segunda-feira, 8 de março de 2010

CÉLERES–RESUMO SEMANAL, NOTÍCIAS DA COLHEITA E CBOT.

Com base em série histórica, os preços médios da soja negociados na Bolsa de Chicago para os meses de fevereiro de 1980 a 2010, tiveram a segunda maior média dos últimos trinta anos. O acompanhamento dos preços de fevereiro é importante, devido à influência dos mesmos em uma eventual estratégia de compra de insumos e plantio da nova safra norte americana. Os valores computados para fevereiro de 2010 (US$¢ 9,38/bushel), são inferiores apenas ao patamar recorde registrado em fevereiro de 2008, quando a média do bushel de soja (27,216 kg) ficou em US$¢ 1.389. Observa-se que o intervalo entre máximo e mínimo para a cotação da soja no mercado internacional, ao longo da história, ficou respectivamente em US$¢ 1.389/bushel (2008) e US$¢ 435/bushel (2002).
A cotação da soja no último mês de fevereiro, com referência em março/10, teve alta de 46,2% em relação ao preço praticado no mesmo período de 1980, o qual foi cotado na mesma época a US$¢ 641,40/bushel. No intervalo dos últimos cinco anos, a diferença no nível de preço sobe para 60,7%, uma vez que, as cotações médias da oleaginosa registraram valores para o período de apenas US$¢ 583/bushel. Essa maior diferença, com uma série histórica de intervalo menor, engloba os acontecimentos entre os anos de 2005 e 2006, tendo como base os seguintes fatores: safra cheia nos Estados Unidos (volume acima de 80,0 milhões t), redução nas exportações norte-americanas em 2005 e em consequencia, um grande volumes nos estoques iniciais de 2006. Seguindo a linha do tempo, é importante ressaltar que após a forte queda nos preços da soja em 2005, houve uma gradual recuperação dos mesmos a partir de 2006, por conta da retomada nas demandas por esmagamento, consumo doméstico e exportações nos EUA. De 2006 até 2008, o cenário foi de recuperação para os preços. Conforme previamente comentado, em 2008, teve-se um novo recorde para os preços da soja em fevereiro, o que resultou em maiores incrementos na área plantada da oleginosa. Por último, em reflexo de incremento na área plantada de soja e bons rendimentos médios das lavouras nos EUA, observou-se nova retração para os preços da commodity em 2009 e praticamente estabilidade para os valores de 2010.
Prêmios de exportação nos portos sulamericanos, apresentaram enfraquecimento em reflexo da maior oferta de soja, pelo acompanhamento dos preços praticados nos principais portos de exportaçao de soja mundial, notou-se que os prêmios de exportação na América do Sul, reportaram enfraquecimento frente à entrada de safra recorde neste mercado.
Neste início do ano, verificou-se firmeza dos prêmios pagos no mercado de exportação, apenas para o porto norte-americano (referência F.O.B. Golfo do México).
A demanda por soja, principalmente puxada pela China, no período de escassez do produto, foi o fator preponderante para a sustentação dos prêmios em valores positivos nos EUA.
Trabalhos de colheita da soja ficaram superiores ao observado no ano anterior, registrando 32,0% da estimativa de área plantada para a atual campanha agrícola (23,0 milhões ha). No mesmo período do ano passado, o percentual colhido era de 26,0%. Em relação à média histórica de cinco anos, o ritmo atual dos trabalhos de colheita ficou dez pontos percentuais adiantado. Vale lembrar, que o plantio da soja nesta campanha foi antecipado em virtude das chuvas também antecipadas. Com isso, o avançado no ritmo de colheita, não se justifica apenas pela melhora na efeciência dos processos de colheita e sim pela conjunção desse motivo com as melhores condições climáticas observadas no início do plantio.
Internacional
As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago terminaram mais uma semana em “solo” negativo. A referência para o primeiro vencimento, chegou a valores mínimos não vistos desde o dia 09/02 (US$ 9,24½/bushel). O contrato março/10, encerrou os negócios na última sexta-feira valendo US$ 9,34¾/bushel. Já o contrato maio/10, teve os negócios no fechamento com referência de US$ 9,42¾/bushel.
O sentimento geral, na semana passada, ficou sobre a expectativa do “mercado” quanto à construção de uma tendência fundamental, após a divulgação dos números de oferta e demanda mundial de soja nos EUA. Amanhã (10/03), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgará seus dados atualizados referente à oferta e demanda global de soja. E no final do mês, o primeiro relatório de intençao de plantio da safra 2010/11. Enquanto isso, espera-se que os preços encontrem dificuldade para assumir uma tendência de alta, visto a entrada de safra recorde na América do Sul e da redução no “apetite” chinês, pelos saldos remancescentes da produção norteamericana de soja 2009/10.
Doméstico
No mercado nacional, os preços da soja registraram perdas na semana passada. Isso ocorreu pela conjunção dos seguintes fatores: avanço nos trabalhos de colheita, queda das cotações externas e taxa de câmbio desfavorável ao mercado de exportação. Na média das praças pesquisadas pela Céleres, a soja no disponível registrou queda de 3,0% em reais se comparada com a semana anterior. Em relação ao mês passado, os preços tiveram queda em média de 4,7%.
No mercado de prêmios para exportação, F.O.B Paranaguá, a semana encerrou com o embarque maio negociado a US$ 0,10/bushel na venda e US$ 0,05/bushel na compra, com a saca de soja em Paranaguá valendo em média US$ 20,70.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas