fungicida na soja precoce e deve realizar três nas variedades de ciclo médio e tardias. Até agora foram registrados na região 38 focos da doença. Fábio Meneghin, agrônomo da Agroconsult, que coordena a equipe 1 do Rally da Safra, diz que por enquanto os sinais são de boa produtividade nas lavouras de soja de Mato Grosso. Ele acha que os levantamentos de campo devem confirmar os dados preliminares da Agroconsult, que estima para o Mato Grosso uma produção de 18,6 milhões de toneladas de soja, a partir de uma área de 6,1 milhões de hectares. A produtividade média é estimada em 51 sacas por hectare.
Um dos fatores que tem levado os agricultores a acelerar a colheita mesmo com as lavouras ainda úmidas é a necessidade de dar início ao plantio do milho, cuja área irá aumentar nesta safra, apesar de a maioria dos produtores ter vendido a safra passada por menos de R$ 10/saca. Os agricultores que conseguiram melhores remunerações foram aqueles que venderam o milho para o governo pelo preço mínimo de R$ 13,20/saca ou arremataram prêmios nos leilões de equalização de preços. Agora, eles torcem para que o governo remova parte do milho comprado que se encontra nos armazéns, para abrir espaço para a soja. Segundo dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agrícola (Imea), ainda existem 4 milhões de toneladas de milho para serem escoadas no Estado, das quais 2,7 foram compradas pelo governo.
Além de confiar na continuidade da política de sustentação de preços do governo federal, o agricultor planta o milho por uma questão técnica, pois o cultivo do cereal é importante para quebrar o ciclo das pragas e doenças que infestam as lavouras de soja. Os técnicos da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) que acompanham o Rally da Safra estão preocupados com o fato de alguns agricultores estarem fazendo uma segunda safra de soja, contrariando a recomendação de realização da rotação de culturas.

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