segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOJA: ALTA FAVORECE NEGOCIAÇÃO, MAS NÃO É TENDÊNCIA.

A recente alta dos preços da soja no mercado internacional deve ser vista não como tendência de mercado mas como oportunidade para vender os estoques remanescentes da safra 2009/10 e travar preços melhores para negócios futuros, diz o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa. "O preço mais firme é uma oportunidade para o produtor vender a um preço razoável o estoque da safra anterior e avançar a comercialização de 2010/11. Mas não trabalhamos com este cenário de preços", afirmou Pessôa, que participa em São Paulo do 9º Congresso Brasileiro de Agribusiness. A consultoria estima que o Centro-Oeste ainda conta com 10% a 15% de estoques remanescentes da safra 2009/10 para comercializar. Já no Sul, o volume é maior, de cerca de 30% do grão produzido neste ciclo.
Pessôa ressalta que a inter-relação dos mercados, puxada pelos ganhos no trigo, sustenta os preços no curto prazo. "No médio e longo prazo, os valores para a soja tendem a ficar mais próximos de US$ 9/bushel, que dos US$ 11/bushel, como estamos vendo agora", afirma.
Ele destaca a perspectiva de grande safra nos Estados Unidos e na América do Sul. "O Brasil pode ter área recorde e a Argentina, no mínimo, deve manter a área de soja estável em relação ao ciclo anterior, em torno de 19,5 milhões de hectares", pondera.
Na avaliação do consultor, o ajuste nos preços da soja tende a ocorrer em setembro, quando se terá uma melhor avaliação dos níveis de produtividade da safra de verão 2010/11 dos Estados Unidos. "A definição sobre produtividade no Meio-Oeste, em meados de setembro, já será suficiente para um ajuste (para baixo) nos preços da soja", afirma. Segundo ele, o mercado já trabalha com a perspectiva de redução no rendimento das lavouras do Delta do Mississippi, pelo baixo volume de chuvas e altas temperaturas registradas recentemente. No entanto, por conta do volume menor produzido na região, o impacto sobre as cotações é menor. Ainda este mês, o consultor segue para os EUA para avaliar a condição das lavouras no país.
Safra de verão

A Agroconsult mantém a perspectiva de queda de cerca de 500 mil hectares, para 7,5 milhões de hectares, na área plantada com milho em 2010/11. No caso da soja, a expectativa é que os produtores cultivem área recorde de 24 milhões de hectares em 2010/11. Pessôa afirma que é preciso acompanhar de perto o impacto do La Niña nesta temporada, mas pondera que o efeito é maior nas lavouras de milho, concentradas no Rio Grande do Sul e Paraná no ciclo de verão. O fenômeno provoca chuvas abaixo da média na região Sul. Por isso, a recomendação nestes Estados é plantar o cereal mais cedo possível, para minimizar o impacto climático. "Lembre-se de 2005, quando tivemos uma seca terrível no Sul, provocada pela La Niña. Quem plantou mais cedo teve menos perdas", ressalta. Para o algodão, a consultoria estima área de 1,1 milhão de hectares.
Insumos - O aumento dos preços de grãos no mercado internacional em julho também ajudou a impulsionar as vendas de insumos para a safra nova. Segundo Pessôa, os valores mais firmes tornaram a relação de troca mais favorável para o produtor. "As conversas com produtores mostram que eles aproveitaram o momento para negociar os pacotes de insumos", afirma.

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