segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

SOJA - PERSPECTIVA.

Os mercados futuros de grãos da Bolsa de Chicago abrem a semana à espera dos números mensais de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará amanhã (9), às 11h30 (horário de Brasília). A expectativa é de que o relatório possa apontar uma nova direção para os especuladores, que apostaram pesado contra os contratos de soja, milho e trigo nas últimas semanas.
No caso da soja, a média dos analistas de mercado ouvidos pela Agência Dow Jones acredita que o USDA vai elevar sua estimativa para as exportações e o esmagamento de soja dos Estados Unidos, o que obrigaria o órgão a rever para baixo sua projeção para os estoques finais de passagem daquele país. A projeção média aponta para um corte de 707 mil toneladas, para 5,96 milhões de toneladas. Embora maior do que o estoque da temporada passada (3,76 milhões de toneladas), o número ainda é considerado pequeno pelos analistas de mercado. "Trata-se de um estoque muito baixo se levarmos em consideração o atual nível do consumo americano", afirma Vinícius Ito, analista da corretora Newedge USA, em Nova York. Segundo Ito, os estoques previstos atualmente correspondem a apenas 7,1% da demanda total. "Historicamente, esse patamar é superior a 10%", afirma.
A situação da América do Sul é bem mais favorável. Caso se confirmem as últimas estimativas do USDA, o Brasil terminará a safra com estoques de 17,77 milhões de toneladas, suficientes para cobrir 30% da demanda total. Na Argentina, a proporção chega perto de 50%. Ito lembra, contudo, que o mercado futuro de Chicago, embora forme os preços de referência internacional, refletem prioritariamente a safra americana. "Se o USDA voltar a elevar a estimativa para a safra sul-americana e, de fato, cortar os estoques nos EUA, a tendência é que o corte dos estoques tenha maior influência sobre os preços. Os EUA estão mais vulneráveis", explica.
De modo geral, os analistas preveem ajustes modestos nas estimativas do USDA em relação ao milho. Vale lembrar que o milho liderou a forte queda dos grãos no mês passado, depois que o USDA elevou, de modo inesperado, sua previsão para a produção e os estoques domésticos de passagem. Desta vez, a expectativa é de que os estoques sejam revistos ligeiramente para baixo, de 1,76 bilhão de bushels (44,8 milhões de toneladas) para 1,74 bilhão de bushels (44,2 milhões de toneladas). Traders consideram tratar-se de um volume confortável e que deve ser pouco alterado daqui para frente. Por isso, a tendência é de que o mercado de milho olhe com um pouco mais de atenção para o balanço de oferta e demanda mundial. Alguns analistas acreditam que as atuais estimativas do USDA para a safra sul-americana estão subestimadas. Para a Argentina, a perspectiva é de que a safra esperada suba de 15 milhões para 17 milhões de toneladas. O Brasil também teria um aumento de 2 milhões de toneladas, para 53 milhões. Durante a semana a consultoria Informa Economics divulgou projeções ainda mais baixistas: 18,2 milhões de toneladas para a Argentina e 53,3 milhões de toneladas para o Brasil. De todo modo, analistas dizem que o mercado já teria precificado uma grande safra sul-americana. A menos que os números superem a previsão da Informa, o efeito sobre os preços deve ser pequeno. Os números do trigo são os menos aguardados, uma vez que há pouco espaço para mudanças significativas. Para os Estados Unidos, a expectativa é de que o USDA reduza a estimativa de estoque final de 976 milhões para 973 milhões de bushels - uma redução inferior a 10 mil toneladas, para 26,48 milhões de toneladas - um recorde. O mercado do trigo continua pressionado por uma ampla oferta nos EUA e no mundo, além de uma fraca demanda externa por trigo americano em um cenário de forte competitividade com os países da União Europeia e do leste europeu.

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