terça-feira, 10 de agosto de 2010

MILHO FECHA EM BAIXA DIANTE DA CONDIÇÃO DA SAFRA.

Os contratos futuros de milho se desvalorizaram significativamente nesta terça-feira na Bolsa de Chicago, terminando perto das mínimas. A pressão veio novamente do mercado de trigo, além de outros mercados. A boa condição da safra ainda serve de âncora para os preços. Os lotes de milho mais movimentados, para entrega em dezembro, fecharam em baixa de 9,0 cents ou 2,15%, cotados a US$ 4,09/bushel.
Analistas disseram que a contínua queda dos preços do trigo, enquanto segue recuando das máximas em dois anos estabelecida na semana passada, pesou sobre o milho. Traders também notaram influência da força do dólar na maior parte do dia, que pressionou as commodities de modo geral.
Traders afirmaram que, fundamentalmente, há poucas notícias para o milho. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou ontem que as condições da safra continuam muito boas, melhores até do que o esperado. Previsões continuam mostrando temperaturas mais moderadas e amenas na semana que vem. Um trader disse que "há pontos de seca aqui e ali, mas em geral as condições são boas para desenvolvimento".
O mercado aguarda agora a divulgação dos dados de oferta e demanda do USDA, na quinta-feira. Especuladores detêm ampla posição líquida de compra, de acordo com a Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC). Traders avaliam que muitos realizaram lucros depois dos ganhos recentes e antes do USDA.
O analista Mike Zuzolo, presidente da corretora Global Commodity Analytics and Consulting, disse acreditar que na semana que vem, pode haver início de colheita em partes do Cinturão do Milho. Segundo ele, a pressão sobre as cotações pode vir mais cedo neste ano.

SOJA/CHINA: IMPORTAÇÃO EM JULHO SOBE 12,5%.

A China importou 4,95 milhões de toneladas de soja em julho, alta de 12,5% frente igual período de 2009, mas 20% abaixo do volume recorde apurado em junho, informou nesta terça-feira a Administração Geral Alfandegária. No acumulado de janeiro até julho, as importações da oleaginosa atingiram 30,76 milhões de toneladas, aumento de 16,2% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje a venda de 400 mil toneladas de soja para China em 2010/11. USDA informou também, venda de 100 mil toneladas de soja para o Egito em 2010/11 além de 180 mil toneladas de soja para países não revelados em 2010/11. O ano comercial da oleaginosa começará em 1º de setembro.
Frequentemente, exportadores norte-americanos concordam em vender ofertas para um intermediário que ainda não definiu o destino final da commodity. O USDA exige que vendas de 100 mil toneladas ou mais feitas em um único dia para um mesmo destino sejam comunicadas até o dia seguinte.

GRÃOS/EUA: CONDIÇÃO DAS LAVOURAS PERMANECE MUITO BOA.

As condições gerais das safras de milho e soja dos Estados Unidos permanecem iguais em relação à semana anterior, de acordo com o relatório semanal de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Traders esperavam um ligeiro declínio. Enquanto isso, as condições da safra de trigo de primavera seguem fortes e a colheita de trigo de inverno continua um pouco atrasada.

Soja
A avaliação do USDA para a soja também foi mantida. A agência do governo americano informou que a parcela da safra em condição boa a excelente permanece em 66%. A maioria dos Estados de poucas mudanças. Assim como no caso do milho, a avaliação da safra de soja do Kansas foi menor, passando de 67% para 60% de bom a excelente. Foram notadas melhoras da Dakota do Sul, onde a parcela em melhores condições aumentou d e 65% para 73%.
A safra está levemente adiantada. A parcela das lavouras em etapa de formação de vagens é de 71%, segundo o USDA, o que representa nível acima da média de 67%. No mesmo momento do ano passado, eram 52%. Cerca de 93% da safra se encontra em estágio de florescimento, mais do que a média de 90%.
Diferentemente do milho, para a soja o mês de julho é essencial para determinar a produtividade. Por isso, traders continuam sensíveis às condições das lavouras. Além disso, a safra tem uma temporada de desenvolvimento mais longa do que a do milho.

