quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SOJA: ROYALTY ANULA COMPETITIVIDADE DE OGMS.

O custo para se combater ervas daninhas nas lavouras de soja transgênica, resistente ao herbicida glifosato, foi menor do que em plantações convencionais este ano, aponta estudo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Se na safra 2008/09 o manejo da soja tradicional era 23% mais barato, na safra 2009/10 ele custou, em média, 108,5% a mais do que o da soja geneticamente modificada. No entanto, os ganhos do sojicultor que plantou transgênicos foram praticamente anulados pelo pagamento dos direitos de patente da tecnologia. A maior competitividade dos organismos geneticamente modificados (OGMs) deve-se principalmente ao comportamento distinto dos preços dos herbicidas, o agrotóxico usado no controle das plantas invasoras. Entre abril e agosto do ano passado, quando os agricultores fecharam a compra desse produto, o preço do glifosato havia caído 40% na média de todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. A queda foi bem superior à observada em relação aos concorrentes clorimuron e lactofen, que recuaram 17,5% e 7,7%, respectivamente. Além disso, os herbicidas usados para o controle de folhas estreitas, como o haloxifop-p-metil e cletodim, ficaram mais caros, o que neutralizou parcialmente a queda dos preços dos herbicidas utilizados na primeira pulverização das lavouras convencionais. Com isso, o custo de se controlar o surgimento de plantas daninhas em lavouras convencionais foi até 176% maior em Cascavel, no Paraná, 121,6% em Dourados, em Mato Grosso do Sul, 104,8% em Rondonópolis, em Mato Grosso, e 88,9% na cidade goiana de Rio Verde. Contudo, tamanha vantagem é praticamente anulada quando se contabiliza o pagamento do royalty na comercialização do grão. Em Cascavel, por exemplo, o custo operacional médio da safra foi de R$ 1.196 por hectare, no caso da soja transgênica, e R$ 1.141,90 por hectare, na soja convencional - uma vantagem de 4,8% para a convencional, conforme cálculos do Cepea. "Portanto, a expressiva queda do glifosato na safra 2009/10 não foi suficiente para reduzir o custo operacional da soja transgênica", conclui o Centro. Mesmo assim, a maior parte dos produtores optou por semear a soja geneticamente modificada pelas vantagens agronômicas que proporciona. Segundo o Cepea, os transgênicos garantem ao agricultor mais tempo para fazer o manejo das ervas daninhas depois que as plantações emergem. Além disso, o glifosato é mais eficaz que outros herbicidas no combate a algumas plantas invasoras.

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