segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PERSPECTIVA: CBOT DEVE SE EQUILIBRAR ENTRE TRIGO E USDA.

Os mercados futuros de grãos devem se dividir nesta semana entre as apostas para os novos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a influência do trigo, que na semana passada disparou e, apesar da forte realização de lucros da sexta-feira, ainda registrou alta de quase 9% no período.
A bolsa do cereal reagiu de forma explosiva à notícia de que a Rússia suspendeu as exportações até o final do ano e, nos próximos dias, será importante observar se país vai romper contratos de exportação já estabelecidos antes do anúncio de suspensão das vendas, avaliou o corretor Daniel D'Ávila, da Newedge. "Também será interessante ver se outros países do Leste Europeu - como Casaquistão e Ucrânia - confirmam suas respectivas quebras de safra e o que farão a partir daí", afirmou. Caso isso aconteça, os preços do trigo poderão continuar a subir, a despeito de já quase terem dobrado desde a mínima alcançada em junho. Passados esses acontecimentos, o mercado tende a se normalizar, acredita D'Ávila.
Os estoques mundiais de trigo são amplos, tudo indica que grandes exportadores, como Argentina e Estados Unidos, terão boas safras e, em algum momento, esses fatores pesarão sobre os preços. Para Ênio Fernandes, da Terra Agropecuária, o USDA vai movimentar o mercado, que, depois de conhecidos os números, deverá voltar sua atenção para os fundamentos. "Os números de produção (de grãos) devem ser negativos, mas a perspectiva de demanda deverá sustentar os preços", afirmou.
As apostas são de que o governo norte-americano vai elevar a estimativa de produção de milho e soja e, talvez, as projeções de exportação desses dois grãos mais a do trigo. A avaliação é que a demanda internacional por grãos, especialmente soja, está forte. Além disso, a quebra da safra do trigo no Leste Europeu abrirá espaço para as vendas do cereal norte-americano.
No mercado de soja, o clima até agora não ameaçou a produtividade e até a semana passada as previsões indicavam que as lavouras deverão passar incólumes pelo verão norte-americano. Mas, na outra ponta, dia sim, dia não, o USDA anuncia grandes vendas da oleaginosa para a China, com entrega marcada para 2010/11. Na sexta-feira, por exemplo, foram 336 mil toneladas. Essas expectativas, negativa de um lado e positiva de outro, devem manter as cotações dentro dos níveis observados na semana passada. "Até quinta-feira, não deve ter muita coisa diferente do que vimos até agora no mercado de soja", avaliou D'Ávila, da Newedge. Para o analista Jason Britt, presidente da Central States Commodities Inc., "ainda há incerteza suficiente a respeito do tamanho da safra para sustentar os preços."Na sexta-feira, as cotações da soja fecharam com alta tímida na CBOT, descoladas do mercado de trigo, que desabou mais de 7%, para US$ 7,5525 no contrato setembro . Os preços se sustentaram justamente na demanda internacional e na oferta apertada neste momento nos EUA. O contrato novembro subiu 4,50 cents, a US$ 10,3350/bushel. Fundos compraram cerca de quatro mil contratos na soja. Na semana, o contrato acumulou alta de 2,84%.
O milho também se sustentou e subiu 2 cents, a US$ 4,20/bushel no contrato dezembro. Mas o analista John Kleist, corretor da Allendale, alertou na Dow Jones que, com a divulgação das projeções de FCStone e Informa, que estimam produção em torno de 13,4 bilhões de bushels nos Estados Unidos, e com a queda do trigo, os traders de milho estão repensando o nível dos preços e podem ficar vendidos antes do relatório do USDA.

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