terça-feira, 26 de janeiro de 2010

RALLY DA SAFRA: COLHEITA DA SOJA PRECOCE PODE DISSEMINAR FERRUGEM.

A disseminação da ferrugem na colheita da soja superprecoce, plantada logo após o fim do vazio sanitário, está ocupando os produtores da região oeste de Mato Grosso, que serão obrigados a realizar mais uma pulverização para proteger as variedades de ciclo média e tardias contra a doença. As altas temperaturas e as chuvas favoreceram a propagação da doença. Foram colhidas 638 amostras e constatados 29 focos de ferrugem na região oeste do Estado, segundo levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). O levantamento do índice de infestação da ferrugem e seu impacto na produtividade das lavouras é um dos objetivos do Rally da Safra, expedição organizada pela Agroconsult para levantar, em campo, estimativas sobre a safra de grãos que está em início de colheita.O Rally da Safra começou ontem em Cuiabá, de onde partiram duas equipes. Uma das equipes irá percorrer fazendas no oeste, norte e leste de Mato Grosso. A outra equipe percorrerá o sul de Mato Grosso, leste do Mato Grosso do Sul e oeste de Goiás. Nesta primeira etapa do Rally da Safra a ênfase será a colheita da soja precoce. No final de fevereiro, os técnicos voltam a visitar estas regiões para avaliar as lavouras de soja que neste momento estão em fase de desenvolvimento. Eles também acompanharão o início do plantio do milho safrinha.Na segunda etapa, o rali contará com seis equipes em campo, que irão percorrer também polos de produção no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins. A Agroconsult pretende colher 1,5 mil amostras de lavouras, ao percorrer 98% da área cultivada de soja e 80% da área de milho em todo País.Produtores - A Agência Estado acompanha os trabalhos no roteiro que começou ontem pelo norte do Mato Grosso, em Tangará da Serra, onde os técnicos da Agroconsult contam com a parceria de profissionais de campo da Aprosoja. Na tarde de ontem a equipe conversou com o produtor rural Rogério Arioli, sócio-proprietário da Agropecuária Novo Campo, em Tangará da Serra, que já colheu quase 10% dos 1.800 mil hectares de soja cultivados na safra 2009/10. Segundo Arioli, as chuvas dos últimos dias atrasaram os trabalhos de colheita. As lavouras ainda não apresentam problemas de contaminação pela ferrugem, que está sob controle, com três aplicações de fungicidas. A produtividade obtida até agora é de 57,4 sacas por hectare. Arioli já comercializou cerca de 60% da safra de soja e no momento aguarda melhor oportunidade de preços - nos últimos 15 dias as cotações recuaram R$ 10/saca na região, pressionadas pelo avanço da colheita na região.
O produtor Marcos Antônio Ortolan, de Campo Novo dos Parecis, deve iniciar na próxima quinta-feira a colheita em 1.880 hectares de soja. Ele prevê uma quebra de produtividade na soja precoce, que foi semeada no início de outubro, pois a lavoura enfrentou um período de 15 dias de estiagem. A produtividade deve ficar entre 53 a 55 sacas por hectare, abaixo da média de 60 sacas esperada para as variedades de ciclo médio e tardio. Para controlar a ferrugem, Ortolan fará de três a quatro aplicações de fungicidas. Outro gasto adicional será com inseticidas para controle da lagarta falsa medideira e da mosca branca. Devido ao aumento dos gastos com defensivos, ele acredita que o custo de produção será igual ao da safra passada, apesar da queda de preços dos fertilizantes. Ele já vendeu antecipadamente metade da produção de soja que será colhida.


Milho

A preocupação maior de Ortolan é com o escoamento do milho que foi vendido para a Companhia Nacional de Abastecimento. Das 70 mil toneladas de milho colhidas na safra passada, Ortolan comercializou 20 mil toneladas no mercado a R$ 10,80 e outras 50 mil toneladas foram vendidas a Conab pelo preço mínimo de garantia de R$ 13,20/saca. Ele tem na fazenda capacidade para armazenar 7.800 toneladas de grãos e aguarda que a Conab remova o milho de pelo menos uma das duas unidades de silos existentes na fazenda, a fim e abrir espaço para a armazenagem da soja que começa a ser colhida. Enquanto a Conab não esvazia um dos silos ele vai direcionar os primeiros lotes de soja para entrega nas fábricas.
O remanescente de milho da safra passada é uma das principais preocupações dos produtores. Rogério Arioli não conseguiu preços remuneradores e por isso ainda mantém o milho estocado na fazenda. Ele afirmou que mesmo com o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) do governo, de R$ 3,40/saca, a comercialização não é interessante, pois o produtor acaba obtendo no mercado R$ 8/saca, que resulta numa remuneração de R$ 11,40/saca, valor abaixo do preço mínimo de R$ 13,20.
O consultor Guaracy Pinto Calaza, de Campo Novo dos Parecis, defende a prorrogação do prazo de vencimento do PEP previsto para 10 de fevereiro, a fim de que o produtor possa aguardar uma reação nos preços do milho, que atualmente estão em R$ 7/saca na região. Com o prêmio de R$ 3,40/saca, o agricultor recebe R$ 10,40/saca. O milho da região comercializado por meio do PEP, pelo qual o governo banca parte do frete, chega aos centro consumidores do Ceará e Pernambuco por R$ 22/saca. Deste valor, R$ 17,20/saca são relativos ao custo do frete. A equipe do Rally da Safra prossegue viagem hoje. Nesta terça-feira, o grupo visita lavouras de Sapezal e Campos de Júlio.

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