Milho
O USDA informou que 71% da safra de milho continuava em condição boa a excelente até domingo, a mesma proporção da semana anterior. A parcela é o maior nível histórico e está 3% acima do mesmo momento do ano passado, quando a avaliação já era considerada elevada. A expectativa para o relatório variava, mas a maioria dos traders esperava um declínio modesto do rating.
As perdas de qualidade foram observadas no Kansas, onde a avaliação boa a excelente caiu 5%, para 63%, e em Michigan, onde houve queda de cinco pontos porcentuais, para 74%. A parcela em melhores condições cresceu dois pontos em Indiana, para 65%.
O desenvolvimento da safra continua adiantado. O USDA disse que 52% das lavouras se encontravam em etapa de formação de grão, mais do que os 31% da semana anterior e acima da média em cinco anos, de 40%. Traders e analistas disseram que a safra apresenta ritmo suficiente para que a colheita ocorra mais cedo neste ano, o que pode pressionar as cotações do cereal mais cedo do que o normal. O rápido desenvolvimento diminui as chances de problemas causados por geadas.
De acordo com a maioria dos analistas, as condições climáticas são positivas de um modo geral, exceto em algumas áreas onde há muito calor e outras onde há excesso de umidade.

Trigo
A colheita da safra de trigo de primavera evoluiu ao longo da última semana, de acordo com o USDA, enquanto as condições da safra permanecem excepcionais. O USDA informou que 20% da safra foi colhida até o momento, ante 5% uma semana antes. A média dos últimos cinco anos para este momento do ano é de 28%.
Minnesota colheu 47% de sua safra de trigo de primavera, ante média de 25%. Washington colheu apenas 8%, ante média de 36%. Na Dakota do Norte, 13% da safra foi colhida. Cerca de 87% da colheita de trigo de inverno foi concluída, o que significa 6 pontos porcentuais abaixo da média. Os atrasos mais expressivos estão nos Estados de Idaho, Montana e Washington.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOJA: CHINA SUSTENTA SAFRA NOVA.

Os futuros de soja tiveram fechamento misto na Chicago Board Of Trade após um dia de intensa volatilidade. Os vencimentos mais próximos foram pressionados pela queda nas cotações do trigo, pelas vendas de produtores no mercado físico dos Estados Unidos e pela reversão de operações de spread entre contratos da safra nova e velha. Já os vencimentos mais longos, de novembro para frente, subiram com a demanda da China, que hoje comprou mais 284 mil toneladas de oleaginosa dos EUA para entrega em 2010/11.
O contrato novembro, mais negociado, subiu 1,50 cent (0,1%), a US$ 10,35 por bushel. Fundos especulativos compraram cerca de quatro mil contratos de soja. A desvalorização dos contratos mais curtos mostra que os produtores norte-americanos tiraram vantagem da alta recente das cotações para vender o resto da safra 2009/10, disse o analista Jack Scoville, do Price Futures Group. Já os vencimentos mais longos foram sustentados, além da China, pelo período de desenvolvimento das lavouras nos EUA. O clima em agosto determina a produtividade da safra. No Meio-Oeste, o tempo continua bom para os campos de soja, enquanto na região do Delta pode haver alguma perda de produtividade provocada pelo calor intenso.
Os fundamentos encorajaram os traders a desfazer operações de spread antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na quinta-feira, e do vencimento do contrato agosto, na sexta.
Nos derivados de soja, os futuros de óleo tiveram o melhor desempenho de todo o complexo. Esse segmento foi beneficiado pelo rali no mercado de óleo de palma da Malásia, onde os preços atingiram máximas de 15 meses, e pela quebra da safra de semente de girassol na União Europeia, de acordo com o analista Bill Nelson, da Doane Advisory Service. Os preços firmes do mercado de energia também influenciaram. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para setembro fecharam a US$ 81,48 por barril, em alta de US$ 0,78 (0,97%). Os futuros de farelo recuaram pressionados por ajustes nos spreads com o óleo. Fundos venderam cerca de mil contratos nesse mercado.

