quarta-feira, 10 de março de 2010

GRÃOS/EUA: PEQUENO IMPACTO DE RELATÓRIO DO USDA

As tão esperadas revisões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para as safras de milho e soja se mostraram relativamente sem importância para os mercados, de modo que os futuros deverão rapidamente se voltar para outros fatores, como o clima. A expectativa para produção de milho e soja nos Estados Unidos diminuiu modestamente, mas a oferta de ambos é suficiente para atender à demanda. Analistas acreditam que isso deve limitar qualquer impacto sobre as companhias que utilizam grãos. Em janeiro, o USDA adotou um movimento incomum e disse que reavaliaria produtores de vários Estados, pois a colheita tardia resultou em "significativa área plantada e não colhida". Agricultores de Illinois, Michigan, Minnesota, Dakota do Norte, Dakota do Sul e Wisconsin não conseguiram terminar de colher milho antes que a neve chegasse. O mesmo ocorreu em lavouras de soja de Georgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virginia. Assim, a agência do governo reduziu sua estimativa de produção doméstica de milho da safra 2009/10 para 333,52 milhões de toneladas, ante os 334,03 milhões de toneladas previstos em fevereiro. Trata-se de um corte de 0,2%.
A produção de soja foi revisada para 91,42 milhões de toneladas contra 91,48 milhões de toneladas ou 0,1% a menos. Além de reavaliar a produção, o USDA elevou a projeção dos estoques finais de soja em 9,5% para 5,17 milhões de toneladas. No que diz respeito ao milho, aumentou os estoques finais em 4,7% para 48,96 milhões de toneladas. Também se acredita que os estoques globais de ambas as culturas sejam maiores do que o esperado em fevereiro.
O analista Darin Newsom, da Telvent DTN, comentou que os números de estoques finais mostram, no mínimo, que há milho e soja disponíveis para os usuários. Mesmo que haja um corte nos estoques, nesta época os importadores costumam começar a comprar da América do Sul, conforme a nova colheita chega ao mercado. Portanto, Newsom acredita que 190 milhões de bushels de soja devem ser o suficientes para o que resta do ano comercial 2009/10. Traders disseram que, de modo geral, os dados do USDA se mostraram baixistas para o milho e de neutros a levemente altistas para a soja. Mas os analistas esperam que a influência dos dados sobre o mercado tenham curta duração, por causa das preocupações com o clima.
O consultor Karl Setzer, da MaxYield Co-op, comentou que "o interesse está mais concentrado no ambiente, já que começam a ocorrer alagamentos no Cinturão do Milho". Produtores e participantes do mercado de grãos têm se preocupado há semanas com o derretimento da neve no Meio-Oeste, que pode provocar excesso de umidade, especialmente se coincidir com a época das chuvas. A consequência seria o atraso do plantio de primavera. Os campos que não foram colhidos na última temporada aumentam a incerteza, porque produtores não conseguiram preparar o solo para uma nova safra. Newsom reiterou que o clima é uma preocupação, embora ele acredite que os traders aguardarão para ver se os alagamentos realmente se tornam um problema. Eles não forçarão os preços antes de ter certeza, segundo o analista. As últimas duas temporadas começaram com campos úmidos e atrasos no cultivo, mas ambos os anos tiveram sólida produção de soja e milho. Outro tema que permeia o mercado é a possibilidade de novos cortes na estimativa oficial da safra de milho 2009/10. O USDA declarou hoje que a reavaliação dos campos ainda não foi finalizada. "As pessoas que ainda não colheram na Dakota do Norte ou na Dakota do Sul serão consultadas mais para frente", informou o USDA. O analista Lewis Hagedorn, do JP Morgan commodities, entende que "o fato de o USDA não ter reavaliado os produtores das Dakotas sugere a possibilidade de mais uma revisão da oferta para de 25 a 30 milhões de bushels". Os primeiros sinais para a safra 2010/11 virão à tona em 31 de março, quando o USDA divulga seu relatório de intenções de plantio, que dará indicações preliminares sobre as safras que os produtores pretendem plantar na primavera.

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