MILHO - TERMINA COM DESVALORIZAÇÃO MODESTA.
Os contratos futuros de milho caminharam nos dois sentidos nesta segunda-feira na CBOT, mas terminaram o dia com perdas. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, recuaram 2,0 cents ou 0,48% e fecharam a US$ 4,18/bushel. O milho voltou a acompanhar o volátil mercado de trigo. Houve poucas notícias para que o milho digerisse, segundo traders, enquanto o clima para a safra dos Estados Unidos continua predominantemente favorável. Participantes do mercado disseram que as previsões do tempo menos pontos de calor extremo ao longo das áreas de produção. O mercado fechou em território negativo por conta da desvalorização do trigo antes do fim da sessão.
Traders estão aguardando o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Alguns traders afirmaram que o USDA fará uma pequena redução em sua estimativa de safra, o que evitará maiores quedas de preço.
O USDA informou em seu relatório semanal de acompanhamento de safra, que 71% da safra apresenta condição boa a excelente, mesma parcela da semana anterior. A Doane Advisory Services observou que alguns traders esperavam pequena redução da porcentagem. Analistas observaram algumas preocupações com a safra em áreas do Sul do Meio-Oeste.

SOJA: ALTA FAVORECE NEGOCIAÇÃO, MAS NÃO É TENDÊNCIA.

A recente alta dos preços da soja no mercado internacional deve ser vista não como tendência de mercado mas como oportunidade para vender os estoques remanescentes da safra 2009/10 e travar preços melhores para negócios futuros, diz o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa. "O preço mais firme é uma oportunidade para o produtor vender a um preço razoável o estoque da safra anterior e avançar a comercialização de 2010/11. Mas não trabalhamos com este cenário de preços", afirmou Pessôa, que participa em São Paulo do 9º Congresso Brasileiro de Agribusiness. A consultoria estima que o Centro-Oeste ainda conta com 10% a 15% de estoques remanescentes da safra 2009/10 para comercializar. Já no Sul, o volume é maior, de cerca de 30% do grão produzido neste ciclo.
Pessôa ressalta que a inter-relação dos mercados, puxada pelos ganhos no trigo, sustenta os preços no curto prazo. "No médio e longo prazo, os valores para a soja tendem a ficar mais próximos de US$ 9/bushel, que dos US$ 11/bushel, como estamos vendo agora", afirma.
Ele destaca a perspectiva de grande safra nos Estados Unidos e na América do Sul. "O Brasil pode ter área recorde e a Argentina, no mínimo, deve manter a área de soja estável em relação ao ciclo anterior, em torno de 19,5 milhões de hectares", pondera.
Na avaliação do consultor, o ajuste nos preços da soja tende a ocorrer em setembro, quando se terá uma melhor avaliação dos níveis de produtividade da safra de verão 2010/11 dos Estados Unidos. "A definição sobre produtividade no Meio-Oeste, em meados de setembro, já será suficiente para um ajuste (para baixo) nos preços da soja", afirma. Segundo ele, o mercado já trabalha com a perspectiva de redução no rendimento das lavouras do Delta do Mississippi, pelo baixo volume de chuvas e altas temperaturas registradas recentemente. No entanto, por conta do volume menor produzido na região, o impacto sobre as cotações é menor. Ainda este mês, o consultor segue para os EUA para avaliar a condição das lavouras no país.
Safra de verão

A Agroconsult mantém a perspectiva de queda de cerca de 500 mil hectares, para 7,5 milhões de hectares, na área plantada com milho em 2010/11. No caso da soja, a expectativa é que os produtores cultivem área recorde de 24 milhões de hectares em 2010/11. Pessôa afirma que é preciso acompanhar de perto o impacto do La Niña nesta temporada, mas pondera que o efeito é maior nas lavouras de milho, concentradas no Rio Grande do Sul e Paraná no ciclo de verão. O fenômeno provoca chuvas abaixo da média na região Sul. Por isso, a recomendação nestes Estados é plantar o cereal mais cedo possível, para minimizar o impacto climático. "Lembre-se de 2005, quando tivemos uma seca terrível no Sul, provocada pela La Niña. Quem plantou mais cedo teve menos perdas", ressalta. Para o algodão, a consultoria estima área de 1,1 milhão de hectares.
Insumos - O aumento dos preços de grãos no mercado internacional em julho também ajudou a impulsionar as vendas de insumos para a safra nova. Segundo Pessôa, os valores mais firmes tornaram a relação de troca mais favorável para o produtor. "As conversas com produtores mostram que eles aproveitaram o momento para negociar os pacotes de insumos", afirma.

TRIGO: PRODUÇÃO GLOBAL MENOR COM PROBLEMAS NA RÚSSIA.

Uma safra menor na Rússia deve reduzir a produção global de trigo em 2010/11 para 645,71 milhões de toneladas, segundo dados da consultoria alemã F.O. Licht. O volume fica 10,4 milhões de toneladas, ou 1,6%, abaixo da estimativa de julho.
A safra de trigo da Rússia deve despencar 28% em relação à temporada 2009/10, para 44 milhões de toneladas, após a estiagem e os incêndios florestais terem devastado muitas das regiões mais férteis do país, informou a consultoria. Na semana passada, o governo russo proibiu as exportações de grãos para conter o aumento da inflação doméstica.
Em julho, a F.O. Licht estimou a produção global do cereal em 656,07 milhões de toneladas, com Estados Unidos e Austrália propensos a dominar o mercado em 2010/11.

CHICAGO: SOJA AVANÇA POR FUNDAMENTOS; MILHO E TRIGO REVERTEM PERDAS.

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago avançavam nesta segunda-feira, impulsionados por sólida demanda de exportação, por incertezas sobre a nova safra e por contínuas preocupações com o aperto das ofertas no curto prazo. Contudo, boas condições climáticas no cinturão produtor do Meio-Oeste exercem influência negativa sobre os preços, segundo analistas.
Os produtos derivados da oleaginosa apresentavam desempenhos distintos, com o óleo em valorização e o farelo misto. O contrato novembro avançava 8 cents, ou 0,77%, para US$ 10,4150 por bushel.
O milho subia levemente, revertendo a fraqueza inicial, assim como os preços do trigo. O grão assumiu o papel de seguidor, sem que haja novas notícias para direcionar o mercado. Persistentes incertezas sobre a eventual produtividade da safra ainda fornecem suporte, mas um clima favorável no curto prazo limita o apetite de traders por ativos de risco, segundo analista. Lotes para entrega em dezembro ganhavam 4 cents, ou 0,95%, cotados a US$ 4,24 por bushel.
O trigo se recuperavam das perdas iniciais nesta segunda-feira, após o mercado não ter conseguido atrair a continuação de vendas do pregão eletrônico. Os futuros tentaram estender o movimento de correção iniciado na sexta-feira, mas preocupações com a produção nos mercados externos e com os programas de exportação interromperam o declínio até que haja mais clareza sobre os fundamentos globais do cereal, disseram analistas.
Setembro subia 10,25 cents, ou 1,41%, para US$ 7,36 por bushel, após ter oscilado entre US$ 6,98 e US$ 7,30 por bushel. Na Bolsa do Kansas (KCBT, na sigla em inglês), o mesmo vencimento avançava 18,75 cents, ou 2,6%, negociado a US$ 7,3875 por bushel.

ABAG : SOJA DEVE SE MANTER ENTRE US$ 9,50 E US$ 10/BUSHEL.

Os preços da soja devem seguir firmes, sustentados pela demanda internacional e por outros mercados. "Estávamos esperando queda de preço, mas a soja segue firme. Deve se manter entre US$ 9,50 a US$ 10/bushel", diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlo Lovatelli, que também preside a Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), promotora do 9º Congresso Brasileiro de Agribusiness, que acontece em São Paulo. Segundo o executivo, essa tendência de preços não se altera mesmo diante da perspectiva de uma grande safra nos Estados Unidos.
Lovatelli disse que o produtor trabalha com a perspectiva de preços mais firmes e por isso investirá para ter maior produção na safra 2010/11. "O crescimento se dará em produtividade e não em área", ressalta. Na avaliação do executivo, o aumento dos preços da soja tem impacto limitado na margem das indústrias processadoras de soja e produtoras de óleo. "Mesmo alto, a manutenção do preço dá mais segurança para o planejamento das indústrias", afirma.

ARGENTINA: GREVE DE TRABALHADORES PARALISA EMBARQUE DE GRÃOS.

Trabalhadores responsáveis pelo embarque de grãos nos portos da Argentina entraram em greve nesta segunda-feira por um período de 48 horas. Eles reivindicam um aumento de 40% nos salários. A paralisação pode se estender caso a categoria não seja atendida, informou o secretário geral da União de Recebedores de Grãos e Afins (Urgara), Alfredo Palacio. "Se não tivermos resposta aos nossos pedidos, vamos prolongar a greve." "Vamos ter uma paralisação total no que se refere à entrada de cereais nos portos. As empresas que se negam a equiparar nossos salários aos do resto dos trabalhadores da atividade nos obrigam a tomar esta atitude", argumentou o sindicalista.
A greve, anunciada ontem, afeta especialmente os portos de Rosario, Bahia Blanca e Necochea, o que prejudica as exportações. Em março passado, uma greve de empregados comprometeu os embarques de óleos para o exterior, provocando perdas significativas aos exportadores.

PERSPECTIVA: CBOT DEVE SE EQUILIBRAR ENTRE TRIGO E USDA.

Os mercados futuros de grãos devem se dividir nesta semana entre as apostas para os novos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a influência do trigo, que na semana passada disparou e, apesar da forte realização de lucros da sexta-feira, ainda registrou alta de quase 9% no período.
A bolsa do cereal reagiu de forma explosiva à notícia de que a Rússia suspendeu as exportações até o final do ano e, nos próximos dias, será importante observar se país vai romper contratos de exportação já estabelecidos antes do anúncio de suspensão das vendas, avaliou o corretor Daniel D'Ávila, da Newedge. "Também será interessante ver se outros países do Leste Europeu - como Casaquistão e Ucrânia - confirmam suas respectivas quebras de safra e o que farão a partir daí", afirmou. Caso isso aconteça, os preços do trigo poderão continuar a subir, a despeito de já quase terem dobrado desde a mínima alcançada em junho. Passados esses acontecimentos, o mercado tende a se normalizar, acredita D'Ávila.
Os estoques mundiais de trigo são amplos, tudo indica que grandes exportadores, como Argentina e Estados Unidos, terão boas safras e, em algum momento, esses fatores pesarão sobre os preços. Para Ênio Fernandes, da Terra Agropecuária, o USDA vai movimentar o mercado, que, depois de conhecidos os números, deverá voltar sua atenção para os fundamentos. "Os números de produção (de grãos) devem ser negativos, mas a perspectiva de demanda deverá sustentar os preços", afirmou.
As apostas são de que o governo norte-americano vai elevar a estimativa de produção de milho e soja e, talvez, as projeções de exportação desses dois grãos mais a do trigo. A avaliação é que a demanda internacional por grãos, especialmente soja, está forte. Além disso, a quebra da safra do trigo no Leste Europeu abrirá espaço para as vendas do cereal norte-americano.
No mercado de soja, o clima até agora não ameaçou a produtividade e até a semana passada as previsões indicavam que as lavouras deverão passar incólumes pelo verão norte-americano. Mas, na outra ponta, dia sim, dia não, o USDA anuncia grandes vendas da oleaginosa para a China, com entrega marcada para 2010/11. Na sexta-feira, por exemplo, foram 336 mil toneladas. Essas expectativas, negativa de um lado e positiva de outro, devem manter as cotações dentro dos níveis observados na semana passada. "Até quinta-feira, não deve ter muita coisa diferente do que vimos até agora no mercado de soja", avaliou D'Ávila, da Newedge. Para o analista Jason Britt, presidente da Central States Commodities Inc., "ainda há incerteza suficiente a respeito do tamanho da safra para sustentar os preços."Na sexta-feira, as cotações da soja fecharam com alta tímida na CBOT, descoladas do mercado de trigo, que desabou mais de 7%, para US$ 7,5525 no contrato setembro . Os preços se sustentaram justamente na demanda internacional e na oferta apertada neste momento nos EUA. O contrato novembro subiu 4,50 cents, a US$ 10,3350/bushel. Fundos compraram cerca de quatro mil contratos na soja. Na semana, o contrato acumulou alta de 2,84%.
O milho também se sustentou e subiu 2 cents, a US$ 4,20/bushel no contrato dezembro. Mas o analista John Kleist, corretor da Allendale, alertou na Dow Jones que, com a divulgação das projeções de FCStone e Informa, que estimam produção em torno de 13,4 bilhões de bushels nos Estados Unidos, e com a queda do trigo, os traders de milho estão repensando o nível dos preços e podem ficar vendidos antes do relatório do USDA.

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